quinta-feira, 26 de maio de 2011

Pais idiotas, filhos tristes

No outro dia falamos sobre a questão dos nomes de bebês. Pois aqui há um caso ainda mais curioso: não apenas o bebê teve a infelicidade de receber o nome "Storm" (Tempestade), como ainda por cima seus pais decidiram que ele crescerá "sem gênero definido". Não dirão seu sexo nem a ele, nem a quem perguntar, para que ele "possa escolher por si mesmo".

A coisa vem de família. Os outros irmãos já se vestem como meninas. Um tem até trancinha.

Os pais? Hippies tardios, progressistas full-time, moram no Canadá mas estiveram no México com os zapatistas e em Cuba com os comunistas. Dizem que não querem interferir nas escolhas dos filhos, e que os pimpolhos devem decidir tudo por si mesmos, mesmo antes de aprender a falar.

Muitos progressistas vivem dizendo o que os outros devem fazer, mas são suficientemente espertos para não fazer experimentos com a própria vida ou a de seus filhos. Por exemplo, a colunista canadense de esquerda Heather Mallick, que comenta positivamente o caso admirando a "coragem" dos pais em transformar os próprios filhos em cobaias, faz uma curiosa admissão:
Moro em um bairro todo branco, onde as pessoas fazem abertamente comentários antisemitas, pasta é considerada uma comida estrangeira e o alcoolismo afoga o desespero. As crianças aqui seguem as regras.
Mallick, que é branca, WASP de alta classe (Paquistanesa muçulmana? Ver comentários), despreza os brancos com quem mora mas não se muda para um bairro "multicultural" nem a pau. A mesma colunista antes criticou Sarah Palin pelos nomes dados a seus filhos e chamou-a de "white trash". Curiosamente, ela acha Storm, Kio e Jazz nomes bonitos. Pelo jeito, se você foi a Cuba e morou entre os zapatistas, jamais será "white trash"...

Isso nos leva à velha discussão se os progressistas fazem o que fazem por status (para mostrar aos outros que são superiores, mais bondosos, etc.), ou se o fazem por realmente acreditar que suas atitudes idiotas nos levarão a um mundo melhor. Dirigir um carro híbrido, comprar em caros supermercados exclusivamente orgânicos e beber café de "comércio solidário" são claras marcas de status entre os brancos de classe média e média alta americana, mas outras atitudes mais suicidas não são tão praticadas.

Como eu disse antes, a maioria prega uma coisa e faz outra. Vez por outra, no entanto, alguns pais de QI menos elevado decidem que não basta dizer aos outros o que devem fazer, mas também participar. Foi o caso há alguns anos atrás do casal que matou o seu bebê forçando-o a uma dieta estritamente vegan.

Agora, Storm provavelmente levará uma vida sexualmente confusa, apanhará na escola, virará gay aos 15 e começara a usar drogas aos 16. Mas os pais poderão dizer ao mundo que lhes deram "toda a liberdade do mundo"...

E assim caminha a humanidade.


"Tô ferrado..."

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mocinhos e bandidos

Uma matéria sobre o "comércio solidário" chamou minha atenção para todas as picaretagens que existem em nome do social. Basicamente, o pequeno fazendeiro africano ou guatemalteco pobre planta lá o seu café ou seu cacau, mas precisa pagar para conseguir o tal certificado de "comércio solidário" e vender o café a um preço maior. O lucro, no entanto, não vai exatamente para o seu bolso.

Quem ganha? O consumidor, que se sente todo superior crente que está ajudando os infelizes africanos e guatemaltecos que jamais ajudaria na vida real. O Starbucks, que vende o seu café a um preço maior para os otários. A ONG alemã, que tem o monopólio da certificação e recolhe a taxa de todos os pequenos fazendeiros que seguem sua cartilha.

Qual a explicação para isso? A mesma que se encontra no apoio aos palestinos, e na maioria das grandes causas progressistas. O tradicionalista americano Lawrence Auster, em bom post traduzido pela Dextra, dá a dica:

A resposta se encontra no "roteiro" do esquerdismo moderno, no qual todos os fenômenos da sociedade esquerdista são automaticamente encaixados. Como já expliquei antes, o roteiro esquerdista tem três personagens: (1) o esquerdista, que representa o princípio da bondade, definida como compaixão para com e inclusão dos não-brancos/não-ocidentais e outras vítimas; (2) o não-esquerdista, que representa o princípio do mal, definido como ganância, discriminação e intolerância para com não-brancos/não-ocidentais e outras vítimas; e (3) o não-branco/não-ocidental ou outra vítima, que não é ele mesmo um  ator moral, nem mesmo um ser humano totalmente formado, porque sua função no roteiro não é fazer nada, mas sim ser o recipiente passivo ou da bondade do esquerdista ou da maldade do não-esquerdista. Se o não-branco/não-ocidental fosse um ator moral, então suas próprias ações, inclusive suas más ações, teriam que ser julgadas. Mas julgá-lo negativamente seria discriminá-lo, o que viola o próprio significado e propósito do esquerdismo -- a eliminação de toda a discriminação contra não-brancos-não-ocidentais como as vítimas históricas da maldade não-esquerdista. Portanto, o não-branco/não-ocidental não pode ser visto como um ator moral -- como um ser humano que age e é responsável por suas ações.

A explicação é tão boa, que serve para quase qualquer coisa. Por exemplo, para o caso "dos livro do MEC" é a mesma. Eis um trecho do famoso livro:
A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular. 

Os intelectuais e políticos de esquerda são os bonzinhos que não querem que os manos da perifa sofram "preconceito linguístico" e lhes ensinam que seu jeito de falar também é "correto". A classe dominante é formada por preconceituosos malvados que tem preconceito contra quem fala errado. Enquanto isso os pobres continuam sempre ignorantes, mas quem se importa?

Uma vez que você entende esse mecanismo, já não consegue mais levar a sério a preocupação dos progressistas com os pobres, os desvalidos, os gays, os maconheiros, os índios, as populações ribeirinhas, etc. Eles são apenas peões nesse jogo.

Povo bão é povo búrro!

Estive acompanhando êsse açunto dos livro do MEC, nos qual me informaro que dizer ou escrever "os menino pega os peixe" é tão correto quanto dizer "os meninos pegam os peixes". Se ocê for descriminado por falar errado, é poque tá sofrendo "preconceito lingüístico", e isso é muito fêio.

No otru dia fui numa intrevista di emprego e não mi aceitaro. Acho que era pelos meu erro de portugays no meu currícu. Acusei eles di preconsseito linguístico, mais num rolô. Vô tentá metê um processo nas fuça deles. Será que depois da lei anti-omofobia, num vai surgi uma otra lei pra defende a gente que semo semianarfabeto?

Eu cãocordo que cada grupo social teim sua linguage específica. Afinau eu sô da perifa, véio. Os mano aqui fala tudo assim.

Mas às vez fico com medo. Os político e intlequitual fica passando a mão na nossa cabessa, falando que o jeito que a jente fala é perfeitamente certo já do jeito que é. Num foi o Tchmosky mermo que falô que as criança já nasce sabendu falá, e o Sassúr qui disse que a linguage é só formada por signo que é tudo arbitrário??

Mais uma coisa mi deixa coas purga atrás dorelha: os dotô não fala assim como nóis. Eles fala bonito. Se eles acha que é só preconceito, que todos os jeito de falá são iguar, porque é que eles num fala que nem a gente então?

O único político que cunheço qui fala assim é o Lula. Mais ele tem grana pra pagá um gostiráiter que escreve os discurso pra ele.

Mais, num sei. Às vezes acho que esses dotô aí tão querendo mi inganá. Será meismo que falá errado é a mesma côsa qui falá certo? Será que esses dotô aí num quer no fundo que a gente seja tudo inguinorante, e continue nas favela e nu sertão, votando neles em troca di borsa pra eles irem pra Brasília vivê no bembão?

Afinau, povo bão é povo burro.

Bão, xapralá, depois penso mais no açunto. Vô lá escutá meu funk, mi agârantiram que isso é curtura popular. É nóis na fita, mano!!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Um socialista estuprador?

Um caso bem curioso sacudiu a França e no mundo. (Será que a nossa correspondentena França, Confetti, poderia dar maiores informações?)

Dominique Strauss-Khan, diretor do FMI e provável candidato presidencial na França pelo Partido Socialista, foi preso em Nova York, acusado de tentativa de estupro de uma camareira de hotel.

Por que digo que o caso é curioso? Bem, o sujeito era uma figura muito conhecida e ficou num quarto que custava 3 mil dólares por noite; segundo as acusações, decidiu em um impulso estuprar a camareira que acabara de entrar para limpar o quarto, uma imigrante de Gana de 32 anos que morava há seis anos nos EUA. Não seria mais fácil ter contratado um prostituta?

Embora Kahn tivesse fama de Don Juan e já pesassem sobre ele algumas acusações de assédio sexual, o caso em questão seria mais grave, configurando tentativa de estupro (não fica bem claro se o ato foi consumado ou não; segundo algumas informações, o socialista teria mostrado a dita dura para a representente do proletariado, forçado a moça a realizar sexo oral). Foi encontrado sangue na cama e DNA dele na moça.

Tudo indica que eles tiveram sim algum tipo de relação; Dominique, porém, argumenta que foi consensual.

Alguns afirmam que tudo poderia ser uma armação política, talvez do seu arqui-inimigo Sarkozy. De fato, não custaria muito pagar uma camareira de hotel para oferecer seus serviços sexuais e depois acusar a vítima de estupro. Não seria a primeira vez que acusações falsas aparecem. 

Alguns detalhes parecem indicar que as acusações sejam verdadeiras; por outro lado, foi o próprio Khan quem revelou a sua localização no avião ao hotel, tendo sido assim preso pela polícia. 

Culpado ou inocente?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O problema racial na América

Em 1944, um economista sueco (e portanto supostamente neutro) foi convidado para estudar o problema racial na América. O resultado foi o livro "Um Dilema Americano", que colocou a culpa na opressão e na injustiça e na herança maldita da escravidão e abriu caminho para os direitos civis, a ação afirmativa, e Obama na presidência.

Mais de 65 anos depois, as coisas melhoraram de um lado e pioraram de outro. A classe média negra está melhor. Há até negros milionários como Oprah, Denzel Washington ou os vários atletas de sucesso. Há vários políticos negros, alguns muito bons como o Allen West, e o próprio Obama que, apesar das minhas discordâncias com sua ideologia, é inegavelmente um habilíssimo político, que provavelmente será reeleito.

Porém, para os negros do "gueto", isto é a classe mais baixa, as coisas pioraram. Alguns colocam a culpa no welfare, outros no liberalismo progressista, outros na desestruturação da família, outros em características hereditárias e raciais. O fato é que o número de mães solteiras nessa classe é de 75%, a dependência da ajuda estatal é onipresente, metade não termina o segundo grau, a gravidez adolescente é sabe-se lá de quanto e grande parte de seus jovens vive uma vida regada a drogas e crime violento. 

O que se nota nos EUA também é um ressentimento enorme dos negros contra os brancos, que não vi ainda em nenhum outro país, o que me faz pensar que seja, ao menos em parte, cultural. Muitos afro-americanos são rudes com os brancos, e em alguns casos chega-se à violência de caráter claramente racial, como quando hordas de negros atacam brancos (ou asiáticos) pelo único fato de serem brancos (ou asiáticos). Esse esporte praticado por gangues tem até nome: "caça ao urso polar"...

Embora existam sim diferenças raciais, até onde sei não existe um "gene da violência". Há países africanos que tem um nível de violência muito baixo, similar ao da Suiça. Por exemplo, o Madagascar, que é pobre mas não é violento. Então parece que o ressentimento dos negros americanos contra os brancos teria outras razões. Seria herança da escravidão?

Mas o fato é que a escravidão acabou há um século e meio. A discriminação legal contra os negros no Sul acabou há décadas. Os jovens de hoje mal conhecem essa história e, se existiu algum crime, os brancos que nasceram depois de 1964 nada tem a ver com isso.

Não se pode alegar tampouco que exista discriminação contra os negros hoje em dia nos EUA. Ao contrário: se há discriminação, é a favor deles. Os vários programas de ação afirmativa facilitam sua entrada em universidades e empregos. Há até em alguns casos uma superproteção a eles. Por exemplo, recentemente, afro-americanos ganharam alguns milhões de dólares depois de um processo contra a cidade de Chicago, por não terem sido selecionados para um emprego de bombeiros. O que aconteceu?

Quem fizesse mais de 64 pontos passaria no teste para bombeiro, mas seriam contratados apenas aqueles que fizessem mais de 89 pontos. Como apenas 11% dos negros obtiveram tal pontuação, alegaram "discriminação".

Ora, mas espera aí. Fora o fato de que um teste deveria escolher os melhores não importando se são brancos, negros, pardos ou azuis, 11% de negros é uma percentagem bem próxima à da população geral afro-americana nos EUA, que é de 13%. Ou seja, eles processaram por não terem uma representação MAIOR do que a esperada para a sua população! Discriminação? Discriminados hoje são os brancos, que por exemplo são proibidos de participar da bolsa de estudos do Bill Gates. (E que tal o caso da cheerleader que foi obrigada pela escola a aplaudir o seu próprio estuprador?)

Porém, nada é para sempre. Com a chegada dos milhões de mexicanos ilegais, a situação está ficando preta para os negros. Não somente as gangues mexicanas os estão expulsando dos seus bairros tradicionais, como estão perdendo o emprego para esses mesmos mexicanos. É pouco provável que exista solidariedade racial entre as várias minorias, que aliás em breve serão maiorias e dominarão o país. 

Por outro lado, observemos o seguinte: enquanto negros e latinos (e até asiáticos) se vêem a si mesmos como grupos raciais ou culturais diferenciados com interesses próprios (a chamada "identity politics"), o mesmo não ocorre com os brancos, que se parecem procurar sua identidade em grupos menores: vêem se como irlandeses, ítalo-americanos, eslavos, armênios, etc. Tais grupos muitas vezes nem mesmo se dão bem entre si.

E no Brasil? Hoje lemos que "a população no Brasil deixa de ser predominantemente branca", o que é uma rematada bobagem. A população é igual, o que mudou foi que mais pessoas admitem sua herança africana, talvez na esperança de obter benefícios de ação afirmativa. (No Brasil da "lei de Gérson", tudo é feito para se obter alguma vantagem, por pequena que seja).

Sempre me pareceu que uma das coisas mais agradáveis do Brasil era o convívio amigável entre as várias culturas e raças. Não havia brigas nem ressentimento ao estilo americano, ninguém tinha problema em ser chamado carinhosamente de "negão", e a mulata era a tal. Agora parece que querem acabar com isso, através das cotas raciais que geram confusão, da desapropriação de terras para falsos quilombolas, da promoção do ódio de classe, dos movimentos negros cada vez mais radicais.

Parece que alguns só ficarão felizes quando no Brasil houver conflitos raciais a céu aberto como o que ocorreu em 1992 em Los Angeles. Aí sim, eles comemorarão: "Finalmente chegamos ao Primeiro Mundo!"...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ódio à burguesia, ódio à realidade!

Parece estar havendo polêmica em São Paulo com o fato de que alguns moradores do bairro Higienópolis serem contrários à criação de uma nova estação de metrô lá. O Sakamoto escreveu sobre o assunto, naturalmente destilando ódio contra a "burguesia" e contra São Paulo, cidade que ele ama odiar. O Reinaldo Azevedo, que mora em Higienópolis, também tocou no tema, de modo mais sensato, explicando não apenas a questão do anti-semitismo como o fato de que o bairro já é bem servido de estações de metrô.

Porém, confesso que o que achei mais ilustrativo de tudo foi este breve intercâmbio aqui, entre duas comentaristas no blog do nipo-esquerdista anteriormente citado:

Sandra disse:
Moro em Higienopolis e sou contra metro la. Nosso bairro eh limpo e relativamente seguro – nao precisa de mais nada. Honestamente, gostaria de construir um muro ao redor de Higienopolis e cobrar pedagio pra que nao-moradores entrem la.
  • Mari José disse:
    Espero sinceramente que sua casa seja assaltada e sua familia refem de algum marginal.

Acho que o diálogo reflete bem, por um lado, a tentativa de isolamento dos que têm mais, e, por outro lado, o ódio que certas pessoas - invejosas? recalcadas? - sentem daqueles que conseguem se isolar um pouco que seja do caos geral. Não, essas pessoas tão cheias de ódio, que desejam aos outros assaltos e morte, não são pobres. Os muito pobres raramente sentem ódio dos ricos, afinal, trabalham para eles e vivem deles. Se tem alguém que os insufla a odiar a "burguesia" são os revolucionários, que querem mesmo é destruir tudo de vez.

Porém, agora que penso, acho que o ódio que muitos sentem não é contra a tal "burguesia", mas sim contra a realidade. Sua visão de mundo não é baseada no mundo real, mas no "mundo como ele deveria ser". "A vida não é justa!", choram e esperneiam, como se isso fosse mudar alguma coisa.

O próprio Sakamoto repete em seu texto um mantra esquerdista que já ouvi várias vezes: "Se a cidade não é de todos, não será de ninguém".

O que diabos significa isso?

Eles preferem mesmo que seja "de ninguém", isto é, a destruição total, a que alguns tenham um pouco a mais do que outros? Se não a (utópica) igualdade, então a morte. Se não posso ter o brinquedo, então vou quebrar ele!!

Até Lula meteu sua colher, querendo insuflar o ódio de classes e afirmando que os moradores de Higienópolis tem "preconceito contra pobre".

Assim como há quem tenha preconceito contra pobre, há quem tenha preconceito contra rico. Se os moradores da favela, que não pagam IPTU e constróem ilegalmente, podem reivindicar seus "direitos", porque motivo a classe média alta que paga mais imposto do que todos, não teria direito às suas próprias reivindicações?

E por que razão a classe média ou média-alta daquele bairro não quereria uma parada de metrô ali? Será que teria algo a ver com a possibilidade de acontecer um arrastão e tiroteio entre os vagões, ou isso seria mera paranóia de burguês?

Muitas vezes acusa-se a classe média de querer se "segregar"; de morar em bairros afastados da gentalha. Ora, é claro que quer! E de preferência atrás de altos muros e sistema de alarme.

Se vivêssemos em um país no qual as pessoas não roubam nem assaltam nem estupram, talvez haveria de fato menos preconceito contra pobres. Não sendo o país assim, às vezes fica preciso generalizar.

No mais, é o seguinte: querer igualdade é uma utopia inútil. As pessoas não são iguais, e nunca vão ser. A sociedade brasileira, por razões que seria inútil discorrer aqui, jamais vai ser igualitária. 

E como poderia, se os que mais gritam pela "igualdade" são justamente aqueles que ganham mais de 20 mil por mês em cargos de promotor ou deputado, que têm direito a escolta armada enquanto querem desarmar o cidadão, que tomam vinho Romanée-Conti com o dinheiro do contribuinte enquanto exaltam o cheiro do povo?

De fato, eles não são burguesia, são aristocratas, são comissários soviéticos!

No Brasil, ser rico é pecado - a não ser que seja com o dinheiro público. Aí, tudo bem!

Dizia o filósofo Edmunde Burke: "É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentarem-se a favor do público sejam os mais preocupados com o seu bem-estar."

Burke jamais conheceu o Brasil, ou teria incrementado sua tese com alguns palavrões.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Nome de rico, nome de pobre

Estou com preguiça de abordar temas mais sérios e complexos, portanto sigo com temas frívolos ou sem grande importância para o leitor. Uma discussão no blog tradicionalista View from the Right chamou a atenção para o tema dos nomes.

Sabe-se que muitas vezes os pobres costumam escolher nomes bem "criativos" para seus filhos: Valdisney, Francisleidy, Avagina, Uéliton, etc. O mesmo ocorre, com variações, entre as classes baixas americanas, seja no gueto negro (Shaquanda), seja na fazenda redneck (Winchester).

Porém, o curioso é que também entre os ultra-ricos, em especial entre as celebridades da mídia, os nomes bizarros estão se tornando cada vez mais comuns. Como já estamos em 2011, fica difícil colocar a culpa nos velhos hippies e suas drogas alucinógenas.

Já tínhamos a Suri do Tom Cruise e a Apple da Gwinnet Paltrow, entre tantos outros. Robert Rodriguez não perdoou nenhum de seus quatro filhos: são Rocket, Rebel, Rogue e Racer. No Brasil, temos a Sasha da Xuxa, e Zaion e Krizia, filhos de Fábio Júnior.

Agora a Alicia Silverstone resolveu dar a seu filho o nome de Bear Blu (algo como urso azul).

O que explica esses nomes? Imagino que a idéia de torná-los únicos e originais e, por extensão, afirmar que a criança também será única e original -- não um João ou William qualquer.

O problema é que um nome "criativo", além de submeter o indivíduo a uma vida de gozações, também termina limitando as suas possibilidades. Bear Blu talvez seja um ator, um decorador de interiores ou um cantor de rock; mas provavelmente não será um gênio das matemáticas ou um famoso homem de negócios.

Será que os nomes condicionam destinos? O que há de diferente, afinal, em um nome inventado como Zaion e um nome comum como Paulo? Chamar alguém de "Maçã" (fruta) é tão diferente de chamar alguém de "Rosa" (planta)?

Acho que a diferença é a tradição. Associamos certos nomes com certas personalidades históricas ou biblicas, com nossos antepassados, com certas categorias étnicas ou até classes sociais. Um nome revela o futuro que você imagina para a criança a partir do passado associado a esse nome. Nomes "originais" e "criativos" apenas refletem uma idéia superficial do momento, seja um jogo de palavras ou uma homenagem de gosto duvidoso, além de mostrar incapacidade de imaginar o futuro. Um bebê chamado Bear Blu é uma gracinha; um quarentão com o mesmo nome, não tanto. É um ato de vaidade dos pais, que transformam o próprio destino da criança em uma cruel brincadeira.

Porém, talvez o fim do tradicionalismo conservador indique o fim dos nomes tradicionais. Antigamente, imigrantes costumavam modificar o seu nome para adaptá-los ao novo país. Hoje, essa não é mais a regra: o nome mais comum em Londres é Mohammed. Mesmo em Hollywood, atores de origem estrangeira ou de pronúncia difícil costumavam americanizar seus nomes. Hoje eles preferem dar a seus rebentos nomes multiculturais. Sinal dos tempos.

Qual nome você vai dar ao seu filho?

"Bear Blu o caralho! Agora meu nome é Zé Pequeno!"

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Bio-hackers

Um tema diferente hoje. Por acaso, um artigo chamou minha atenção para o fenômeno dos "bio-hackers", ou os hackers do mundo da engenharia genética. Inspirados pelos hackers do mundo da computação, só que trabalhando com o código genético, eles querem tirar a engenharia genética das mãos dos laboratórios especializados da Big Farm e trazê-la ao alcance do homem comum.

As grandes revoluções no mundo da informática foram realizadas longe das grandes empresas, por jovens que nem terminaram seus estudos. É possível que, da mesma forma, uma revolução biogenética comece na garagem de algum bio-nerd

A maioria de nós associa a manipulação genética a histórias de horror, novos doutores Mengele e Frankenstein. Mas quem disse que precisa ser assim? O DNA é uma linguagem como qualquer outra, e logo poderá ser utilizada em "novas aplicações", algumas das quais poderão salvar vidas. Bactérias que curam câncer? Quem sabe...

O problema mesmo vai ser quando a manipulação genética começar a mexer com o genoma humano. Se já há calafrios quando proteínas do leite humano são adicionadas ao leite das vacas, imagine quando alguém decidir modificar o código genético de seres humanos. Porém, a questão persiste: se fosse possível tornar o homem menos violento e mais inteligente através de uma pequena mudança genética, deveríamos fazê-lo? E se fosse possível escolher a raça ou a futura orientação sexual do seu bebê, isso seria bom ou ruim?

Bem, está aí a Lei de Murphy que nos deveria deixar sempre com um saudável pé atrás. Por outro lado, sou a favor de colocar o conhecimento ao alcance de todos, ao invés de torná-lo monopólio do Estado ou de pequenos grupos poderosos.

Aliás, para quem não sabe, o MIT oferece cursos online grátis (em inglês) para quem não pode ir à famosa universidade mas quer estudar robótica, computação ou até genética. 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Em quem você confia?

Pairam dúvidas sobre como morreu Obama: a primeira versão dizia que ele tinha tentado reagir e fora morto. Agora afirma-se que ele não teria arma nenhuma e teria sido executado na cama, indefeso. Como não fizeram autópsia, jamais dará para saber o que aconteceu. Uma das teorias mais interessantes é que Obama seria, na verdade, um prisioneiro dos paquistaneses, que finalmente o entregaram aos EUA em troca de alguma coisa. 

Porém, as dúvidas sobre a morte de Osama não são casuais: são propositais e têm, na verdade, uma grande utilidade. Por exemplo, agora a Casa Branca afirma que além de fotos tem um vídeo e uma série de documentos obtidos no bunker de Osama, mas está aguardando o "momento propício" para liberá-lo. É praticamente uma confissão: está na cara que as informações, por poucas e contraditórias que sejam, vão ir sendo liberadas a conta-gotas para tirar o máximo proveito eleitoral. Isto, no fim das contas, não tem nada a ver com a "guerra ao terror", e tudo a ver com as eleições de 2012.

Como sabemos que Obama realmente morreu, ainda mais agora que a Casa Branca afirmou que não divulgará as fotos do corpo? A única garantia que temos é a palavra do governo americano e da mídia. Dá para confiar? 

Há poucos dias atrás, a dúvida era em relação ao certificado de nascimento de Osama. A questão foi resolvida com a emissão de uma imagem digital do certificado. Resolvida? Na era do Photoshop, imagens digitais podem ser manipuladas, e jamais são 100% confiáveis. 

Mas e se fosse um documento real, mostrado na frente das câmeras em uma coletiva de imprensa? Mesmo assim, haveria quem não acreditaria. Afinal, o Governo está no ramo da produção de documentos. Um documento "falso" seria indistinguível de um verdadeiro.

O que estou querendo dizer é que tudo na vida em sociedade é uma questão de confiança. Mesmo o dólar é apenas um pedaço de papel que só vale enquanto as pessoa confiarem nele. Quando a confiança não existe mais, impérios ruem.

Quando o poder torna-se demasiado secreto ou hermético, passamos a não mais acreditar em suas declarações. Stalin costumava apagar seus desafetos das fotos, mas isso não enganava ninguém. Todo mundo sabia quem estava morto; todo mundo sabia que as estatísticas sobre a economia soviética eram mentiras deslavadas.

Será que o Governo Americano chegou no mesmo ponto? Talvez, mas quem é o Governo Americano? A foto abaixo é bem engraçada:



O comentário da Alt Right reproduzido na Dextra é que "se tivesse um boné, poderia ser confundido com um entregador de pizza". Realmente, a foto de Obama encolhidinho num canto, divulgada pela própria Casa Branca, é estranha. Até Hillary parece mais interessada na operação do que Obama. Além disso, fora Obama, são todos brancos. Que racistas!

Há quem diga que Obama seja apenas um "laranja", um fantoche politicamente correto. Nesse caso, quem estaria por trás dele? George Soros? Os comunistas? O clube Bilderberg?

Um tema que tem estado em voga é o das Sociedades Secretas. Grande parte dos presidentes americanos foram membros da "Skull and Bones". Há várias outras sociedades exclusivas entre os ricos e bem-conectados, como sabe bem quem assistiu o filme "A Rede Social". Estaria o verdadeiro Poder sendo exercidos em tais sociedades, longe dos olhares da mídia e da população? 

Quando você não confia nas fontes de informação oficiais, teorias da conspiração tornam-se a norma. E não falamos apenas do Governo aqui. A própria grande mídia perdeu sua credibilidade, e perde-a cada vez mais a cada dia.

E como confiar, se a mídia dedica-se cada vez mais a esconder, e menos a mostrar? Toda a vez que alguma turba enfurecida de muçulmanos queima algo na Europa, eles são referidos como "jovens", sem qualquer menção à sua origem ou religião. Também nos EUA, em qualquer crime que ocorre, quase nunca há uma descrição física do suspeito indicando sua raça ou origem (salvo que ele seja branco, aí pode). Afinal, se todas as informações fossem dadas, alguém poderia detectar aí um padrão politicamente incorreto...

De qualquer modo, o problema mesmo é que mundo é muito complexo, e, sendo assim, só podemos ter acesso a uma compreensão parcial deste, por mais que nos esforcemos. Todas as informações, mesmo as dos maiores gênios entre historiadores, filósofos ou analistas políticos e sociais, são incompletas e sujeitas a revisão. Talvez por isso as teorias da conspiração atraiam tanto: dão uma explicação coerente e simples para fenômenos muitas vezes incompreensíveis em sua totalidade, transformando em ordem o caos.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Obama mata Osama

Osama bin Laden está morto.

É o que garantem as agências de notícias e a Casa Branca, e quem sou eu para discordar.

É curioso: Obama, eleito como o anti-Bush, terminou sendo na verdade mais bushista do que o próprio. Realizou mais bombardeios no Oriente Médio. Matou mais civis. Continuou mantendo terroristas presos em Guantánamo. Não só continuou a presença militar nos EUA e no Afeganistão, como entrou em ainda mais uma parada, a Líbia. E, agora, matou Osama em uma operação militar em um país supostamente aliado, o Paquistão. Tudo sob o mais incrível silêncio da mídia e das multidões. Cadê os protestos pacifistas?

Na política interna, no fundo tampouco mudou tanto assim, só mudou o grau. Se Bush começou com os deficits e os bailouts, Obama triplicou-os. Se Bush abriu as fronteiras aos mexicanos, Obama escancarou-as. Se Bush deu a mão ao príncipe saudita e afirmou que "O Islã é da Paz", Obama ajoelhou-se e beijou seu anel. 

Vamos admitir: Obama é um neocon.

O que isso prova, acho, é que em política aparência é tudo, essência é nada. Fora algumas extravagâncias como o plano de saúde e outras comunices, Obama continuou as mesmas políticas de Bush, mas, sendo negro e Democrata, ninguém sequer deu conta.

Isso prova também o seguinte: nem Bush é de "direita", nem Obama é de "esquerda". Ambos são duas caras da mesma moeda. Filhos do poder global.

A diferença talvez esteja nos detalhes: por exemplo, leio agora que a Casa Branca garantiu que "o corpo de Obama está sendo tratado de acordo com as práticas islâmicas". Mate, trucide e bombardeie terroristas como é certo e justo, mas depois garanta um enterro politicamente correto.

Vivemos em tempos interessantes. Quem viver, verá.



Atualização: A única foto que tem até agora do cadáver de Obama é uma grosseira falsificação:



O Governo Americano garante ter fotos do corpo, mas está hesitando em divulgá-las "devido ao seu conteúdo forte". E o tal "ritual muçulmano" de "enterrar no mar"? Isso não existe. Mas entende-se que não seria enterrado em uma cova para não criar um ponto de peregrinação para terroristas.