sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Licença para matar

Esta é para aqueles que gostam de histórias de espionagem. Um importante terrorista do Hamas, um certo Al-Mahoub, que estaria envolvido no contrabando de armas do Irã para Gaza, foi encontrado morto em um hotel em Dubai.

Descobriu-se posteriormente que os participantes da operação, em número de onze, teriam utilizado passaportes falsos para entrar no país, executado o serviço em vinte minutos e deixado o país em menos de duas horas. A TV árabe acusou imediatamente Israel e colocou um vídeo da câmera de segurança do hotel mostrando os supostos assassinos. Eles usaram peruca e bigodes falsos para se disfarçar. Também utilizaram passaportes britânicos e irlandeses alterados, o que está gerando uma crise diplomática entre vários países. (Curiosamente, também Mabhou usava passaporte falso, o que não parece ter criado controvérsia).

Estaria o famigerado Mossad por trás do ato? Segundo um artigo do Telegraph, sim. Embora controverso, o artigo não deixa de ser fascinante, mostrando que as histórias de espiões ainda não acabaram de todo. (Bem, a KGB também está bem ativa, assassinando um ativista com polônio aqui, uma jornalista polêmica acolá; só a CIA parece estar decadente, tendo virado mera oficina de burocratas que não conseguem nem impedir a entrada de um terrorista nigeriano trapalhão no país).

É claro, o autor da operação pode não ter sido o serviço secreto israelense: terroristas costumam ter muitos inimigos. Alguns deles mesmo dentro de sua própria organização. Fala-se de um acordo de entrega de armas não cumprido; nesse caso, os assassinos poderiam ser mafiosos, ou mesmo rivais terroristas: ao menos dois palestinos foram presos em Dubai em relação com o assassinato; um deles pareceria ser do Fatah, inimigos mortais do Hamas. Mas - convenhamos - a sofisticação do ataque parece indicar uma operação de Israel: fosse um agente islâmico, provavelmente teria explodido o hotel inteiro, com a sutileza típica dos terroristas.

Entretanto, vários elementos da história causam dúvida. Por que Mahoub foi a Dubai? Acredita-se que estaria envolvido em alguma negociação de armas, tinha viagem marcada para a China também. Mas por que estaria hospedado sem seus guarda-costas? E porque o uso de nomes de cidadãos reais de Israel na operação, descuido do Mossad, ou despiste proposital? E eram necessários onze para matar um, ou isso também foi despiste? Alguns dizem que ocorreram erros demais para ser uma operação do Mossad.

Israel - ou, como diz nosso amigo Tiago, "o opressor sionista" (que, curiosamente, foi apoiado pela União Soviética de Stalin no seu início) - nega rotundamente qualquer envolvimento. O silêncio só deixa os inimigos mais paranóicos. Segundo o Ministro de Relações Exteriores, no que se refere a operações de segurança, "Israel jamais responde, jamais nega, jamais confirma."

Mas afinal, foi o Mossad ou não?

Bem, como disse alguém certa vez em um filme de James Bond: "I could tell you, but I'd have to kill you."

71 comentários:

DD disse...

O nome oficial de Israel, para todo progressista que se preze, é "entidade sionista".

Anônimo disse...

Preso por ter cão, preso por não ter cão. Apóia-se os judeus em suas reivindicações legítimas e lembra-se que, afinal, eles são seres humanos- coisa para o qual Ocidente não ligava enquanto podia lucrar negociando com Hitler e atiçar a besta nazista contra os trabalhadores soviéticos-, acaba-se com os pogroms (que o czar tão amado pelos democratas do Ocidente apoiava)e se coloca judeus em altos cargos (Lenin era parcialmente judeu, Kaganovich, Kamenev e Trotsky eram judeus) e pronto: o comunismo é um plano judeu para crucificar Cristo de novo, esmagar o Cristianismo, etc, etc. Defende-se que os judeus parem de exterminar os palestinos e devolvam as terras que roubaram dos árabes, e pronto: o comunismo é o mesmo que nazismo, pronto para mandar os judeus para os fornos crematórios.
É bom esclarecer que Stalin apoiou Israel no começo porque achou que ele seria um Estado democrático e progressista (o Kibutz, de certa forma, era quase uma experiência socialista). Quando descobriu que Israel seria um posto avançado do imperialismo ianque, seria controlado pelas grandes fortunas financeiras, adotaria o hebraico fascista em vez do democrático iídiche e oprimiria os árabes, ele retirou seu apoio à causa sionista, que não é a mesma coisa que a causa judaica: o socialismo é o melhor amigo dos judeus. Stalin doou terras para que fosse criado um lar nacional para os judeus soviéticos.
"Curiosamente, também Mabhou usava passaporte falso, o que não parece ter criado controvérsia."
O serviço secreto sionista comete atos terroristas e sequestros em países estrangeiros, inclusive países neutros ou aliados de Israel. Curiosamente, isso não causa em certos democratas e defensores das soberanias nacionais nem uma fração do desconforto que maometanos se organizando legalmente para a defesa de seus direitos causam.
Tiago

Mr X disse...

"adotaria o hebraico fascista em vez do democrático iídiche"

Huahuahua! Ok, me convenci, o Tiago é um piadista.

Rodrigo disse...

Tiago, o que é um "cosmopolita sem raízes"? E já que falou em lingüística, gostaria de saber se ainda a Teoría Jafética é tida como certa pelos comunistas.

Anônimo disse...

Não há nada engraçado nisso! O ídiche era a língua do proletariado judeu, era a verdadeira língua da cultura secular e humanista israelita, era a língua dos movimentos socialistas judeus (como o Bund, por exemplo), uma língua forjada na dura luta da diáspora, sob a opressão dos opressores cristãos. O hebraico é a língua das superstições religiosas rabínicas, que justificam a opressão da mulher e a exploração do homem pelo homem, e da Burguesia Judaica. Stalin incentivou a cultura do íidiche (o teatro íidiche é um exemplo), deu um lar nacional para os judeus soviéticos e combateu o preconceito contra os judeus, que era apoiado pelos aliados "democráticos" do regime czarista, ele fez tudo isso porque sabia que eram passos importantes para libertar os judeus da opressão da Lei de Moisés e da exploração pelos rabinos a serviço dos ricos e poderosos, conseguindo assim realizar o sonho dos patriarcas de uma terra onde os judeus pudessem ser livres, prósperos e formar uma grande nação. O Partido de Marx, Lenin e Stalin realizou a visão dos profetas e deu aos israelitas o que Jeová nunca se preocupou em dar: um lar nacional, proteção e liberade. Onde estava Jeová enquanto o Holocausto acontecia e milhões de membros do "povo escolhido" eram exterminados como ratos? Eu sei onde Stalin estava: liderando a resistência à besta, salvando os judeus soviéticos, libertando os judeus dos campos de concentração nazistas e garantindo a segurança futura do Povo Judeu. Fora com as superstições rabínicas, o socialismo é o melhor defensor do Povo Judeu.
Como diz uma das versões em português da Internacional Socialista:
"Messias, deus, chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre e comum"
Tiago

Anônimo disse...

Um "cosmopolita sem raízes" é uma pessoa que não é suficientemente leal aos trabalhadores soviético e que se torna aliado de potências estrangeiras. O termo não se aplica apenas a judeus, aliás, embora seja verdade que alguns maus judeus se aliaram a inimigos do Poder Soviético e foram punidos por seus crimes, assim como acontecia com maus russos (o fascista Solzhenitsyn chegou ao ponto de dizer que a cultura russa foi muito oprimida pelo Poder Soviético),maus ucranianos (os ucranianos tinham uma terrível fama de reacionários nacionalistas). Evidentemente, no caso dos judeus, algumas circunstâncias como o fato de muitos terem parentes no exterior, terem contatos no exterior,se deixarem impressionar pelos números e influência da colônia israelita nos EUA, se deixarem levar pelas superstições rabínicas, antipazando com a postura científica e esclarecida do Poder Soviético, ou sentirem lealdade ao estado sionista então recém-criado podem explicar o fato de alguns judeus-não representativos dos israelitas honestos, claro- terem traído os trabalhadores soviéticos, que tanto tinham feito para libertar os judeus da opressão sob a qual viveram na época do regime czarista, que era apoiado pelas "democracias" ocidentais.
Eu não posso falar em nome dos "comunistas" porque há um monte de grupos que afirmam que são comunistas, mas se afastaram do marxismo-leninismo e abraçaram o oportunismo mais vergonhoso ou nunca foram comunistas (os fascistas seguidores de Trotsky, por exemplo). Além disso, evidentemente, eu não posso ser um especialista em todas as áreas do conhecimento humano em que Stalin fez grandes contribuições. Ele foi o "Jardineiro da Felicidade Humana", o "Maior Cientista do Mundo", o "Lenin do nosso tempo". Ele fez grandes contribuições ao marxismo-leninismo, à economia, à linguística, à política de nacionalidades,à estratégia militar,à história, à física, etc. Não posso julgar profundamente as idéias linguísticas de Stalin pela mesma razão que não posso julgar profundamente as teorias de Einstein (apenas as compreendo superficialmente, embora me pareça que Herr Einstein era bem engenhoso). No caso específico da Teoria Jafética, tenho quase certeza de que Stalin acabou rejeitando-a. Aliás, se você consultar um dos livros dos irmãos dissidentes Medvedevs,acho que "O Stalin Desconhecido", vai ver que Stalin fez muito para impedir que os linguistas soviéticos exagerassem, vendo questões de classe onde não havia nenhuma (Stalin metaforicamente quebrou o pescoço dos apressadinhos que queriam tudo subordinar na linguística à questão de classes perguntando como os nobres conseguiam se fazer entender pelos servos e vice-versa). Acho que se você analisar a questão de forma imparcial e desapaixonada vai perceber que Stalin fez grandes contribuições à ciência e à liberdade no mundo.
Tiago

Rodrigo disse...

Diz Tiago: "Acho que se você analisar a questão de forma imparcial e desapaixonada vai perceber que Stalin fez grandes contribuições à ciência e à liberdade no mundo."

Cara, na boa, você só pode estar de gozação. E outra coisa, pelo amor de Deus, ser anti-comunista não é o mesmo que ser fascista (ou nazista).

Anônimo disse...

Ser anti-comunista não quer dizer necessariamente ser fascista-nem eu disse que queria dizer-, mas é evidente, por exemplo que as potências anti-comunistas apoiaram a besta nazista enquanto parecia que ela seria uma ameaça só para o Povo Soviético. Além disso, é evidente que o sionismo atual,distanciado de suas raízes socialistas, submetido às superstições rabínicas e tornado instrumento do imperialismo ianque e das grandes fortunas,dedica-se a oprimir árabes e palestinos e é uma ideologia racista e ditatorial, lembrando o nazi-fascismo em seus piores momentos.
Tiago

Chesterton disse...

por exemplo que as potências anti-comunistas apoiaram a besta nazista enquanto parecia que ela seria uma ameaça só para o Povo Soviético.

chest- hein? Agora pirou de vez.

Anônimo disse...

Os países ocidentais colaboraram com os nazistas porque pensaram que seu anti-comunismo, seu anti-semitismo (a URSS tratava muito bem os judeus e os libertou da opressão czarista) e seu desejo de dominar as terras soviéticas o levariam a atacar a URSS, fazendo o trabalho sujo dos capitalistas covardes, e poupar a Europa Ocidental. Stalin, porém, genialmente, percebeu o perigo e determinou a assinatura Pacto de Não-Agressão Germano-Soviético, criticado pelo fascista Trotsky, ganhando para o Povo Soviético valiosos anos de paz, que foram usados para preparar o triunfo soviético sobre a besta nazista e a salvação não só dos israelitas,abandonados por seu próprio "deus", mas de toda a Humanidade.
A libertação da Humanidade é a grande obra do "Partido de Lenin, Partido de Stalin, sábio partido dos bolcheviques".
Tiago

Cfe disse...

Deixa ver se eu entendi:

Enquanto Israel era uma esperança socialista, a URSS apoiava-o sem nenhum problema, mesmo que retirasse terras aos árabes.

Depois que os interesses capitalistas ficaram por demais evidentes passou a ser mais importante para os soviéticos combaterem a face sionista opressora de Israel em relação a seus vizinhos.

Anônimo disse...

Ou vendo isso do ponto de vista capitalista: enquato o sionismo era uma esperança socialista e os sionistas cometiam atos terroristas contra os britânicos, ninguém queria saber dos judeus. Depois que os sionistas passaram a trabalhar para o imperialismo americano e a cometer atos de terrorrismo contra os árabes, Israel se tornou o queridinho do Departamento de Estado, e os ocidentais fazem vista grossa para o programa de armas de destruição em massa dos sionistas e para os crimes que eles cometem em outros países.
E ninguém esperava que Israel fosse sair por aí anexando territórios árabes e aplicando as Leis de Nuremberg aos palestinos.Também ninguém esperava que os judeus, que em muitos países se destacaram por sua posição esclarecida, progressista (já falei no Bund, não falei?) e suas grandes contribuições para a cultura ocidental, fossem ter um ataque de atavismo, seguir as superstições rabínicas, voltar suas costas para suas origens socialistas e levar Israel de volta para a selvageria da Lei de Moisés e a velha estupidez das Tribos. Ninguém nunca teria imaginado que longe da Europa os judeus regrediriam tanto moral e intelectualmente. Culpar Stalin por ter tido fé na experiência israelense é um pouco demais. Além disso, o estado sionista foi fundado em 1948, a perseguição aos "cosmopolitas sem raízes" começou, se não me engano, por volta de 1949 e Polina Molotova foi presa ainda em 1948. Assim sendo, eu diria que ele percebeu rapidamente a ameaça do fascismo sionista.
Tiago

Mr X disse...

Tiago,

uma sugestão: já que você tem tanto a dizer, por que não cria seu próprio blog?

Pois utilizando o blog dos outros como palanque, tudo que é post termina se transformando em uma discussão chata sobre comunismo, que não é o objetivo deste blog.

É fácil, tente, experimente. Tenho até sugestão de título: stalinforevis.blogspot.com

Chesterton disse...

Mr X, é o Josef .

Anônimo disse...

Porque todo socialista é especialista em falsear a HISTÓRIA!
Stalin democrático?!?
Não paro de rir até agora,hehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehehe
dirceu

MariEdy disse...

Gostei do título: stalinforevis.blogspot.com
Caramba, vocês ainda não se tocaram que o Tiago fica miando aqui no blog com o simples fim de nos converter à causa marxista.
Eu, que já sou velha demais para andar de quatro e morar em um galho de árvore, declino do convite. Prefiro o excelente modus vivendi do velho e decadente capitalismo. Vai champanhe aí?

c* disse...

aceito champ !:))

mas nao deixo de apostar uma moedinha no tiago...alguns querem expulsa-lo,outros amordaça-lo e ele
segue coerente em seu crypto-delirio...o que nesse blog nao parece assim tao anormal...

Anônimo disse...

"Caramba, vocês ainda não se tocaram que o Tiago fica miando aqui no blog com o simples fim de nos converter à causa marxista."
Como disse o Comic Book Guy a Bart Simpson: "Ooh, your powers of deduction are exceptional. I can't allow you to waste them here when there are so many crimes going unsolved at this very moment.Go, go, for the good of the city."
"... uma sugestão: já que você tem tanto a dizer, por que não cria seu próprio blog?"
Como diz a velha canção, "todo comunista tem que ir aonde o Povo está". Se vocês querem que eu vá embora, eu vou, mas que me parece contraproducente fazer um blog para fazer pregaçãoi política quando já há gente para quem se pregar aqui, parece.
Tiago

c* disse...

alo tiago !

tchin tchin !

Júlio de Sousa disse...

O comentário saiu um pouco longo, me desculpem:
Sabe o que eu realmente acho interessante no Tiago? Ele me lembra de uma história que eu li. Um psiquiatra americano foi chamado por uma organização do governo americano que lidava com informações estratégicas (energia nuclear, eu acho) para tratar de um cientista que eles tinham que estava tendo delírios e isso estava prejudicando o trabalho dele. O cientista era um físico brilhante, formado em uma universidade da Ivy League, que afirmava ser, na verdade, príncipe de um império espacial que tinha assumido forma humana, mas era capaz de se transportar para seus domínios à vontade. Tendo uma ótima formação científica, ele era capaz de criar descrições coerentes desse Império: criaturas, ambientes, formas de governo, tecnologias, história, etc, tudo digno da melhor ficção científica, enchia páginas e páginas com tratados científicos sobre esse império (não parece um pouco com as longas explicações do Tiago sobre a grandeza de Stalin e a perfeição da URSS?). O médico, para tratar o paciente, fingiu acreditar na história e passou a desafiar o doente a explicar eventuais inconsistências aparentes nos textos e a explicar melhor suas idéias(transformando unidades de medida "alienígenas" em unidades usadas na América, etc.). O paciente se "transportava" para seu império em busca de mais informações e esclarecimentos e, na volta, o doutor discutia com ele na esperança de que essas conversas esgotassem a ilusão. Na verdade, o paciente era tão envolvente que o doutor-aparentemente, fã de ficcção científica- se deixou envolver e acabou de certa forma incentivando os delírios do paciente e mergulhando no mundinho dele. No final, foi o paciente que deixou de acreditar nos próprios delírios e confessou que no final do tratamento ele já não acreditava mais e só continuava com as conversas malucas para satisfazer o interesse do médico por suas fantasias. Ironicamente, o paciente curou o médico em vez de ser do outro jeito. Um cético comentou que o tal físico-cujo nome permaneceu em segredo-provavelmente teria, se tivesse caído nas mãos dos movimentos de crentes em discos voadores, que surgiam mais ou menos nessa época, conseguido muitos seguidores, já que ele era muito convincente, sendo um físico brilhante, evitava os erros científicos dos "contatados" (sujeitos que alegavam ter feito contato com alienígenas) e suas descrições do seu "império" eram muito mais criativas e fascinantes que as dos "contatados" que tinham ganho fama e seguidores.

Júlio de Sousa disse...

Continuação:
Por incrível que pareça e guardadas as devidas proporções, até que o Tiago, quando não está se portando como um louco furioso nem ostentando a inteligência emocional de um garotinho de 3 anos, até que parece ser um sujeito razoavelmente inteligente, culto e engenhoso. Ele parece não só ter um razoável conhecimento da monomania dele, o marxismo, mas também do anti-marxismo, mesmo que visto pelo prisma distorcedor que ele emprega. Ele parece ter uma boa cultura histórica, entender contextos históricos e até possuir uma razoável capacidade de argumentação, que ele infelizmente usa para justificar o injustificável e racionalizar até o limite do impossível. Ele é razoavelmente articulado se levarmos em conta que algumas respostas dele são longas e publicadas logo depois dos comentários que as provocaram. Enfim, guardadas as devidas proporções entre ele e umcientistas genial iludido, ele parece estar no mesmo caso do rapaz que achava que era um príncipe alienígena: ele parece um sujeito inteligente e até agradável de vez em quando, o único problema é que ele é vítima de um delírio que mesmo parecendo envolver a vida dele inteira parece se limitar a um único assunto; no caso do cientista, aliens, no caso do Tiago, ideologia. Não sei se os comentários dele nesse blog o ajudam a se livrar um pouco da loucura (como as conversas com o médico talvez tenham ajudado o físico delirante)ou se o ajudam a mergulhar ainda mais na fantasia, mas é possível, penso eu, que ele acabe se libertando desse delírio e se tornando uma pessoa mentalmente sã. Até lá, Mr. X é que vai ter que ver se que continuar aguentando o papo de louco do Tiago. Enfim, sinto muito pelo comentário longo.

Chesterton disse...

iago ou é a gozação do Josef Mario ou é o próprio Mr X "apimentando" seu prórpio blog. como creio na honestidade do Mr X, a opção 1 parece a única meritória de crédito.

Júlio de Sousa disse...

Afinal, quem é esse Josef Mario, que vocês citam tanto?

Rodrigo disse...

Julio de Souza diz: "Não sei se os comentários dele nesse blog o ajudam a se livrar um pouco da loucura (como as conversas com o médico talvez tenham ajudado o físico delirante)ou se o ajudam a mergulhar ainda mais na fantasia, mas é possível, penso eu, que ele acabe se libertando desse delírio e se tornando uma pessoa mentalmente sã."

Mais do que qualquer discussão teórica (por demais interessante), o que cura a monomania comunista é viver num país comunista, mas não como fidalgo, senão como servo da gleba, que é o que os cidadãos comuns são. Para além de qualquer teoria o que se vê é pessoas que fogem de Paraísos Proletários, indignos de suportar tanto brilho, talvez por ignorância, muito provavelmente por vis motivos mercenários, se acreditarmos nos Tiagos que por aí se encontram.

Sugiro Cuba, país próximo daqui, culturalmente não muito diferente, e donde poderá sair com mais facilidade do que da Corea do Norte.

Júlio de Sousa disse...

Ele vai racionalizar de algum jeito: Cuba não é realmente comunista, a culpa é do embargo, as chuvas foram ruins nos últimos 51 anos, etc. Ele deve ter os textos marxistas/diplomáticos/meteorológi-cos adeuqdos já decorados. Acho que foi Olavo de Carvalho quem escreveu que o problema com certos paranóicos não é falta de poder mental, o problema é que todo o poder mental está concentrado em desenvolver alguma premissa maluca (ou em prová-la para os outros).

cfe disse...

"Também ninguém esperava que os judeus, que em muitos países se destacaram por sua posição esclarecida, progressista (já falei no Bund, não falei?) e suas grandes contribuições para a cultura ocidental, fossem ter um ataque de atavismo, seguir as superstições rabínicas, voltar suas costas para suas origens socialistas e levar Israel de volta para a selvageria da Lei de Moisés e a velha estupidez das Tribos."



Os judeus são o que são devido a sua coesão, avivadas por suas tradições. O cerne de sua existência é a lei de Moisés: só alguem muito distraído não repara nisso.

Anônimo disse...

Eu gostei mesmo foi do Tiago citando The Simpsons!
Nada como um pouco de "Lixo cultural" como diria o amiguinho dele Top-Top Garcia. Quem sabe o Tiago ainda tem jeito.

Anônimo disse...

Ele não é meu amiguinho, anônimo, ele é amiguinho dos seus amados banqueiros. E "lixo cultural" é o governo de pelegos, que em vez de levar o Povo ao Poder prefere enriquecer ainda mais os exploradores dos trablhadores.
cfe, faça um favor a si mesmo(a)e "read the bible". A Lei de Moisés é um conjunto de superstições selvagens, que justificam a opressão dos fracos pelos fortes e os maltratos contra as mulheres, os pobres e os gentios. Os líderes judeus dos tempos bíblicos variam desde os genocidas, como Moisés, que matava os membros do seu próprio Povo quando não cumpriam suas ordens malucas, aos fariseus do Novo Testamento, que exploravam seu próprio Povo em parceria com os romanos. A vida dos judeus sob a Lei de Moisés foi uma sucessão de desastres, derrotas, exílios, genocídios, apedrejamentos e estupros de mulheres e exploração dos fracos. Eles não tinham ciência, artes dignas do nome ou um sistema político remotamente decente muito depois dos egípicios, gregos e romanos terem feito suas grandes contribuições à Humanidade.. Sua religião não passa de uma adaptação barata do henoteísmo dos povos da região, com adaptações de lendas como a de Gilgamesh, misturada com a demonologia do Zoroastrismo e, talvez, monoteísmo aprendido no Egito. A diáspora é um fato há quase 2000 anos, a verdadeira identidade israelita foi forjada na Europa e está ligada ao íidiche e às luta socialistas dos trabalhadores judeus. Dizer que, por ter havido um momento histórico repleto de misérias em que a Lei de Moisés controlava os judeus (porque Moisés e sucessores exterminavam quem discordava deles), eles não podem ter algo melhor agora é como dizer que como as monarquias portuguesa e brasileira mantiveram o Brasil unido na base do chicote, impedindo que nos tornássemos estrangeiros uns para os outros, a monarquia define a identidade brasileira. A verdadeira identidade dos judeus é secular, européia e socialista. Quanto mais rápido eles abandonarem seu falso deus e deixarem de virar as costas para o Ocidente, que fez tanto por eles, melhor para todo mundo, incluindo os filhos de Jacó.
Tiago

Cfe disse...

Tiago,

Os judeus são um povo que mantiveram vivas suas tradições, costumes e coesão ao longo de séculos mesmo não tendo um país para fomar um estado e vc vem me querer dizer que o socialismo, ideologia quase que "recem nascida", era sua característica estruturante...

La pelo meio do texto, ou vc misturou temas ou comeu palavras com a história das monarquias brasileira e portuguesas, e não deu para entender nada do que prentederia dizer.

Mr X disse...

"A verdadeira identidade dos judeus é secular, européia e socialista. Quanto mais rápido eles abandonarem seu falso deus"

Mas neste caso eles não serão mais "judeus". O que restará de "judeu" neles? O sobrenome? Ou é uma questão genética?

Quanto ao "judaísmo europeu secular", Hitler acabou com isso, e não creio que tenha volta, ainda mais com os muçulmanos tomando conta da Europa. Por que não aceitar Israel? Se há cinqüenta países 99% muçulmanos que ninguém questiona, nada vejo de mais em um único pequeno país de judeus.

Aliás, qual a opinião do Tiago sobre o Islamismo? Parece-me que os estalinistas tampouco tinham muita tolerância com eles.

Anônimo disse...

As monarquias portuguesa (no Brasil Colonial) e brasileira (depois da Independência) mantiveram o Brasil unido à força, impedindo a vitória de revoltas nativistas, a descentralização prematura do Poder e protegendo o comércio de escravos(os negros que formam uma boa parcela do Povo Brasileiro são, em sua maioria, descendentes dos antigos escravos, sabia?), na prática, evitando que acontecesse na América Portugesa a fragmentação que aconteceu na América Espanhola. Se somos todos brasileiros em vez de estrangeiros uns para os outros e se somos essa singular mistura de raças, credos, sotaques e línguas, é graças-entre outras coisas-à tirania monárquica. Da mesma forma, não há dúvidas de que a tirania de Moisés, Josué, os juízes, os reis, os Macabeus e os fariseus e saduceus manteve os israelitas unidos. Ao custo de impedir o Povo Judeu de aprender com as culturas superiores de gregos, romanos e outros e de manter os judeus sob a tirania de genocidas como Moisés e Josué, mas manteve. Talvez até tenha havido uma época em que as Leis de Moisés tenham sido fundamentais para a formação e para a manutenção da identidade israelita-assim como o chicote monárquico foi certamente fundamental para a formação da identidade nacional brasileira-, mas esse tempo já passou: a diáspora tem quase dois milênios de idade, o Templo foi destruído e o tempo das velhas leis já passou. A atual identidade dos judeus foi forjada na Europa, na sobrevivência diante da perseguição cristã, no combate por melhores condições de vida. Os judeus sempre formaram na linha de frente na defesa da liberdade e do socialismo (a participação excepcional dos judeus na Grande Revolução de Outubro é só um exemplo). A Revolução libertou os judeus dos pogroms, combateu os preconceitos instilados no Povo Russo pela Igreja Ortodoxa, religião do Estado Czarista, e pela Igreja Católica (uma das mais importantes testemunhas naacusação aos judeus de assassinato ritual de cristãos, no famoso caso Beilis, era um padre católico, que dizia-com apoio da hierarquia católica,claro- que a religião dos judeus envolvia matar criancinhas cristãs indefesas, veja só que gracinha de se dizer em um tempo e lugar em que boatos imbecis como esses levavam a pogroms, que por sua vez levavam ao extermínio de judeus), elevou os judeus aos altos cargos do Estado Soviético, deu-lhes um lar nacional. O Socialismo é o melhor amigo dos judeus.
Tiago

Anônimo disse...

Realmente, Hitler causou uma reação justificada nos judeus: eles antes estavam ansioso por assimilação, mas agora, com toda a razão, não acreditam mais que serão tratados em pé de igualdade com os outros cidadãos. Não há respostas fáceis para a questão dos judeus, mas isso não é razão para insistir em respostas erradas.
Tolerância temos com todo mundo, o problema começa quando abusam dela. Além disso, vai-se à guerra com os aliados que temos: às vezes, considerações estratégicas podem justificar a colaboração com os maometanos.Contudo, admito que uma das poucas coisas boas que o ataque nazista à URSS trouxe foi o pretexto para reprimir com mais vigor o Islã, devido à colaboração dos maometanos com o agressor nazista. As repressões às nacionalidades, geralmente, eram males necessários, mas no caso dos maometanos eram só necessários, sem a parte dos males. Só lamento que Stalin não tenha levado o combate ao agressor islâmico à sua conclusão lógica e livrado de uma vez a URSS do Islã: um erro pelo qual o Povo Russo está pagando ainda hoje ao ter que lidar com o terrorismo checheno.
Tiago

Mr X disse...

"What is the worldly religion of the Jew? Huckstering. What is his worldly God? Money.…. Money is the jealous god of Israel, in face of which no other god may exist. Money degrades all the gods of man – and turns them into commodities…. The bill of exchange is the real god of the Jew. His god is only an illusory bill of exchange…. The chimerical nationality of the Jew is the nationality of the merchant, of the man of money in general. In the final analysis, the emancipation of the Jews is the emancipation of mankind from Judaism."

Karl Marx

"O sul é a bola de chumbo que impede progressos mais rápidos no
desenvolvimento civil na Itália; os meridionais são seres biologicamente
inferiores, semibárbaros ou bárbaros completos, por destino natural; se o sul
é atrasado, a culpa não é do sistema capitalista ou de qualquer outra causa
histórica, mas sim da natureza, que fez os meridionais poltrões, incapazes,
criminosos e bárbaros...

Antonio Gramsci

"Quanto mais você matar, mais revolucionário você será. (...) A China é um país populoso, podemos fazer a menos de algumas pessoas."

Mao Tsé Tung

Cfe disse...

"o chicote monárquico foi certamente fundamental para a formação da identidade nacional brasileira"

Deve vir daí a tara pela Tiazinha...


Tiagão,

Olha, vc está particularizando o sistema de governo vigente a época, as monarquias, como elemento fundamental na manutenção da unicidade do território brasileiro. Só que isso não é a característica primordial.

Veja o caso da América espanhola, tambem monárquica, que se esfrangalhou toda. E os EUA, que enfrentaram o fantasma da secessão e conseguiram vence-lo devido a força de suas instituições, sem nunca terem tido uma monarquia...

Quando Napoleão bagunçou a Europa, D. João resolveu passar umas férias na cidade maravilhosa e partir daí todo o império Português passou a receber ordens a partir do Rio e não de Lisboa. O Rio passou a ser capital de um império, causando algumas mudanças para os Bragança mas nada de significativo na estrutura de poder foi alterado* (com exceção de Portugal) porque quem mandava continuou mandando: estabilidade foi a palavra chave.

Muito diferente da América espanhola, onde uma Madri dominada por estrangeiros não era obedecida. Uma espécie de auto-administração corrente passou a ser feita pelos locais, carentes na experiência de politicagem.

Não é que na América espanhola não faltasse quem quisesse impor a força: a estabilidade no comando das forças é que não estava assegurada para que pudesse impor sua vontade.

(*) no caso brasileiro foi reforçado porque a autoridade estava intra-muros e não enviando representantes para se fazer ouvida.

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Em relação aos judeus: o lapso de tempo entre Moisés e Marx é tão grande que só vc não consegue ver.

Os judeus foram tão unidos a si mesmos, se entre-ajudaram continuamente e recusaram-se sistematicamente a serem integrados nas comunidades residentes que sempre foram alvo de precoceito. E qual foi o cimento que os uniu: a lei de Moisés.

O marxismo é apenas uma degenerência esquemática do pensamento judaico-cristão : um tijolinho torto ao lado dum muro.

Anônimo disse...

Quanto a Gramsci, confesso que nunca me interessei muito pelas ideias e escritos dele (os eurocomunistas, precursores e assemelhados são simplesmente ridículos)e nunca entendi a fama dele. Ele simplesmente não entende o processo revolucionário e não representa o marxismo-leninismo. Contudo, tanto quanto eu sei, ele criticou o preconceito nortista que via o Sul como "uma bola de chumbo", que atrasava o progresso do pais e criticava o preconceito sulista, que via todos os nortistas-incluindo trabalhadores- como exploradores do Sul. O próprio Gramsci, aliás, nasceu no Sul. Você pode me dizer de onde saiu a citação?
Quanto ao Presidente Mao, é óbvio que ele não estava exaltando matar por matar: se matar pessoas fosse sempre bom, não teria sobrado ninguém na China. O que ele defendeu foi simplesmente que sempre há traidores, por isso sempre há pessoas para liquidar. Stalin já havia provado que, quanto mais um país avança na estrada socialista, mais radical se torna a Luta de Classes contra os remanescentes das classes exploradoras. O próprio Mao explicou que uma revolução não é uma atividade lúdica, é um fenômeno violento pelo qual uma classe social derruba outra.
Marx, judeu ele mesmo, não era, evidentemente anti-semita. Na verdade, o texto de Marx de onde foi retirada essa citação era uma crítica à idéia de que os judeus deveriam renunciar à sua religião para que pudessem alcançar igualdade com os outros súditos alemães e ser assimilados. Além disso, Marx defendia que era necessário partir do papel social dos judeus na sociedade-não da religião judaica- para entender a condição dos judeus na sociedade do tempo de Marx: o Capitalismo, negando aos judeus espaço em várias das esferas da vida econômica, praticamente os condenou a, quando bem sucedidos, serem parte dor amo financeiro. Não foi Marx quem inventou a figura do jdeu usurário, que ainda era ubíqua nas fábulas infantis nos meus tempos de garoto. O Socialismo, ao esmagr o Capitalismo, libertará o judeu da sua condição social e permitirá que ele desenvolva a identidade social que lhes tinha sido negada durante tanto tempo.
Agora, se você realmente quer ideias interessantes sobre os judeus:
Lutero: "But the Jews are so hardened that they listen to nothing; though overcome by testimonies they yield not an inch. It is a pernicious race, oppressing all men by their usury and rapine. If they give a prince or magistrate a thousand florins, they extort twenty thousand from the subjects in payment. We must ever keep on guard against them." Ele também defendeu que fossem incendiadas as sinagogas, confiscadas as propriedades dos judeus e fosse proibida a pregação dos rabinos. Chamar os judeus de avarentos? Ele os chamou logo de "povo do demônio" para não deixar dúvidas do que pensava deles. Os pogrons ficam mais fáceis de entender quando se vê o papel das lideranças religiosas na formação e manutenção de preconceitos contra os judeus.
Mais de trinta anos depois da morte de Marx, um padre católico foi uma das principais testemunhas no julgamento de Beilis, que foi acusado de matar uma criancinha cristão indefesa para um ritual judaico porque..., aparentemente, é isso que os judeus fazem. A testemunha explicou que matar criancinhas em especial e cristãos em geral é uma parte importante da religião dos judeus. A obra da testemunha sobre a canalhice dos judeus foi publicada, sempre com as devidas autorizações eclesiásticas, em vários países. Realmente edificante.
Tiago

Anônimo disse...

Por outro lado, quando o negócio é matar judeus,há outro forte concorrente: "And he[Moses] said unto them, Thus saith the LORD God of Israel, Put every man his sword by his side, and go in and out from gate to gate throughout the camp, and slay every man his brother, and every man his companion, and every man his neighbour.
And the children of Levi did according to the word of Moses: and there fell of the people that day about three thousand men.
For Moses had said, Consecrate yourselves today to the LORD, even every man upon his son, and upon his brother; that he may bestow upon you a blessing this day."
Moisés matou de cara quase tantos judeus quanto Pinochet matou chilenos (em muito menos tempo também). Tudo em um dia de trabalho. E aparentemente os que matavam seus compatriotas (os filhos de Levi) eram abençoados por isso.
O Socialismo, libertando os judeus dos preconceitos instilados pelas religiões cristãs e libertando-os da tirania selvagem da Lei de Moisés, é o melhor amigo dos judeus.
Tiago

c* disse...

tiago 1 x inquisidores 0

Anônimo disse...

A América Espanhola se fragmentou depois da independência. Por isso eu disse que a monarquia portuguesa e a monarquia brasileira mantiveram o Brasil unido à força. Tanto a metrópole como o governo imperial reprimiram a não mais poder todos tipos de rebeliões: republicanas, nativistas, populares, etc. Sem isso, não haveria Brasil como o conhecemos hoje.
"E os EUA, que enfrentaram o fantasma da secessão e conseguiram vence-lo devido a força de suas instituições, sem nunca terem tido uma monarquia..."
No começo, os EUA eram uma federação de estados com grande autonomia, com direito à secessão e unidos por interesses comuns, mas com políticas externa e de defesa comuns (como a URSS, que levava tão a sério a possibilidade de independência pelas repúblicas, que determinava que suas fronteiras tinham que ser traçadas de forma a, em caso de secessão, não deixar enclaves ou exclaves). "The United States are..." Ficou na União quem quis. Já durante a Guerra Civil, o fantasma da secessão, materializado na citada guerra, não foi combatido com "instituições", mas com um exército, a suspensão do habeas corpus, a marcha de Sherman para o mar (um magnífico e precoce exemplo de guerra total) e a ocupação do sul por tropas ianques. Desde então, graças à coragem de Lincoln, "The United States is".
Os judeus da Europa Ocidental procuraram a assimilação. Há vários relatos que indicam que os judeus alemães pré-Hitler, emancipados e sendo assimilados à sociedade alemã, desprezavam os judeus incultos e não-assimilados da Europa Oriental, que surgiam na Alemanha fugindo do czarismo e da Revolução. Infelizmente, Hitler estragou tudo, não só na Alemanha, mas na Europa Ocidental toda. Por outro lado, ainda falando em assinilação, não deixo de perceber que há quase tantos judeus nos EUA quanto em Israel. Boa parte desses judeus apóiam fanaticamente o Estado Sionista, fazem pressões sobre os políticos americanos e financiam generosamente a agressão sionista. Na verdade, os judeus americanos parecem dispostos a qualquer sacrifício por Israel, exceto morar lá. Morar entre os gentios parece ter suas vantagens: assimilação, como a Coca Cola, é isso aí!
Tiago

Cfe disse...

Tiagão,

Eu não disse em lugar nenhum que não houve repressão por parte da monarquia, o que eu disse foi que o elemento fundamental no sucesso dessa empreitada foi a estabilidade do regime luso/brasileiro, tanto quanto a república americana e contariamente a América espanhola.

Se os americanos queriam, não queriam, haviam de querer ou desejavam eu deixo para vc ficar no copy, tá bom?

Veja se entende uma coisa: não existe judeu assimilado. Ou é judeu ou é assimilado. Quando, e se, entender isso irá ver que está gastando seu teclado.

Cfe disse...

Desconhecia o "julgamento de Beilis", pode fornecer alguma fonte que não prugreçista?

É que fui pesquisar no papai e não só aparece sites com expressões como "reacionários", etc

Alem disso, como diz, o julgamento foi em Kiev, durante o czarismo, tendo entre as testemunhas um padre católico.

OK, admito até pode ser mas "czarismo" e "católico" não encaixavam muito bem, não é?

Anônimo disse...

Se eu não me engano, "A tragédia de um povo", obra de Orlando Figes, que é bem crítica do Socialismo, trata do julgamento de Beilis ao abordar as causas da Revolução. Também há a Wikipedia, que tem muitos defeitos, mas "progressismo" não é um deles. "Blood Accusation: The Strange History of the Beiliss Case" também traz informaçõe sobre o assunto.
Aparentemente, apesar das várias divergências, a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa concordavam quando se tratava de judeus. Aliás, concordavam com Lutero, que pregava a necessidade de destruir sinagogas, proibir a pregação dos rabinos e confiscar as propriedades dos judeus. Eu acho que aquela história de perdão e amor ao próximo foi perdida na tradução. Além disso, como eu disse, o padre católico em questão teve sua obra sobre a canalhice dos judeus publicada e traduzida em diversos países, ou seja, a postura de apoio da Igreja Católica à perseguição dos judeus, em pleno Século XX, não parece ter se limitado à Russia Czarista .
O terror dos ditadores teocráticos certamente garantiu a união do Povo Judeu em torno das superstições rabínicas (com Moisés liquidando tantos dissidentes judeus em um dia quantos os chilenos que Pinochet liquidou em 17 anos para livrar o Chile do "comunismo" apoiado por Havana e Moscou, não deve ter sido difícil), mas isso não quer dizer que as superstições rabínicas tenham que ser para sempre o centro da vida judaica: não é à toa que a maior parte dos judeus que fizeram grandes contribuições à cultura ocidental (Einstein, Freud,Spinoza, Haber e outros) eram judeus assimilados, não-religiosos. Fritz Haber, por exemplo, era um nacionalista alemão. Einstein era ateu, Spinoza foi rejeitado pelos judeus supersticiosos. Povos são construções históricas. A América hoje é fruto da decisão de Lincoln e seus generais de aplicar a guerra total contra o inimigo sulista e atualizar a natureza da União. Da mesma forma, a substituição da identidade religiosa dos judeus por uma identidade secular e democrática, simbolizada pelo íidiche, pelo Bund e pelos grandes pensadores judeus, certamente concorrerá para o mútuo benefício de judeus e gentios. Os judeus podem continuar em negação por algum tempo ainda, mas, mais cedo ou mais tarde, eles vão ter que se conformar com a realidade: o Templo foi destruído há quase 2000 anos, a verdadeira identidade deles é européia e ficar chorando no Muro das Lamentações não vai reverter 2000 anos de história israelita européia. Eles têm culturalmente tanto em comum com seus antepassados bíblicos quanto Policarpo Quaresma tinha com os índios que tanto admirava.
Tiago

Anônimo disse...

"Veja se entende uma coisa: não existe judeu assimilado. Ou é judeu ou é assimilado."
Diga isso para todos os grandes homens e mulheres que contribuíram para a Civilização e se identificavam ou eram identificados como judeus, mesmo não se submetendo às superstições rabínicas.
Tiago

Mr X disse...

O Júlio tem razão. Tiago lembra aqueles monomaníacos que só falam em um assunto específico, sem saber nada sobre a vida real. Lembrou este sketch aqui, perfeito pro Tiago:

http://www.youtube.com/watch?v=vZ9myHhpS9s

Chesterton disse...

Josef Mario era um comentador do blog dfo Pedro Doria que parecia um velho comunista já vacinado, que exibia grande conhecimento das idéias vermelhas da intelectualidade (entre aspas) brasileira e que levava tudo meio na gozação.

Cfe disse...

Tiagão,

Obrigado pela indicação mas continuo achando esquisito essa história de padre católico em Kiev pq, tanto quanto sei a Igreja católica daquela região teria ido
para as catacumbas nessa altura.

Digo isso porque abordei o assunto após a leitura do livro (se não caio em erro) Choque das Civilizações, anos atrás. Um dos países de transição era a Ucrânia com uma parte católica, de igreja independente mas submetida ao Vaticano e outra ortodoxa ligada a Moscou.

Anos depois, por morar em Portugal, acompanhei no noticiário religioso o apoio e cedência de templos da Igreja Católica Portuguesa à realização de cultos da Igreja Ucraniana para a grande colônia de imigrantes desse país que houve lá, durante uns tempos.

A Wikipédia por se tratar de uma fonte aberta a constantes edições, sofre influências de muitos interessados em dar sua versão: inclusive os progressitas e por isso não consideraria em sustentar assuntos a partir daí. É preferível obras fechadas com indicações expressas da bibliografia.

Acerca do assunto dos judeus e da minha defesa da incompatibilidade entre o ser judeu e ser assimilado lembro-lhe que devemos analisar as condições necessárias para que alguem possa ser considerado judeu pelos próprios e pelos demais. O fato d`alguem ser conhecido como pertença de uma determinado grupo não confere certificado de origem.

Outro ponto é que judaísmo, muito particularmente, é um misto de etnia com religião e o fato duma pessoa negar a sua religião não lhe retira a ascedência e educação que tenha tido: só a descendência irá ficar fora dessa grupagem.

Mr X disse...

Mas o Josef Mario era mais engraçado.

Anônimo disse...

"Obrigado pela indicação mas continuo achando esquisito essa história de padre católico em Kiev pq, tanto quanto sei a Igreja católica daquela região teria ido
para as catacumbas nessa altura."
Se mesmo os judeus e muçulmanos conseguiam sobreviver sob o czar, não vejo o que há de surpreendente em um padre católico, "especialista em judeus" e disposto a dizer o que a acusação queria ouvir, depondo no julgamento de um judeu em Kiev. É justo apontar que a Wikipedia é vulnerável a manipulações, mas também é justo dizer que não fui quem começou falando em sites(e que sites são vulneráveis a modificações, podem ser retirados do ar, etc). Não me lembro agora se o livro de Figes trata da participação do padre no julgamento ou só da acusação da promotoria, mas "Blood Accusation: The Strange History of the Beiliss Case" trata. Uma fonte mais acessível e ainda assim consideravelmente respeitável, penso eu, é a página da ADL (Anti-Defamation League),que tem um texto sobre o uso do Talmud nos ataques contra judeus (http://www.adl.org/presrele/asus_12/the_talmud.pdf). Agora, repare que eu não acusei a Igreja Católica pelo julgamento, que foi obra do regime czarista, eu apenas apontei que,em pleno século XX, a Igreja Católica ainda aprovava acusações ridículas e perigosas (pois incentivavam pogroms) contra os judeus e autorizava a publicação e tradução em vários países do mundo de obras que acusavam os judeus das coisas mais horríveis, incluindo assassinato ritual de crianças e abuso sexual de menores. Daí pra o Mein Kampf é um passo. Quando Marx descreve de forma crua (e com certo mau gosto, concordo)a situação dos judeus no século XIX e deixa espaço para que se conclua que ele os está acusando de avareza, horror dos horrores. Quando Lutero, a Igreja Católica e o czar defendem que o judeu é basicamente nocivo e precisa ser cerceado na prática de sua religião (maligna, claro) e perseguido, eles são pilares da Civilização Mundial. "Do not have two differing weights in your bag—one heavy, one light. Do not have two differing measures in your house—one large, one small."
Quanto à identidade judaica, não é tão simples assim. Aliás, o simples fato de que a maior parte dos judeus-mesmo em Israel-não anda por aí procurando adúlteras para apedrejar ou estrangeiros para escravizar prova que a tal identidade judaica, quando livre da mão pesada de genocidas como Moisés, Josué e praticamente todo líder judeu citado na Bíblia, é mais dinâmica e imprevisível do que julga nossa vã filosofia. Nada impede que os judeus abandonem o resto das superstições rabínicas, mantenham o que há de aproveitável em seu passado bíblico e se agarrem à sua rica e inspiradora na Diáspora. Depois de quase 2000 anos, talvez seja hora do judeu abandonar a tola ilusão de Eretz Israel e se tomar pelo que ele é: um cidadão do Ocidente que só pode florescer plenamente no Ocidente, em uma cultura com valores ocidentais. É hora de retomar a assimilação de onde Hitler a interrompeu.
Tiago

Mr X disse...

Assimilação, onde?

http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/europe/sweden/7278532/Jews-leave-Swedish-city-after-sharp-rise-in-anti-Semitic-hate-crimes.html

Às vezes me parece que o Tiago ainda vive no mundo de 30, 40 anos atrás. As coisas mudaram, amigo. O comunismo como sistema político alternativo morreu. O islamismo está tomando conta de grande parte da Europa; o "progressismo" internacionalista é que é a verdadeira ideologia mundial; imigração, terrorismo e crise econômica são os tópicos do momento. E Tiago vem com esse papo trouxa de revolução, perdido no tempo.

Cfe disse...

Tiagão,


Consegue citar lugar(es) onde tenha sido dado o "nihil obstat" em obra para se divulgar o fato?

Klauss disse...

Concordo com o X. O Tiago devia montar o blog dele e vir aqui só pra deixar o link.

Se ele não tivesse confessado outro dia que era um desocupado e que nem era professor, eu diria que o Tiago na verdade é o Quartim de Morais.

A diferença é que, pasmem, o Tiago ainda consegue escrever melhor que o referido 'professor', que era guerrilheiro por aqui nos anos 60.

Pra quem duvida: http://www.revan.com.br/catalogo/0269c.htm

Agora o incrível do Tiago, é como ele consegue dar um viés ideológico totalmente unilateral para QUALQUER fato histórico. Não sei se Ockham teria inveja do uso que Tiago faz de sua navalha, ou se a essas horas o frade se contorce no túmulo. Mas que o que o Tiago escreve é uma literatura 'sui generis', ela é!

Klauss disse...

Aliás, fico curioso pra saber o que o Tiaguinho falaria de Shakespeare e Goethe.

Eles também são fascistas imperialistas?

Anônimo disse...

"Se ele não tivesse confessado outro dia que era um desocupado e que nem era professor, eu diria que o Tiago na verdade é o Quartim de Morais."
Eu não confessei ser desocupado coisa nenhuma. Eu simplesmente disse que não sou professor. Como escreveu Jânio (em um raro momento de sobriedade, imagino),"há muitas formas de servir nossa pátria".

Cfe, para começar, o padre era um notório "especialista" em judeus, tendo escrito uma obra raivosa aobre eles uns vinte anos antes do julgamento. No mínimo, ele tinha um "nihil obstat" metafórico para agir como agir, já que a publicação da citada obra não ocasiou nenhuma punição ou exigência de retratação. Quanto à obra, ela recebeu o imprimatur do arcebispo de Mogilev,atual Belarus.
Tiago

Anônimo disse...

Correção: onde se lê "para agir como agir, já que a publicação da citada obra não ocasiou nenhuma punição ou exigência de retratação", leia-se "para agir como agia, já que a publicação da citada obra não ocasiou nenhuma punição ou exigência de retratação".
Tiago

Anônimo disse...

"Tiago vem com esse papo trouxa de revolução, perdido no tempo."
Marx, Engels, Lenin e Stalin descobriram as leis que regem a História ( "O gênio brilhante de Marx e Lenin planejou a futura ascensão da Comuna, Lenin traçou para nós a estrada para Liberdade, e o grande Stalin nos conduz nela"
Todos esses tópicos do momento são exemplos da decadência do Sistema Capitalista, que se tornou incapaz de lidar com suas contradições internas. A verdade é que crises econômicas e ameaças terroristas vem e vão e não passam de manifestações superficiais das grandes correntes profundas, impessoais e eternas, que agem sem o conhecimento dos não-conhecedores do marxismo-leninsmo. Marx, Lenin, e Stalin nos deixaram as respostas para essas questões.
Tiago

Anônimo disse...

Correção "O gênio brilhante de Marx e Engels..."
Tiago

Anônimo disse...

Tiagão
A decadência Capitalista é responsável por esse espaço que você ocupa.
Graças ao decadente capitalismo é que a internet floresceu e se consolidou.
Blogger, Google, Msn, Skype e o car* à quatro que tanto facilitam nossa vida, só se existem e se tornaram viáveis graças ao capitalismo.
Tá certo que levaram alguns tombos com as bolhas especulatórias que criaram, mas o capitalismo que os fortaleceu e consolidou.
Na sociedade que você almeja não teríamos nada disso.
Mas como todo "bom" comunista (se é que exista tal coisa) você consegue desvirtuar e transformar toda criação em ferramenta de "luta de classes" e instrumento de propaganda desse lixo de esquerda.

Cfe disse...

Tiagão,

Qual o nome do livro do tal Padre?

Há tradução em português ou vc leu em russo mesmo?

Cfe disse...

"Marx, Engels, Lenin e Stalin descobriram as leis que regem a História"

Uai, se descobriaram as leis que regem a história porque o comunismo fica sempre preso ao passado? Porque não se impõe como referência no futuro?

Anônimo disse...

Salvo engano meu, o livro foi primeiro publicado em latim, recebendo depois traduções em várias línguas (a russa veio quase duas décadas depois da edição em latim).Para ser honesto, a edição que me é mais familiar é a tradução completa disponível em inglês na Internet(que pode ser acusada de ser forjada, mas é bom lembrar que livros de papel não impedem essa possibilidade-como demonstrado pelos infames Protocolos dos Sábios de Sião, uma falsificação da polícia secreta do czar-, a própria edição de papel não seria prova definitiva do imprimatur, que pode ser forjado). Por outro lado, não conheço nenhum autor sério-mesmo que anti-soviético- que tenha colocado em dúvida a naureza do conteúdo da obra do padre Pranaitis: a própria Anti-Defamation League é clara quanto ao assunto. Mas, se isso não o/a satisfaz, estamos com sorte, o livro recebeu tradução para o espanhol e para o inglês, estando à venda na Amazon e em certas livrarias ligadas a grupos anti-semitas. Se você é, como São Tomé, do tipo que só acredita tocando as chagas, basta comprar o livro. O título em inglês é "The Talmu Unmasked:
The Secret Rabbinical Teachings Concerning Christians", o título original em latim era "Christianus in Talmude Iudaeorum". Não será fácil achar referências ao livro feitas tanto por defensores como detratores. Aliás,o Google Books também deve fazer parte da conspiração bolchevista, pois ele reconhece a existência do livro e até permite a visualização de trechos da tradução para o inglês.
Mas há algo mais relevante ainda: se no livro, o padre disserta sobre os textos sagrados que, supostamente, obrigam os judeus a liquidar os cristãos sempre que possível e prejudicá-los direta e indiretamente, ele não chega a dar muitos detalhes práticos. No julgamento como testemunha especialista da promotoria, ele explica que o assassinato do garoto foi parte de um ritual religioso judeu (há vários livros sobre o julgamento, posso citar alguns que eu li e outros sobre os quais li. A maior parte deles relatará o conteúdo do depoimento do padre e como o desconhecimento dele do Talmud foi exposto pela defesa).
Agora, talvez lhes interesse saber que um dos discursos gravados por Lenin tratava justamente da injustiça dos preconceitos e pogroms estimulados pelo regime czarista. Esses bolcheviques são mesmo uns bárbaros...
Tiago

Anônimo disse...

O Marxismo-Leninismo não está preso ao passado, ele, muito pelo contrário, dedica-se à construção de um futuro democrático, justo e próspero.
Ah, ainda sobre o "Caso Beilis": a própria biografia do acusado Beilis trata do papel do padre Pranaitis no julgamento.
Tiago

Cfe disse...

Tiagão,

Poxa, demorou para responder. A questão é a seguinte: a participação do tal padre no julgamento não comento pq desconheço o caso. Mas um livro nessa altura destinava-se a pouquíssimas pessoas pq causa do analfabetismo e da falta de meios para adquiri-lo e por isso minha insistência.

Do que eu pude ver, após uma muito breve consulta a internet, o livro seria sobre o Talmud e não encontrei nada lá que pudesse ser encarado como perseguição aos judeus, a não ser que se considere as severas críticas ao conteúdo do Tamud, de que trata o livro, como um incitamento a perseguição.

Friso que desconheço se o livro incita algum tipo de perseguição, no entanto posso afirmar que sempre que algum afoito critica o Talmud levantam-se muitas vozes dizendo tratar-se de racismo, perseguição ou preconceito.

É claro que para si isso nada significa: apenas inetressa-lhe como mola de engrenagem da afirmação da superioridade de tratamento conferido pelo comunismo aos habituais perseguidos.

Anônimo disse...

Não demorei muito, não. O seu comentário está registrado como tendo sido publicado às "18:41", minha resposta está registrada como tendo sido publicada às "21:10". Menos de duas horas e meia para descobrir que foi feito um comentário (quando eu vi o comentário, ele já tinha estado lá há uma hora), lê-lo, conferir os dados sobre a tradução do livro e sua disponibilidade em inglês, preparar uma pequena bibliografia do caso Beilus e escrever um texto relativamente longo com essas informações não me parece tanto tempo assim.
"Do que eu pude ver, após uma muito breve consulta a internet, o livro seria sobre o Talmud e não encontrei nada lá que pudesse ser encarado como perseguição aos judeus, a não ser que se considere as severas críticas ao conteúdo do Tamud, de que trata o livro, como um incitamento a perseguição."
Depende da sua definição de "incitamento a perseguição". O livro diz que o Talmud ordena que os judeus matem TODOS os cristãos, mesmo aqueles que são bondosos para com os judeus, começando pelos líderes cristãos ("príncipes"). Na falta de chance para isso,ainda segundo o padre, eles devem arruinar financeiramente os cristãos e negar-lhes qualquer ajuda, mesmo que isso traga a morte ao cristão em perigo (incluindo mulheres em trabalho de parto). O livro também diz que os rabinos ensinam que, com a destruição do Templo, o único sacrifício que os judeus precisam fazer é o de vidas cristãs. Acho que isso sai um pouco dos limites das "severas críticas ao conteúdo do Talmud" e entra no território do anti-semitismo mais raivoso e alucionado. Aliás, não creio que Hitler tenha feito acusações mais duras contra os judeus do que as feitas nesse livro. E mesmo que os livros não alcançassem largas parcelas da sociedade russa (passariam a alcançar depois, graças à eleminação do analfabetismo por Stalin), isso não desculpa nem o comportamento do padre nem o descaso (ou terá sido franco apoio?) da Igreja nesse caso. Além disso, essas ideias venenosas quanto aos judeus influenciavam grupos racistas russos(as "Centenas Negras", por exemplo) e, devido a esse tipo de pregação, encontravam seu caminho até o campesinato. Pensando bem, se pessoas instruídas e respeitáveis-incluindo líderes religiosos-garantiam que os judeus planejavam arruinar e destruir todo os cristãos e que nenhuma bondade poderia convencê-los a não prejudicar os cristãos, que opção tinham os camponeses além dos pogroms?
Você pode não discutir a participação do padre no julgamento (é direito seu), mas insisto que há um sólido consenso sobre o tema, ancorado na publicação de várias obras-incluindo a autobiografia do próprio Beilis. O padre, no julgamento, foi ainda mais longe do que no livro e defendeu que o assassinato do garoto tinha sido parte de um ritual judeu e que as treze punhaladas (na verdade, o garoto tinha recebido catorze catorze, mas quem se importa?) tinham um papel importante no Judaísmo.
"É claro que para si isso nada significa: apenas inetressa-lhe como mola de engrenagem da afirmação da superioridade de tratamento conferido pelo comunismo aos habituais perseguidos."
Interessa-me que os judeus sejam bem tratados. Lenin e Stalin, por exemplo, foram grandes defensores de um tratamento justo para os judeus. Eu diria que é o contrário: as mesmas pessoas que fingem se horrorizar quanto a alguma expressão mais crua de Marx sobre os judeus ou quanto à repressão de Stalin contra traidores que, por acaso, também eram judeus estão prontas para apoiar e justificar pessoas e instituições com um passado racista (como a Igreja Católica) se isso as interessam. A suposta preocupação com os judeus é só um pretexto para criticar os defensores dos Povo e atacar injustamente a heroica experiência soviética.
Tiago










Tiago

Cfe disse...

Quem lê seus comentários fica com a idéia de que vc tivesse já lido o livro do tal padre antes.

Desde o inicio percebe-se que sua intenção é exaltar as diferenças entre o antes e o depois da revolução. A diferença de tratamento para com os judeus serve apenas para exaltar as virtudes do comunismo. Afastar a semelhança dessa ideologia com o nazismo é fulcral: daí a preocupação.

O problema é que a semelhança não está aí: situa-se na nomeação e pregação da eliminação dos inimigos da ideologia. A necessidade de nomear inimigos serve para tentar unir todos em torno de uma causa.

Em relação ao livro que vc indica do padre e não defendendo a totalidade do que está escrito pq não o li, recomendo-lhe que pesquise um pouco o Talmud.

Silvio disse...

Direto do túnel do tempo e do álbum de família do Tiogro: http://tiny.cc/gf8l4

Anônimo disse...

Cfe,
"Quem lê seus comentários fica com a idéia de que vc tivesse já lido o livro do tal padre antes"
Eu já tinha lido, já tive a versão em papel em inglês entre as minhas mãos (não a tenho mais)e a li. Atualmente, uso a versão disponível na Internet para fazer as referências: ela é prontamente acessível, e tanto defensores dos judeus como anti-semitas a usam para fazer seus argumentos. Mas insisto que, se você duvida de mim, da Anti-Defamation League e de toda e qualquer pessoa que já escreveu sobre esse livro ou sobre o julgamento de Beilis-incluindo o próprio Beilis-, você mesmo/mesma pode adquirir o livro e ver que ele defende que a religião dos judeus os ensina a matar, enganar, roubar e prejudicar os cristãos,não importando quão bons eles sejam para com os judeus. A não ser que o Talmud pregue o extermínio dos cristãos (o que admitidamente alguns religiosos "cristãos" pregaram com relação aos judeus), não vejo exatamente a utilidade de estudar o Talmud para resolver o presente caso.
E, sinceramente, não estou tentando provar que o Marxismo-Leninismo é diferente do nazismo-para mim, é evidente que ele é diferente- e nem deixo de reconhecer que as semelhanças que possam existir entre os dois sistemas (como a rejeição da democracia liberal burguesa) não estão na questão judaica (o marxismo-leninismo sempre defendeu um tratamento justo para os judeus). Afinal, não sou quem cita frases supostamente anti-semitas de Marx e ignora que coisas muito, muito piores e bem menos ambíguas podem ser achadas nas pregações de boa parte das grandes religiões cristãs. Enfim, dois pesos e duas medidas...
Interessantemente, o fato de eu estar abertamente a fazer propaganda, isto é, defendendo minhas ideias marxista, não prova que eu estou errado quanto ao fato de que a Revolução foi boa para os judeus. Já pensou que eu talvez seja marxista justamente PORQUE a Revolução é boa para as pessoas?
Sílvio,
A foto é boa, mas eu prefiro a foto "Stalin, o amigo das criancinhas" (http://www.socialistaction.org/images/stalin2.jpg). O Youtube tem um vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=_cMlu7tUshg) com imagens do progresso soviético, da luta do Povo Soviético contra o agressor nazista, da comemoração da vitória sobre a besta nazista e cenas de Stalin brincando com crianças, sendo cumprimentado por populares e sendo ovacionado pelas multidões soviéticas, que o amavam. Tudo isso ao som do "Hino do Partido Bolchevique". Imperdível!

Tiago

Cfe disse...

"...não vejo exatamente a utilidade de estudar o Talmud..."

Tiagão,

Sabe porque muitos acreditam nos Protocolos de Sião? Porque admitem a informação aí contida pela verossimilhança com o que pensam.

Sem expo-la ao contraditório, simplesmente admitem e interiorizam-na, reforçando esquemas mentais distantes da realidade.

Só pela minha sugestão deveria ter se mancado e procurado alguns trechos do Talmud para saber como são referidos aí os cristãos.

Talvez passe a enxergar que não inocentes nessa histórinha.

Cfe disse...

não há inocentes nessa histórinha.

Anônimo disse...

"não há inocentes nessa histórinha"
Se isso o/a ajuda a passar a noite, tudo bem.
Só não entando como a canalhice geral da espécie humana pode justificar o comportamento dos papistas no caso de Beilis e a pressa com que certos fiscais da ideologia alheia (capazes de ver o argueiro no olho dos outros, mas não a trave nos próprios olhos) se apressam em varrer a história para debaixo do tapete. Não duvido que o Talmud, assim como o Antigo Testamento, aliás, tenha suas insensibilidades e possa ferir suscetibilidades, mas por que você não nos conta sobre as conspirações dos judeus (afinal, é disso que os anti-semitas, inclusive os que foram apoiados por Roma, acusam os judeus: de conspirar contra os não-judeus, não de serem insensíveis). Por que você nos conta sobre as coisas horríveis que o Talmud diz sobre os cristãos? Pelo menos, nos diga se é pior do que mandar matar TODOS os cristãos, como relatado pelo vigilante padre.
Falando em inocentes, será que o sujeito que iria ser condenado pelo assassinato "ritual" de um garotinho porque a Igreja Católica, em pleno Século XX, ainda acreditava que é isso que os judeus fazem não se qualifica para o posto de inocente? Talvez, os papistas e companheiros de viagem devessem, quem sabe, fazer um sério exame de consciência e analisar com mais cuidado seu passado (passado? )racista. Ficar alegando que "the jews made me do it" não vai funcionar para sempre.
Tiago

CFE disse...

"por que você não nos conta sobre as conspirações dos judeus"

Tiagão,

Não tenho absolutamente nada para contar nem nunca falei de conspiração judaica em parte alguma, mas admito que aí possa haver pessoas menos corretas como existem em todos os grupos.

Realmente tenho de "fazer um sério exame de consciência" mas não será por ser anti-semita ou ter um passado racista: fossem essas minha preocupações e me consideraria um santo.

Mas obviamente não encaixará isso pq vê tudo em duas cores.

Anônimo disse...

"Não tenho absolutamente nada para contar nem nunca falei de conspiração judaica em parte alguma, mas admito que aí possa haver pessoas menos corretas como existem em todos os grupos"
Apontar "pessoas menos corretas em um grupo" (ou simplesmente reconhecer a possibilidade de sua existência) não é a mesma coisa que acusar uma fonte essencial de comportamento desse grupo de impropriedades (o que você parece ter feito com relação ao Talmud). Por sua vez, apontar certas incorreções no Talmud, não justifica, repito, as ações racistas dos papistas contra o Povo Judeu. O caso Beilis mostra, como muitos outros mostraram no passdo, que a Igreja de Roma é inimiga dos judeus. As Leis de Nuremberg não destoam das restrições que os papistas impunham aos judeus (das quais, a crescente secularização da sociedade os salvou), as acusações de Hitler aos judeus nao são muito diferentes das feitas pela Igreja Católica ou por personalidades apoiadas pela Igreja Católica (como o padre Pranaitis). O caminho para Auschwtiz passa por Roma.
Tiago

Mr X disse...

Todos os caminhos levam a Roma!