* Atenção: Talvez eu deva explicar que não sou a favor da eugenia e que o post abaixo é mera especulação futurística, e não muito realista, diga-se, mas fantasia mesmo. Tem um bom conto do G. K. Chesterton que ironiza toda a questão da eugenia, e pode ser lido em português aqui. É verdade que alguns post ultimamente tem tratado sobre assuntos relacionados à genética e às diferenças entre os grupos humanos, mas, embora eu ache tudo isso interessante, minha posição a respeito deles é bem ambígua. Não acredito que o QI seja uma medida do valor humano, nem tenho aqui interesse em promover a aplicação de princípios darwinistas à sociedade humana, pois já vimos onde isso vai dar. Não somos bichos, feliz ou infelizmente. Por outro lado, tenho interesse em questões científicas e filosóficas, e estudos sobre a constituição genética do homem, bem como a própria questão da manipulação genética de seres humanos são temas bem atuais, queiramos ou não. *
Será que H. G. Wells estava certo? No ótimo romance "A Máquina do Tempo", ele imaginou um futuro sombrio, no qual os meigos e pálidos Eloi viviam uma vida de meditação e lazer em agradáveis jardins. No entanto, havia também um mundo subterrâneo povoado pelos feiosos mas fortes Morlocks, que operavam as máquinas que faziam funcionar essa sociedade desigual.
A princípio, pareceria que os Eloi é que estão no controle, obrigando os operários Morlocks a trabalhar para eles. Na clássica visão marxopetista, teríamos uma subclasse de operários que estariam sendo oprimidos pela parasitária "zelite" Eloi.
Mais adiante, no entanto, descobre-se a terrível verdade: os Morlocks literalmente alimentam-se dos fracos Eloi. São os Morlocks que propositalmente os mantém na complacência e na ignorância, deixando que imaginem que estão no topo. Porém, na realidade, a "liberdade" dos Eloi é a mesma das vacas comendo alegremente seu capim em campos verdejantes: não passam de gado.
O romance, influenciado pelo darwinismo e pelo marxismo, levava essas duas idéias às últimas conseqüências, terminando com a divisão da humanidade em duas espécies distintas.
Agora pense comigo. Está mais do que comprovado que o welfare state causa a degradação familiar e dos costumes e o estímulo à dependência. Porém, segundo argumentam alguns, estaria também artificialmente selecionando os mais preguiçosos ou brutos, aumentando o seu número na sociedade, ao mesmo tempo em que os mais inteligentes, que têm bem menos filhos, se tornam minoria.
Ei, não é preciso ser neonazista ou eugenista para acreditar isso (embora acreditar nas teorias da seleção de Darwin possa ser um requisito). De fato, só para provocar, eis aqui o argumento de um sionista ortodoxo a respeito, e eis aqui a resenha de um livro escrito por um judeu sobre a problemática da imigração e QI ("Os perigos da diversidade", em portugês, cortesia da Dextra).
Ambos (junto com Thilo Sarrazin na Alemanha, Richard Lynn e Arthur Jensen nos EUA) argumentam a mesma coisa: a ajuda aos países pobres, os programas sociais e a imigração descontrolada no Ocidente com os imigrantes sendo sustentados pelo welfare estão aumentando o número de pessoas com menor QI no mundo, ao mesmo tempo em que diminuem o número daquelas com maior QI, que não querem procriar.
(Notem que isso ocorre em todas as raças, hein? Nem vou falar aqui sobre diferenças raciais, embora esse seria um outro tema a ser discutido e de fato é discutido pelos autores mencionados. Mas a queda de QI se dá por separado em todos os grupos, e está realmente ocorrendo. Os brancos americanos que moram em trailer parks, como ilustra este caso aqui, ou os ingleses de classe baixa sustentados pelo Estado que se divertem em brigas no futebol, também estão sendo parte de um sistema que estimula que os piores se reproduzam mais. E atenção, quem acha que brancos e asiáticos são incapazes de violência e comportamento antisocial deve ver esta incrível série de fotos de um quebra-quebra ocorrido ontem no Canadá após uma partida de hockey).
Bem, ao mesmo tempo em que ocorre esse "embrutecimento" das classes baixas, há uma elite que não apenas maximiza seu potencial de QI através da escolha de parceiros dessa mesma elite (seus filhos se conhecem e se casam em Harvard, Yale, etc.), como também tem acesso aos mais modernos meios de reprodução in vitro e manipulação genética. Imagine que, em um futuro não muito distante, seja possível detectar e eliminar o câncer e outras doenças genéticas, ao mesmo tempo em que se possa selecionar os genes que favoreçam a inteligência, a beleza, o talento artístico, etc. Pode parecer ficção científica, mas na realidade isso não está longe assim de acontecer. Só que, devido aos altos custos de tais procedimentos, somente os ricos terão acesso a isso.
Teríamos assim, cada vez mais, uma elite reduzidíssima de superinteligentes e ultraricos e uma massa de burraldos superpobres. (Loucura? No livro "A Curva do Sino", que tem quase 20 anos, já se argumentava que a sociedade americana estivesse andando por esse caminho, e isso bem antes dos avanços tecnológicos que permitirão a manipulação genética).
Bem, imagine então que isso se repetisse ao longo dos séculos e milênios: esses dois grupos tenderiam a se separar mais e mais, até terminarmos na situação imaginada por Wells, em que evoluiriam até se tornar espécies distintas, mas a elite de ricos inteligentes seria tão minoritária que perderia o controle e se tornaria mera presa de famintos Morlocks...
Assustador, não acham?
Bom, como sou fã de ficção científica acho divertido especular sobre o futuro, embora deixe claro que não acredito que isso que vá acontecer. Não que eu seja otimista, ao contrário: penso que será mais provável uma crise econômica, ressurgimento de regimes fascistas totalitários, extermínios em massa, guerra mundial e/ou epidemias e fome que eliminarão alguns milhões de pessoas do planeta bem antes disso, restabelecendo o equilíbrio (se é que não acabam com a humanidade como um todo).
Enfim, perdão pelo pequeno episódio de ficção cientifica, acho que é porque acabo de assistir o novo filme dos X-Men, que tem um argumento meio parecido. Em breve retornaremos à nossa programação normal.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
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32 comentários:
"a ajuda aos países pobres, os programas sociais e a imigração descontrolada no Ocidente com os imigrantes sendo sustentados pelo welfare estão aumentando o número de pessoas com menor QI no mundo, ao mesmo tempo em que diminuem o número daquelas com maior QI, que não querem procriar."
mas não é esse o objetivo do igualitarismo? afinal, é a busca insessante pela medíocridade.
belo post.
;^/
Meu caro, no que me diz respeito, que também adoro ficção científica, não há o que perdoar e sim parabenizar.
E você fez um paralelo muito interessante entre a situação atual e a descrita no livro de H. G. Wells. Vai ver já estamos mesmo num estágio embrionário de elóis/morlocks.
Complementando o anônimo (15:48): o objetivo do igualitarismo é a busca incessante pela mediocridade DA MAIORIA, preservando-se uma nomenklatura (com os idealizadores e executores do igualitarismo), dona do poder e cheinha de regalias.
Um ótimo post mesmo.
Aliás ... Um post ELÓI (rs)
Falando nisso, fiquei em dúvida sobre como escrever "Elói" em português. Pela nova regra, ficaria com ou sem acento?
Além disso, não sabia se o plural em português seria "Elóis". No inglês original, "Eloi" é tanto singular quanto plurar. Não lembro como foi a tradução para o português do livro, li faz tempo.
Parece que o correto é "elóis" mesmo, como diria o Cebolinha.
Bem, assim como o marxismo ontem se organizava sob base da "luta de classes", e lutava em nome (e apenas em nome) da classe operária, agora parece que evoluiu para um marxismo racial e sexual, em que explicitamente se apóiam as minorias raciais e sexuais (gays, etc.) Mas assim como ontem o comunismo não beneficiava realmente a classe trabalhadora, mas só uma nomenklatura, também hoje o neomarxismo não ajuda as minorias, apenas as mantém na perpétua pobreza e dependência estatal. (Bem, os gays são um caso a parte, pois são em sua maioria ricos ou de clase média).
Suas idéias são congruentes também com a da grande feminista brasileira Rose Muraro. Se tiver paciência assista a este vídeo. Se ela não falar nada sobre a engenharia genética beste, então deve ser no 2° ou 3° vídeo da sequência.
http://www.youtube.com/watch?v=-G88hUS3LW0
kkkkkkkkkkkkkkk
Quanta besteira, está decaindo. Você precisa ler G. K. Chesterton.
Para o seu caso, recomendo Eugenics and Other Evils.
Recomendo também Liberal Fascism (Jonah Goldberg), no Brasil este livro tem o título Fascismo de Esquerda.
Abraços,
Henrique Santos
Tá bom... Tudo menos ter idéias parecidas às da tal Rose Muraro, credo... Poxa, eu não apoio eugenia, mas não se pode nem especular sobre o futuro?
Tem outro conto de ficção científica que parte da mesma hipótese, "The Marching Morons"
Vou lá ler o Chesterton.
:-(
Falando nisso, lembrei que o Chesterton (o C.K., não o leitor do blog) tem um bom conto sobre esse tema de eugenia, chama-se "Como Encontrei o Superhomem", bem curtinho, achei aqui em português até:
http://apologeticacatolicablog.blogspot.com/2010/08/como-encontrei-o-super-homem.html
Caro Mr X, acompanho seu blog a um bom tempo. E sinto que seus últimos posts (inclusive alguns que você não publicou, mas que o google reader acaba mostrando) estão dando a impressão de apoiar certas idéias um tanto estranhas (eugenismo, darwinismo social, ciência como solução). Eu sei que você não apóia estas palhaçadas, mas estou tendo esta impressão. Teve um texto seu (Três gerações de imbecis: um post sobre a eugenia) que me fez passar mal um dia desses...
Algo para se pensar, porque antigamente as famílias (tanto faz se ricas ou pobres) eram numerosas e as de agora (principalmente as ricas) são diminutas. A situação geral melhorou, por que ter menos filhos ? As pessoas falam que ter filho é caro, etc e tal. Mas antigamente, com muito menos recursos, tinha-se tantos filhos. Os homens preferem comprar uma Harley Davidsson do que ter filhos, as mulheres querem ganhar o mercado de trabalho (qualquer que trabalhe sabe a porcaria que é trabalho de escritório/executivo) do que ter filhos. A razão disto é esta Cultura de Morte, o que vale é o prazer e o conforto, desrespeito à vida.
Olá. Ah é, na verdade apaguei aquele post, que era uma especulação no mesmo sentido, mas podia dar margem a mal-entendidos. Não sou a favor da eugenia, apenas ando lendo talvez um pouco demais sobre esses temas ultimamente.
Acho que tem mais a ver com o fato de que não tendo religião as pessoas levam uma vida mais dedicada ao hedonismo do que a criar filhos ou outras coisas que exigem um mínimo de responsabilidade. É o meu caso também; não tenho filhos ainda.
"A razão disto é esta Cultura de Morte, o que vale é o prazer e o conforto, desrespeito à vida."
Antigamente, em um tempo em que o Brasil era ainda mais pobre do que hoje, o pessoal mostrava o respeito à vida tendo um monte de filhos e condenando-os à morte por doença e fome. Realmente, se não voltarmos à média de 7 ou mais filhos dos áureos tempos do Médici, não sei o que será de nós, do Brasil Grande, do Brasil Potência, "ninguém segura a juventude do Brasil"...
O interessante é que o troglodita ouviu o galo cantar, mas não sabe onde. Realmente, a culpa é das mulheres que não aceitam mais que só os seus interesses sejam sacrificados para criar um batalhão de filhos! Somos umas egoístas...
Nossa, como estou "comentado"...(rs)
o pessoal mostrava o respeito à vida tendo um monte de filhos e condenando-os à morte por doença e fome.
chest- há aqui nesse pensamento um erro de tempo. Na verdade, até há bem pouco tempo, ter um monte de filhos era a única maneira de perpetuar a espécie era ter um monte de filhos, tendo em vista que muitos morriam na primeira infancia, ou mesmo antes de deixar sua própria prole.
epa, o texto ficou truncado, foi maus.
Entendo, por que ser responsável se você pode ter mais filhos do que pode alimentar e sustentar? Um caso em pauta-análogo ao do Brasil nos anos 70- é o de Benin, onde o crescimento populacional devora o crescimento (razoável) da economia, mantendo a renda per capita estagnada e o povo na miséria. Enfim, uma cultura pró-vida, né?
Há 200 anos morria tanta criança que os batismo se davam geralmente após os 2 anos de idade. Falta de tecnologia. Por isso as parideiras tinham tanto valor.
Há duzentos anos, certamente, mas o governo Médici, por exemplo, foi nos anos 70. O número de filhos por mulher já era, então, bem maior do que o índice de reposição. A população brasileira mais do que quintuplicou entre 1900 e 1970. Vai me dizer que a oligárquica República Velha, o Estado Novo fascista e a ditadura tinham uma cultura de vida e que nós-só nós- temos uma "cultura da morte"? É uma desculpa muito esfarrapada para mandar as mulheres de volta para cozinha, senhor.
Longe de mim mandar mulheres para a cozinha, it is Miller Time. Vamos todos para a balada.
Mas sim, de acordo com uma arvore genealógica que fiz de parte da familia, nota-se que "morte na primeira infancia" era habitual até os anos 30.
Mas não se iluda, as sociedades matriarcais, ou afeminadas (sem ofensa, ou segundas intenções) são decadentes em termos populacionais e sempre são substituídas por outras sociedades patriarcais que deslocam (as vezes violentamente) as matriarcas indefesas - os homens estão em pequeno numero, não formam exército e estão tomando uma cerveja na gandaia.
Que fofinho, a olavettes sabem brincar de materialismo histórico e inventar inevitabilidades históricas, quando lhes convém, tão bem quanto o mais empedernido membro da nomenklatura soviética... "With God-or Marx- on our side"... Quantas "sociedades matriarcais" (a razão de igualdade entre homens e mulheres significar "matriarcal" é um desses mistérios das mentes nebulosas dos discípulos de Olavo de Carvalho)-especialmente com a nossa cultura e com nosso nível técnico- já existiram, para que possamos determinar as leis que as regem? Comte ensinou que apenas valorizando as mulheres- a melhor parte de todas as pátrias, segundo Rondon- é possível criar uma sociedade justa e estável.
"Mas sim, de acordo com uma arvore genealógica que fiz de parte da familia, nota-se que 'morte na primeira infancia' era habitual até os anos 30."
Ainda assim, o crescimento populacional era mais rápido, então, do que agora, apesar da mortalidade infantil ser menor atualmente. Logo, não é certo dizer que o número grande de filhos de então-ao qual não me oponho, aliás, é decisão de cada casal-era "necessário" para perpetuar a espécie; um número menor would have done the trick. A não ser que, depois de ter revolucionado a Astronomia e as Histórias do Brasil e de Portugal, o Messias monarquista tenha também revolucionado a Demografia e a Matemática... Em se tratando do lacaio dos Orleans e Bragança, tudo é possível.
Por último, homens que vão para a "gandaia" porque as mulheres conseguiram alguns poucos direitos já não prestavam de um jeito ou de outro-mas devem estar satisfeitos com a desculpa para seus defeitos de caráter, cortesia da "direita" cristã (sic)- e não são proteção nem para as mulheres nem para a pátria. Eles são o vírus, não o sistema imunológico.
..e portanto,...?
E, portanto, não é surpreendente ver que os fascistas, sob todo e qualquer pretexto imaginável, continuam defendendo ideias imorais, incompatíveis com a Revolução de 1889 e com a liberdade da nossa pátria. É o papel usual da quinta-coluna às ordens do Departamento de Estado.
o Terror?
ah, 1889...
É, 1889.
é de chorar....
Desde que se aboliu a Escravidão, que os monarquistas choram pelos cantos!
Está cheio de escravo mental pelaí.
Nem fale, há muito a ser dito a favor de se enterrar os servos junto com o senhor morto. Ou de se imitar o velho costume indiano de queimar as esposas e concubinas dos reis falecidos. Poupar-nos-ia de ter que ouvir as estúpidas lamentações das viúvas do Pedro Banana e das carpideiras servis dos pérfidos Orleans e Bragança.
a eugenia ja faz parte do presente.em israel ja é comum filhos serem escolhidos em laboratórios especializados em genética,muito disto é para se evitar a transmissão do gene causador d Tay-Sachs!
eugenia forever.
imagina se cada canto do mundo virar um nordestão,que tragédia!?
Parabéns pelo post. Muito inteligente!
Vou seguir o seu blog também, viu?!
Concordo plenamente com você e me lembrei de uma cena:
Quando estou no trabalho, na hora do almoço; escuto os assuntos preferidos da maioria dos colegas: novelas, sexo, futebol, redes sociais, festas, brigas, bolsa família etc. Todos os dias, a mesma coisa. E fico pensando "nossa, e são essas pessoas que votam". Muitos não procuram evoluir para tornarem-se seres humanos melhores.
E eles não param de se multiplicar.
Um grande abraço a você!
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