sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O inimigo interno

Prestes a serem embarcados para a guerra do Afeganistão, 12 soldados americanos foram mortos por um terrorista muçulmano em pleno quartel, no que talvez seja o primeiro atentado islâmico em solo americano desde 11/09/01.

A mídia afirma que foi apenas um mero caso isolado de gun rage, que poderia ter sido realizado por um coreano, um mexicano ou até um americano da gema. O fato é que o atirador neste caso é um psiquiatra do exército americano chamado (tchan tchan tchan tchan) Malik Hasan. Muçulmano, sim. E fanático, aparentemente. (Ainda está vivo; certamente surgirão mais detalhes a respeito).

Quem é o amigo? Quem é o inimigo? É possível para um muçulmano ser fiel à bandeira americana e lutar contra seus colegas da ummah? Sim, creio que seja possível. A questão é, como diferenciar um muçulmano amigo de um muçulmano jihadista? Pela cor dos olhos?

A resposta, claramente, é que não é possível, não de modo simples ao menos. Muito mais fácil e prático seria impedir totalmente o ingresso de muçulmanos no exército. Mas, como um terrorista muçulmano não precisa estar no exército para causar danos, deduz-se que, por extensão, deveria barrar-se completamente a entrada de muçulmanos no país. Mas até que ponto um governo tem o direito de definir qual religião cada pessoa pode praticar?

Quem é o inimigo afinal? É o Afeganistão? É o "terrorismo"? É o Islã?

Deixemos de lado essas perguntas incômodas e passemos a uma outra história, que guarda com esta outra uma secreta relação: índios da Amazônia costumam praticar infanticídio. Um recente vídeo - realizado com atores indígenas - causou polêmica ao denunciar o fato. Fabio Marton, em interessante post, parece acreditar que os índios, dentro de suas reservas, se assim o quisessem, deveriam poder seguir sua própria cultura e, por extensão, suas próprias leis.

O argumento não deixa de ser interessante - mas, então, o mesmo deveria ocorrer com as demais culturas? Se - voltando a eles - os muçulmanos querem extirpar o clitóris de suas filhas em seus guetos na Inglaterra ou na França, que de mais a mais já são áreas onde branco não entra, quem pode importar-se com isso?

Na África, certos feiticeiros tradicionais têm o costume de extirpar o pênis ou os membros de crianças ainda vivas para utilizá-los em rituais de "cura". Devem os africanos seguidores de tal prática ter permissão para realizá-la, mesmo em países ocidentais?

Por aí começam a ver-se os dilemas do multiculturalismo e da idéia que "todas as culturas são iguais". Mas - já que a globalização veio para ficar e é mais fruto das mudanças tecnológicas do que uma conspiração totalmente consciente - como sair dessa cilada?


28 comentários:

Rolando disse...

Olha... quanto ao infanticídio, eu entendo que numa comunidade isolada, sem recursos medicinais ou tratamentos terapêuticos avançados, é plausível o infanticídio. Do tipo (cruel, eu sei): ou a criança serve ou não serve.

Porém, se são índios que têm contato com instituições governamentais, têm rádio de ondas curtas na aldeia, recebe vacinas que chegam por meio da FAB, sabem reclamar seus direitos e lutar por ampliação de reservas e até mesmo têm o dinheiro como um bem patrimonial, então a conversa é outra, evidentemente.

É como nos casos dos esquimós que abandonavam seus velhos para morrer sem aporrinhar. Uma vez que eles estão inseridos num Estado de Direito, eles podem continuar sendo esquimós, mas dentro da lei. E num estado de direito você pode fazer tudo o que a lei não te proíbe. Abandonar velhinhos é proibido, logo, cumpre-se a lei.

Rolando disse...

Seria o mesmo caso dos judeus. Aos treze anos, na cultura deles são tidos como adultos e já podem assumir família. Mas em nosso estado de direito, apenas com a maioridade legal. Os judeus têm que cumprir a lei.
Embora um juiz de São Paulo deu ganho de causa favorável aos judeus ortodoxos para não prestarem o ENEM no sábado... Isso é uma distorção, concordando com o X, do multiculturalismo.

Chesterton disse...

Isso ser resolve com a forca (hanging matters)

iconoclastas disse...

está havendo uma mistura ai.

é admissível q crianças sejam assassinadas, meninas sofram "circuncisão", mulheres sejam estupradas?

na jurisdição ocidental é sabido q não, portanto, estando nesses territórios os responsáveis tem q ser julgados e punidos, questão de lei.

outro ponto é se essas práticas devem ser toleradas pelo ocidente, mesmo em paises cujas leis não só as permitem como as estimulam. aqui a questão é moral.

Chesterton disse...

Não, não e não. A civilização é mais frágile que a barbárie, esse é apenas um dos motivos a defendê-la.
Costumes ancestrais devem ficar na ancestralidade. Não concorda, forca.

Chesterton disse...

Há motivos mais fúteis, como casos de índios que mataram os que nasceram com simples manchas na pele – essas crianças, segundo eles, podem trazer maldição à tribo. Os rituais de execução consistem em enterrar vivos, afogar ou enforcar os bebês. Geralmente é a própria mãe quem deve executar a criança, embora haja casos em que pode ser auxiliada pelo pajé.

A prática do infanticídio já foi detectada em pelo menos 13 etnias, como os ianomâmis, os tapirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás matam entre 20 e 30 por ano. Mas entre os sacerdotes que vociferam contra o aborto, você não encontra um só que denuncie estes assassinatos. E tudo isto sob os olhares complacentes da Funai, que considera que os brancos não devem interferir nas culturas indígenas.
Janer Cristaldo

iconoclastas disse...

"A civilização é mais frágile que a barbárie..."

de acordo, e se enfraquece ainda mais no próprio momento em q tolera e protege os bárbaros.

e se é na porrada, os cruzados estão vencedores, portanto cabe aos derrotados a submissão. tradição por tradição eu fico com a minha.

Pangloss disse...

"Em Roma, aja como os romanos".

Fabio Marton disse...

Você está omitindo o que eu falei, como se, por eu haver dito uma coisa que você considera esquerdista, o meu argumento seria inteiro esquerdista, igual ao que já ouviu antes.

Não é a mesma coisa. Índios não resolveram aparecer no seu país voluntariamente para que você tenha o direito de enquadrá-los. Eu não estou "defendo o infanticídio" enquanto "cultura indígena", eu só digo que não dá pra enfiar a polícia nos assuntos deles. E não dá para meter a polícia para impedir infanticídio pela mesma razão que não é certo resolver assassinatos, roubos, divórcio ou pensão alimentícia indígenas com o judiciário nosso. Isso é entre eles, porque, diferente de peruanos vivendo no Bom Retiro, os índios são uma comunidade que ganharam autonomia legal por estarem lá antes de nós.

A situação dos índios não tem nada que ver com imigrantes que escolheram entrar no seu país. Meter a polícia nas reservas seria como entrar no Sudão ou Iêmem e conquistá-los sob o argumento de impedir casamentos forçados e clitoritomias. Podemos discutir se é válido conquistar países estrangeiros para impedir ataques ao seu - como Iraque e Afeganistão - mas, se é para impedir que eles prossigam com seus costumes horrendos, acho uma estratégia estúpida.

Não espero nem acho justo esperar que, chegando nossas mulheres na Arábia saudita, irão deixá-las andar descobertas sob o argumento que pertencem a outra cultura. E isso não tem nada a ver com eu concordar com o Islã e os estudantes da Uniban, que dizem que uma mulher ao se exibir justifica um estupro. É apenas porque é o país deles.

Ficou claro?

Fernando disse...

Rolando disse tudo.

Não existe ou pelo menos não devia existir gueto na Inglaterra onde a Lei Inglesa deixasse de existir.

Aceitar barbáries em outros países é uma coisa, aceitar bárbaries no nosso é diferente.

A mudança do Enem foi um erro e deve ser corrigida, para que outros grupos não começem a distorcer as Leis do país.

Quanto a questão inicial do post, daqui a pouco vamos ter REALMENTE que escolher se vamos ser ovelhinhas ou lobos, por que certos grupos já escolheram sua linha e isso vale pra esquerda bolivariana, para as favelas do Rio, para o Irã e para a turba, que esta sempre unida nas fotos.

Fernando disse...

O Estado Brasileiro tinha que ter uma política clara e rígida com relação as reservas; se é para manter os índios sem contato com a civilização isso devia ser cumprido à risca. Nada de ONG, nada de religioso, nada de garimpeiro, nada de nada.

Demarcado o território, qualquer branco pego lá sem autorização do Governo ia pra cadeia e pronto.

A mesma clareza devia ser a base das relações entre os países e nessas relações alguns detalhes deviam ser sagrados e colocados acima do dinheiro; Venezuela, Bolívia, Equador, Irã e etc. estariam fora até se enquadrarem.

O que o Brasil fez agora com a Argentina, de devolver as agressões comerciais, já devia ter feito a mais tempo e com todos esses hermanos picaretas.

Mr X disse...

Entendo que o argumento de que "os índios estiveram aqui primeiro" e portanto teriam primazia, porém, não vejo que na prática isso resulte em alguma diferença com os imigrantes de outra cultura. Na prática, o problema em ambos os casos é o mesmo: que você não pode ter simultaneamente dois sistemas morais e legais em um mesmo país, é loucura.

Quanto às reservas indígenas, só existem porque são criadas pelo Estado brasileiro, e também protegidas militarmente (ao menos em teoria) por este. E os índios têm os direitos que têm porque a Constituição brasileira os deu a eles. Então eles não têm tanta independência nem tanto isolamento assim.

Pessoalmente, não sei o que se devia fazer a respeito. Os índios não ameaçam o restante da sociedade, salvo em casos específicos de índios que cometeram crimes, etc. Acho que se querem manter sua cultura devem ser livres para isso. O infanticídio, no entanto, deve ser proibido. Assim vai desaparecer, como o canibalismo desapareceu.

Fabio Marton disse...

Não é a mesma coisa, X. As reservas são um espaço geográfico onde a lei é diferente, não são pessoas que chegaram e pedem lei diferente. É como se não fossem o Brasil, mas um país especial que é mais ou menos dependente do Brasil.

Mr X disse...

É claro que o argumento pode ser feito dos dois lados também. Digamos que o casamento gay vire lei expressa em uma certa sociedade ocidental, e padres neguem-se a realizá-lo, sendo assim acusados de homofóbicos. Devem eles ser punidos por negarem-se a cumprir a lei, por terem um moral diversa daquela que a lei pró-gays implica?

E o caso do ecologista que declarou ter sido demitido por ter opiniões ecologistas e alegou discriminação, e a Lei deu-lhe razão?

http://pajamasmedia.com/richardfernandez/2009/11/05/fort-hood/#more-6627

Mr X disse...

She said: 'When a country abandons its Christian heritage then what happens is there is no legal and moral framework for decision making.

'In a world of human rights, all kinds of religious and philosophical views compete and it leads to legal and social chaos.

Read more: http://www.dailymail.co.uk/news/article-1224961/Green-views-religion-environmentalist-wins-claim-sacked-beliefs.html#ixzz0W6CxwNQi

Mr X disse...

Acho que no Brasil a gente tende a romantizar os índios devido à nossa história.

No caso dos índios que ainda se mantém como tribo, tudo bem, é bacana a preservação de seus costumes e idiomas, ainda que dependa só deles e de mais ninguém.

Mas já vi muitos índios aculturados vivendo em "reservas" que na verdade não são muito diferentes de favelas. Só miséria e tristeza.

iconoclastas disse...

krai, séc. XXI!

os indios perderam, os cruzados europeus ganharam. isso já tem 5 séculos, e sempre foi assim, povos submeteram seus dominados a suas leis e costumes. goste-se ou nao quem ganha é superior, e ao derrotado, se preservado, cabe seguir o curso ditado pelo conquistador.

as terras entregues aos selvagens são presentes, eles q agradeçam. se la eles querem viver sob a palha, cagar no mato, padecerem de frio, calor e dor como se bichos fossem, é problema deles. se eles querem matar inocentes, é problema nosso. tivessem sido os vencedores eles fariam o q quisessem mas...perdeu irmao, perdeu...

Chesterton disse...

Bem, eu sou a favor da civilização dos indios e da população mundial em geral. Multiculturalismo é o fim da picada. Sim, neo-colonialismo . O mundo não é uma aldeia? Vamos lutar pelos clitóris das meninas muçulmanas.

Chesterton disse...

Essa história toda é belamente ilustrada pelo episódio já conhecido do capitão inglês na India colonial, que ao assistir uma cerimonia percebeu que iam matar uma mulher. Interrompendo a cerimonia, perguntou:
- Que porrrra ser essa(com sotaque inglês)

Aí explicaram a ele que era costume matar a esposa dque fica viúva para o morto não ir ao paraíso sozinho.
No que ele devolveu (com sotaqwue ingles)
- Pois na minha terrra, o costume ser enforcar quem mata mulheres indefesas...

Não é que da noite para o dia o costume de matar viúvas acabou? Amazing.

Pangloss disse...

E essa conversa de que os índios já estavam aqui: eles não apareceram aqui num passe de mágica. Não apareceram por geração espontânea. Eles vieram de algum lugar.

Gerrrson B disse...

Adorei o comentárrrio do Chest sobrrre mulherrres inglesas. É porrr ai mesmo.

MariEdy disse...

O negócio é o seguinte: o cara é americano, mas é muçulmano. Já é motivo para se ficar de olhinho vivo sobre ele. O cara é do Exército Americano, patente: major. Olho mais vivo,ainda. O caraq vive dizendo que o que está certo é o que pregoa o Islã. Olhão vivo e uma passagem de ida para o Irã, Iraque ou Afeganistão. "Neguinho, aqui não é o seu lugar, sacou?" Eu sou grossa e mal-educada: minha casa, meus costumes. Não vem com história, não! Desde quando hóspede manda na casa do anfitrião? E tem mais: regras religiosas, tipo não comer carne de porco, não trabalhar - ou estudar - no sábado, orar voltado para Meca, tudo bem. Quando se trata de fazer coisas que ferem o ser humano - tipo ablação de clitóris, ou o sujeito matar a própria filha porque ela estava "ocidentalizada", aí, neguinho, é cana! E para esse ASSASSINO, sigo as instruções do Afanazio: INJEÇÃO LETAAAALLLLL!!!

Cfe disse...

Então o argumento de que estavam antes justificaria tudo o que fizerem? Esse argumento é falho porque, em todos os países, sempre existiram povos autóctenes que pouco assimilaram da cultura reinante da nação, ou estado se preferir, em que estavam inseridos.

Uma coisa é a preservação de hábito pacíficos como trajes, danças, etc; outra bem diferente é tolerar e justificar determinados tipos de comportamento tido como pouco dignificantes para o Ser Humano.

Justificar o direito de matar um inocente apenas porque o comportamento fez habitualmente parte da cultura de determinado grupo, ainda mais quando este vive na pré-história?

c* disse...

chose, sempre na desinformacao...
o cara tem nome de "terrorista" mas e american born,filho de jordanianos...nem a foxnews ta dizendo que ele e fanatico....
fora isso, em nyc, ninguem ta nem ai pra fort hood...so se fala nos yankees, world champions...:-))

Mr X disse...

Todo muçulmano é um terrorista em potencial... :-/ Cuidado confetti com seus amigos do banlieue!

c# disse...

tou morando em brooklyn esse mes, chose...a banlieue mais hype de ny...por aqui ta cheio de potencial terrorista...btw, cada vez tenho mais certeza que todo americano e um terrorista potencial ! e so pintar oportunidade...

pega um red eye flight ai e vem me ver...

Mr X disse...

Aqui a moda e comprar uma arma e surtar num tiroteio... Não é terrorismo, é só descarga de stress... :-P

Confa num posso ir aí agora, q pena. Tá fazendo o que no Brooklim? Estive aí n verão.

c* disse...

I'm working hard,chose...no hollidays for now...

big hugs mon chose