segunda-feira, 1 de maio de 2017

Poema do Domingo

A Solidão e Sua Porta

Quando mais nada resistir que valha 
a pena de viver e a dor de amar 
E quando nada mais interessar 
(nem o torpor do sono que se espalha)

Quando pelo desuso da navalha 
A barba livremente caminhar 
e até Deus em silêncio se afastar 
deixando-te sozinho na batalha

Arquitetar na sombra a despedida 
Deste mundo que te foi contraditório 
Lembra-te que afinal te resta a vida

Com tudo que é insolvente e provisório 
e de que ainda tens uma saída 
Entrar no acaso e amar o transitório.

Carlos Pena Filho

Um comentário:

Mr X disse...

Obrigado leitora invisível. Sim você está certa, meu blog é um lixo, só os poemas salvam. Vai votar na Le Pen ou no Macron? Abraços.