O artigo aponta dois fenômenos interessantes. O primeiro é a quase total retirada dos Estados Unidos do campo de jogo na América Latina. Afinal, ter a Rússia vendendo armas e tecnologia nuclear a comunistas venezolanos seria impensável poucos anos atrás. Hoje, causa bocejos nos EUA. E nem foi Obama quem decidiu isso, pois já com Bush a política era quase a mesma (Obama só é mais radical e chega a apoiar os chavistas em Honduras). Os EUA decidiram simplesmente esquecer este continente perdido, e preocupar-se mais com seus próprios problemas, que são muitos.
Mas o mais interessante do artigo é sua segunda parte, quando fala sobre o Brasil. Gigante por sua própria natureza, o Brasil vive sonhando em expandir seu poder a nível regional ou até mundial. Lula quer porque quer sua cadeira dourada na ONU. Celso Amorim lambe a sola do sapato de qualquer ditador em troca de afagos. Mas o artigo murcha a bola dos nacionalistas e afirma que não basta isso para ser líder. Em primeiro lugar, há o problema cultural: o fato é que, como bem observa Montaner, Brasil e Hispanoamérica cresceram de costas um para o outro e há mútua desconfiança. Em segundo lugar, o Brasil não tem capacidade para liderar ninguém, pois tem os mesmos problemas que o resto da América Latina. Se liderar, vai ser só em direção a mais atraso. Por ora, a única coisa que o Brasil consegue liderar na América Latina é nos números da violência.
Mas o que esperar de um país em que o Presidente fala o seguinte:
“Pela primeira vez, não vamos ter um candidato de direita na campanha. Não é fantástico isso? Vocês querem conquista melhor do que, numa campanha, neste país, a gente não ter nenhum candidato de direita? Uns podem não ser mais tão esquerda quanto eram. Não tem problema. A história e a origem dão credibilidade para o presente das pessoas. Era inimaginável até outro dia que chegássemos a esse momento no Brasil. Antigamente, a campanha era o candidato de centro-esquerda ou de esquerda contra os trogloditas de direita. Não tem um candidato que represente a direita. É fantástico."O pior é que Lula tem razão. Não há qualquer pluralidade de idéias, não há qualquer defesa do livre-mercado, do conservadorismo fiscal, da cultura do trabalho ou dos valores tradicionais na política brasileira. Em resumo, não há qualquer seriedade, só projetos utópicos, estatismo, demagogia ou roubalheira aideológica. É fantástico.
9 comentários:
Passando só para indicar um post a você:
http://rsmccain.blogspot.com/2009/09/andrew-jacksons-mother-advises-this.html
( Eu tinha deixado lá no Not Tupy, mas acho melhor indicar aqui diretamente )
Ué, mas os tucanos não eram direitista típicos e, mais do que isso, enragés? Acho que o Lula anda meio desinformado.
Direitistas, digo.
"Os EUA decidiram simplesmente esquecer este continente perdido, e preocupar-se mais com seus próprios problemas, que são muitos."
Aliás, essa sempre foi a atitude dos democratas no poder, desde que eu me conheço por gente.
E a fala (hein?) do "coiso": não teremos trogloditas direitistas nas eleições. Teremos apenas australopitecos esquerdistas.
Meu baço ...
Olá!
Cadê o Pax??
Certa vez afirmei que a há uma essência totalitária na origem do pensamento esquerdista, bem como em suas bases estruturais. O Pax discordou e pediu que eu comentasse a réplica dele. Eu o fiz.
Considero que a fala do presidente Lula explica muito didadicamente essa proposição do totalitarismo na mentalidade esquerdista e como esse lado do espectro ideológico vê a democracia, as liberdades individuais e as instituições democráticas.
Até!
Marcelo
meio off, mas achei maneiro, acabei de assistir: http://www.youtube.com/watch?v=WB6p5QPVhPI
X,
O maior problema é que a oposição no Brasil é medíocre.
Essa é a verdade!!!
Não apresentam uma idéia consistente. Aliás ajudaram sim, qdo derrubaram a CPMF, que por ironia, criada pelos próprios.
Marcos-DF
Não, não me aprece que seja piada
http://www.ananova.com/news/story/sm_3485576.html
Como se nota, há dois tipos de homens: os que concordam com FHC nesse particular — e, entende-se, são pessoas dotadas de uma sapiência incomum — e há as que discordam, e estas são os homens comuns, certamente ainda não tomadas por aquela iluminação que as leva a concordar com ele: são os brutos que precisam ser civilizados. Trata-se de uma resposta ingênua na sua arrogância, própria de quem sobrepõe a autoridade do argumentador à autoridade do argumento. Isso quer dizer que ele está acuado pela falta de argumento. E só por isso infla a autoridade do argumentador. Renomados especialistas na área, no Brasil e no mundo — o que FHC não é —. opõem-se firmemente à sua tese.
Essa história de que o homem comum não alcança certas altitudes do pensamento e, em último caso, não sabe o que é bom para si mesmo pode custar caro. Entre outras coisas, abre espaço para vigaristas que se apresentam justamente como intérpretes eficientes do pensamento do “homem comum”.
Reinaldão sobre a falacia da autoridade.
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