sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Secularismo ou anticristianismo?

As notícias da Inglaterra são deveras preocupantes.

Hoje Geert Wilders, crítico do Islã mas que jamais pregou violência alguma, foi impedido de entrar no país. Enquanto isso, mais de 2.000 suspeitos terroristas islâmicos que pregam a violência e planejam atentados, andam pelo país leves, livres e soltos.

Aqui o discurso que Geerts teria dado na Inglaterra. É tristemente irônico, em especial suas primeiras linhas elogiando o antigo esplendor britânico.

Como entender esse gesto se não como uma capitulação ao Islã?

Em face a esse crescente perigo, os ateus membros da congregação dawkinsista preocupam-se em colocar anúncios em ônibus informando às pessoas que devem aproveitar a vida, pois Deus não existe. Desconsiderando o fato de que seja perfeitamente possível aproveitar a vida acreditando em Deus, será que o Deus que eles criticam é também o Deus dos muçulmanos, ou apenas o Deus dos cristãos e judeus?

Tenho motivos para crer que o que vemos na Inglaterra não é tanto ateísmo ou secularismo, como um calculado anticristianismo. Enquanto tentam apaziguar os muçulmanos, atacam os cristãos.

Recentemente, a enfermeira cristã Caroline Petrie foi suspensa e quase perdeu seu emprego em um hospital inglês por ter perguntado a uma paciente se queria que "rezasse por ela". A paciente recusou, a enfermeira não rezou. Caso encerrado? Não. A enfermeira foi suspensa e quase perdeu o emprego por, de acordo com seus patrões, não ter-se empenhado o suficiente em seguir as diretivas de "igualdade e diversidade".

O que é essa famosa "diversidade"? Será que é parecida com a "harmonia comunitária" que impediu Geerts de entrar no país? E o cristianismo, não faz parte da tal "diversidade"? Pelo jeito, não.

Em outro caso similar, uma mulher cristã que cuidava de uma garota muçulmana perdeu a guarda da garota porque esta, muçulmana, decidira converter-se ao cristianismo. As autoridades consideraram um desrespeito à fé muçulmana, muito embora a garota afirme que tenha escolhido se converter por sua livre e própria vontade. Agora a garota foi enviada de volta à sua família muçulmana - da qual, pasmem, tinha escapado por ter sofrido molestamento sexual. Para as autoridades inglesas, é melhor que seja abusada sexualmente do que seja cristã.

Alguns acham que é irracional acreditar em Deus, e talvez seja. Por outro lado, é igualmente irracional acreditar no ateísmo como uma forma mais racional de vida que nos levaria a todos a uma sociedade melhor. O que é essa tal "igualdade e diversidade", novo Deus das autoridades inglesas, se não uma idéia completamente irracional, mais irracional do que a crença em qualquer ser sobrenatural?

O ateísmo militante anticristão não vai criar uma sociedade de ateus - vai apenas apressar o triunfo do islamismo.

Atualização: Esclarecendo, antes que apareça alguém pra criticar: o governo da Inglaterra, naturalmente, não é "ateu", mas é um governo de centro-esquerda empenhado - em nome do secularismo - em forçar a aceitação do islamismo ao mesmo tempo em que - talvez simplesmente por serem um alvo mais fácil, ou por serem associados com o conservadorismo - ataca os cristãos que de algum modo se "intrometem" com o secularismo do Estado.

Não vai aqui uma crítica aos amigos ateus leitores do blog. Considero que cada um deve ser livre de acreditar ou não naquilo que quiser e, de fato, não sou uma pessoa religiosa. Porém, observo o que ocorre na prática: pelo medo à violência, práticas ou imposições muçulmanas são cada vez mais aceitas em nome da "liberdade de expressão", enquanto as práticas cristãs, ou judaicas, ou de mera crítica ao terrorismo ou de apoio a Israel, terminam sendo banidas em nome da "harmonia comunitária". Mas convenhamos: esse papo de harmonia é apenas um eufemismo para o medo. A violência funciona. O terrorismo funciona. (Um caso sintomático foi quando uns poucos manifestantes pró-Israel em Londres foram proibidos de exibir sua bandeira em público em uma manifestação, pois poderiam "gerar violência". Notem bem, a violência que eles "gerariam" seria violência dirigida contra eles próprios por manifestantes pró-palestinos.)

Aliás, Geert Wilders é ateu.

Rogai por nós pecadores.

12 comentários:

Fabio Marton disse...

Équis, mas qual é a relação entre ateísmo e mandar a moça viver com a família por ter deixado de ser muçulmana? Um cara que defende isso segue a religião do politicamente correto, como os ateus comunistas - cujo problema não era serem ateus, era serem comunistas. Geert Wilders e Hirsi Ali são ateus, pombas.

O que é ingenuidade dos ateus da Europa é achar que os islâmicos estão igualmente dispostos a ouvir esses recados frívolos quanto os cristãos de fachada. E também acharem que as religiões são iguais e que seu maior problema é a crença em figuras fictícias, não suas doutrinas que fazem a cabeça de toda a sociedade, ateus, carolas ou desviados. Por exemplo no Islã, o problema não é Deus, é o profeta Maomé. É há um certo nhenhenhém vitimista e coitadinho que permeia o cristianismo, talvez por isso tenha levado tanto cacete do Islã até dominar armas melhores - quem sabe pela proteção que ofereceu a seus coitadinhos nhenhenhé.

Mr X disse...

Hihihi, sabia que o pessoal ateu ia reclamar. Coloquei um esclarecimento abaixo. :-)

Fabio, você acha que é possível uma sociedade fundada sob princípios totalmente ateus e/ou racionais? E, se possível, quais seriam esses princípios exatamente? O secularismo significa algo além de separação entre Igreja e Estado? Ha separação entre Igreja e Estado quando o governo inglês proíbe alguém como Geert Wilders de entrar no país por criticar uma religião?


Achei interessante o que você falou sobre Deus e Maomé. A diferença entre Islã e Cristianismo é a diferença entre Jesus e Maomé - mesmo que não se aceite a qualidade divina de um e de outro, analise suas vidas (ou, vá lá, suas respectivas historinhas mitológicas) e verá uma incrível diferença, que se mantém até hoje.

Anônimo disse...

"O ateísmo militante anticristão não vai criar uma sociedade de ateus - vai apenas apressar o triunfo do islamismo."

Perfeito!
A frase que vai aí acima sintetiza todo o texto.
Parabéns!

Fabio Marton disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabio Marton disse...

Hmmm... talvez os estóicos na época de César já fossem uma sociedade "atéia". Quanto ao povão, era e é outra história. E aí a gente chega na questão de verdade: ninguém duvida de gente como eu, Dawkins ou Hirsi Ali pode ser atéia sem ser um perigo para a sociedade. O que não se tem certeza é se o Zé Arruela da borracharia também pode ser. Ou, por outra perspectiva, simplesmente se Zé Arruela pode ser ateu, se não vai preferir se juntar aos cultos malucos e perigosos de David Koreish, Reverendo Moon ou Jim Jones.

Mr X disse...

Esse Zé Arruela é um perigo...

Hehe, na verdade, acho que não, acho que o perigo mesmo é que sempre tem alguém que sempre quer dizer ao Zé Arruela o que ele deve fazer. Acho que poderia existir uma sociedade ateísta, mas não sem valores - que não é o que a sociedade baseada exclusivamente na "diversidade" propõe. Quem propõe diversidade propõe justamente a negação de qualquer valor, pois tudo é igual, o importante é só que tenha um pouco de tudo.

O Ban-Ki-Moon da ONU será que é parente do Reverendo Moon?

Mr X disse...

Mudei o título, acho que ficou mais claro. Ou não, não sei.

Anônimo disse...

Ser ateu não necessariamente significa ser ateísta. O ateísmo militante é praticamente uma outra religião, com suas alas de fanáticos e fundamentalistas. Sou ateu mas meu procedimento é mais pautado pela ética e pela moral cristã do que o de muito carola por aí.

Nei

Anônimo disse...

Nesse assunto, o X se enrola todo. Como bem disse o Marton, os estóicos já tinham dado pistas ao Dostoievski, ele que parece não ter notado...Além disso, o ateísmo nega qualquer divindade, seja ela cristã, islâmica ou judia. Já leu os livrinhos de Dawkins ou Hitchens? Pegam pesado no islã. De novo com o Fábio: Wilders e Ali são ateus, oras.

Kbção

Anônimo disse...

Nesse assunto, o X se enrola todo. Como bem disse o Marton, os estóicos já tinham dado pistas ao Dostoievski, ele que parece não ter notado...Além disso, o ateísmo nega qualquer divindade, seja ela cristã, islâmica ou judia. Já leu os livrinhos de Dawkins ou Hitchens? Pegam pesado no islã. De novo com o Fábio: Wilders e Ali são ateus, oras.

Kbção

Anônimo disse...

Não se preocupem, seres idiotas que creem em deus... Essas crenças irracionais ainda vão durar muito tempo. Islã, judeus, cristãos, tudo gente irracional e estúpida que ainda vai matar muito por causa da religião ...

Mas tenha certeza: deus não existirá em 300 anos ... O avanço científico será a base para uma sociedade atéia altamente funcional e competitiva.

Como vocês, nem eu (infelizmente) estaremos vivos para ver e como não há paraíso lá em cima para assistir de camarote ... Não devem se preocupar: vocês terão ainda muita ladainha pra proferir. Gente como eu, coitados, teremos que aturar ainda muita merda expelida da boca dos crentes como vocês aqui neste blog ...

Anônimo disse...

Você está erroneamente acusando os ateus como responsáveis por esta perseguissão aos muçulmanos.
Mas se equece de que na Inglaterra a maioria da população é cristã( teísta)

Dados estatísticos:
cristã (anglicana, católica romana, presbiteriana, metodista)71,6%
muçulmana 2,7%
hindu 1%
outras 1,6%
não-especificadas ou nenhuma 23,1%

Os EUA que discriminam os muçulmanos tão ou mais do que a Inglaterra após os atentados em11de setembro tem 78.5% de cristãos.

Sem falar que o país que mais discrimina os muçulmanos é majoritariamente teísta: Israel

Os que mais discriminam os muçulmanos no mundo todo são os teístas.
Os ateus, pelo contrário, são muito mais tolerantes.
Acusam o Dawkins de intolerante só pelo fato de ele estar defendendo seu ponto de vista, sua visão, sua opinião, mas os teístas/religiosos não são sensatos o suficiente para tolerar um pensamento contrário ao seu.
As religiões, por outro lado, praticam a intolerância contra o ateísmo a séculos, mas ninguém reclama quando um religioso xinga ateus.
Atualmente os ateus começaram a "sair do armário", estão apenas defendendo seu ponto de vista o que enfurece os religiosos e acham que a expressão de uma opinião contrária à sua é sinal de intolerância.