quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Diálogo de surdos


Está difícil.

É algo irritante a aparente impossibilidade de comunicação entre esquerda e direita, ou, para ser mais exato, entre conservadores e progressistas.

Aqui nos EUA, especialmente, é um momento de grande divisão. O país está dividido ao meio. A divisão é tanta que os progressistas estão dispostos a dialogar com um Irã nuclear ou entender o ponto de vista dos terroristas - mas não querem nem tentar entender os conservadores.

Aliás, existe uma pesquisa que mostra que os conservadores entendem melhor os progressistas do que estes entendem os conservadores. De fato, se você verificar qualquer blog de esquerda, ou mesmo nos comentários de qualquer blog, seja da orientação que for, seja americano ou seja brasileiro, vai observar que a idéia que os progressistas têm dos conservadores é completamente caricata. Segundo os esquerdistas, os conservadores são "racistas", "reacionários", "atrasados", "raivosos", pessoas ignorantes que simplesmente ainda não compreenderam as grandes benesses do socialismo, do aborto e do controle de armas.

Já os conservadores - até porque muitos deles foram esquerdistas na juventude - sabem muito bem o que os progressistas querem; a diferença é que acreditam que seus objetivos são acima de tudo destrutivos, baseados em idéias ilusórias. Ou, como dizia Ronald Reagan: "Não é que os esquerdistas sejam burros: é apenas que acreditam em um monte de coisas que não são reais".

Por ora, tudo indica que Obama ganhará a presidência. Ele se autoproclama um candidato "unificador", mas convenhamos, ele só é "unificador" nas fantasias delirantes dos obamistas mais fanáticos. Pode apostar que, durante sua presidência, a desunião do país será cada vez maior. Especialmente se Obama tomar medidas impopulares como aumentar impostos, impor controle de armas, expandir o aborto, tentar controlar a Internet, etc. etc. etc.

Será interessante observar então o comportamento da mídia, que hoje idolatra Obama e é um dos principais artífices de sua liderança. Poderá Obama manter sua aura quando tiver que tomar decisões reais?

Talvez não importe. Assim como Lula podia criticar o Plano Real na oposição e ser a favor dele no poder, talvez a mesma mídia que criticou Bush pela operação no Iraque aplauda Obama quando ele invadir o Paquistão. Nesse sentido, os progressistas são muito mais flexíveis do que os conservadores, os quais pretendem se apegar a velhos princípios. (Talvez isso explique a força maior da esquerda: quem não segue regras, vence mais.)

De qualquer modo, o diálogo de surdos continuará. Frustrante como sempre.

4 comentários:

Pax disse...

Enorme e desengonçado Mr X de 2,12 m de altura e um bom blog desalmado,

E o que você me diz do Reinaldo Azevedo, teu ídolo?

Ah Mr X, cada uma que você advoga que báh.

Aliás, tem espelho aí?

Mr X disse...

Ora, Pax, o Reinaldo no fundo adora petralhas, parece até que escreveu um livro inteiro sobre eles.

Anônimo disse...

Obama vai cumprir a máxima que diz que nada será mais conservador que um liberal no poder.

Daniel F. Silva disse...

Essa aura toda que cerca Obama em 2008 me lembra a que cercava um certo Lula em 2002...