terça-feira, 8 de setembro de 2009

Revisitando a Segunda Guerra Mundial

Há 70 anos (e uns poucos dias) começava a Segunda Guerra Mundial: foi em Setembro de 1939 que Hitler e Stalin invadiram a Polônia (esquece-se muitas vezes que foi uma dupla invasão, Hitler no dia 1 e Stalin no dia 17). Nazistas e Comunistas, nominais inimigos, começaram a guerra como aliados.

A Segunda Guerra ainda não acabou. Há poucos eventos que, mesmo tantas décadas depois, ainda interessem tanto o público. Provavelmente o número de filmes já realizados sobre o conflito chegue a vários milhares. Os livros sobre o assunto talvez contem-se aos milhões... Por que tanto interesse?

Talvez por que ainda estejamos vivendo sob as conseqüencias desse megaevento, que no entanto ainda tem tantos mistérios ocultos, e portanto ainda rende muita discussão.

Um historiador, por exemplo, argumenta que, na verdade, o grande evento da guerra não foi dos Aliados contra o Eixo, mas o que ocorreu ao Leste, a operação da Alemanha contra a Rússia e vice-versa. De fato, a idéia de Hitler era dominar todo o Leste Europeu e a Rússia, que com suas riquezas petrolíferas e minerais lhe permitiria de fato comandar o famoso Reich de mil anos. Fosse ainda Chamberlain e não Churchill o primeiro-ministro britânico, e talvez o tratado de paz com a Inglaterra teria funcionado, permitindo a dominação total alemã.

Segundo essa perspectiva, a Grande Guerra foi uma luta entre Nazismo e Comunismo pela dominação do Leste Europeu - e o Comunismo venceu.

Mas por que os Aliados, que eram anticomunistas, foram à guerra? É sabido que não foi para salvar os judeus. Jamais deram-se ao trabalho de bombardear os trilhos que levavam a Auschwitz, muito embora já soubessem dos planos da "solução final".

Mencius Moldbug observa outra coisa interessante: se Japão, nominalmente aliado da Alemanha, em vez de atacar Pearl Harbor tivesse atacado a Rússia pelo outro lado, o Eixo teria vencido a guerra. Por que não o fez? Segundo Mencius, por que os participantes do Eixo, na verdade, desconfiavam uns dos outros. Alemanha, Itália e Japão eram realmente aliados apenas de conveniência, sabendo que tratados são feitos apenas para ser rasgados no dia seguinte. De fato, Rússia e Alemanha haviam assinado o pacto de não-agressão de Ribentropp-Molotov, que não durou muito.

Outra coisa curiosa: Hitler, na verdade, foi o grande destruidor da "raça ariana" na Europa. Graças à sua guerra, morreram milhões de pessoas brancas, toda uma geração perdeu-se, as seguintes não tiveram filhos e, devido à herança maldita do hitlerismo, tornou-se impossível realizar qualquer controle de imigração, considerado hoje racista. Paradoxalmente, se Hitler não tivesse realizado sua guerra purificadora e sua matança de milhões de judeus, é pouco provável que a Europa hoje estivesse repleta de muçulmanos.

As teorias conspiratórias são milhares. Livros como The Pink Swastika argumentam que o nazismo teria sido um movimento de natureza homossexual. De fato, vários SS eram gays, e Hitler inspirou-se diretamente em Esparta. Mas será mesmo?

Já outros, citando documentos secretos recém revelados, acreditam que a União Européia atual nada mais seja do que o sonho de Hitler realizado.

Sempre haverá mistérios. Sempre haverá filmes sobre a Segunda Guerra, ao menos até ocorrer uma nova guerra ainda pior.

10 comentários:

bitt disse...

Bem lembrada a data, Mister. E melhor ainda ver que vc não adere ao novo revisionismo que está grassando por aí - "os comunistas começaram a guerra".

Mas pelo mns duas de suas observações merecem ressalva:
1a. "Se o Japão tivesse atacado..." O Japão já tinha atacado, em 1939, e tomou uma lavada descomunal. Forças motorizadas sob o comando de Zhukov anteciparam a superioridade da guerra motorizada sobre a "guerra escalonada". O fato é que o Japão tinha interesses mais prementes no Pacífico - o abastacimento de petróleo da Indonésia e de materias-primas e alimentos da Indochina, o que significava garantir as rotas-trocos de suprimentos que passavam pelo SE asiático. Basta examinar um mapa para ver que, embora a "zona de destino" deles fosse a China (desde o s. 19), eles não poderiam continuar a "guerra lá em paz" (gostou do trocadilho?..)caso não resolvessem a disputa com os EUA/Ingl e Holanda no Pacífico. Depois de 39, a Manchúria e a Ásia Central se tornaram caso secundário. Esse "conflito subordinado" vencido sem dificuldade em oito meses pela URSS, acabou animando Stalin a fazer exigências inaceitáveis à Finlândia. O resultado foi a "Guerra de Inverno", que os russos ganharam, mas de fininho.
1b. De fato os parceiros do Eixo não confiavam uns nos outros, mas não era o caso do Japão c/ a Alemanha. Os japoneses imaginavam que a guerra da Alemanha seria contra a URSS, e esta iria se manter a Rússia ocupada em sua fronteira ocidental enqto eles se voltavam para o Pacífico-Indochina; eles ficaram mto espantados qdo os alemães fizeram o pacto Ribentropp-Molotov.
2. A questão dos judeus eram secundária para os norte-americanos. Além do mais, "bombardear trilhos" seria mais ou mns o mm q matar mosquitos numa sala cheia de cascavéis. Seria um ato homanitário? Sei lá, tvz... Mas os recursos dos EUA eram gdes, mas não inesgotáveis - gastar bombardeiros e gasolina lá seria, estrategicamente, um desperdício. A visão norte-americana era estratégica, militar e unidimensional. Isso fez com q Eisenhower vivesse às turras com os britãnicos, cuja visão era política, estratégica e multidimentional.
3. Röhm, chefe das SA era assumidamente guéi. Ele e o amante gostavam de uma orgia (quem não gosta?..). Mas o nazismo era homofóbico, a começar por Himmler, chefe das SS. A história de q a gueizisse de Röhm precipitou a "Noite dos longos punhais" é uma bobagem inventada pelo filme "Cabaret" e q acabou colando.

Mr X disse...

Valeu Bitt.

Só acho que devo reconsiderar o tal "interesse" que a data suscita, não apareceu quase ninguém pra comentar. Estamos ficando velhos, hoje o pessoal não lembra nem do que ocorreu 5 minutos atrás, quanto mais 70 anos.

Até!!

Chesterton disse...

ué, Bitt, e o Pacto Hitler-Stalin?

bitt disse...

Como assim "o pacto Hitler-Stalin", chest meu bom? Se vc está falando do pacto Ribentropp-Molotov, ele aconteceu depois q Stalin, ao longo do ano de 1938 e 1939 tentou um acordo com a Inglaterra e a França. Stalin tinha certeza q a Alemanha iria atacar a URSS, e provavelmente teria reagido à uma invasão da Polônia pelos alemães - a fronteira estava sendo fortificada em profundidade e era plano do Stavka criar áreal de manobra, daí a exigência à Finlândia pela região de Valpurnii e o istmo da Carelia.

bitt disse...

Por sinal, mister, vc está mm morando em Los Angeles, como ouvi falar? Fazendo doutorado ou coisa assim?
sds!

c* disse...

ah mas que prazer ler bitt et chesto nessa toca de selvagens !
beijos queridos invisiveis !

Mr X disse...

Olá bitt, sm estou em LA, não é doutorado mas algo assim, acadêmico.

conffaaaaa

tudo bem?

Silvio disse...

X, e a guerra da propaganda também pegava fogo.

Herr Meets Hare: http://tinyurl.com/rxarup

Ducktators: http://tinyurl.com/pnen8q

Der Fuehrer's Face: http://tinyurl.com/2m6sy2

Tokio Jokio: http://tinyurl.com/nxfbq

Daffy The Commando: http://tinyurl.com/m3s6xs

Chesterton disse...

Peraí, Bitt, o cara combina a divisão de um país com o Hitler e você diz que não começou a guerra?

Mr X disse...

Ah é, eu ia colocar o Pato Donald nazista no link, mas esqueci. Os cartuns daquela época eram ótimos.