domingo, 3 de janeiro de 2010
Apatia européia vs. paranóia americana
Leio que a mulher de Kurt Westergaard (o cartunista ameaçado de morte pelo Islã) foi afastada de seu trabalho como professora em uma creche porque as outras mães tinham medo que ocorresse algum atentado. Fizeram um abaixo-assinado para expulsá-la de seu trabalho. Tanto Kurt como sua mulher estão efetivamente ostracizados da sociedade, simplesmente por causa de um desenho. E mesmo seus netos correm risco de vida. Até qual geração a maldição do cartum continuará? Bisnetos? Tataranetos?
Na prática, isso significa que a Europa já aceita as leis maometanas e a submissão a Alá. Observe que não houve pressão alguma de muçulmanos: os europeus, de sua própria e livre vontade, excluíram Kurt e sua mulher do convívio civilizado, por puro medo. Algo similar ocorreu com Ayaan Hirsi Ali, que foi expulsa de seu condomínio devido a um abaixo-assinado de vizinhos preocupados.
Enquanto o medo seja uma reação natural, espanta um pouco a total falta de solidariedade entre os nativos, a aceitação quase fatalista de que um cartunista não tenha mais o direito de livre expressão, simplesmente porque uma religião estrangeira assim o ditou.
Acho que a diferença entre a Europa e a América é apenas uma questão de grau de apatia. Na Europa nota-se uma apatia imensa, quase como se aceitassem seu destino, a perda de seu próprio continente. Isso não apenas em relação à ameaça islâmica, mas também por exemplo à perda da soberania nacional - hoje é Bruxelas que dita as leis, suplantando a autoridade de cada país.
Já nos EUA, há maior rebeldia. Embora as ameaças sejam mais ou menos as mesmas (terrorismo islâmico, imigração descontrolada, neo-socialistas no poder, governo global), a tradição independentista (alguns dirão paranóica) americana recusa-se a morrer de todo. O governo Obama, em apenas um ano, já tornou-se quase menos popular do que o de Bush. A compra de armas e munições bateu todos os recordes ("you can take my gun only if you pry it from my dead cold fingers"). As leis socializantes enfrentam cada vez maior resistência. Os protestos contra os políticos atraem multidões. Ayaan Hirsi Ali e Geert Wilders podem discursar nas universidades em liberdade, sem medo de ser presos.
Se tudo isso vai adiantar alguma coisa, não se sabe. E é possível que os europeus acordem mais cedo do que se pensa, também. Kurt Westergaard demonstra uma coragem maior do que a de muitos de seus compatriotas, e talvez possa ser um exemplo.
De qualquer modo, os eventos estão se acelerando. 2010 vai provavelmente ser um ano muito interessante.
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14 comentários:
Pelo infeliz link do provérbio chinês, aparentemente você também aderiu ao medo.
Hum? Não entendi, Rolando. Não acha que vivemos em tempos interessantes?
Tá na hora do Matamoros.
http://www.youtube.com/watch?v=ZjbJnZUJTYU&feature=related
quando falam que a educação é a solução para todos, me vem a cabeça esse tipo de educação.
"simplesmente porque uma religião estrangeira assim o ditou."
Perai. A religião estrangeira de que está falando explode quarteirões, derruba prédios e aviões e faz milhares de vítimas sem levar em conta raça, sexo, idade, whatever.
Duvido que você deixe seu filho frequentar uma escola que tem grande chances de ir pelos ares (a escola, seu filho, seus amiguinhos assim como todo o quarteirão) em solidariedade a um cartunista que você nunca viu na vida. Seleção natural negô.
Se estamos vivendo tempos interessantes? Não sei. A história conta histórias mais interessantes que essa, viu!
Notícia velha, mas que talvez interesse. E vai com o meu abraço afetuoso ao Bartolomeu de Las Casas: http://www.spiegel.de/international/spiegel/0,1518,358223,00.html
em solidariedade a um cartunista que você nunca viu na vida. Seleção natural negô.
Bem, é aquela história do Martin Niemoller: "Primeiro eles vieram pelos cartunistas, e eu não disse nada. Depois..."
Os muçulmanos eventualmente serão expulsos (de novo) do Ocidente. Reconquista II, A Missão. Não há convivência possível. 1400 anos o demonstram. Vai acontecer, cedo ou tarde.
Sinceramente, Mr X ?
Não creio com tanta certeza assim, que a europa tenha forças ou mesmo vontade assim, de livra-se dos famigerados muçulmanos e sua religião forjada na desgraça,sofrimento e destruição dos "infieis", grande exemplo disso, é o total descaramento da Liga Anti-Difamação recorrendo ao governo suíço em favor muçulmanos na questão dos minaretes. E que não me apareçam cretinos a dizer: "o verdadeiro islã, atravéz do corão, prega o amor entre todos os povos" ou mesmo essa de que "nem todo muçulmano é terrorista"; pois bem, TODO MUÇULMANO que tem a sua conduta de vida baseada na sharia,que é a lei de conduta explicita no corão, É SIM, UM POTENCIAL TERRORISTA.
Grande abraço
Eu acho que vai haver confronto sim, pois nem todos poderão fugir quando a coisa começar a pegar. Veremos uma série de Balcãs pipocando pela Europa. Nem todos aceitarão se converter. Ao menos, creio. O problema é que pelo menos metade da população (o pessoal de esquerda) está lutando do lado errado.
a esquerda é como os palestinos, preferem morrer levando a civilização europeia à breca que viver em paz.
Olá!
Não sei ao certo, mas me parece que os muçulmanos têm uma grande dificuldade em viver em um mundo no qual eles não ocupam o topo da sociedade.
Vai ver que, no fundo, o muçulmano moderno se sinta humilhado e desdenhado pelo fato de ter sido o Ocidente, e não o mundo islâmico, que ditou o desenvolvimento da humanidade pelo menos nos últimos 500/600 anos.
E, talvez, isso tenha a ver com a imagem do Ocidente que os muçulmanos cultivaram por um longo tempo (sobretudo durante a Idade Média): Um punhado de bárbaros atrasados que mal conseguiam fazer flutuar uma tábua no Mediterrâneo.
Suponho que, tomando como verdadeira a afirmação acima, seja muito difícil/embaraçoso para um muçulmano admitir que foram aqueles mesmíssimos bárbaros e seus valores ocidentais que deram ao mundo os ares da modernidade, e não os valores islâmicos.
Até!
Veja umas fotos
http://www.boston.com/bigpicture/2010/01/three_days_in_iran.html
Mr X, o problema é justamente falar.
"Primeiro eles vieram pelos cartunistas, e eu não disse nada. Depois..."
É fácil falar atrás de um computador num país seguro (a menos que vc viva no iraque). A questão é quando o homem bomba entra na sua casa.
Ou melhor. na casa do seu vizinho cartunista. Ou na escola dos seus filhos.
Você vai ganhar ele no diálogo? Vai apoiar o cartunista na fuga?
De fato. Oque vc vai fazer qdo estiver na linha de fogo?
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