quinta-feira, 28 de maio de 2009

As ONGs do terror

Um interessante artigo na ótima Dicta & Contradicta sobre o terrorismo e sua relação com um certo tipo de mentalidade termina com um link para um outro artigo de um certo Jakub Grygiel que fala sobre uma modificação curiosa que ocorreu nos últimos tempos: grupos armados que, ao contrário do que ocorreu ao longo da maior parte da História, não buscam o poder estatal mas, ao contrário, preferem não tomar o poder.

Os exemplos mais claros são o Hamas e o Hizballah, grupos que, embora estejam ligados a certos povos e/ou governos, preferem abster-se de tomar completamente o poder e assumir as funções estatais. Alguém dirá que os terroristas do Hamas governam Gaza. Pode ser, mas: a) governam como a cara deles; b) isso é irrelevante, já que Gaza não tem economia própria e eles são sustentados por instituições internacionais; c) Poderiam, mas não declaram a independência política de Gaza. Já o Hizballah, embora influa cada vez mais na política do Líbano, prefere não assumir o comando diretamente, agindo como um Estado dentro do Estado.

Embora o Islã seja o principal usuário desse novo sistema - lembrem também da Al-Qaeda, que nem país-base tem, podendo operar em qualquer lugar - essa nova realidade pode ser observada fora da jihad. Situação algo parecida pode ser vista nas favelas cariocas, onde os grupos traficantes tem um poder de fato sobre a população local, mas ao mesmo tempo não suplantam totalmente os papéis do Estado, convivendo lado a lado com ele.

Some-se isso a globalização e a propagação de tecnologia que permitiu que um punhado de indivíduos possam efetivamente se tornar uma ameaça a vários países: os atentados de 9/11 e de Mumbai custaram relativamente pouco e não exigiram mais do que algumas dezenas de pessoas para a sua realização. Hoje, armas biológicas e nucleares podem estar ao alcance de grupos não-estatais com o dinheiro e os contatos suficientes.

Ao mesmo tempo, as elites progressistas mundiais preparam-se, se não para organizar um governo mundial como temem alguns, ao menos para erodir lentamente as nações tradicionais, através da imigração ilegal ilimitada (diluição de fronteiras étnicas e culturais), órgãos supra-estatais como a União Européia (diluição de fronteiras físicas e da soberania estatal de cada país), etc.

O que significa tudo isso? Não sei muito bem. Talvez estejamos assistindo ao fim do Estado-Nação. Mas o que virá a seguir?

7 comentários:

Chesterton disse...

Mr , será que Mafia é algo original. Será que tribos devastando outras pelo saque é algo original?

David Bor disse...

Sobre o que vc aborda leia os livros de Lee Harris...

Mr X disse...

Não é novo, de fato: o que é novo é o poder que tais grupos tem ou podem ter a vir à sua disposição, causando danos terríveis a um Estado. Se um mero tiroteio paralisou a cidade de Mumbai e a Índia inteira, imagine o que um atentado biológico não causaria?

Chesterton disse...

Bem, Mr X Roma e Constantinopla acabaram assim. Bárbaros são bárbaros, mesmo se estão na moda. Mesmo se os civiliziados acham bacaninha, são os bárbaros que acabam com civilizações.

Chesterton disse...

Alias, elas acabam quando elas mesmas deixam de se defender. Uma constante. A força dos bárbaros é sempre menor que a força dos civilizados, a diferença é que um lado deixa de lutar.

Mr X disse...

Asterix e Obelix eram bárbaros também, mas ao menos eram mais simpáticos do que a corja islamofascista.

Chesterton disse...

é verdade. Tenho a coleção toda. Gosto quando o baixinho chama o "Julius".