sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ódio à burguesia, ódio à realidade!

Parece estar havendo polêmica em São Paulo com o fato de que alguns moradores do bairro Higienópolis serem contrários à criação de uma nova estação de metrô lá. O Sakamoto escreveu sobre o assunto, naturalmente destilando ódio contra a "burguesia" e contra São Paulo, cidade que ele ama odiar. O Reinaldo Azevedo, que mora em Higienópolis, também tocou no tema, de modo mais sensato, explicando não apenas a questão do anti-semitismo como o fato de que o bairro já é bem servido de estações de metrô.

Porém, confesso que o que achei mais ilustrativo de tudo foi este breve intercâmbio aqui, entre duas comentaristas no blog do nipo-esquerdista anteriormente citado:

Sandra disse:
Moro em Higienopolis e sou contra metro la. Nosso bairro eh limpo e relativamente seguro – nao precisa de mais nada. Honestamente, gostaria de construir um muro ao redor de Higienopolis e cobrar pedagio pra que nao-moradores entrem la.
  • Mari José disse:
    Espero sinceramente que sua casa seja assaltada e sua familia refem de algum marginal.

Acho que o diálogo reflete bem, por um lado, a tentativa de isolamento dos que têm mais, e, por outro lado, o ódio que certas pessoas - invejosas? recalcadas? - sentem daqueles que conseguem se isolar um pouco que seja do caos geral. Não, essas pessoas tão cheias de ódio, que desejam aos outros assaltos e morte, não são pobres. Os muito pobres raramente sentem ódio dos ricos, afinal, trabalham para eles e vivem deles. Se tem alguém que os insufla a odiar a "burguesia" são os revolucionários, que querem mesmo é destruir tudo de vez.

Porém, agora que penso, acho que o ódio que muitos sentem não é contra a tal "burguesia", mas sim contra a realidade. Sua visão de mundo não é baseada no mundo real, mas no "mundo como ele deveria ser". "A vida não é justa!", choram e esperneiam, como se isso fosse mudar alguma coisa.

O próprio Sakamoto repete em seu texto um mantra esquerdista que já ouvi várias vezes: "Se a cidade não é de todos, não será de ninguém".

O que diabos significa isso?

Eles preferem mesmo que seja "de ninguém", isto é, a destruição total, a que alguns tenham um pouco a mais do que outros? Se não a (utópica) igualdade, então a morte. Se não posso ter o brinquedo, então vou quebrar ele!!

Até Lula meteu sua colher, querendo insuflar o ódio de classes e afirmando que os moradores de Higienópolis tem "preconceito contra pobre".

Assim como há quem tenha preconceito contra pobre, há quem tenha preconceito contra rico. Se os moradores da favela, que não pagam IPTU e constróem ilegalmente, podem reivindicar seus "direitos", porque motivo a classe média alta que paga mais imposto do que todos, não teria direito às suas próprias reivindicações?

E por que razão a classe média ou média-alta daquele bairro não quereria uma parada de metrô ali? Será que teria algo a ver com a possibilidade de acontecer um arrastão e tiroteio entre os vagões, ou isso seria mera paranóia de burguês?

Muitas vezes acusa-se a classe média de querer se "segregar"; de morar em bairros afastados da gentalha. Ora, é claro que quer! E de preferência atrás de altos muros e sistema de alarme.

Se vivêssemos em um país no qual as pessoas não roubam nem assaltam nem estupram, talvez haveria de fato menos preconceito contra pobres. Não sendo o país assim, às vezes fica preciso generalizar.

No mais, é o seguinte: querer igualdade é uma utopia inútil. As pessoas não são iguais, e nunca vão ser. A sociedade brasileira, por razões que seria inútil discorrer aqui, jamais vai ser igualitária. 

E como poderia, se os que mais gritam pela "igualdade" são justamente aqueles que ganham mais de 20 mil por mês em cargos de promotor ou deputado, que têm direito a escolta armada enquanto querem desarmar o cidadão, que tomam vinho Romanée-Conti com o dinheiro do contribuinte enquanto exaltam o cheiro do povo?

De fato, eles não são burguesia, são aristocratas, são comissários soviéticos!

No Brasil, ser rico é pecado - a não ser que seja com o dinheiro público. Aí, tudo bem!

Dizia o filósofo Edmunde Burke: "É um erro popular muito comum acreditar que aqueles que fazem mais barulho a lamentarem-se a favor do público sejam os mais preocupados com o seu bem-estar."

Burke jamais conheceu o Brasil, ou teria incrementado sua tese com alguns palavrões.

19 comentários:

Anônimo disse...

Vejam esse vídeo sobre o posicionamento do Pr. Daniel Sampaio a respeito da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a sua validação da união homoafetiva como entidade familiar, abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=WIf1-qsVQ7g&feature=youtube_gdata_player

Gunnar disse...

Como o Reinaldo aponta, dizer que Higienópolis recusou o metrô é simplesmente mentira. Já há várias estações ao redor e vai ser feita uma bem no meio. Apenas em outro lugar.

Mr X disse...

É tudo uma falsa polêmica, criada com o intuito de promover o "ódio de classes".

E outra: quem é Lula para falar a favor dos "pobres"? O Lula vive falando que é o "presidente operário", mas há muito deixou de ser "operário" (aliás nem era operário, mas sindicalista). Subiu de vida, hoje cobra 200 mil por meia hora palestra, seus filhos enriqueceram graças às benesses do poder e obtiveram até passaporte diplomático.

Quem é ele pra falar em nome dos pobres? Que volte pra Garanhuns!!

iconoclastas disse...

essa controvérsia é oportuna, mas o diálogo das mocinhas é apenas caricato.

o que eu gostaria de entender é o pq de nego pensar que os moradores de determinadas comunidades (afinal o termo pode ser exclusivo para favelas) tem menos direitos que os de outras?

a mobilização para a não abertura de uma estação do metrô (a menos de 1km de outra) não é apenas legítima, mas até útil.

vejam bem: 1 parada a menos, menor tempo percorrido pelo trem; conta de energia menor; menos funcionários a serem contratados; maior exercício feito pelos usuários, menos ônus para o sistema de saúde; há ainda a questão de desapropriação ( não sei se é verdade) que exigiria mais recursos. enfim, há uma série de justificativas para a não abertura de uma nova estação a qual o governo pode recorrer.

um pouco mais sério: para os moradores do bairro, ainda que tudo isso acima seja verdade - e é, mas pouco importa, gostem os de fora ou não, aqueles tem todo o direito de se manifestar e recorrer aos meios legais para evitar algo que eles, seja lá qual o motivo, julgam inconveniente. é básico. e os que sentirem prejudicados com a decisão final, idem. lamentável é esse comportamento de guardiães exclusivos do bem e da justiça.

;^/

iconoclastas disse...

ooops...

(afinal o termo NÂO pode ser exclusivo para favelas)

maisvalia disse...

Bom post Mr X.

Cadê o AN.

Como ele vai enfiar o OC neste???

Mr X disse...

O AN está pensando que nome dar ao seu filho: Olavinho ou Olavão?

Dom Moleiro disse...

Isso é realmente uma tentativa de jogar povo contra o que oe merdas dos revolucionários chamam de burgueses .E o Decálogo de Lenin sendo cumprido à risca .
Abraços

Anônimo disse...

Mas é de um ódio tão baixo, tão mesquinho, tão desprezível...

Eu não sou morador de bairro rico (looonge disso), não sou nem de SP, e não vejo o menor problema em alguma comunidade cerrar-se em muros.

Como explicar esse sentimento?

Quero dizer: eu sei que é pela inveja. Mas a pergunta deve ser entendida dessa forma: COMO ELES EXPLICAM ESTE SENTIMENTO A SI MESMOS?

Esta pergunta leva a outra: será que eles TENTAM explicar esses sentimentos a si mesmos? Será que eles mantêm o hábito de falar com suas próprias consciências?

Quando queremos nos autoenganar fazemos algum "malabarismo lógico" e tentamos explicar isso a nós mesmos. Mas neste caso a irracionalidade é tão evidente que fica difícil entender como isso é possível.

No final das contas este é o defeito fundamental de todo comunista/progressista: a supressão do foro íntimo.

O Olavo de Carvalho certa vez escreveu uma frase memorável sobre o prof. Safatle (http://www.olavodecarvalho.org/semana/100903dc.html) a qual, penso eu, aplica-se, em graus variados, a todo comunista ou progressista: mantêm suas consciências limpas porque não entram em contato com elas.



Abraço Mr X, e continue com o ótimo blog.

Anônimo disse...

É mais uma polêmica canalha lançada pela repórter esquerdista da Folha, Laura Capriglione. Funciona assim: a FSP dispara o factóide, as redes sociais bombam o assunto, destilando todo o ódio contra a vítima e os jornalistas esquerdistas dos outros meios de comunicação repercutem o assunto. Até o Chico Pinheiro, no SPTV da Globo, ao meio-dia, entrou na onda, com aquele jeito cajeste da esquerda festiva. Jornalismo brasileiro é esse lixo mesmo, feito assim na coxas. Todo jornalista tem um prazer sexual e orgástico em ser idiota útil da esquerda. Muitos inclusive vomitando anti-semistismo.
Fernando José - SP

Chesterton disse...

A questão mais importante, que o nipo-leftist não vê (ou finge), é que os bandidos dos quais a classe média quer se proteger legitimamente tem entre suas maiores vítimas os mais pobres que eles.
O coitadismo e o banditismo vêm lado a lado.
Agora no Rio deram de atacar passageiros em trens de metrô em movimento. A culpa é do cabral, que pensou que poderia espantar bandidos em vez de prendê-los. E a culpa é das vítimas, que tem pena dos "coitadinhos".

Chesterton disse...

iconoclasta tem ótimos argumentos

Mr X disse...

Esta porcaria de Blogger está cada vez pior. Fez até desaparecr os posts do AN...

É claro que os mais pobres são as principais vítimas de bandidos. A classe média tenta ao menos se isolar ou sse proteger, ainda que os poderes públicos tentem desarmá-la a todo custo.

Mas juízes, deputados, etc, moram em casas super-seguras e tem escolta armada protegendo-os. Por quê? Não é essa uma "desigualdade" muito maior?

Talvez os gritos desejando "igualdade" entre a classe média e os pobres seja apenas para disfarçar a disparidade ainda maior entre os aristocratas da política e o resto.

Mr X disse...

Interessante: o tal café "fair trade" (não sei se essa moda chegou ao Brasil) na verdade não é tão "fair trade" assim. Aliás, é um conto do vigário:

http://www.nationalpost.com/news/Fair+trade+coffee/4782606/story.html

Microempresário disse...

X, assisti uma palestra sobre o tal do "comércio justo", alguns anos atrás. Achei uma das mais descaradas mentiras coletivas já perpetradas.

Basicamente, consiste em fundar uma ONG no primeiro mundo e dar a ela uma imagem de protetora dos pobres, da ecologia, do planeta e dos bichinhos em extinção. Aí você compra o produto de produtores miseráveis do terceiro mundo e vende com lucros altíssimos em países da Europa. Os consumidores ficam satisfeitos, porque junto com o produto compram uma consciência tranquila. E os produtores miseráveis do terceiro mundo, além de vender para você pelo preço que vc determina, ainda tem que pagar pela "certificação", que só pode ser feita por alguém que vc mesmo indicou.

Microempresário disse...

O que eu achei divertido nesta história foi o seguinte:

- O governo apresenta um estudo para uma obra.
- A comunidade envolvida se opõe, e apresenta um abaixo-assinado com argumentos.
- O governo acata os argumentos e atende o pedido da comunidade em questão.
- O Ministério Público pede explicações ao governo por ter atendido o pedido !!!!!

maisvalia disse...

Peço permissão para dizer:

SAAAAAAAANTOOOOOOOOS

SEMPRE SANTOS!

DENTRO E FORA DO ALÇAPÃO.

Anônimo disse...

"Não, essas pessoas tão cheias de ódio, que desejam aos outros assaltos e morte, não são pobres. Os muito pobres raramente sentem ódio dos ricos, afinal, trabalham para eles e vivem deles. Se tem alguém que os insufla a odiar a "burguesia" são os revolucionários, que querem mesmo é destruir tudo de vez. "
..................................
NÃO SEJA INGÊNUO RAPAZ -EU SOU DE CLASSE MEDIA BAIXA ,E O QUE MAIS EXISTE ENTRE "NÓS" E A INVEJA EM FORMA DE ÓDIO DE QUE TEM UM POUCO MAIS,PRINCIPALMENTE SE ESTE FOR BRANCO!
.
O RAP ESTA AI COMO PROVA DO ÓDIO QUE A PERIFERIA SENTE DA BURGUESIA!

QUANTO AOS JUDEUS :ESTA MAIS DO QUE NA HORA DELES PROVAREM DO SEU PRÓPRIO VENENO .

Mr X disse...

O AN foi embora, e agora veio um anônimo que GRITA. Por favor não escrever tudo em caps.

A periferia rapeira sente ódio da burguesia, mas acho que é um sentimento manufaturado e recente. Não era assim antes, veja as letras de samba antigas que eram sobre amor e tal. E o rap (e o funk) bem como essa atitude foi importada dos negros americanos. Aliás na França quem faz rap com letras odiosas são em sua maioria os árabes.

A inveja faz parte do ser humano. Mas nem todas as pessoas têm ódio ou transformam isso em agressão. Talvez seja sorte mas sempre tive relações cordiais com pessoas de outras classes e raças, sejam mais pobres sejm mais ricas. O problema mesmo foi com vizinhos do mesmo edifício e mesma condição social.

Na minha experiência, a inveja e ódio se dá mais entre os iguais ou quase iguais do que entre os muito diferentes. Mas posso estar enganado.

Sim, há marginais que odeiam os mais ricos e traduzem isso em violência mas essa é uma outra história, não é o que eu estava falando aqui.