terça-feira, 26 de agosto de 2008

Notas soltas sobre o aborto

Nem vou me deter agora na questão da moralidade do aborto, apenas observar as incríveis mentiras com as quais a campanha pró-abortista avança no mundo todo.

Do Oiapoque ao Chuí, de Buenos Aires a Lisboa, ativistas pró-aborto falam em milhões de abortos ilegais, milhares de mortes de mulheres em abortos ilegais mal-sucedidos.

Mentira, tudo mentira.

Os números utilizados para legalizar o aborto nos EUA nos anos 70 foram todos manipulados. Para convencer o público os ativistas mentiam descaradamente, diziam que ocorriam “milhões” de abortos ilegais no país, quando ocorriam apenas alguns milhares. Hoje a mesma técnica é utilizada, desconfie de qualquer número que ver… Como eles fazem para contar o número de abortos, se é ilegal?

Um dos responsáveis pela campanha abortista americana arrependeu-se, converteu-se ao catolicismo e assumiu que era tudo invenção. A propaganda era a alma do negócio. Uma mentira repetida muitas vezes...

O aborto, “direito”? Pode ser, mas se for é o direito mais triste que existe. As primeiras feministas eram contra o aborto. Porque sabiam que a maioria dos abortos ocorre por imposição dos maridos, namorados ou pais… Socidedade patriarcal, etcétera. Depois o aborto virou moda. Nunca entendi bem por que. Com tanto jeito mais fácil que tem de evitar a gravidez hoje em dia?

O aborto é uma indústria que gera bilhões de dólares por ano nos EUA. Um bilhão de dólares anuais ganha só a tal Planned Parenthood, maior rede abortista americana. Óbvio que eles querem que o número de abortos aumente. Curioso que contra esse capitalismo nenhum esquerdista proteste.

A luta pelo "direito" ao aborto (Como se alguém pudesse ter algum prazer em abortar) faz parte de um movimento que desvaloriza a vida humana, que acha que esta nada tem de sagrado e é igual a todas as outras vidas, de camelos, vacas, ratos, vírus. É igual a tudo, e portanto igual a nada.

De acordo com os utilitarianistas extremos, para evitar o sofrimento (viver, afinal, é sofrer) devemos encontrar um jeito indolor de matar toda a humanidade. Só a não-existência alivia o martírio eterno da vida. Diz uma velha piada judaica: "O melhor mesmo era nunca ter nascido. Mas quem tem essa sorte? Nem um em um milhão."

Ou como diria Brás Cubas: "Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseqüentemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."

E por falar em Machado de Assis, fosse hoje, Capitu teria abortado, ou tomado a pílula RU-486 depois de transar com o Escobar, e estaria tudo resolvido na mais santa paz.

6 comentários:

Anônimo disse...

Direito ao aborto não tem relação com prazer de abortar. Não existe prazer nisto. É uma escolha. É a luta pelo direito de ter uma escolha. Não é obrigatório...
Quem não tem valores religiosos, vê o aborto de outra forma.

Da mesma forma, quem não tem valores religiosos vê a Igraja de forma absurda, inacreditável.
Como no caso das célula tronco, onde descartar os embriões que não vão nascer, também desvaloriza a vida, etc, mesmo que esta tecnologia venha a salvar milhões, incluindo os católicos...
Preservativo para a Igreja? Nem pensar. Pílula? A Igreja não pode permitir...
Se é para viver como na época de Cristo, católico não deveria ter assistência médica no parto. Se complicar e não nascer, é porque Deus não permitiu e ponto.

Mr X disse...

A questão neste post nem é o tema do aborto em si, mas os números absurdos inventados pelo pessoal pró-aborto. Que se seja a favor do aborto até tudo bem em tese, mas será precisa mentir tanto? E se precisa se defender um direito na base da mentira, então vale a pena esse tal direito?

Coisas a se pensar...

Anônimo disse...

Tema delicado, não?

Bem, se os números são reais ou não... eu não sei.
Acho que o vira-casaca que você citou não merece muito crédito nem quando era a favor, nem agora que é contra... Creio que o lobby bilateral é exagerado.

Sei que sempre me revolta ver uma mulher (muitas vezes adolescente) morrer por complicações de abortos clandestinos ou ter sequelas permanentes. E pode acreditar que isto é muito mais comum do que você imagina nas urgências e emergências da vida.
São casos onde a mulher abortaria de qualquer jeito. Se fosse permitido não precisaria morrer por isto.
Não me parece justo decidir que ela TEM que ter o filho e depois não mover uma palha para ajudar a criar esta criança.

Lugar-comum: o companheiro ignorante e bêbado não quer saber se ela está no período fértil, não teve dinheiro para a injeção e já tem 5 filhos para criar. Você consegue visualizar esta realidade?

Outro lugar-comum: adolescente em situação de risco que se prostitui sem proteção (claro, porque o programa custa 2, 5, 10 reais) e engravida (de novo). Consegue imaginar?

Outro exemplo clássico: casos de abortos permitidos por lei. A justiça pode demorar tanto que o prazo ideal se perde. Você realmente gostaria de criar o filho do estuprador da tua companheira? De coração aberto?

Mais algumas coisas para pensar...

A propósito, não quero parecer agressiva, é que esta realidade de perto é muito mais feia que nas estatísticas.

Mr X disse...

Tá certo, tem razão, é um tema complexo e por isso evito fazer julgamentos definitivos. Por ora.

Mas não acho que os argumentos pró e contra sejam só religiosos ou feministas.

Há mulheres contrárias
ao aborto também. Há religiosos a favor.


É complicado mesmo. :-/

E essa realidade aí que você acena, pois é.

Anônimo disse...

Mr X

Realmente temos que amadurecer nossos julgamentos. Sempre.

Não me considero feminista.
Me considero extremamente a favor das liberdades individuais.
E gostaria que o nosso tão falado Estado laico, assim o fosse de fato. Você me compreende?

E... concordo com muita coisa das tuas idéias...
Abs.

Anônimo disse...

Engraçado, em qualquer contexto, não importa de quem venha, quando leio num texto a palavra "abortista" já sei que lá vem besteira.

Mais uma vez funcionou.