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sábado, 13 de fevereiro de 2010

O povo e as elites - e Sarah Palin

Os esquerdistas americanos unanimemente odeiam a Sarah Palin. O que é curioso, pois, entre os conservadores, a opinião é bem mais dividida. Há quem a idolatre - e são muitos - mas também há quem a elogie com ressalvas, quem a considere uma falsa conservadora, quem a ache burra e cretina, e até quem a considere um Obama de saias e de direita - isto é, uma mera jogada de marketing.

A questão é que ela dá muito Ibope. A última notícia é que ela tinha "cola" anotada nas mãos durante uma entrevista. Pronto. Só se falou disso nos blogs políticos locais.

Mas por que a Palin causa esse alvoroço? Acredito que tenha a ver com o seguinte: o povo americano está cansado de suas elites esquerdistas. Sim, pois a elite, por aqui - salvo talvez em certas indústrias como a do petróleo - é quase toda esquerdista, ou, vá lá, Democrata (mas o Partido Democrata de hoje não é o mesmo de anos atrás, radicalizou-se muito mais). Indústria da informática? Obamista. Hollywood? Obamista. Mídia? Obamista. Wall Street? Obamista. Bill Gates? Obamista. George Soros? Mais que Obamista, esse é o manipulador do fantoche-Obama.

Vários políticos e acadêmicos, revoltados com a rejeição popular ao plano de saúde de Obama (70% do país não quer essa joça), afirmaram que "vão continuar a luta" e que "o povo deve ser conduzido na marra por aqueles que são mais educados" e que "esse pessoal que protesta são todos uns racistas safados".

Para o esquerdista padrão, se o povo (ou, como diria o Tiago, o Povo) não aceita as leis que o esquerdista quer impor, só há três explicações possíveis:

a) o Povo não entendeu porque não explicamos direito;
b) o Povo não entendeu porque está sendo enganado pelos malvados direitistas;
c) o Povo é burro!!

(Aqui um bom artigo do Washington Post explicando um pouco a condescendência dos esquerdistas no contexto da história recente americana.)

Sarah Palin é popular, acredito, porque ela é vista como sendo do Povo, como sendo exatamente o contrário desses elitistas calhordas de esquerda que se acham superiores a todos, seja por seu poder, seja por seu status, ou seja por sua formação acadêmica. Então, mesmo sua alegada falta de inteligência ou cultura joga a seu favor. Em outras palavras, acredite se quiser - Sarah Palin é a Lula americana!

Por outro lado, a esquerda odeia Sarah Palin pelo mesmo motivo. A esquerda americana - centrada nas grandes cidades - odeia pessoas comuns, especialmente se elas são brancas, cristãs e conservadoras e rurais. A esquerda local gosta, ou de negros, latinos, árabes e gays (ou qualquer outro grupo que possa ser construído como "minoria oprimida") ou então de brancos super-ricos, chiques, artistas. O resto não passa de cristão fundamentalista, redneck, trailer trash, flyover country.

(Obs.: Eu não sou necessariamente contrário às elites; acredito que elas tenham sua função em uma sociedade saudável. O problema é quando as elites decidem se envolver em mirabolantes planos de revolução ou reconstrução social, e voltam-se contra o próprio povo e classe média que a sustenta.)

Ainda é cedo para dizer qual vai ser o futuro de Sarah Palin - ou mesmo o de Obama. Há um longo caminho até 2012. Mas por enquanto ela, para bem ou para mal, é a principal figura da oposição.

Corra Sarah corra.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Privacidade para uns mas não para outros

Há pouco, hackers invadiram o e-mail pessoal da candidata a vice Sarah Palin e publicaram parte de seu conteúdo na rede (a conta foi cancelada pouco depois).

Curiosamente, são as mesmas pessoas que ficam histéricas quando o governo Bush invade a privacidade de terroristas islâmicos.

Não foi encontrado nada nos e-mails, é claro. Mas, em apenas três semanas, investigou-se dez vezes mais sobre Sarah Palin do que sobre Barack Obama, o qual não autorizou a publicação de sua tese de graduação ou notas escolares, recusa-se a divulgar sua história médica, divulgou um certificado de nascimento duvidoso apenas através de um blog, e jamais contou quais são exatamente as suas relações com o terrorista Bill Ayers ou o picareta Tony Rezko. Ninguém parece ter curiosidade em saber nada.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Educação sexual


A educação sexual nas escolas serve para alguma coisa? Pesquisas indicam que tanto os jovens que tiveram aulas de educação sexual quanto os que não tiveram têm o mesmo nível de gravidez adolescente e o mesmo nível de conhecimento sobre uso de camisinha, DSTs e métodos anti-concepcionais. Se moças continuam engravidando, em geral não é por não saber a história das abelhas e das flores. Sexo sempre se aprende, não necessariamente na escola.

Mas alguns desses famosos "especialistas" argumentam que o problema é que a educação sexual começa tarde demais, e deveria ser ministrada a crianças de cinco anos. Estranho, nunca soube de crianças de cinco anos grávidas. De nove, acho que sim.

O curioso é que há dois approaches de educação sexual - o que promove a abstinência, favorecido pelos conservadores, e o chamado "comprehensive sex education", que promove os anti-concepcionais, favorecido pelos liberais - mas nenhum parece funcionar muito. As garotas continuam engravidando e os garotos continuam pegando doenças. Na verdade, os programas pró-abstinência até reduzem por um período a atividade sexual, embora seu efeito não seja muito duradouro. É algo melhor do que o método "comprehensive" (abrangente), que não tem efeito nenhum.

E o mais curioso de tudo: a maioria dos jovens americanos é a favor dos programas pró-abstinência e acredita que eles funcionam... Ué!

A perereca da professora.

sábado, 30 de agosto de 2008

Sarah Palin

A escolha de Sarah Palin foi uma excelente jogada da campanha de McCain.

Obama cometeu recentemente uma série de erros que podem ter lhe custado a eleição. O principal, é claro, foi não ter escolhido Hillary Clinton como sua vice. Era, provavelmente, impossível mesmo: os dois grandes egos não poderiam se suportar por muito tempo na mesma chapa, sem falar que Michelle Obama não poderia suportar uma rival na decoração da Casa Branca.

Depois Obama cometeu outro erro: escolheu Joe Biden como vice. Uma escolha segura, até poderia se dizer conservadora - que pode até acalmar o eleitor médio preocupado com a inexperiência de Barack em política externa, mas que vai em contra à imagem de "mudança geral" proposta por ele.

Finalmente, Obama concluiu a sua incrível sucessão de erros com um discurso apenas morno em um falso templo grego.

Se Obama tivesse escolhido Hillary de vice, McCain não poderia ter escolhido Sarah Palin: ficaria parecendo apenas um copião. Mas Obama escolheu Biden, e McCain aproveitou o erro, e colocou Sarah Palin na sua chapa.

Sarah Palin é um trunfo por várias razões: é conservadora, cristã, anti-aborto, pró-armas, e aproxima assim a base republicana de McCain, que havia se afastado dele. Ao mesmo tempo, é uma mulher, com cinco filhos e imagem de lutadora, que pode aproximar as mulheres trabalhadoras de de meia-idade desanimadas com a não-indicação de Hillary (e mesmo que dupla McCain-Palin só conquiste uma pequena fatia dos 18 milhões de seus votos, já será lucro).

Mas ainda há mais: Obama não pode atacar diretamente Sarah Palin, ou perderá votos. Sua melhor estratégia é ignorá-la. Pois, como diz o articulista americano Dick Morris:
Obama passou dois anos impedindo uma mulher de se tornar presidente, e agora precisa passar dois meses impedindo outra de se tornar vice - e para fazer isso precisa do voto das mulheres.
Esta vai ser uma eleição muito apertada e emocionante, e Obama já não tem mais a vantagem. O verdadeiro "change" é representado por Sarah Palin.