quinta-feira, 17 de abril de 2008

Tropa de Elite e a guerra assimétrica

Li no outro dia que traficantes nas favelas obrigam as meninas de 12, 13 anos mais bonitinhas a serem suas “namoradas”, sob pena de morte de familiares. No outro dia, um garoto de fora que namorava uma menina da favela, foi capturado por traficantes do CV, torturado, morto, e cortado em pedacinhos. Mutilação em vida de vítimas é extremamente comum. Um traficante contou que cortou o nariz de um jovem de 14 anos com uma tesoura. Outro já jogou bola com a cabeça de um desafeto.

Enquanto o governo petista dá bolsa-ditadura para Ziraldo, Jaguar, e outras “pobres vítimas” da ditadura militar (só enriqueceram com esta), enquanto o número de desaparecidos na tal ditadura light foi de 136 pessoas em vinte anos, o número de desaparecidos sem deixar rastro nas favelas (grande parte deles queimados no “micro-ondas”), nos últimos 14 anos, é de 10.464 pessoas. Ninguém vai compensar os parentes desses aí.

Digo todas essas barbaridades porque sai um filme em que o policial coloca saco de plástico na cabeça, critica os maconheiros, e todo mundo fica em polvorosa. O próprio diretor tem que sair a campo pra dizer que não defende tortura coisa nenhuma, e que o filme "não é de direita".

Mas as ONGs, os jornalistas cocainômanos, os bacanas, os políticos, o pessoal dos “direito zumanos” aceitam essa tirania dos traficantes como a ordem natural. As ONGs, afinal, operam sob a autorização do tráfico, portanto o legitimizam. A tortura e a morte realizada por traficantes, dizem, não pode e não deve ser confrontada à altura. Melhor deixar essa ditadura do tráfico no lugar.

O que eu acho? Que se trata de uma grande ingenuidade, se não maldade mesmo. Trata-se, como se diz no filme “Tropa de Elite”, de uma guerra mesmo. E numa guerra não há inocentes.

Antigamente, “guerra assimétrica” queria dizer que forças não-estatais com menor armamento lutavam contra poderosos exércitos. Hoje, quando os traficantes cariocas estão melhor armados do que a polícia, quando terroristas do Hizballah tem mísseis de longo alcance, tal distinção é inválida. Hoje “guerra assimétrica” significa que um dos lados deve respeitar convenção de Genebra, as leis, evitar morte de civis, não realizar tortura e o escambau; enquanto o outro lado pode torturar, estuprar, colocar a vida de crianças em risco, realizar atentados contra adolescentes, seqüestrar, promover genocídio, e tais criminosos ou terroristas ainda são defendidos pelo esquerdismo mundial, pelos intelectuais e pelos ociólogos bem-pensantes, que dizem que se deve “negociar” com eles ou até “aceitar” a sua presença indefinidamente.

Naturalmente, na prática, isso tudo só resulta em maior selvageria.

Há quem ache que a pobreza causa o crime. É o contrário: em grande parte, o crime é que causa a pobreza.


Atualização: se o Brasil fossem os EUA, alguém estaria ganhando muita grana vendendo milhões de réplicas do Capitão Nascimento e do Caveirão. Afinal, lá ninguém tem problema em vender bonequinho da “tropa de elite” lá deles, a SWAT, ou até da corrupta LAPD. Mas aqui os intelequituais não deixam, pois estaria se promovendo o “fascismo” entre as crianças... Melhor elas serem aviãozinho dos traficantes e brincarem com armas de verdade...


4 comentários:

Anônimo disse...

Tirou uma siesta e acordou zuretado Mr. X?

A primeira parte é correta, mas quando você tenta reinterpretar o conceito de guerra assimétrica, estraga um bom post.

Anônimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=vcTCst2Z-fo&feature=related

Anônimo disse...

http://cavaleiroconde.blogspot.com/2008/04/relativismo-moral-na-poltica.html

Mr X disse...

Sério mesmo?
Pow, achei que era a parte mais legal.
Guerra assimétrica é isso mesmo agora, uma (guerrilha não-estatal) que tem o apoio da mídia, e outra que não.

Armamento, terroristas e trafis tão bem aparelhados, e cada vez mais. E não respondem à convenção de Genebra.

Chest, valeu pelos links.