sábado, 19 de setembro de 2009

Trogloditas racistas


Uma dupla de estudantes fantasiou-se de cafetão e prostituta (ridiculamente, diga-se de passagem), e com uma câmera escondida visitou, não um, mas cinco escritórios da ACORN (Association for Community Organizations for Reform Now). Como dá para adivinhar pelo nome, trata-se de uma ONG dedicada a uma série de mutretas, desde fraude eleitoral a promoção do socialismo.

Nos vídeos, a dupla pediu ajuda para um esquema de prostituição infantil de ilegais e fraude ao imposto de renda. Os funcionários não só ajudaram no esquema como ainda queriam ganhar comissão por fora.

Graças ao escândalo, que nem é o primeiro, o Congresso americano votou a favor de cortarem a verba governamental do grupo, com o qual Obama esteve envolvido em sua longa carreira de community organizer agitador político. (É, a ACORN é uma QUANGO, isto é, uma suposta Organização "Não Governamental" que na verdade recebe dinheiro do governo, 40% do seu orçamento. Como, aliás, ocorre com muitas outras ONGs...

O MST é a mesma coisa. Certa vez, uma conhecida que, por puro idealismo, trabalhara fazendo vídeos sobre os "coitadinhos" do MST, ficou escandalizada ao descobrir a corrupção que rolava solta no local: líderes dividindo o dinheiro da verba federal e gastando em boates, etcétera.

A ladroagem que rolava solta no MST foi demais para ela, e a moça abandonou o barco. Mas a garota era exceção. Muitos não querem perder as ilusões e racionalizam: "Sim, são corruptos, mas trabalham para o Bem..."

Como reage um esquerdista ao descobrir que seus ídolos na verdade não são aquilo tudo?

Há normalmente três reações. Uma é a da rejeição, mas raramente esta é seguida de uma compreensão real. Em certos casos, à desilusão segue-se mesmo uma radicalização ainda maior. É como o caso dos ex-petistas que migraram para o PSOL, achando que o que faltou foi apenas um socialismo mais puro e pessoas que gostassem mais do cheiro do povo...

Mas os piores são os que não negam a corrupção, aliás a vêem mesmo como uma arma, como parte das estratégias válidas da esquerda para destruir o capitalismo e a "sociedade ocidental patriarcal".

São os esquerdistas burros? Não, não são burros. Alguns poucos chegam mesmo a ser inteligentes. Mas têm um ponto cego. Leia seus comentários nos blogs, e perceberá que escrevem como zumbis, como robôs. Os esquerdistas são mesmo como diz Bezmenov. Não conseguem raciocinar fora de certos esquemas mentais pré-determinados. Nesse sentido, o esquerdismo é mais uma religião do que um sistema político. Como ocorre com o Islã, qualquer ação é válida para impor seu totalitarismo.

E, no entanto, os trogloditas racistas somos nós, os anti-socialistas. O Fábio Marton acha que o poster abaixo é racista:


É racista? Não é? Acho que não vem ao caso. Sim, é uma caricatura vulgar, mas não muito pior do que esta:


Só a esquerda tem direito a agredir? Eu concordo com o Cláudio, nos comentários:

Não vamos nos iludir: tudo o que a direita disser poderá e será usada contra ela no tribunal. O monopólio da bondade já é da esquerda. Querer dar uma de bom moço ficando indignado diante de cartazes satíticos e charges não fará com que um esquerdinha pare e pense "caramba, sabe que a direita pode ter razão?"

A direita nunca tem razão. Para a esquerda, a direita é troglodita, mas não pelo que ela faz ou deixa de fazer: é que quem não aceita as teses revolucionárias da esquerda é, por definição, um tosco, um caipira, um troglodita existencial.

Assim, paradoxalmente, o esquerdismo tem o monopólio da violência, do crime, da corrupção, da guerrilha, dos cartazes ofensivos. Ao mesmo tempo, julga-se o ápice da bondade e da civilização. O raciosímio é o seguinte: a esquerda é superior, portanto tem o "direito moral" de usar todas as baixarias para obter a vitória. Já a direita...

8 comentários:

Mr X disse...

Dito isso, concordo que, especialmente nos EUA, está havendo uma radicalização maior de ambos os lados, o que é lamentável. E isso é porque há uma divisão impossível de deter.

Liberais e conservadores não poderão se entender, ainda mais quando os Democratas parecem-se cada vez menos aos Democratas e cada vez mais ao PT.

Rolando disse...

Eu vi essa menina no Programa do Glenn Beck, na Fox News. Aliás, gosto muito das observações do cara. Achei a mina gatinha. Entendi que ela está na casa dos 20 anos e vi o vídeo em que ela é atendida por uma secretária gorda, com aquela cara de "tô pouco me lixando para o trabalho de verdade".
Aí vi que o Glenn e ela falavam sobre ACORN, mas meu limitado inglês não entendeu bem sobre o que se tratava essa organização. Só dava para perceber que era uma denúncia.

No quadro seguinte, o Glenn fez uma análise da afirmação do Jimmy Carter de que as críticas a Obama são racistas. Daí, fazendo uma analogia com o caso, ele disse que quando alguém está num cinema, só gritará "Fogo!" se sentir cheiro de queimado e fumaça no ar. Ninguém grita sem um indício concreto porque sabe que pode causar confusão ou fazer papel de ridículo. O mesmo deveria acontecer quando denunciamos racismo. Nos dias de hoje, nos EUA, segundo Glenn Beck, ninguém gostaria de ser chamado de racista ou ser racista, a menos que realmente o seja. Portanto, uma acusação dessas frequentemente é muito leviana. Mais com o intuito de desmoralizar o acusado do que sua ação propriamente dita.

Só para terminar: muito legal isso dos garotos. Aqui universitários não teriam cojones para tanto. Lá já vi alguns que ousam questionar abertamente sistema de cotas, obamismo ou bushismo em sua época de quase unanimidade.

É claro que um universitário que fizesse tal tipo de denúncia aqui, logo seria criticado pelo seu diretório acadêmico e pelos militantes engajados. Acusações do tipo burguês, filhinho de papai, reacionário, pau mandado das elites ou de algum grupo por trás...etc. Basta ver no YouTube os universitários de engenharia da USP que queriam ter aula e pediam para o caminhão de som dos grevistas não incomodar naquele câmpus... xingaram os garotos de tudo que é nome e ainda queriam acusá-los de agressão.

Rolando disse...

Não deu outra... por casualidade estava no site da BBC, e no blog sobre os EUA, o jornalista Bruno Garcez já está insinuando que Glenn Beck é racista.

Esse povo da esquerda está ficando muito previsível.

Rolando disse...

Esqueci de colocar o link:

http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/eua/

marcelo augusto disse...

Excelente post, Mr. X!

Não considero que haja racismo na imagem.

Esse é um velho truque esquerdista: Utilizar conceitos e valores morais de acordo com a conveniência de seus interesses.

O próprio PT já apelou a uma prática semelhante alguns anos atrás. É racista?

Mr X disse...

Na verdade, descobri que a figura utilizada para satirizar Obama é um xamã de Papua Nova Guiné, portanto nem mesmo é africano ou negro. Será que isso significa algo?

Como eu disse em algum outro lugar, de tanto ser abusada, a palavra "racista" já virou algo como "fascista", que não significa mais nada.

Fabio Marton disse...

Eu realmente não sei se o Charles Johnson, do LGF, virou casaca. Mas a preocupação que eu tenho e ele, se está sendo honesto, tem, é evitar corresponder ao pior tipo de acusação do adversário, que é a acusação justa.

Ora, concordamos que racismo e fascismo são big no-nos, crimes que a esquerda nos acusa frivolamente. Dizemos que ela acusa frivolamente, e então isso é como a mulher de César, não basta ser honesta, deve parecer honesta.

E se alguém me diz então que exigir de si mesmo ser implacavalmente anti-fascista e anti-racista é "se dobrar aos valores do inimigo", isto é, que essas causas pertencem à esquerda... ora, de que lado esse cara está, caceta?

Alem disso, esse pessoal, racistas e fascistas, continua vivo e continua inimigo da esquerda. Não raro, resolvem estender sua mão engraxada para o lado de cá. Aconteceu com os caras do Jihad Watch e com Pamela Geller, que receberam - e aceitaram - o apoio de partidos ultranacionalistas europeus. Charles do LGF arranjou uma guerra com eles por conta disso.

Em outras palavras, você dar um abraço num cara com um capuz branco pontudo porque ele também é anti-comunista não é "ser agressivo", "ser esperto", "realpolitik", "responder na mesma moeda". É dar um tiro de bazuca no próprio pé. Acho que isso devia ser óbvio.

Mr X disse...

Acompanhei a polêmica LGF vs. Pamela vs. JWatch, e no fim convenci-me que Pamela e JWatch estão certos. O Charles peca por excesso de politicamente correto, que é uma arma dos marxistas, talvez a mais poderosa.

Não subscrevo ao "o inimigo de meu inimigo é meu amigo" e nada tenho a favor de nazistas, fascistas ou ultranacionalistas e toda essa crowd, porém, acho que também não se deve imaginar que vivemos em um mundo idealizado, onde ninguém é racista, todos são bonzinhos, etc. Isso, parece-me, fecha mais com a visão ilusória da esquerda sobre a humanidade.