segunda-feira, 10 de maio de 2010

Terra da oportunidade e do débito

Falamos sobre riqueza e pobreza no outro dia, e de como elas são sempre relativas.

Será que, nestes tempos de crise geral, os EUA ainda seriam a "terra da oportunidade", onde qualquer um pode ascender socialmente desde que se esforce para isso?

A experiência de Adam Shepard pareceria dizer que sim. Com apenas 25 dólares no bolso, ele mudou-se para uma cidade desconhecida, com a idéia de começar do zero, sem utilizar nenhum de seus contatos nem informar ninguém que tinha curso superior. Após ficar alguns dias no homeless shelter, arranjou um emprego carregando móveis. Após dez meses tinha um carro usado e morava em um apartamento alugado em um bairro razoável da cidade, tendo também economizado 5.000 dólares. Sua experiência parece demonstrar que muito da questão de pobreza versus riqueza está na atitude.

Na mesma reportagem linkada acima, vemos como várias pessoas de classe média americana, em empregos simples como jardineiro, policial ou vendedor, levam um estilo de vida em alguns casos próximo ao nível da classe alta de países de terceiro mundo, ao menos no que se refere a conforto e lazer.

Então por que tanta reclamação? O que acontece é que, como pobreza e riqueza são relativas, o que configura "classe média" também é. As pessoas querem ter um estilo de vida cada vez superior ao dos vizinhos, e assim o custo de vida aumenta também. Muitos passam a viver no crédito, gastando além do que ganham. Quando o governo se mete no meio querendo "ajudar", ocorrem coisas como a housing bubble.

O grande problema mesmo é que a dívida dos EUA hoje é de 12 trilhões de dólares, ou 85% do PIB, e o governo continua gastando sempre muito mais do que ganha. Em 2009, por exemplo, o governo coletou 2,1 trilhões. Gastou quase 4. Naturalmente, o Obamacare e outros projetos faraobâmicos aumentarão ainda mais os gastos. Não é só a classe média que vive no crédito, é o país inteiro.

Portanto, um problema similar ao da Grécia não está fora do baralho. Com a diferença que, nos EUA, seria duzentas vezes pior e afetaria o mundo inteiro.

O documentário I.O.U.S.A. fala um pouco sobre tudo isso. Se a coisa estourar, serão muitos os que terão que se virar como Adam, recomeçando com apenas 25 dólares no bolso.

12 comentários:

Chesterton disse...

Falta Jesus no coração (RS).

Mr X disse...

Crise mundial do welfare state?

http://www.realclearpolitics.com/articles/2010/05/10/the_welfare_states_death_spiral_105503.html

Anônimo disse...

e Woland, o "sabe tudo"( metido a...), escreve: Bom dia ! O pobrema é o pós-datado ! Aqui, não aconteceu isso por que é tudo PRÉ- datado ! Nisso, o desgoverno social-democrata e socialistas acertaram ! Compra-se tudo 2 vezes mais caro com o blábláblá do " sem juros " ! E PRÉ- datado ! Lá, não...Pós, juros zero, zero mesmo !, 30 anos para pagar uma casa. 30 anos de juros pós zero ? É não entender de Históoria mesmo... cabeças avoadas ! E a malandragem é a mesma que aqui. Malandro tem em todos os lugares do mundo e otários, ignorantes, da classe média ou baixa, são, geralmente, as primeiras vítimas. Outra coisa: Todos, até imigrantes, podiam pegar crédito ! Aqui, no Brasil, não ! Prá vender um produto por 2, 3 vezes o seu valor é preciso conhecer a tua vida, mermão...Então, os juros começaram a subir ! A coisa foi ficando insustentável ! Dançaram ! O grande problema prá gente e não para os EUA é que lá é uma sociedade de rápida mobilização, objetividade e transformação. Já estão crescendo novamente. Mesmo com a crise de 2008, o construção civil americna vinha crescendo a paços larguíssimos ! Não são engessados. Orlando, a cidade do Mickey, parecia que pousaria em cima de casas dois anos atrás ! 5 anos antes, nenhuma casa na rota do aeroporto. Aqui, andamos com o freio de mão puxado ! Na descida até ajuda mas na subida... A mediocridade reina ! Não arriscamos ! Infra estrutura continua de dar dó prá quem quer fazer fábrica aqui. Financial Times descobriu isto e já passsou pro mundo esta nossa faceta. Investidores estão sumindo... Prá onde, hein ? Vamo aumentá os juro, moçada ! Vai lá Meirellles ! Só açim agenti segura os gringo !

Anônimo disse...

Paços ? Pensei no Paço Imperial ... " passos " !


Woland

Klauss disse...

Ei, X!

Eu lhe enviei por e-mail (o E-mail do blog) um convite pra fazer parte do Shelfari.

Grande abraço!

Chesterton disse...

Bem, Mr X, não sei se v. tem acesso a coluna do Jabor, mas eu tenho que te mostrar uma resumo. Não sei o que ele bebe, mas é pago para escrever coisas mais ou menos assim:

SÃO MUITAS AS SAÚVAS DO BRASIL
Nossas vidas são movidas por outras categorias que direita e esquerda.
Caretas- raiz de terríveis males. Recusa a diversidae, crê a dúvida ser uma fraqueza. O careta é linear, tudo tem princípio, meio e fim.
Os caretas de esquerda querem a sociedade sob controle. Tem careta drogado, bicho-grilo, o muito louco é o pior careta.
Burros- (burrice como categoria)-
andam hoje de peito estufado, Forrest Gump, Chaves e Bush (olha ele aí, gentem) . A burrice é a ignorancia com sede de sentido. Burrice no poder se chama fascismo.
Incompetencia- mais frequente na chamada esquerda, que chama a competencia de um tecnicismo para mascarar táticas demoníacas do capitalismo.
Liberdade- outro vicio que rói. Aquele com fetiche, vulgar produto de mercado. A arrogancia individualista das celebridades.
A politica do espetáculo-
Passadismo rancoroso- praticado pela esquerda. nostalgia de torturas, ossadas do Araguaia, heranças malditas, sem projeto para o futuro.
Egositas-
Psicopatas-
Ladrões copmpulsivos-
Fracassomaníacos-
Babacas (se confessa um deles, como dizer não?)
Boçais-
Cafagestes-
Oportunistas-
Ladrões multicolores-
Vagabundos-
A plêiade dos FDP

E mais não disse.

Anônimo disse...

... e Woland, escreve: O mais puro Yolhesman Crisbelles, Chesterton. Acho que a grande maioria já se cansou da dúvida Jaboriana: " Sou de disquerda ou de esreita ? Talvez seja de cnerto ! "

Mr X disse...

Faz uns dez anos que não leio o Jabor, e não acho que tenha perdido nada.

Klauss,
Recebi, valwu.

Anônimo disse...

Nem de direita nem de esquerda, sigo meu caminho, procuro a liberdade, a cada dia buscando me livrar dos vícios corriqueiros.

Na variedade de assuntos, não lembro de ter lido por aqui nada sobre futebol, provalvelmente Mr. X não curte.

Anônimo disse...

... e Woland, escreve: Liberdade é algo tão dificil de alcançar... Mais fácil, até, o comunismo ! O anônimo poderia explicar os vícios corriqueiros e como nos livrarmos deles. Futebol... Parece que Dunga procura uma seleção tipo 1994, como disse o vermelho Kfouri. Não convocaria Ganso e nem Neymar ! Acertou em cheio o treinador. Viraria uma bagunça a concentração. Adriano, também. Imagine um atacante deprimido pensando na noiva ! Uma final de Copa, por outros motivos, mostrou bem isso, lembram-se ? O cara passou mal na concentração...

Rolando disse...

A diferença está na atitude. E também na inteligência, da vida e do curso superior.

Lembro do filme Boyz in the Hood, e outros filmes sobre gangues em bairros negros americanos. Mas por quê?, me perguntava: vivem em ruas pavimentadas, têm carros, suas casas têm mais de 2 quartos, existe gramado na frente de suas propriedades, fazem barbecue, compram cds de rap, vão a fast foods.

E ainda assim denunciavam suas misérias, a discriminação, o gueto, o álcool vendido "pelo homem branco".....

Anônimo disse...

Vícios corriqueiros?

Patriotismo/nacionalismo,fanatismo/idolatria, comodismo, o cigarro, entre outros. Sobre como se livrar deles, não é algo que possa te ensinar anônimo, pois mesmo depois de anos, eles persistem, ah o cigarro, é um processo árduo e frequentemente chato, meu fanatismo pela seleção, esse me livrei, como? Isso não é receita, mas primeiro tive que não mais me importar com bandeira ou hino nacional, daí ficou mais fácil, futebol agora é restritamente diversão para mim, ainda sobre o cigarro, esse confesso que é problemático, pois mesmo sabendo da gravidade do vício, volta a praticá-lo de plena consciência, os outros muitos vícios corriqueiros, espero que depois de muitas pancadas os deixe, a vida nos ensina.