sábado, 26 de maio de 2012

Educação para todos, trabalho para ninguém?

Fiquei pensando uma coisa interessante, porém triste. Estamos vivendo em uma época em que muitas pessoas não tem uma função produtiva na sociedade. As pessoas tem acesso à educação, mas cada vez menos um correspondente lugar no mundo do trabalho equivalente aos seus estudos.

Pense na Espanha. Com 25% de desemprego, o país está cheio de "novos pobres" com diploma, que moram na casa dos pais até os 30, alguns sem jamais ter conhecido o que é um trabalho de verdade, e outros que viveram o boom dos anos 90 mas que agora se encontram na pobreza.

Além disso, mesmo entre os que trabalham, grande parte das pessoas desempenha funções que são praticamente inúteis. Imagine, por exemplo, que o funcionalismo público no Brasil fosse reduzido à metade, ou até a um terço do que é. Será que seria menos eficiente? Não, provavelmente ocorreria o contrário, seria bem mais eficiente e ainda por cima se gastaria menos dinheiro. A real função do serviço público no Brasil (e em quase qualquer lugar) é a de ser cabide de empregos. Apenas isso! Só que, um dia, a casa cai. Alguém precisa produzir riqueza, afinal...



Imagino que o mesmo, ainda que em menor escala, se dá em muitas empresas privadas. O trabalho realmente relevante é realizado por uns poucos, e os outros estão ali para colaborar ocasionalmente, mas grande parte do tempo você está ali só para preencher o tempo requisitado das 9 as 6. Podem até ser atividades produtivas, mas que não são visíveis a olho nu. Em tempos anteriores, o sujeito trabalhava como fazendeiro ou carpinteiro, o resultado do seu trabalho era visível no mesmo dia. Mas hoje há uma defasagem entre trabalho e resultado.

Muita coisa que se estuda também tem pouca importância, quando não é baseada em lorotas. Grande parte da área de Humanas, por exemplo, e para minha grande tristeza, é irrelevante ou equivocada. Hoje em dia, 90% do que se ensina são ideias marxistas recicladas, ou então tentativas de reengenharia social mascaradas de ativismo. "Chicano Studies"? "LGBT Studies"? Essas são disciplinas ou até mesmo cursos completos em faculdades americanas, mas servem para quê? São apenas usinas de replicarão do vírus do esquerdismo.

O pior é que há muitos campos de estudos interessantes na área de Ciências Sociais. Porém, se você já parte de premissas equivocadas, como a crença no socialismo ou em outras bobagens, então tudo o que partir daí vai ser só enrolação, sem qualquer utilidade. Sobre o que é mais interessante não se pode falar, é tabu. Por exemplo, a questão do QI e sua influência na sociedade seria um tema aparentemente interessante, mas não se pode falar sobre isso, pois poderia dar margem a ideias anti-igualitárias, que são perigosas. Então a maioria dos que escrevem sobre o tema, mesmo que não tenham qualquer intenção malvada, precisam recorrer a pseudónimos e à Internet. Um desses heróis anónimos é "La Griffe du Lion", que tem uma série de artigos interessantes sobre essa questão, mas naturalmente são ignorados por quase todas as pessoas de bem.

Outro blogueiro, o Half Sigma, tem um contraponto interessante: ele acha que, na sociedade capitalista pós-industrial do Primeiro Mundo, graças à tecnologia que superou a força de trabalho manual, uma pequena parte de pessoas pode produzir uma imensa quantidade de riqueza. Tal riqueza sustenta todo um país. Porém, o aspecto negativo disso é que gera-se uma quantidade imensa de improdutivos, que a longo prazo (e auxiliados pelo sistema que beneficia os dependentes do welfare) reproduzem-se em maior número do que os criadores de riqueza.

A teoria dele é que, em breve, robôs poderão desempenhar de modo mais eficiente as tarefas que os mexicanos ilegais desempenham hoje nos EUA, portanto também estes trabalhadores se tornarão inúteis. A solução do blogueiro, algo bizarra, é pagar às pessoas para que fiquem em casa jogando videogame. (Continuam improdutivos, mas ao menos não estão lá fora cometendo crimes!)


Porém, o pensamento das elites globais vai na outra direcção. Por exemplo, ao mesmo tempo em que importam populações de imigrantes do terceiro mundo para trabalhos manuais em vias de extinção, aumentam o número de pessoas que ingressam na universidade. A ideia, a princípio nobre, é que o ensino universitário tornaria as pessoas mais aptas a trabalhos de qualidade intelectual superior. Se todos tivessem de nascença a mesma capacidade, isso provavelmente seria verdade. 

A verdade, lamentavelmente, é que nem todas as pessoas estão aptas para um ensino universitário de alto nível. Simplesmente não têm a inteligência requerida. Não quero ser cruel aqui, mas minha opinião atual é que apenas um 10% ou 15% das pessoas de um país têm capacidade para estudos de alto nível, que exigem um QI de 120 como mínimo. E esse foi o pensamento ao longo da maioria da História: o estudo universitário sempre esteve reservado a membros da elite, o resto estava muito bem com um curso técnico ou já começando a trabalhar como aprendiz. E não há nada de errado nisso! Pode até ser melhor do que ser um taxista ou uma prostituta com diploma...

Nos EUA, hoje em dia, um encanador muitas vezes ganha mais do que um idiota que passou quatro anos estudando Ciências Sociais e agora tem uma colossal dívida pelo empréstimo que recebeu para pagar os estudos e não tem nenhum emprego decente. Onde ele vai enfiar o canudo? 

A ideia de "universidade para todos", em teoria garantindo o acesso de todos à educação, na prática não faz mais do que piorar a qualidade do ensino, pois baixa-se tudo para o mínimo denominador comum. Tenho visto pessoas em prestigiosas universidades americanas que mal sabem escrever… Imaginem então o nível nas universidades latino-americanas…  

Nesse sentido, acho que o bom e velho Olavo de Carvalho está certo, educação não é para todos, educação não é "direito" de ninguém, é dever! O resto é apenas achar que o diploma é uma espécie de papel mágico que vai garantir por si só acesso a um nível de vida material superior. 

Mas enfim, a verdade é que eu também sou inútil e improdutivo, e perco meu tempo com esta besteira de blog… Se em vez de humanas eu tivesse estudado física quântica, hoje seria provavelmente seria um gênio! Afinal, todos sabem, para ser inteligente basta estudar! Com estudo suficiente, qualquer um pode ser um Einstein ou um Newton! Certo? 



(*Errado, acho que meu QI Verbal é alto mas meu QI matemático é péssimo. Sou meio burro para números. Meu consolo é que segundo o Griffe du Lion, o QI Verbal é mais importante na sociedade atual, e até mesmo explica porque os asiáticos, embora tenham QI total mais alto, tem menos desenvolvimento em certas áreas - é por que seu QI maior é o visual-espacial, não o Verbal!). 



9 comentários:

Autor desconhecido disse...

''Mas enfim, a verdade é que eu também sou inútil e improdutivo, e perco meu tempo com esta besteira de blog… Se em vez de humanas eu tivesse estudado física quântica, hoje seria provavelmente seria um gênio! Afinal, todos sabem, para ser inteligente basta estudar! Com estudo suficiente, qualquer um pode ser um Einstein ou um Newton! Certo?''

X,
só pq as humanas estão uma coisa medonha não significa que somos burros, pera aí.
Para ser inteligente não é necessário saber física, vc está hierarquizando as matérias, tá, posso concordar que física é muito mais difícil que história, mas o que adianta ser um físico potente, mas um nerd ingênuo que acredita por ex, em igualitarismo?
Para ser um Einstein, basta ter cola.

Rovison disse...

Corretíssima a sua análise, X. Funcionalismo público no Brasil é mais cabide de emprego do que qualquer outra coisa. Vejo isto diariamente nos meus locais de trabalho (quatro escolas públicas). O negócio chega a ser revoltante. A pessoa simplesmente cumpre horário sem fazer ABSOLUTAMENTE nada, repito ABSOLUTAMENTE nada. Agora multiplica isso por milhares de empregos inúteis Brasil afora. É um desperdício criminoso de dinheiro público.

DIREITA disse...

dizem que a justiça do brasil é lenta por falta de juízes: MR X deve ser de outra opinião!

DIREITA disse...

me parece que o numero de desempregados na Inglaterra e na Espanha é o equivalente ao de novos imigrantes (legais ou ilegais).de fato ,na Inglaterra a medicina esta na mãos de estrangeiros!

Mr X disse...

Olha, eu nao sei por que, mas na Inglaterra quase todos os medicos (que me atenderam no NHS quando estive la) eram indianos ou paquistaneses. Cade os medicos anglos?

DIREITA disse...

Cade os medicos anglos?


em alguma fila de desempregados a procura de trabalho (braçal?)?!

Mr X disse...

A justiça no Brasil é lenta por termos criminosos demais. Até os juízes são ladrões.

Mr X disse...

"em alguma fila de desempregados a procura de trabalho (braçal?)?!"

Acho que não, devem ter achado alguma ocupação que dá mais dinheiro. Sei lá! Mas que é estranho, é.

DIREITA disse...

MR X, parece que os enfermeiros ingleses mau sabem aplicar um soro ,e também provocam queimaduras em pacientes cegos ,pois "não foram trinados" para avaliar a temperatura de um prato de sopa. e ,se alguém reclamar dos serviços dos mesmos, basta chamar o reclamante de racista, que esta tudo resolvido!

http://www.dailymail.co.uk/news/article-2153561/Patient-complained-nurse-accused-racism.html#