quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ambientalistas contra a ciência

Não tenho nada contra (e tudo a favor) do ambientalismo quando é feito de modo sério e responsável. O problema é quando os ambientalistas se metem menos com o ambiente e mais com política. Aliás o fundador do Greenpeace concorda comigo. Num artigo no WSJ, "Porque deixei o Greenpeace", o co-fundador Patrick Moore (sem relação com Michael Moore) lamenta que os ambientalistas tenham deixado a ciência de lado para se meter na política. Como exemplo, cita a aversão ideológica dos ecologistas a certos produtos químicos ou industriais, mesmo quando não há qualquer evidência científica que estes sejam prejudiciais.

Moore, de formação científica, abandonou o Greenpeace quando este apoiou o banimento mundial do uso de cloro na água tratada, idéia estapafúrdia que se tivesse sido levada adiante teria causado milhões de doenças. Hoje seus ex-colegas querem (e em alguns lugares conseguiram) a proibição de certos produtos químicos industriais, como os "ftalatos", contra os quais nada foi provado, causando problemas tanto às indústrias quanto aos consumidores.

Tais campanhas, conclui Moore, são nocivas e distraem o público de problemas ambientais reais.

(Moore não fala no aquecimento global, mas acho que este movimento possui alguns dos mesmos problemas: é mais político do que científico, pois usa a ciência apenas quando lhe convém.)

19 comentários:

Marcelo disse...

X,

Vou fazer o mesmo comentário que o Ricardo C. fez em relação ao seu "Mundo visto pelos leitores": o texto é muito bom. Mas aí veio o último parágrafo...

:-))))

Monsores, André disse...

X,

Você não pediu minha opinião, mas vou comentar, afinal é pra isso que serve a caixa de comentários. Ou não.

Primeiro: concordo com o Darwinista.

Segundo e aí peço ajuda a ele:

O mesmo ocorre em relação aos alimentos transgenicos. Favor não confundirem com "gordura trans" como vejo por aí.

A questão é que ninguém conseguiu provar cientificamente até agora que tipo de malefícios os transgênicos podem trazer. Nem os híbridos, que foram tão criticados pela ONG citada. Por híbridos entenda-se aqueles que são misturados em semente. Semente de um com semente de outro - antes do processo de germinação.

A briga do Greenpeace com a soja transgênica é absurda. A única coisa que concordo é brigarem pela adoção obrigatória da mensagem "Este produto contém alimento transgênico" no rótulo. Acho que o consumidor deve saber o que está ingerindo, mesmo que ele não faça a menor idéia do que seja.

Marcelo disse...

Monsores,

Também acho que o Greenpeace age com paranóia e mistificação em relação aos transgênicos. Porém, quanto aos efeitos ambientais, ainda não existem pesquisas em quantidade suficiente pra afirmar que o plantio dessas variedades é completamente seguro.

Eu acredito que o correto seria liberar o plantio, e obrigar as empresas a financiarem pesquisas de impacto e risco ambiental.

Anônimo disse...

O Greepeace joga contra, é um baita partidão, ou melhor, uma "ONG brasileira de favela" de dimensões internacionais, mas isso todo mundo já sabe... não dá pra tomar esses panacas como referência quando se fala em ambientalismo.

Anônimo disse...

Quanto ao aquecimento global, creio que isso aqui seja leitura obrigatória: http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/secoes/atual_cie.aspx?cod=754

Anônimo disse...

Eu tenho uma saída para o chamado Terceiro Setor, que é como as ONGs gostam de ser chamadas. E, depois de um sério estudo, concluí que:
- as tartarugas estão fugindo das ONGs; já há gente demais para cuidar delas;
- o jacaré do peito amarelo já não suporta ser protegido por rapazes de barbicha e rabinho-de-cavalo e moças que curtem “cantoras intensas” da MPB;
- o índio está cansado de fumar aquele troço e bater o pé no chão só para os antropólogos do complexo PUCUSP curtirem um barato;
- estão faltando negros para tantas vagas no ProUni;

Em suma, É preciso que o tal Terceiro Setor descubra novos oprimidos. Eu tenho uma dica. Que tal proteger um pouco, para variar, o branco pobre, macho, adulto e heterossexual? Tadinhos. Ninguém liga pra eles. Não vêem a hora de ter uma ONG para cuidar dos seus interesses.

O branco pobre, macho, adulto e heterossexual é que é o verdadeiro negro do Brasil.
O branco pobre, macho, adulto e heterossexual é que é o verdadeiro índio do Brasil.
O branco pobre, macho, adulto e heterossexual é que é o verdadeiro micro-leão-da-cara-preta do Brasil.

Anônimo disse...

caros monsa e darwo, nao existe nenhum estudo confirmando a "inoculidade" dos ogm ! primeiro por seu uso ser ainda recente, segundo pq visto o peso da monsanto, ninguém ousaria publicar analises provando que alimentos transgenicos sao perigosos ! na frança agora é proibido plantar milho trans e a identificaçao "clara" na embalagem de produtos trans é obrigatoria ! outro dia comprei uns tomates lindos na feira e simplesmente os esqueci no fundo do fridge...qual nao foi minha surpresa, semanas depois, em encontrar os monstruosos e "inofensivos" tomates com a a mesma aparencia saudavel e fresca....((
por mim, no pasaran !!

Anônimo disse...

tenho vocaçao pra ambientalista, acho que devemos preservar a todo custo, o futuro nao é amanha....ele é em 50 anos....com transgenicos, cloro, pesticidas e outras merdas, até prova do contrario, seremos mutantes monstruosos em algumas geraçoes !
darwo, nao precisa me dar liçoes...))

Mr X disse...

Confetti, nao seja alarmista! Os transgenicos são alimentos como os outros, o homem sempre manipulou a natureza, fez cruzamento de plantas etc. Agora é só mais hi tech. Mas, que é verdade que alguns frutos transgênicos parecem não apodrecer nunca, é verdade, hehe. E têm menos sabor do que os orgânicos, provavelmente. Mas os orgânicos custam bem mais. E, por outro lado, numa época de subida de preços e escassez de alimentos, quando começar a faltar na mesa, ninguém vai se preocupar se é transgênico ou não!

Anônimo disse...

chose, seus argumentos sobre preço e escassez sao os mesmos da monsanto ! vade retro satan !!

sou natureba pereba : so como organigo e meu sonho é grow my own !

Pax disse...

Darwinista, fiquei impressionado com você desconhecer o problema maior dos transgênicos.

É o seguinte, os caras fazem novas plantas, soja, milho etc, que suportam os agrotóxicos. Aí o agricultor deixa de carpir, de roçar e tasca agrotóxico à vontade, porque o seu milho e sua soja suportam. Só que isso:

1 - aumenta a produtividade sim
2 - com o custo do lençol freático poluído
3 - com o custo de envenenamento dos alimentos produzidos

As Monsantos da vida adoram esse assunto. Afinal eles não curam os cânceres depois.

ONGs - ok, há um monte de fraudes aí. É verdade. Mas agora mesmo tô saindo depois do almoço, vou pra mais uma reunião de uma que conserva uma enorme área da Mata Atlântica de São Paulo. Nunca ganhei um puto lá, nem eu nem os outros envolvidos, os conselheiros. Cuidamos de uma área que faz parte da maior área contigua remanescente dessa floresta ameaçada.

Pra vocês pode parecer um absurdo, pra mim é uma luta bonita, difícil, custosa, onerosa, mas extremamente prazerosa.

Hoje dormirei no meio do mato, com onças, antas, mais de 250 espécies de aves, dos últimos grupos do macaco monocarvoeiro, o maior primata das américas, enfim. Cada um com seu cada qual.

Mr X, você é desengonçado.

E parabéns pelo teu texto de ontem.

Mr X disse...

Caramba, Pax!
Cuidado com as onças, e com esse tal macaco carvoeiro aí...

confetti,
será que a monsanto me contrata como seu propagandista? :-)

Anônimo disse...

Eu nem sou contra os trangenicos.

Sou contra ser obrigado a consumi-los.

Tem que ter separação rigida entre estas culturas não somente no campo mas no transporte e processamento.

Tem q ter rotulagem bem clara.

De resto, cada um como o que achar melhor.

Mr X disse...

Também sou partidário do "cada um coma o que achar melhor". Até acho que os alimentos orgânicos possam ter sabor melhor, assim como a comida caseira preparada pela vovó é melhor do os enlatados. Porém, por questões de custo e praticidade, os transgênicos vieram pra ficar. Não dá pra alimentar 6 bilhões de pessoas com a comidinha da vovó. :-(

Quanto à questão dos pesticidas, não tou muito por dentro.

Marcelo disse...

confetti,

darwo, nao precisa me dar liçoes...))

Sinceramente, não entendi o que você quis dizer com isso...

Pax,
compreensível seu espanto, me faltou clareza na redação. Quando comentei sobre os danos ambientais, quis me referir ao fato das plantas serem manipuladas geneticamente, e de que forma esse material genético alterado poderia influenciar espécies selvagens, como pela polinização interespecífica.

Em relação ao uso dos defensivos agrícolas, você está corretíssimo.

Anônimo disse...

darwin, eu nao quis dizer nada, foi pura brincadeira ! ))

Marcelo disse...

confetti, então tá bom!

:-)

Anônimo disse...

darwo, mas quando vc diz
"acho que o Greenpeace age com paranóia e mistificação em relação aos transgênicos"
fico surpresa em ler isso da parte de um biologo ! vc sabe que nao ha testes bankables com humanos...a greenpeace foi obrigada "politizar" sua militancia por razoes obvias...tudo é politico em nossa sociedade...
o coment de pax, concordo 100% !!

Mr X disse...

mentira, confetti! :-P