Confetti voltou; era o meu objetivo. Posso agora descansar em paz.
Antes de outros posts, no entanto, gostaria de falar algumas palavras de otimismo. Muitas vezes temos a impressão que o mundo vai de mal a pior; pode ser que sim, mas, na verdade, também pode ser que não. Não sabemos o que irá acontecer daqui a 10, 20 anos, que dirá 200 ou 300. A Europa e suas fronteiras mudou muitíssimo nos últimos 100 anos; poderá mudar ainda mais nos próximos 100.
Imigração, colonização ou invasão, chame como quiser, é um processo recorrente e antigo na história humana; às vezes pacífica, às vezes não. A tecnologia e a globalização aumentaram esse processo terrível que talvez não tenha volta, ou, talvez, sim. Talvez vejamos uma Reconquista, ou uma guerra, ou, o mais provável na minha opinião, uma volta ao conceito de cidade-Estado. Países são abstrações; mas etnias, culturas e religiões sempre continuarão a existir.
Penso que retornaremos a esse conceito, ou então a um retorno do feudalismo a nível global.
Ciborgues estatais?
A tecnologia avança; trará coisas boas, mas também muitas ruins. Às vezes penso que talvez, na verdade, quem sabe, o Unabomber tinha razão e que a tecnologia é que é o problema. Da pílula ao avião, do telégrafo à Internet, do rifle à bomba atômica, ela mudou o mundo muito mais do que qualquer ideologia. O Unabomber (Theodore Kascinzki), em seu ensaio, famosamente criticou os esquerdistas. Porém, também criticou os conservadores, ao dizer que eram trouxas por tentar defender valores tradicionais mas apoiar a mesma tecnologia que selaria nosso fim: ele via os homens tornando-se indistinguíveis das máquinas, ou até misturados com elas, ciborgues escravos de corporações ou de um Estado opressor. Não duvido que um dia possa acontecer.
(O Unabomber era louco, mas tinha um QI de 140 e era gênio das matemáticas, antes de sofrer experimentos do
MK ULTRA da CIA em Harvard)
O retorno da religião
Talvez tenhamos um renascimento da religião no mundo: os religiosos (de qualquer religião) são os que se reproduzem mais. Talvez porque o ateu ou liberal viva mais no presente e na busca da satisfação, o religioso para o futuro e para o estoicismo. Viver é sofrer. Entre os brancos, os sobreviventes serão os amish e mórmons (e, quem sabe, um renascimento católico ou protestante, não está descontado); entre os judeus, os ortodoxos; entre os não-brancos, os evangélicos, e os muçulmanos que pelo jeito, lamentavelmente, continuarão a crescer até explodir. Os liberais, embora em teoria mais inteligentes, definharão. Está provado que os mais inteligentes (e
em especial as mulheres inteligentes) têm menos filhos (E são
mais felizes! Porém, não deixam descendência). E os progressistas também. De certa forma, até dá pena. Será um mundo mais conservador e quadrado, menos criativo. Os mais liberais e inteligentes morrerão!
Talvez o retorno da religião dê lugar a novas guerras religiosas, mas elas nunca pararam de acontecer, e guerra acontece por muitos outros motivos também: nacionalismo e racismo, por exemplo.
Ideologia e caráter
É curioso: gosto da idéia de manter os antigos países europeus e suas etnias, mas, ao mesmo tempo, se examinarmos a história, ou mesmo
os mapas, podemos ver que na verdade tudo esteve sempre em fluxo constante. Nada é permanente, e a migração tampouco. No fundo, somos fruto de imigrantes que vieram da África e copularam com Neandertais! Talvez por isso, nunca me identifiquei muito com o ultra-nacionalismo; nazismo, extremismo, etc. Implica um coletivismo que não fecha muito com meu individualismo e cosmopolitismo, bem como com meu pacifismo. Em especial, não gosto do anti-cristianismo de muitos elementos da extrema direita, provavelmente devido ao sentimentalismo pelo meu catolicismo da infância. Mas, fora isso, vários outros motivos me lembram a razão. É que alguns são pessoas muito ruins!
Ideologia (ou até religião) é menos relevante do que pensamos: seria estranho julgar uma pessoa pelo que ela acredita, ou pensa acreditar. Não acredite no que uma pessoa diz, veja o que ela faz. Isto vale para qualquer um, do mais nobre ao mais calhorda.
É, antes de tudo, uma questão de caráter. Há pessoas conservadoras boas, mas há também liberais progressistas de bom coração. Acreditam e propagam bobagens, é verdade, mas na sua vida individual são cidadãos de bem, e isso é o que importa, no fundo. Muitos cristãos tendem a ser pessoas relativamente boas, talvez não tanto pela índole pessoal como por seguir um código que as orienta; mas é verdade que religião em si não é sinônimo de bom caráter, e há também religiosos (ou supostamente religiosos) do mal, como o Elixir Macedo. Por outro lado, acho que há vários ateus bons. No fundo, independe de religião: também há quem use a religião como cobertura para praticar atrocidades.
Psicopatas e otários
Mas há pessoas que tem o mal em si; que matam e estupram e agridem ou falam em extermínio de massa como se fala em trocar de camiseta, que fazem apologia da violência e cujo aparente único código de moralidade é um tipo de darwinismo levado ao extremo, a sobrevivência do mais forte. Psicopatas, em resumo. Não necessariamente os que matam, mas que usam os outros para seus próprios fins. São mais numerosos do que pensamos.
Por outro lado, é verdade tampouco suporto esses branquelos idiotas que falam assim, como alguém me disse outro dia, indignado: "Ah, a classe média branca fica apavorada quando tem tiroteio num bairro branco rico, mas não fala nada quando morre gente na favela, nem sai no jornal!" Eu perguntei, "Poxa, mas quem é que faz tiroteio no bairro rico? É você e seus amigos?".
Ele ficou fulo. Não quis responder, desviou o discurso para a homofobia da classe média, da qual, aliás, ele faz parte.
Mas de fato, quem são os que fazem tiroteio no bairro rico, são os brancos de classe média, brigando pela vaga de estacionamento? Claro que não, são os mesmos favelados que se matam a rodo na favela! Esse coitadismo irracional branco também precisa acabar.
Etnomasoquismo?
Será que existe raça mais masoquista do que a branca? Nunca vejo nenhum outro grupo chorar tanto pelos oprimidos de outras etnias. O último branco progressista europeu, depois de ser estuprado por um africano e
decapitado por um muçulmano, sua cabeça rolando no pavimento, ainda vai ter tempo de dizer, "Desculpem, irmãos, pela escravidão e pelas cruzadas!" (Dúvida: por que será que os muçulmanos gostam tanto de decapitar? Deve haver uma explicação freudiana, vejam o último caso, em Oklahoma mesmo, no link anterior).
Eu sei, eu sei, na maior parte dos tempos esse chororô é falso. Branco que é esperto não se mistura com gentalha, só acusa os outros de racismo. Porém, é algo curioso. Até os asiáticos são mais francos nesse aspecto. É verdade que alguns já aderiram ao espírito de picaretismo, como a
chinesa-americana líder de uma organização de defesa das faxineiras (em sua maioria, mexicanas), que acaba de ganhar 625 mil dólares de uma fundação que supostamente premia "gênios". Porém mesmo ela, que hoje defende mexicanas (e ganha bastante dinheiro com isso!), antes já era presidente do "Comitê Contra a Violência Anti-Asiática" (não sabia que existisse violência exclusiva contra asiáticos. E o Comitê contra a Violência Anti-Branca, cadê?).
Enfim, tudo que sobe, um dia desce. No fundo, não vejo mais o futuro com tanto pessimismo, ou melhor, vejo com o pessimismo realista de quem sabe que, se nunca vai melhorar muito, tampouco vai piorar de todo. A História sempre foi um pesadelo do qual tentamos acordar, como disse Joyce.
Enquanto isso, na TV
No fundo, a humanidade é podre em si mesma. Por exemplo, uma coisa que precebi foi como a maioria dos programas de televisão, em especial shows de calouros e reality shows, servem mesmo para mostrar pessoas sendo humilhadas. O povo adora assistir isso! Tem um programa novo, acho que britânico, mas que logo deve ter versão brasileira, é sobre empreendedores que apresentam seus projetos ou invenções para um júri de supostos investidores, bem, é claro que tudo é em grande parte atuação, mas como em outros programas similares a regra é ridicularizar aquele que tem uma idéia tola ou irrealizável, humilhá-lo na frente do espectador, que goza delirante. Também chama a atenção o extremo materialismo do júri, "não interessa se sua idéia vai beneficiar a humanidade, eu quero é ganhar dinheiro pôha!", esse é o pensamento martelado pela nossa amada televisão. Obedeça, compre, gaste, coma, foda e MORRA!!
Psicopatas versus altruístas: seria esse o dilema?
Há psicopatas na direita e na esquerda; Deus nos livre deles e nos dê um mundo com mais betas e nerds. Por quê? Bem, um curioso acontecimento recente, publicado em artigo científico, informa que
certos macacos, ao terem perdido por envenenamento acidental seus machos-alfa (os mais violentos e psicopáticos, por assim dizer), evoluíram para uma sociedade mais igualitária e harmoniosa. Poderia o mesmo acontecer com humanos? (Há quem diga que já aconteceu no norte da Europa, devido às guerras que mataram os mais alfas e à religião que fez crescer mais os de comportamento mais moral; não sei se é verdade, acho que não, mas é uma teoria interessante.)
Cultivar o jardim
Não importa: tudo continuará mudando, e pouco podemos fazer a respeito a não ser ser boas pessoas em nossas vidas individuais. Dar o exemplo a filhos, netos e parentes. Fazer nossa pequena parte para o bem da coletividade, em nosso pequeno círculo social.
É preciso cultivar nosso jardim, como dizia Voltaire.
Mas, cuidado! É um jardim com constantes pragas e gafanhotos, ervas daninhas e ventanias. Não é o Jardim do Éden, do qual há muito saímos: a humanidade caída não tem solução! Do pau torto da humanidade, nada pode ser criado de direito!
Epa, mas eu não disse que ia fazer um post otimista? Perdi-me no caminho. Já confundi demais o leitor com esta lenga-lenga sem sentido; queria falar muito, e disse pouco; fico por aqui. Adeus, Confetti. Aproveite a vida em Paris enquanto as burcas não tomarem conta.