terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O dilema do multiculturalismo

Há poucos anos atrás, o sociólogo Robert Putnam fez um estudo sobre o multiculturalismo e assustou-se com o que viu. Tanto que nem quis publicar todos os resultados. Basicamente, a sua conclusão foi que nas sociedades multiculturais há menos confiança entre as pessoas. Porém, o mais curioso é que isso não ocorre apenas entre grupos diversos, como seria de esperar, mas também dentro dos próprios grupos étnicos.

Los Angeles é uma das cidades mais multiculturais do mundo. É também uma das mais segregadas, ao menos em termos de divisão geográfica: asiáticos moram com asiáticos, mexicanos com mexicanos, negros com negros, brancos com brancos, iranianos com iranianos, armênios com armênios. Fora os campus universitários (e já falo sobre esse tema), e sobre os brancos que casam cada vez mais com asiáticas (tema para outro post) ninguém se mistura muito com ninguém.

Robert Putnam também é o autor do livro "Bowling alone" (Jogando boliche só), onde mostra como os americanos se tornaram menos sociais, com famílias menores, menor número de amizades, menor participação em clubes e associações comunitárias, etcétera. O título do livro faz alusão ao fato de que há cada vez mais pessoas jogando boliche nos EUA, mas cada vez menos clubes de boliche.

Estariam os dois fenômenos (crescente solidão do homem americano contemporâneo, crescente multiculturalização da sociedade) relacionados? 

Não sei. Aconteceram mudanças demais desde os anos 60 nos EUA, e o multiculturalismo foi apenas uma delas. Na verdade, acho que todos os fenômenos radicais dos anos 60, como a luta contra os valores tradicionais, o extremismo político, o feminismo, a perda da religião, a revolução sexual, bem como a própria urbanização desordenada e a imigração cada vez maior causaram essa desagregação social. Não dá para colocar tudo na conta do multiculturalismo, embora este crie sim os seus problemas.

Celebrado até há pouco, hoje o multiculturalismo sofre uma chuva de críticas. Ângela Merkel, Nicolas Sarkozy, David Cameron, mas também vozes à esquerda começam a perceber que há alguma coisa errada, que o paraíso prometido da integração pacífica não aconteceu. Por quê?

Tenho a impressão que, como tantas coisas, algumas positivas mas muitas negativas, a idéia da sociedade multicultural surgiu nos campus universitários americanos. De fato, as universidades americanas são templos do multiculturalismo. Pessoas de todos os países, raças e religiões se misturam e convivem quase sempre em paz. Daí deve ter surgido a idéia de que, se isso funcionava na universidade, por que não deveria funcionar na sociedade como um todo?

Acho que a diferença é a seguinte: a universidade é um ambiente bem diverso da sociedade como um todo. Em primeiro lugar, as pessoas que habitam esse mundo são filtradas pelo QI e pelo nível social, quer dizer, estão ao menos um pouco acima da média no que se refere à inteligência e classe. Em segundo lugar, são pessoas mais abertas ao convívio e à troca cultural, ou nem estariam em uma instituição de nível superior. E, em terceiro lugar, convivem apenas algumas horas por dia e por um período específico da juventude.

Já na sociedade a integração pacífica entre grandes grupos de origens diversas é mais difícil. Vejam a triste história desta lojista francesa, arriscando a própria vida (já foi estuprada, roubada, apedrejada) para manter a sua lojinha em uma "zona sensível", isto é, em um bairro exclusivamente muçulmano de Paris. Locais onde até mesmo a polícia e os bombeiros evitam ir. Será o futuro da França a guerra civil? 

Devemos diferenciar o multiculturalismo da imigração. A imigração sempre existiu, o multiculturalismo é algo relativamente novo. (Embora gregos e romanos tenham convivido em sociedades relativamente multiculturais, mas isso também seria tema para outro post). Anteriormente, havia na maior parte dos casos a expectativa de que o imigrante se adaptaria ao país ao qual emigrou, adotando a sua língua e seus costumes. Isso não acontecia em todos os casos, mas na maior parte. Hoje, a expectativa é exatamente a oposta: que o imigrante mantenha sua própria cultura, e que esta seja "respeitada" pela sociedade que o acolhe, mesmo que se trate de um hábito bárbaro como a extirpação do clitóris das mulheres.

Hoje o multiculturalismo é a política oficial em quase todas as capitais ocidentais. Em parte é o mero resultado de mudanças tecnológicas e sociais, mas em parte também foi forçado, contra os desejos da maioria da população, por governos e políticos mais interessados em votos do que no bem-estar social. Mas, assim como um pêndulo, as modas e as sociedades mudam. É bem provável que, assim como o dinheiro do welfare state está acabando rapidamente e levando a crises e conflitos em tudo que é lugar, também haja uma violenta reação contra o multiculturalismo nos próximos anos. E aí, salve-se quem puder.

 

60 comentários:

maisvalia disse...

O último a sair que apague a luz.

maisvalia disse...

Do mesmo tema, um pedaço do artigo do Ivan lessa,

O primeiro-ministro Conservador, David Cameron, fez há algumas semanas um discurso – pior: perorou – no qual decretava ou criticava o multiculturalismo. A exemplo de seus pares e ímpares como Angela Merkel, da Alemanha e Nicolas Sarkozy, da França. Segundo o premiê, o país precisava era de um liberalismo parrudo ou mais musculoso.

Andei acompanhando a história, cercado que estou por tantas etnias e culturas. O multi- ou bicultural fenômeno, ao menos em seu contexto político, advoga um status de igualdade aos diferentes grupos religiosos e étnicos que cada vez mais compõem a paisagem humana do Reino Unido.

Londres então não é brincadeira. Mosaico cultural aqui é mais popular que o novo museu Tate, os preparativos para os jogos de 2012 ou a roda gigante “Olho de Londres”.

Em outras e poucas palavras, o que Cameron estava dizendo, em bom português sem acordo ou reforma, via intérpretes fidedignos, era que “negócio de assimilação em massa é o cacete” ou “os tinflas”, para quem se lembra da velha gíria. Interação social é uma espécie de salada de frutas, ou bolo de fubá, com a cereja dos anglos no topo supervisionando os trabalhos. Para ser franco, parece-me razoável o esquema. Só que sem exageros. Sem incentivos ao racismo, if you please.

A Itália está dando um grito de socorro lá na ilha de Lampedusa avisando ainda que é para todo mundo tomar cuidado com os refugiados tunisianos. Também dedicam espaço na imprensa para o igualmente perigoso, embora mais ridículo, Berlusconi. Tem gente que não acaba mais por estas bandas tomando cuidado. Com tunisianos e seja lá qual for a raça que não seja anglo, saxônica ou, no mínimo, e olha lá, normanda e gaélica ou céltica.

Vejam o caso seguinte que só alguns poucos jornais publicaram.

A professora Elizabeth Davies, de 48 anos, logo ali ao lado, em Swansea, País de Gales (conta como multicultural?), foi formalmente acusada de humilhar crianças bengalesas, isto é, de Bangladesh, espirrando nelas purificador de ar ou desodorizador de ambientes para afastar o cheiro de, segundo ela, “cebolas e curries” além de outras especiarias multiculturais.

Elizabeth Davies, ou Madame Purificação, como já a chamam, fez o mesmo com os pupilos que soltassem pum, fazendo com que, depois, lavassem as mãos com desinfetantes fortes além de ficarem de pé em cima de jornal até urinar. Pelo seu ofício de mestra, Elizabeth Davies percebia perto de uns US$ 50 mil por ano. Foi demitida pelas autoridades que zelam pelo bem estar de crianças, o que me parece justo, correto.

Só não quero agora é que mexam com os esquemas do bispo Edir Macedo ou com os restaurantes onde servem tristes picanhas minguadas no bairro de Stockwell. Há que haver munição contra a tal da “saudade”, de que alguns conhecidos tanto falam.

Principalmente, e forçoso é, deixar em paz (quem avisa amigo é) os cinco terreiros de umbanda localizados em pontos estratégicos de Londres formando uma esotérica estrela no mapa da capital. E que ninguém que os frequente se atreva a dar seus endereços, sob pena de sofrerem “trabalho” feroz.

Despacho com frango, charuto, cachaça e tudo neles, é o que os caboclos locais prometem sem falar de perigosos santos e exus virem atrás e quebrar a perna do alcaguete.

Mr X disse...

Ah ah ah. Boa a do Lessa. Acho que tem uma coisa importante aí, a questão da saudade da terra e cultura natal, por isso o apego.

Microempresário disse...

Quem acredita que somos fruto da evolução, sabe que passamos alguns milênios andando em bandos, perseguindo e sendo perseguidos por outras espécies, de coelhos a mamutes. E quando um grupo encontrava outro, dava briga, fosse pela caça ou pela melhor caverna.

Então, o que a seleção natural colocou em nosso DNA não é "todos os seres humanos são irmãos", e sim "eu sou amigo do pessoal da minha turma; as outras turmas são nossos inimigos"

Augusto Falecimento disse...

Gostei das armas. Algum "especialista" pode informar qual a melhor? Acho que ainda vou precisar. Além do Krav Maga, é claro.

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos.
Realmente, esse multiculturalismo eh uma porcaria! Ainda bem que o papismo tem a solução: mandar os negros de volta para os bancos de tras do "bus" (se não houver nenhum branco querendo lugar), os japoneses de volta para os campos de concentração e os judeus de volta para os campos de exterminio. Afinal, para quem defendia o Geocentrismo- duzentos anos depois da morte de Galileu!-, o Holocausto (o cardeal Leme recusou-se a apoiar o pedido de judeus que queriam asilo no Brasil, mas encontrou tempo para apoiar o asilo de freiras) e a Escravidão, eh facil apoiar o racismo.

Chesterton disse...

Quando os comunistas alimentados pelo ouro de Moscou na América do Norte souberam (bem precocemente)das atrocidades de Stalin, trataram logo de traçar um plano B, tendo em vista que essas atrocidades inviabilizariam o comun ismo nas américas e no mundo não asiático.
Esse plano tinha por objetivo manter políticas anti-americanas, anti os valores tradicionais que resultaram na sociedade mais rica que esse planeta conheceu.
Levas e levas de elites universitárias foram bombardeadas por propaganda, foram educadas nessa nova seita e o resultado esta aí.
Toda engenharia social está fadada ao fracasso, mas dá um trabalho, custa uma grana.....

Mr X disse...

"eu sou amigo do pessoal da minha turma; as outras turmas são nossos inimigos"

É a natureza humana. Os árabes têm um ditado, "eu contra meu irmão, eu e meu irmão contra meu primo, eu, meu irmão e meu primo contra os estrangeiros".

Parece que só podemos estabelecer nossa identidade a partir da oposição.

A partir daí, vistas as guerras nacionalistas que eclodiram na Europa, a idéia dos Engenheiros Sociais foi a de justamente tentar reduzir ou minar o nacionalismo, criando sociedades multiculturais que, por definição, não seriam nacionalistas.

O que os Engenheiros Sociais esqueceram ou não sabiam, é que o nacionalismo é na verdade tribalismo étnico. Uma nação homogênea pode ser nacionalista e belicosa. Em uma nação multicultural, os ímpetos tribais se resolvem dentro da própria nação, com cada grupo contra o outro.

Por exemplo, se houver uma guerra da Alemanha contra a Turquia, de que lado os turcos que moram na Alemanha vão ficar?

Então, o mais provável mesmo é que o problema na Europa termine se resolvendo em alguma forma de guerra civil. Como na Bósnia, Kosovo, etc.

Mr X disse...

Voltou o AN com seu dramatismo... Bem-vindo!

mandar os negros de volta para os bancos de tras do "bus" (se não houver nenhum branco querendo lugar), os japoneses de volta para os campos de concentração e os judeus de volta para os campos de exterminio.

Tudo bem, mas e os muçulmanos, para onde mandar? Eis a dúvida.

Anderson disse...

"Hoje o multiculturalismo é a política oficial em quase todas as capitais ocidentais. Em parte é o mero resultado de mudanças tecnológicas e sociais, mas em parte também foi forçado, contra os desejos da maioria da população, por governos e políticos mais interessados em votos do que no bem-estar social."

Vê, Mr X, como isso é paradoxal?

Quero dizer: como atribuir isto em parte ao desejo dos políticos por votos se se assume que tais medidas vão contra os desejos da maioria da população?

Não estou de forma alguma sugerindo que as políticas multiculturais sejam de interesse da maioria (o que inclui os nativos) - certamente não é. Mas como explicar em termos de políticos querendo votos?

Mr X disse...

Olá. Bem, não sei na Europa se o mecanismo é o mesmo, talvez não.

Nos EUA, é simples: o Partido Democrata firmou-se como o partido das minorias, e tem propostas até mesmo para que presidiários e imigrantes ilegais possam votar. Ou seja, por cada imigrante, o Partido Democrata ganha votos, o Partido Republicano perde.

De qualquer modo, entendo sua colocação. O fato é que se você perguntar à população nativa europeia se eles queriam importar milhões de muçulmanos, a resposta em 90% dos casos vai ser não. Então, quem tem interesse nisso? Os políticos? As elites globalistas? Os empresários que querem mão de obra barata? (Nos EUA talvez essa cole, mas na Europa agora não tem trabalho nem para os nativos)

Anderson disse...

"O fato é que se você perguntar à população nativa europeia se eles queriam importar milhões de muçulmanos, a resposta em 90% dos casos vai ser não."

Concordo. E nem precisamos ir tão longe para constatar paralelos: o puro, simples, bom e velho "bom senso" nos indica que a grande maioria da população brasileira é cristã, tem repúdio ao homossexualismo (o que não significa ser homofóbico), repúdio ao consumo de drogas, repúdio ao aborto, e muitas outras coisas.

No entanto, cada vez mais o que se vê por parte do estado são medidas antirreligiosas (não estou defendendo que o estado deva promover alguma religião - mesmo a da maioria), privilégios a homosexuais, políticas cada vez mais brandas com relação ao consumo de drogas, abortismo descarado, etc.

A gente está tão acostumado que nem percebe o quanto isso tudo é bizarro... Os governos que cada vez mais agem contra a vontade das suas populações são os que mais recebem votos.

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos:
Para onde mandar os maometanos? Para o mesmo banco onde os Bushes e Obamas depositam a grana saudita, claro! Apenas grana maometana eh boa? Mas eu semprei achei mesmo que esse negocio de mandar que os rednecks parassem de linchar negros era um sordido plano de Moscou...

Microempresário disse...

"como atribuir isto em parte ao desejo dos políticos por votos se se assume que tais medidas vão contra os desejos da maioria da população?"


Anderson, uma tentativa de explicação:

Como a população toma conhecimento das propostas dos políticos ? Através da midia. A midia mostra cada fato ou pessoa como "positiva" ou "negativa" de acordo com uma série de conveniências. Se a midia decidir que o multiculturalismo é bom, todos os políticos que forem favoráveis serão mostrados de forma positiva, e vice-versa.

Sem contar que em certos segmentos da sociedade, a política é um "modismo" sujeito às regras do showbiz. Ser "de esquerda" é considerado "cool", no mesmo plano de ser vegetariano, dar dinheiro pro Greenpeace, ter um carro híbrido e falar mal da Nike e da Microsoft.

Beto disse...

Parabéns Mr. X, ótimo texto!
Só discordo deste ponto:

"Acho que a diferença é a seguinte: a universidade é um ambiente bem diverso da sociedade como um todo. Em primeiro lugar, as pessoas que habitam esse mundo são filtradas pelo QI e pelo nível social, quer dizer, estão ao menos um pouco acima da média no que se refere à inteligência e classe."

Não concordo que nas Universidades estão os melhores QIs da sociedade.
Nas universidades estão 'grande parte' do QI, mas não todo. Ainda mais nas universidades brasileiras.
Muuitaa, mas muitaaa gente é inteligentíssima e não freqüenta universidade ou não tirou curso universitário.
Concordo que há muita gente inteligente no ambiente, obviamente, mas muita toupeira, excêntrico, com idéias no mínimo sem nexo, sem sentido e proselitismo político.
Também acho que há pessoas que não gostam e não se atraem pelo ambiente, sobretudo nas universidades brasileiras, e as muitas cabeças de vento do meio. Podemos encontrar também, muitas pessoas de grande valor em outros meios sociais.
E como você citou, muitas vezes esse convívio é passageiro, transitório, algo necessário, mas não necessariamente agradável.

um abraço!

Mr X disse...

Beto,
Eu referia-me acima de tudo às universidades americanas, que são de fato bem multiculturais.

A seleção pelo QI ocorre devido a exames como Vestibular ou SAT nos EUA. É claro que há muita gente inteligente (talvez até os mais inteligentes) que não estão na universidade. Bill Gates, Zuckerberg, Steve Jobs, etc, não concluíram seus cursos universitários. Outros grandes empresários nem os começaram.

Augusto,
Nem sou contrário às outras culturas ou aqo intercâmbio e convívio pacífico entre estas, só observo que, do modo como está ocorrendo hoje, o multiculturalismo é contrário à natureza humana, que é tribal. Se nem muçulmanos (xiitas vs sunitas) ou cristãos (católicos vs protestantes) consguem se entender, o que dizer de culturas e religiões completamente opostas ocupando um mesmo reduzido espaço.

Vai dar briga.

Mona disse...

Que todos venham para o Brasil, então. Aqui, todo mundocasa com todo mundo, uma pessoa frequenta um terreiro de candoblé pela manhã, um culto protestante à tarde, vai à missa à noitinha e termina recebendo um passe na comunhão espírita à noite.
Aqui, assiste-se à apresentação de uma sinfonia à tarde e vai-se a um pagode na laje à noite. Aqui, em resumo, é uma merda, mas é bom. Tom Jobim que o diga...
É uma visão ingênua do "braisleiro cordial"? Pode ser, mas não conheço, neste país, nenhum grupo fechado em si mesmo, imune à esculhambação e ao sincretismo que aqui reina...

Edu disse...

É um choque natural pô! E vai demorar pras coisas se assentarem, ou vcs acham que misturar romanos com os bárbaros foi rápido? Ou vcs acham que misturar todos os dialetos da Itália?

Isso é um movimento constante, só que hoje a mobilidade, a comunicação e o fato de vc poder encontrar o que quiser em quase toda parte do mundo faz com que, ao mesmo tempo os que apostam no multiculturalismo queiram que tudo se resolva em poucos anos... além disso eu imagino que esse acesso fácil a qualquer coisa permita que as minorias mantenham suas características: os chineses com seus hábitos chineses, os muçulmanos com seus hábitos muçulmanos, os latinos com seus hábitos latinos e assim por diante.

Tem fórmula? Separa ou junta? Pra mim não muda nada... até que 2 grupos étnicos distintos que convivam paralelamente desenvolvam uma cultura conjunta e partilhem de alguns hábitos comuns, a convivência "cada um no seu quadrado" vai ser necessária.

Pra mim o ponto é: até onde ir com a individualidade? Até onde permitir qualquer traço cultural? Se um cara vem de uma cultura onde é permitido espancar uma mulher para o Brasil, devemos aceitar a cultura dele? Pra mim, no caso americano, eles ainda não se resolveram quanto a isso, e claro, permite que vários problemas aconteçam.

Abraço a todos

Edu disse...

Desculpem o péssimo português, não vou corrigir pq to na correria por aqui.

Mr X disse...

Mona,

Concordo que no Brasil seja um pouco diferente, por isso não acho que o Brasil seja "multicultural". Não ocorreu essa separação tão grande que se nota entre os grupos na Europa e nos EUA, e há mesmo maior "cordialidade".

O argumento dos multiculturalistas é que com o tempo isso se ajusta, mas não acho que seja sempre o caso. A história da Europa é a história das guerras entre os vários grupos que passaram por ali.

Gunnar disse...

"Se um cara vem de uma cultura onde é permitido espancar uma mulher para o Brasil, devemos aceitar a cultura dele? "

No Brasil não sei, na Alemanha aceitam. Estou falando dos turcos. Aconteceu com a amiga de uma ex-namorada minha. Polícia não se mete, ninguém comenta. Afinal, deuzolivre dar pinta de xenófobo. É foda.

Mas as recentes declarações da Merkel são um sopro de esperança.

Mr X disse...

Piratas da Somália matam 4 turistas americanos.

What Would Julius Caesar Do?

http://www.livius.org/caa-can/caesar/caesar_t01.htm

Chesterton disse...

Só quem sabe lidar com piratas somalis são os russos.

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos:
São fomentadores de guerras como Bush, Obama e seus aliados sauditas que estimulam o odio entre os grupos raciais. Auguste Comte provou que somos todos irmãos, somos todos filhos do Grande Ser. O odio entre papistas e bodes, maometanos de diversos tipos e judeus e maometanos eh produto da superstição religiosa: elimine-se a superstição e havera um so pastor e um so rebanho!

Chesterton disse...

São fomentadores de guerras como Bush, Obama e seus aliados sauditas que estimulam o odio entre os grupos raciais.

chest- AN, isso já é piada.

Chesterton disse...

elimine-se a superstição e havera um so pastor e um so rebanho!

chest- seria....Comte?

Mr X disse...

Certamente, na Idade da Pedra lascada, as várias tribos de hominídeos lutavam entre si apenas devido a algum Buxi da época.

Os grupos raciais não precisam de nenhum estímulo para se odiar:

http://www.youtube.com/watch?v=D9HdvBb8HBk

No mais, "Grande Ser"? É Deus ou é o Jô Soares? E eu achava que os positivistas eram ateus.

Anônimo disse...

Eu sabia, o AN é só um gozador. Está precisando encontrar sua Clotilde de Vaux para tomar jeito na vida.

Anônimo disse...

Blogueiro, o multiculturalismo iniciou-se há mais ou menos 500 anos quando os europeus rasgaram os mares a procura de novos mercados e transações comerciais. Do mercantilismo passou-se para a Revolução Industrial e aí não parou mais. Porém, fato é, que os movimentos ditos 'revolucionários' e mais recentemente os esquerdistas, difundiram o multiculturalismo com o intuito de desmantelar o Ocidente e os princípios e valores construídos pelo cristianismo. Repare: o multiculturalismo serve para o Ocidente, mas não para o Oriente.
"Há algo estranho no reino da Dinamarca", não acha?!?!

Mr X disse...

Exato. a China não é multicultural, e ninguém se pergunta o por quê. Por outro lado, a China é uma ditadura. Ah, mas o Japão tampouco é multicultural. Mas Cingapura é. Hum.

De qualquer modo, concordo plenamente que há uma mensagem claramente anti-cristã e anti-ocidental nesse neo-multiculturalismo. É como todas as culturas fossem boas, menos a branca-ocidental-cristã.

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos:
Augusto Comte, a maior mente desde Aristoteles, provou que os individuos e sociedades passam por tres fases: teologica, metafisica e positiva. Na fase positiva, os seres humanos abandonam o racismo e derrubam as fronteiras nacionais. Basta destruir as superstições religiosas e politicas.
Quanto a não se precisar de estimulos para odios raciais, vamos descobrir com certeza quando os racistas papistas (defenderam a Escravidão ate o fim), neocons e sauditas pararem de fornecer estimulos!
Augusto Comte, genialmente, ensinou que o Universo eh composto de tres partes: o Grande Ser-a Humanidade-, o Grande Fetiche-a Terra- e o Grande Meio-o Espaço!

Edu disse...

Gunnar, foi exatamente o que eu quis dizer. Não há um limite pra identificar essas diferenças... acho meio ridículo.

Mr X disse...

Enquanto os piratas da Somália patrulham os mares, filhos de refugiados da Somália alegram a comunidade em Minnesota:

http://www.kare11.com/news/article/909497/396/Mob-robbers-hit-convenience-stores-in-St-Paul

E um estudante saudita nos EUA é preso por terrorismo:

http://www.publicbroadcasting.net/kera/news.newsmain/article/1/0/1767727/North.Texas/Saudi.Student.Arrested.In.Lubbock.Terror.Plot

Queria explodir a mansão do Bush, depois de tudo que ele fez pelos sauditas... Será que é o AN?

Brancaleone disse...

Creio eu na minha tronitroante ignorância que os temores que o multiculturalismo desperta em uns é outros é que fica mais difícil controlar e administrar tantas opções culturais. Para aqueles que parasitam a sociedade com a desculpa de cuidar dela (leia-se políticos e religiosos) seria muito mais fácil se todos fossem pasteurizados, reduzidos a uma espécie de MCC (minima cultura comum). O multiculturalismo apenas demonstra que os padrões culturais admitidos (e tolerados) pelo Poder não são bons o bastante.
Creio que existe uma espécie de revolução, de inconformismo e insatisfação com o que a padronização tão desejada pelo Poder.

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos:
Deve ser o principe amigo de Obama, o unico cara malvado que OC encontrou no governo do pais que, segundo o Departamento de Estado, eh o maior financiador do terror maometano. Mas perigoso mesmo era o cara que pagava os estudos de Obama. Ou sera que era o ditador que tirava fotos de mãos dadas com Bush(ainda bem que era um ditador do bem em vez de,digamos, o presidente do Irã)? E não se esqueça: os EUA apoiaram Hitler e Stalin (a economia sovietica foi construida por tecnicos americanos enquanto as corporações americanas faziam negocios com os nazistas), mas ambos se voltaram contra a America!

Chesterton disse...

um acento para você

http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSEioY6r43zK_BQVJx937weKuhFB1wADAUeDZd9Z9YefU0O_pxBpA&t=1

Augusto Nascimento disse...

Não consigo abrir.

Chesterton disse...

http://img717.imageshack.us/i/banquinho.jpg/

e agora?

Augusto NAscimento disse...

Ainda sem acentos.
Ah, sim, bem melhor agora. Mas isso eh menos um "acento" do que um "assento", e Comte ensinou que o trocadilho eh a mais baixa forma de humor.

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos.
Ah, sim, bem melhor agora. Mas isso eh menos um "acento" do que um "assento", e Comte ensinou que o trocadilho eh a mais baixa forma de humor.

Brancaleone disse...

Hoje com mais tempo...
Buenas pois que então este negócio de multiculturalismo é sim uma baita duma encrenca para os países e cidadãos que gostam de sentirem-se 'mais bãos que o resto". Sabe cumé né, vai que uma cultura diferente seja mais melhor de boa que aquela que se acha mais boa que as demais e dai elas se misturam, sendo que uma pode diluir-se mais que a outra...
Sem sarro, até em blogs se nota uma certa aversão a culturas que diferem muito das consideradas 'normais'. Dia destes num bloguezinho infestado pela intelectualha fui questionado sobre qual linha filosófica eu me identificava para que só então pudesse continuar comentando...
Só para provocar respondi que curtia mesmo era a viadarada grega dos tempos de Sócrates e que atualmente lia paulo coelho...
Não sei até agora se fui excluido por xingar a gregarada antiga de baitolas ou sem querer cai num fã clube do paulo coelho (minúsculas merecidas)

Chesterton disse...

Conte ensinou a postar 2 vezes o mesmo comentario para ser mais incisivo?

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos:
Não, o problema eh que da primeira vez em que eu apertei o botão, não aconteceu nada, então apertei de novo. E ainda assim soh tinha aparecido um comentario. O sistema duplicou depois.
Mas Comte foi o mestre supremo da exposição. Ele ensinava Astronomia aos trabalhadores de Paris, foi um pioneiro no uso do formato de perguntas e respostas para a exposição de doutrina e os livros selecionados por ele para a Biblioteca Postivista são, como genialmene comentou Miguel Lemos, exemplos de como expor as ciencias e as artes aos estudantes.

Chesterton disse...

você parece um pregador do largo da Carioca que fica xingando os passantes e ameaçando-os com o inferno: está lá há mais de ano, e tem zero seguidores.

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos.
Que falta de tino, que pecado! Se bajulasse os poderosos e lisonjeasse as massas ignorantes, o sujeito seria um kingmaker, como Edir Macedo ou, pelo menos seria um fazedor de bobos da corte, como Silas Malafaia, esse icone do "liberalismo" brasileiro. E teria um monte de "seguidores" (afinal, quantidade eh qualidade: certamente, as missas dançantes da RC entupirão o Reino dos Ceus de eleitos- em verdade, em verdade, vos digo: o Reino dos Ceus eh como uma boate com bebida de graça...). Walt Disney dizia-sobre o imperio Disney - que tudo tinha começado com um camundongo. E pensar que os imperios dos kingmakers, dos baladeiros de Cristo e das multinacionais da Fe começaram com um sujeito condenado pelo povo e negado pelos discipulos. Enfim, quem precisa do Espirito Santo quando existem agencias de publicidade? "Livrai-nos da impopularidade. Amem"

Chesterton disse...

e pudesse investigar isso, descobriria que os movimentos mais disparatados, como abortismo, gayzismo, feminismo, vegetarianismo, "direitos dos animais", anticatolicismo, antitabagismo e liberação de drogas, vêm todos da mesma fonte e, por meios aparentemente inconexos, servem a um objetivo comum: reduzir a população do planeta.

O controle demográfico é uma obsessão da elite globalista – especialmente da família Rockefeller – pelo menos desde os anos 40. As primeiras campanhas nesse sentido, na década seguinte, vinham com objetivo declarado, promoviam a esterilização em massa e visavam a atingir sobretudo o Terceiro Mundo, mas deram resultado inverso: em vez de deter o crescimento populacional nas nações pobres, baixaram drasticamente o das nações desenvolvidas

chest- Olavão na veia. Me lembro quando os comunistas de minha faculdade tentaram emplacar essas bandeiras.

Augusto Nascimento disse...

Ainda sem acentos:
Sempre achei que o antitabagismo era mesmo um truque para diminuir a população. A fumaça do cigarro eh como a agua que se joga no feijão. Sem o cigarro, vai haver falta de ar, vamos morrer sufocados! O antipapismo, por sua vez, teria salvo a vida do presidente assassinado por um imigrante papista e as vitimas dos desordeiros irlandeses e italianos na America nos seculos XIX e XX. Mas OC, o engenheiro social, não liga muito para as vitimas desde que Roma e Riad (ou serah Meca?) lucrem.

Chesterton disse...

eu não consigo entender esse tipo de argumentação falaciosa, e olha que eu tento, AN....

Anônimo disse...

Caro AN, mate minha curiosidade: qual a sua opinião sobre a bomba atômica, a talidomida, o agente laranja, as doenças iatrogênicas, o AK-47 e outros gadgets deste tipo inventados pela ciência?

Augusto Nascimento disse...

Sei, os unicos argumentos falaciosos que voce entende são os de Oc. Mas,claro, qualquer bandidinho maometano eh parte do plano para criar o Califado Mundial, mas assassinos de presidentes e membros de mafias soh são papistas por coincidencia. Como com os "astronomos" jesuitas, padres pedofilos e papas omissos, eh tudo coincidencia.
O que eu penso da Bomba Atomica? Vou responder o mesmo que Drummond respondeu quando uma comunista retardada perguntou se ele era a favor da Bomba ( ele tinha se recusado a assinar um documeto dos comunistas atacando a posição americana em assuntos nucleares): "Ah sou, sim." O jornal comunista levou a serio e publicou. Como os neocons são tão burros quanto os comunistas (neocons,como OC, são ex-comunistas!), a resposta serve e vai acabar sendo publicada no Mascara sem Midia, o Pravda tupiniquim, orgão oficial do Pinel.

Brancaleone disse...

Uns anos atras li que no Canada (eu acho que era Canada...) foi permitido que determinada tribo fizesse anualmente uma caçada de um tipo de baleia ameaçadérrima de extinção porque a tal caçada é uma 'característica cultural' daquela tribo... Recentemente uns e outros consideraram que apedrejar a adúltera iraniana era uma forma 'culturalmente correta' de executar-se uma sentença...
Vai por estas coisas que passei a imaginar o que vai acontecer quando imigrantes vindos de tribos canibais resolverem fazer picnic no Central Park ou resolva-se reviver os sanguinários rituais astecas onde se matavam bebezinhos...
Sei não... certos direitos individuais ou de minorias não condizem com os padrões atuais de de lei ou segurança...
E pra quem quer mais, teve faz pouco a dicussão sobre usar-se ou não a burka na França - por mim as muçulmanas podem sim usar burka onde bem entenderem desde que qualquer mulher possa andar de short ou minissaia em plena Teerã sem ser apedrejada por isso...
E me metendo na conversa alheia, para mim a bomba atômica é apenas mais uma arma, só isso. Pouca diferença faz se uma bomba convencial mata 20 civis ou se uma bomba nuclear mata 100.000 civis. 20 vidas ou 100.000 vidas são para mim vidas. Não quantifico. Quem mata uma pessoa ou 100 pessoas é assassino e pronto. Só analiso os motivos.

Chesterton disse...

AN, você foge do tema e ataca pessoalmente o autor.

Anônimo disse...

Sei, AN, qualquer um que faça perguntas "incômodas" a você é olavete honorário, papista, neocon etc. Poxa, AN, quem argumenta por meio de adjetivos e rótulos é petralha. Desse jeito, o Comte vai ficar chateado contigo. Eu tô falando gente, o negócio entre o AN e o OC é de foro íntimo. Isso é paixão mal curada, é uma pena de amor perdida,é coisa antiga, mal resolvida, emana lá dos subterrêneos da alma positivista do AN. Tu tá precisando de uma Clotilde de Vaux urgentemente...
Fernando - SP

Augusto Nascimento disse...

Sei. Olavo de Carvalho, enquanto se preparava o exterminio dos iraquianos, dizia que quem denunciava as mentiras da Casa Branca era aliado do Islã radical. As olavettes deliravam:agora nem sabem mais quem foi Strauss, resolveram negar o mestre antes que o galo cantasse. As olavettes acham que os sauditas que sustentavam os Bushes eram maravilhosos-mesmo sustentando o terror tambem-, mas o amigo de Obama eh que eh perigoso. As olavettes acham que desperdiçar dinheiro por dois anos, como faz Obama, eh ruim, desperdiça-lo por trinta como fez o GOP eh lindo. Eh que quem usa rotulos são os outros, nunca os neocons. Machuca quando a gente lembra que voces são carolas seguindo ex-comunistas que realizaram o velho sonho comuna de enfraquecer a America financeira e militarmente? Chorem na cama, que eh lugar quente!

Anônimo disse...

O AN tá confuso. Não comeu nenhum taco de casca de pão.

Augusto Nascimento disse...

Tudo eh plano comunista: arte moderna, direitos civis, antitabagismo, Heliocentrismo... Arruinar a economia americana, tornar a America aliada dos maiores financiadores do Terror maometano e meter os EUA em atoleiros militares, como fizeram seus queridos straussianos, não eh. Sei... A falta de inteligencia dos papistas eh tão grande que eles precisam se guiar pelas luzes de (ex ?)- trotskystas e (ex-) stalinistas.

Anônimo disse...

AN, pra você tudo é positivismo. Os segredos do Universo se revelarão quando lermos os livros do Teixeira Mendes e Miguel Lemos, quá, quá. Teu sonho é ser o OC do positivismo. Vai ter que comer muito feijão, chefe...

Augusto Nascimento disse...

Para ser o Olavo de Carvalho de qualquer coisa basta ser louco de pedra ou entrar para a tariqa "crista" dele. E preconceito eh uma coisa horrivel: se ele eh cristão, judeu, maometano (tudo,segundo ele, eh a mesma coisa) e gnostico, por que ele não se torna positivista e vira o Olavo de Carvalho do Positivismo?

maisvalia disse...

O ato partiu do largo Zumbi dos Palmares depois de uma hora de concentração. Segundo os organizadores, mais de mil ciclistas se inscreveram para participar do protesto.

Da sede de um escravagista?

Zumbi é gaúcho?

Anônimo disse...

PUXA!!!!!
Vocês deram um nó na minha frágil caixola, e agora, onde procuro texto bom sobre multiculturalismo para colar em meu trabalho ?