quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Obama é de Vênus, Palin é de Marte

Não vou falar aqui sobre o debate, que foi chato para caray e sem nenhum vencedor claro - ambos foram igualmente aborrecidos, e o mediador não fez uma única pergunta que não houvesse sido feita já dez mil vezes alguma outra vez. Nem tocaram no tema Bill Ayers, por exemplo.

Mas vou falar aqui sobre o fenômeno Obama e algumas de suas possíveis explicações.

Afinal, há várias possíveis explicações para o fato de um presidente tão despreparado quanto Obama estar prestes a se tornar o líder do chamado mundo livre. A mais simples é que os EUA estão cansados de 8 anos de Bush, o sistema exige rotação de partidos, e, em crise econômica, os eleitores preferem votar pelo candidato que promete lhes dar mais benefícios estatais. Pode ser, mas não é a explicação mais interessante.

A mais interessante é que é resultado da feminização da sociedade, como argumentam este artigo aqui e também este aqui.

De fato, uma coisa curiosa é que, segundo pesquisas, Obama atrai mais as mulheres do que os homens. A vice de McCain, Sarah Palin, ao contrário, atrai mais os homens do que as mulheres. Contraditório?

Nem tanto. Obama é metrosexual; Obama é feminino. Tradicionalmente, o homem se ocupava da guerra e da caça, e a mulher da economia do lar. Obama não quer guerra, quer "dialogar" com os inimigos. E que coisa mais feminina do que querer sempre "dialogar" ou "discutir a relação"?

Já Palin caça, usa armas, sabe ser agressiva nos debates, anda de Harley Davidson e come hambúrgueres de alce. É mais tradicionalmente masculina do que a maioria dos seguidores de Obama. Natural que os homens a adorem e as mulheres a odeiem.

No seu artigo, Michael Knox compara o carisma "pós-masculino" de Obama com o de Oprah, e afirma que sua eleição terminará fatalmente em desilusão, pois "nos encoraja a querer a perfeição onde não podemos encontrá-la, no mundo da política, na adoração heróica de um xamã secular".

Talvez Obama tenha que ganhar estas eleições, para que certas ilusões sejam definitivamente enterradas. Ou, se não definitivamente, ao menos até a próxima geração.

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