domingo, 5 de junho de 2011

A guerra das lâmpadas e o futuro do blog

Olá. Publiquei uns três posts ultimamente, mas não fiquei satisfeito com nenhum e retirei-os do ar. Acho que não sei mais qual é ou qual deva ser o caráter do blog.

Comecei como libertário, depois virei neocon, agora discordo dos neocons mas sem concordar tampouco com os paleocons e tive até uma fase de interesse pelo realismo racial, mas para falar a verdade tampouco concordo com essa gente que assume o determinismo biológico como medida última de todas as coisas.

Não gosto do ecologismo, detesto o feminismo, abomino o islamismo, tenho horror ao comunismo, mas tampouco sei se há um movimento da direita com o qual eu me sinta perfeitamente integrado. Como Groucho Marx, talvez eu não queira participar de nenhum clube que me aceite como sócio. 

Em resumo, estou virando um velho rabugento, e talvez seja a hora de dar um tempo no blog.

Li no entanto um artigo interessante sobre as lâmpadas, e achei que valia a pena comentar.

As lâmpadas incandescentes, inventadas por Thomas Edison, continuam sendo tão úteis quanto há cento e quarenta anos atrás. Têm uma luz excelente e um custo muito barato. No entanto, em nome da ecologia, querem acabar com elas. Em quase todos os países do mundo elas estão sendo gradualmente eliminadas, em troca de outras supostamente mais eficientes. Novos regulamentos de consumo energético praticamente as tirarão de circulação nos próximos dois ou três anos.

O defeito das lâmpadas incandescentes seria que 90% da energia que emitem transforma-se em calor, não em luz. São, portanto, consideradas ineficientes e acusadas de colaborar com o fantasmático "aquecimento global".

O substituto mais comum para elas é a lâmpada fluorescente, compacta ou normal. O problema é que quase ninguém gosta de lâmpadas fluorescentes. (O leitor gosta?) Elas têm uma luz fria com tom branco ou esverdeado que incomoda, e às vezes uma iluminação tremulante que tende a ficar cada vez pior com o tempo. Embora consumam menos energia, tampouco são ultra-ecológicas (nenhuma tecnologia que se preze o é): contém em seu interior elementos tóxicos como mercúrio, portanto precisam ser cuidadosamente recicladas.

Agora, após anos de estudos e pesquisas, está sendo lançada no mercado uma nova lâmpada ultra-tecnológica que promete a luz das velhas lâmpadas incandescentes porém com extrema eficiência energética.

Detalhe: cada lâmpada custa, atualmente, entre quarenta e setenta dólares. Seus defensores afirmam que isso não importa, pois a nova lâmpada pode durar até 22 anos, equivalendo ao custo das dezenas de lampadinhas trocadas ao longo desse mesmo tempo. (E se você se mudar, vai levar as lâmpadas junto?)

Não sei se as novas lâmpadas são realmente mais ecológicas, levando-se em conta todos os aspectos de sua custosa produção (talvez sejam como os carros híbridos, que consumem muito mais energia do que os carros tradicionais para ser produzidos). Parece-me mais que se trate do velho jeitinho, tão comum no Brasil, de "inventar dificuldades para vender facilidades."

Aliás, acho que o mesmo raciocínio se aplica a quase tudo no progressismo: a eterna busca de soluções imaginárias para problemas inexistentes, ou que têm uma causa bem diferente que jamais é mencionada. 

22 comentários:

Odontonauta disse...

Pô, Mr X! Resolva estas dúvidas existenciais que não podemos ficar sem você. Eu leio pelos feeds e não apareço aqui para comentar, mas sou leitor diário do blog.
Tá cada vez mais difícil encontrar leituras inteligentes na internet. Não nos abandone.
Abraços.

Anônimo disse...

Porra!

Sério, o blog é muito bom. Deixa essa frescura de lado e continua escrevendo aí.

As suas postagens são muito oportunas e informativas.

Mr X disse...

O blog vai continuar, não se preocupem.

Chesterton disse...

1. pega leve!
2. pega leve!
3. pega leve!
4. pega leve!
5. pega leve!

(mas não fecha o boteco)

Rolando disse...

E o lindo e o trágico da ciência é que ela não tem vergonha de se contradizer. No entanto, a ciência é conduzida por humanos, à mercê também de interesses ocultos, vaidades e caprichos.

Agora estão banindo as sacolinhas plásticas. Sempre com o argumento de que o produto demora entre 50 e 200 anos para se decompor. Talvez daqui a umas décadas, percebam que sua degradação agiliza a formação de matérias-primas fósseis. E lamentem o fato de sua fabricação ter cessado por motivos errados.

Mas estou apenas divagando. Acho que o problema atual da sociedade ocidental não é a mentalidade ecológica, mas sim a crendice no ecologicamente sustentável. Por exemplo, sai um estudo dizendo que lâmpada incandescente é maléfica, a mídia repercute sem sequer checar outros impactos, prós e contras; e a maioria das pessoas, sem querer refletir um pouco mais, apenas fortalece essas crendices, tal qual religião.
Com tanta informação disponível e o ser humano médio, que passou 10 anos na escola, torna-se mais superficial e tolo, com um senso crítico raso, mais bem com um pensamento de rebanho. Ex, se os ecologistas defendem, então eu também vou defender porque eu me preocupo com a ecologia, só não tenho tempo de pesquisar sobre o assunto.

maisvalia disse...

É a andropausa.
Mas passa, hehehehe

Chesterton disse...

Bem, se v. está falando de lâmpadas de LED, pode apostar que a tecnologia é sensacional. Aplicadas a área médica há algum tempo, estão cada vez melhores e mais baratas.
Mas até lá continuaremos a usar as velhas lâmpadas, que na alemanha são importadas da China como "heating bulbs" para burlar a proibição.

Chesterton disse...

eu estava lendo isso aqui

http://debateolavodugin.blogspot.com/2011/06/r4-olavo-port.html

e estou no 20. Esse Dunguinha é o mais descarado relativista epistemológico que já li.

DEXTRA disse...

Nossa, que coisa exótica...

Relaxa cara. Vc escreve bem, tem sacadas muito boas. Há textos seus que eu queria ter escrito.

Nâo precisa ter uma "forma" ou pertencer a uma "tribo".

O seu formato já é bastante livre e é assim que é bom, às vezes.

Há blogues e publicações que se especializam em temas, tipo os blogues anti-islâmicos; há os que tendem a abordar certos assuntos mas postam textos sobre outros temas, como a frontpage mag que tende a tratar mais de oriente médio e islam mas também posta sobre política americana e européia; e há os que tem uma linha temática pessoal do autor ou autores mas falam sobre praticamente todos os assuntos, como o seu. Isso não é um problema, é uma modalidade, até mais legal, aliás.

Faça o que está fazendo, pra falar como o Olavo -- eu sei, é clichê um cara de Direita citar o Olavo no Brasil, mas a frase diz tudo.

Pessoalmente, me interesso por certos temas e autores em certas semanas e outros em outras. Isso é normal. Não quer dizer que preciso perder o interesse ou renegar estes objetos de interesse, é só que minha atenção foi chamada por outros.

E se vc ver o que apontou sobre suas opiniões políticas, verá que o que vc foi e o que detesta é tudo consistentemente de Direita e anti-esquerdista ao mesmo tempo. Logo, há uma continuidade clara aí no tempo.

Quanto a alguns realistas raciais terem uma visão mecânica da relação entre raça e conduta: quem seriam estes? Eu já vi o Lawrence Auster dizendo isto, mas não citou nomes -- Kevin MacDonald, talvez, do qual ele tem horror manifesto, como judeu.

Talvez o que vc veja como uma obsessão dos realistas raciais seja apenas uma ilusão de ótica. É que é normal uma pessoa que tem uma linha clara de publicação às vezes passar a impressão de que seu universo mental é só aquilo ali, embora isto possa acontecer. Aliás, talvez até seja um critério para alguém trabalhar com uma linha exclusiva de assunto. Mas neste caso, seria preciso dizer, também, que os professores de literatura são obcecados com literatura, os músicos com música e assim por diante...

Eu não acho que ninguém sério no meio de discussões realistas raciais diria ou pensaria, no fundo, que tudo no comportamento humano está previsto na raça. Tipo: os caras de um lugar como o Frontstorm podem pensar isto, mas não é, honestamente, o que eu acho que Jared Taylor ou Kevin MacDonald pensem. Sobretudo porque eles têm como coisa clara as estatísticas em que se baseiam e então, por definição, sabem que tudo é probabilidade, mesmo que superior a outras.

Realismo Racial, portanto é só um conjunto de opiniões e uma abordagem geral para um aspecto da vida. Há muitos outros. Não se excluem, saca? Podemos conciliar tudo isto.

E é isto aí...

Anônimo disse...

Pô, cara, quando bater essas neuras, procure o Saka e o abrace, cafungue nele ou faça qualquer qualquer outra coisa que você quiser. Te amo, não nos abandone.

Anônimo disse...

Não para não Mr.X! Você sobreviveu ao Tiago Comunista e ao Augusto Nascimento. Não será uma reles crise existencial que irá paralisá-lo!!

Ricardo Lima disse...

Senhor Mr X.

O conselho que te dou é o seguinte: continue escrevendo que o seu blog é muito bom.

E não se preocupe com perfeição, pois nós somos humanos, e por melhor de fôssemos, continuaríamos falhando, errando, e dando más-notas pela vida afora.

Bota pra quebrar, cara. E continue mandando a esquerda pro inferno, que é o lugar dela (vade retro, coisa ruim).

Cahê Gündel Machado disse...

O blogue é muito bom, até coloquei nos meus favoritos.
Continue escrevendo assim, que está bom.

PS: Lâmpada fluorescente só serve na cozinha e no banheiro. No resto, fica uma merda.

Microempresário disse...

O pior são as lâmpadas "econômicas" vindas da China. Gastam mais do que deveriam, duram muito menos do que deveriam. Resultado: não tem beneficio ecológico nenhum, e geram muito mais resíduos.

Uma lampada incandescente gera algumas gramas de vidro e uma pitada de tungstênio (do filamento), que não incomoda ninguém.

As chamadas "fluorescentes compactas" deixam, além do vidro, mercúrio e outros metais pesados (naquele pó branco que reveste o tubo) além do lixo eletrônico do reator, que vem junto.

Lâmpadas LED são legais, mas quando ficarem mais baratas e passarem a ser produzidas na China, sofrerão do mesmo problema de baixa qualidade/baixa eficiência/baixa durabilidade.

Anônimo disse...

Penso que seu sentimento é reflexo da sua independência intelectual. Você observa, pensa e opina. Se fosse ligado à algum grupo apenas observaria e opinaria. Você não tem rabo preso rs...

Parabéns pelo blog. Admiro suas ideias.

doc disse...

X,acompanho o blog há muito tempo. Sem comentar, mas sempre acompanhando todos os comentários. Como milhares de outros devem fazer.
O importante é que você tá fazendo um trabalho importantíssimo. Traz alguns aspectos das discussões que estão rolando aí fora e nós não temos como ter a mínima idéia a não ser por fontes alternativas como você. E pode ter certeza que seu trabalho é importante e incomoda imensamente estes arautos dos infernos, senão não atrairia tantos sociopatas querendo truncar a comunicação.Não precisa ser um guia, acender as lâmpadas já tá muito bom.
Pode continuar mandando bala desse jeito mesmo.

Mr X disse...

DEXTRA: "Talvez o que vc veja como uma obsessão dos realistas raciais seja apenas uma ilusão de ótica."

Pode ser. Às vezes me parece o seguinte, em muitos blogs o sujeito cria uma teoria e aí fica procurando notícias que se adequem ao que ele está tentando demonstrar. "Os muçulmanos são culpados de tudo", e aí o sujeito sai colocando notícias que mostrem isso. "Os judeus estão por trás de tudo", e idem. Assim, também há os que vejam as características raciais como explicação geral do universo. Sinceramente, essa monomania me incomoda às vezes.

Outro problema meu também nem é em geral com os blogueiros em si, mas com o público que às vezes atraem. Por exemplo, a Alt-Right até tem artigos bacanas, mas grande parte dos comentaristas são de doer. Não apenas antisemitas (o que não é surpreendente), mas também muitos extremamente e violentamente anticristãos. Também não gosto do paganismo nórdico que muitos apregoam, me parece uma grande bobagem.

Também me incomoda a visão cientificista, darwinista ao extremo. Acho que foi no blog do Steve Sailer que no outro dia um comentarista escreveu, com a maior seriedade, que todas as pessoas com QI menor de 90 deveriam ser executadas, pois em nada contribuem para a humanidade. Bem, se você parte de um ponto de vista estritamente darwinista, por que não? Porém, tenho o direito de considerar esse ponto de vista nojento.

Acho que era isso...

Sobre as lâmpadas LED, ainda não vi uma ação e não posso opinar. Em casa uso incandescentes por ora, o chato é que vez por outra queimam e tem que trocar.

GRAÇA NO PAÍS DAS MARAVILHAS disse...

E VC PRECISA SE AUTO-RETULAR? Quem precisa de rótulo é coisa, meu amigo, e vc não é coisa. Vc é um ser humano que pensa e raciocina, algo raro neste país dos LULAS e TIRIRICAS.

Jan disse...

Caso quisesse ler um blog neocon, leria um blog neocon. Se quisesse ler um paleocon, leria um dos vários paleocons. Querendo ler um blog do grupo X, leria um blog do grupo X.

Eu leio o blog do Mr X exatamente por ser único. É a sua maior virtude. Não nos abandone.

Diego disse...

We are Behind You X (Nós estamos apoiando você X, nao pensem bobagens)
Já pensou se a eletricidade de corrente alternada não tivesse sido
aceita, mais ou menos como acontece hoje com a Energia Nuclear? Suponha que após a chamada batalha das correntes entre a GE do Thomas Edison e a Westinghouse do Tesla nos anos após 1890 o unico uso deste tipo de energia fosse utilizada para sentenciar condenados na cadeira elétrica. E que as ruas fossem iluminadas a lampião e o principal meio de transporte ainda fosse o trem a vapor pois os automóveis são considerados perigosos a qualquer velocidade. Pode parecer um contrasenso mas atualmente mas boa parte da ficção científica, gênero que sempre foi futurista por natureza esta regredindo a idéias do Tempo do Júlio Verne devido a um movimento Chamado Steampunk
http://www.cartacapital.com.br/cultura/vaporpunk-o-retorno-da-nuvem-negra

acho que renderia um assunto interessante aqui no blog

André Costa disse...

Mister X, não gosto de usar minhas credenciais acedêmicas em discussões, mas como este não é caso, posso lhe dizer como doutor em engenharia e com toda a certeza que você está corretíssimo na sua análise do "problema" das lâmpadas. Em geral, as novas tecnologias "ambientalmente corretas" possuem um balanço energético muito mais negativo do que as tecnologias tradicionais. Os combustíveis fósseis ainda são a fonte menos poluente (e mais barata!) para veículos, por exemplo, quando se olha para todo o ciclo de vida do produto (petróleo neste caso). A produção de biocombustíveis, hidrogênio, ou eletricidade, para movimentar toda a frota de automóveis do planeta exigiria toda a terra agricultável, no primeiro caso, ou toda a energia hidráulica, nuclear, solar e eólica já disponível no mundo! Para sistemas estacionários (indústrias, serviços públicos e consumo residencial em grandes cidades), a energia nuclear é de longe a melhor escolha. No caso do Brasil a energia hidrelétrica é a alternativa ideal (depois da nuclear). Em pequenas cidades do interior, a velha roda d'água ou pequenas centrais hidrelétricas é o melhor, usando-se alternativamente geradores a diesel quando não há geografia adequada. O problema é que milhares de eco-ignorantes acreditam e espalham mentiras baseadas em análises superficiais e de curto prazo do eco-sistema (normalmente excluindo as necessidades humanas do equação), em geral patrocinadas por gente interessada em ganhar dinheiro com uma tecnologia cara que não seria competitiva pelos padrões normais de custo-benefício. Então eles inventam um problema, colocam a responsabilidade sobre os ombros do homem comum, depois inventam um benefício de longo prazo ou intangível (qualidade do ar, futuras gerações, etc,) e lhe empurram uma tecnologia cara e ineficiente (carros híbridos, painéis solares, etc.) que são na verdade mais "problemáticas" que as tecnologias que querem substituir.

Anônimo disse...

odeio lâmpadas fluorescentes, luz fria, opaca, prefiro mil vezes a lâmpada incandescente, brilhante como o sol, ainda bem que surgiu uma lâmpada chamada halógena classic A, que tem mesmo formato da incandescente, mas economiza 30% de energia, e dura 2x mais, além de ser até mais brilhante, e o melhor é que ao contrario da lâmpada fluorescente, não contém elementos tóxicos, e pode ser descartada normalmente, também é mais barata, custa em média 6 reais.