domingo, 10 de maio de 2009

Poema do domingo

    1 Dizem, que o vosso cu, Cota,
    assopra sem zombaria,
    que parece artilharia,
    quando vem chegando a frota:
    parece, que está de aposta
    este cu a peidos dar,
    porque jamais sem parar
    este grão-cu de enche-mão
    sem pederneira, ou murrão
    está sempre a disparar.
    2 De Cota o seu arcabuz
    apontado sempre está,
    que entre noite, e dia dá
    mais de quinhentos truz-truz::
    não achareis muitos cus
    tão prontos em peidos dar,
    porque jamais sem parar
    faz tão grande bateria,
    que de noite, nem de dia
    pode tal cu descansar.
    3 Cota, esse vosso arcabuz
    parece ser encantado,
    pois sempre está carregado
    disparando tantos truz:
    arrenego de tais cus,
    porque este foi o primeiro
    cu de Moça fulieiro,
    que tivesse tal saída
    para tocar toda a vida
    por fole de algum ferreiro.

    Gregório de Mattos (1636-1696)

2 comentários:

confetti* disse...

kkkk*

clap clap clap !!



"Neste estado ia o debuxo
dêste meu tosco pincel,
quando pela porta entrou
todo o firmamento a pé.
Entrou uma linda Môça,
que mora logo através,
pela porta do quintal,
traidoramente fiel. "

(in "mariana apelidada a rola")

Anônimo disse...

Muito sensível.