quinta-feira, 31 de maio de 2012

Era do Narcisismo

Provavelmente já falei sobre este tema antes, mas dane-se. Eu não sei se nossa era é especial em relação às anteriores. Pode ser que nem seja tão diferente assim. Acho que o momento que vivemos agora nada mais é do que o rescaldo dos anos sessenta, mas será que os anos sessenta já não eram, também, uma exacerbação dos anos vinte e seus radicalismos de avant-garde?

Porém, chamam a atenção duas coisas sobre esta época atual: uma, que todos querem "direitos", mas ninguém quer saber de "deveres". Já reparou? Até o psicopata mais doente exige seus "direitos", mas quase ninguém se preocupa com os seus deveres quanto à sociedade. Direitos para as mulheres, direitos para os gays, direitos para os drogados, direitos para os criminosos, direitos para os gordos, direitos para os idiotas, etc, etc, etc. Mas de responsabilidade, ninguém quer saber.

A outra coisa que chama a atenção é como as pessoas hoje em dia são extremamente exibicionistas e narcisistas. Falo aqui simplesmente sobre o modo de se vestir e de se comportar. Pode parecer algo menor, mas não sei se é mesmo. Reflete bem o ânimo da sociedade do século vinte e um.

Deixemos de lado a Marcha das Vadias, que já mostra bem as contradições do feminismo (a mulher quer se vestir mostrando todos os seus atributos, mas ao mesmo tempo quer que isso não tenha qualquer efeito sobre os homens?) Falo sobre o dia a dia. Vejo muitas pessoas usando roupas que explicitam a sexualidade, desde os homens ridículos que usa as calças abaixadas até quase o joelho, às mulheres usando roupas que mostram quase tudo. Fossem apenas mulheres jovens bonitas, seria perdoável, mas em muitos casos vêem-se gordas balofas ou senhoras de sessenta anos usando roupas que envergonhariam prostitutas nos anos trinta. Qual a intenção em se mostrar assim?

E as tatuagens. Aqui na Califórnia, é difícil ver alguém que não as tenha. Acho que 80% da população mais jovem (e alguns nem tão jovens) tem ao menos alguma espécie de tattoo. Acho que isso reflete também um certo exibicionismo, especialmente aquelas tatuagens com mensagens para o mundo. Às vezes o narcisismo nem está na tatuagem quando na explicação para estas. Maria Cisneros, a "mulher-vampiro" (foto abaixo), diz que começou a se tatuar depois de ter sofrido abuso, e que suas tatuagens são uma forma de lutar "contra a violência doméstica". Tá bom...

Vivemos em uma cultura que exacerba o "direito de fazer o que quiser", mas que ao mesmo tempo nega que certas escolhas tenham conseqüências. Houve casos de tatuados que alegaram "discriminação" na busca de emprego, mas fazer a tatuagem foi uma escolha, não uma imposição. O cartunista Laerte, que costuma travestir-se de mulher nas horas vagas, andou querendo processar uma pizzaria que o impediu de utilizar o banheiro feminino. Ora, foi ele quem escolheu se travestir, por que é que os outros devem se adaptar a ele, e não ele ao mundo?

Mas hoje em dia, é tudo assim. Nossa sociedade lembra mais e mais a do final do período do Império Romano, quando romanos gordos e decrépitos passavam seu tempo em orgias, enquanto as invasões bárbaras só aumentavam. Onde está Nero, para ao menos tocar-nos uma melodia enquanto Roma arde?




quarta-feira, 30 de maio de 2012

Apatia e desilusão

Está havendo uma polêmica em Israel com os refugiados sudaneses que estão no país. São acusados de crimes e violência, bem como de ajudar a diminuir o "caráter judeu" do Estado. Recentemente, houve violentos protestos populares contra a sua presença. O governo, em resposta, prometeu duras medidas contra os imigrantes ilegais.

Não há motivo para crer que protestos similares não poderiam também ter sucesso na Europa. Afinal, os mesmos problemas que afetam hoje Israel já afetam há muito os países europeus. Israel está sujeito ao mesmo processo de globalização que atinge todo o Ocidente. A recente prosperidade do país atraiu não apenas milhares de trabalhadores filipinos como agora habitantes de países africanos que, naturalmente, buscam uma vida melhor.

Nada de errado em buscar uma vida melhor, é o que todos queremos, e por esse lado entendo o drama dos imigrantes. Por outro lado, a triste verdade é que os imigrantes, quando são em grande número, terminam por transformar a essência de um país -- às vezes para melhor, às vezes para pior, mas quase sempre modificam o seu caráter. Portanto, controlar a imigração (quem entra, quem sai) é um aspecto essencial para qualquer sociedade que se preze. Isso vai muito além da questão racial, tem a ver com o povo que forma um país. Se hordas de suecos invadissem a Grécia para "roubar o emprego dos gregos", provavelmente também haveria confusão...

(Aliás, falando em imigrantes suecos, para nós suecos e dinamarqueses são meio iguais, mas vocês sabiam que no século XIX os imigrantes suecos na Dinamarca eram tratados que nem cachorro? Está tudo no filme "Pelle, o Conquistador").

Acho que isso é especialmente válido na Europa, onde os países originalmente eram formados cada um por uma etnia, e assim continuaram, foi só nas últimas décadas que mudou. Se bem que hoje em dia com a globalização até mesmo no ultra-anti-imigrante Japão, os japas estão tendo problemas com minorias... Sobre isso, minha teoria é a seguinte, se você vai a um país para trabalhar é uma coisa, mas imigrantes que cometem crimes, por menores que sejam, deveriam ser sumariamente deportados, junto com toda a família! Não tem desculpa para quem vem de longe só para ferrar com o país dos outros.

(Os EUA e a América em geral são uma questão à parte, mas também eles já tiveram severas leis restringindo a imigração. Até o Brasil quer evitar a entrada de haitianos...).

É verdade que há alguns ativistas judeus de esquerda que apóiam a imigração ilimitada aos países ocidentais, e nesse sentido alguns vêem os protestos em Israel como hipocrisia. Porém, duas ressalvas: primeira, os judeus americanos são diferentes dos israelenses e têm interesses diferentes (e mesmo assim, pesquisas mostram que a opinião do judeu-americano médio (não as organizações políticas) tem uma visão negativa sobre a imigração que não é tão diferente assim da dos outros americanos médios). Segunda, não é que não haja uma imprensa de esquerda em Israel. Há mais de um artigo na imprensa local criticando a xenofobia dos compatriotas. Isso não evitou os protestos.

Por que não há então protestos similares nos outros países ocidentais formados por euro-descendentes? Vontade de protestar não falta. No Canadá, estudantes (99% brancos) estão protestando há meses aos milhares, mas contra o aumento de taxas escolares. Querem universidade pública e gratuita para todos (inclusive imigrantes)...

Nos EUA, o movimento Occupy Wall Street também protestou por meses. Mas eram a favor da anistia para imigrantes ilegais...

Na Europa, há também protestos, mas em muitos casos são também a favor da imigração e de outras idéias progressistas, como o casamento gay, mais socialismo, etc...

No Brasil é ainda pior, corrupção e crime ligados ao narcotráfico são epidêmicos, mas as marchas que mais tiveram sucesso ultimamente foram duas: a "Marcha da Maconha" e a "Marcha das Vadias"... Se a única coisa que motiva os jovens brasileiros a protestar são a maconha e a putaria, estamos bem...

O fato é que a maioria dos europeus e americanos e brasileiros que conheço são uns comunistas sem-vergonha, que só querem saber de protestar contra o capitalismo ou a "repressão", mas pouco se importam com a imigração, com a decadência ocidental ou com o crime. Então, azar o deles! E o nosso também.

Marcha das vadias? Exciting!!!

Decadência Ocidental? Boooring.

sábado, 26 de maio de 2012

Questão de fé?

Assim como há os fundamentalistas da raça, que acham que a genética explica tudo, há os fundamentalistas da cultura e da religião, que acreditam que tudo é determinado pela religião e pela cultura de um povo.

Por exemplo, já ouvi várias vezes a teoria de que os países católicos  (Portugal, Espanha, América Latina) tendem a ser mais atrasados e com maior tendência ao socialismo ou dependência econômica, enquanto os países protestantes (EUA, Norte da Europa, Austrália), tendem a ser mais desenvolvidos e propícios ao capitalismo. (Em linhas gerais, acho que é uma derivação da teoria de Max Weber, "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo").  

Da mesma forma, nos EUA, protestantes (e judeus) estão no topo, enquanto os católicos estão numa posição bem mais modesta (hindus, muçulmanos e outros nem contam), ainda que tenham chegado lá com um ou dois presidentes. 

Bem, não sei quanto levar a sério a teoria, já que segundo ela com as Igrejas Evangélicas tomando conta do Brasil pareceria que em breve nos tornaremos uma nova potência capitalista mundial, mas não parece ser o caso, o socialismo é cada vez maior. (Por outro lado, é bem verdade que o "Bispo" Macedo capitalizou-se e enriqueceu!)  

A separação da Coréia do Norte e do Sul e a separação entre Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental provaram de uma vez por todas (ainda que restem retardados que não acreditam) que o capitalismo de livre-mercado é um sistema superior a qualquer sistema socialista. Tínhamos dois povos idênticos, separados apenas pela ideologia, e uma diferença abissal de resultados. 

Porém, a influência da religião no desenvolvimento de uma sociedade é menos clara. A Bavária, católica, não parece muito mais atrasada do que o norte alemão. Há diferença entre as duas Irlandas? 

O Islã pareceria ser sim uma religião que leva ao atraso e à estagnação, devido às suas regras rígidas e seu fanatismo, mas não temos como saber ao certo, na falta de uma população de controle. Por outro lado, parece bastante claro que as populações árabes cristãs adaptam-se de forma muito mais fácil ao mundo Ocidental. Na América Latina, tivemos vários libaneses de origem cristã que adaptaram-se sem problemas e em alguns casos até viraram parte da elite. O mesmo não pode-se dizer dos muçulmanos. Talvez um estudo mais profundo das populações cristãs no Oriente Médio poderiam nos dar alguma ideia sobre isso. 

Uma outra teoria que ouvi foi a seguinte, ligando a genética com a religião: enquanto o judaísmo, por exemplo, auxiliava à reprodução dos mais inteligentes (os rabinos mais famosos tinham mais filhos), e algo similar acontecia no protestantismo já que os padres casam, no catolicismo os mais inteligentes (os padres e monges) eram condenados ao celibato, e portanto não passavam adiante seus genes. A longo prazo, isso teria criado diferenças intelectuais entre os povos. Será mesmo?

(No islamismo, a teoria geneticista é que o casamento entre primos, muito comum entre os membros dessa fé, teria tido efeitos disgênicos.)

Para mim é claro que uma religião influi e muito no carácter de uma sociedade. Sem dúvida a ética do trabalho é importante. Porém, em relação ao desenvolvimento econômico, são provavelmente ainda mais importantes o sistema político-económico (favorecendo o capitalismo de livre mercado), e o nível médio de QI da população, ou ao menos de sua elite (umas poucas pessoas inteligentes podem fazer uma diferença incrível, mesmo que a maioria da população fique intelectualmente aquém). 

O pior mesmo para uma sociedade talvez seja a falta de religião. A Europa atéia e agnóstica não acredita em mais nada, e está desmoronando na frente de nossos incrédulos olhos. Nos países nos quais o ateísmo é mais pronunciado (as antigas repúblicas soviéticas), a decadência social é também a mais grave, e o crescimento populacional, o pior.  

Diz a lenda que Átila o Huno, enquanto incendiava uma cidade e mandava seus soldados estuprarem as mulheres e as crianças em mais de uma de suas conquistas, gritou: "Se vocês não fossem infames pecadores, Deus não teria mandado um flagelo como eu para castigá-los!"

Seria a decadência européia um castigo pela sua perda da fé? 


Educação para todos, trabalho para ninguém?

Fiquei pensando uma coisa interessante, porém triste. Estamos vivendo em uma época em que muitas pessoas não tem uma função produtiva na sociedade. As pessoas tem acesso à educação, mas cada vez menos um correspondente lugar no mundo do trabalho equivalente aos seus estudos.

Pense na Espanha. Com 25% de desemprego, o país está cheio de "novos pobres" com diploma, que moram na casa dos pais até os 30, alguns sem jamais ter conhecido o que é um trabalho de verdade, e outros que viveram o boom dos anos 90 mas que agora se encontram na pobreza.

Além disso, mesmo entre os que trabalham, grande parte das pessoas desempenha funções que são praticamente inúteis. Imagine, por exemplo, que o funcionalismo público no Brasil fosse reduzido à metade, ou até a um terço do que é. Será que seria menos eficiente? Não, provavelmente ocorreria o contrário, seria bem mais eficiente e ainda por cima se gastaria menos dinheiro. A real função do serviço público no Brasil (e em quase qualquer lugar) é a de ser cabide de empregos. Apenas isso! Só que, um dia, a casa cai. Alguém precisa produzir riqueza, afinal...

domingo, 20 de maio de 2012

Poema do Domingo


II

YOU left me, sweet, two legacies,—
A legacy of love
A Heavenly Father would content,
Had He the offer of;
  
You left me boundaries of pain        5
Capacious as the sea,
Between eternity and time,
Your consciousness and me.

* * *

XXXIII

HELD a jewel in my fingers
And went to sleep.
The day was warm, and winds were prosy;
I said: “’T will keep.”
  
I woke and chid my honest fingers,—        5
The gem was gone;
And now an amethyst remembrance
Is all I own.

(Emily Dickinson)

sábado, 19 de maio de 2012

Familismo amoral

A recente notícia sobre um esquema de roubo de malas nos aeroportos brasileiros pelas próprias pessoas encarregadas de cuidar das malas me fez lembrar de um tema sobre o qual queria escrever, mas nunca fiz. Já que estivemos falando sobre meus queridos sicilianos, talvez seja a hora.

A expressão "familismo amoral" foi cunhada pelo estudioso Edward Banfield, em um estudo sobre um povoado no sul da Itália, pobre e dominado pela máfia. A teoria é que cada um cuidava de sua própria família e ninguém colaborava com ninguém. Amoralidade, roubo, engano, se era para ajudar a própria família, eram tolerados. Era cada um contra cada um. Como naquela história dos caranguejos no balde, cada um puxando o outro para baixo em vez de fazerem uma escadinha todos juntos para conseguirem sair.

Sim, a máfia é o caso mais extremo de "familismo amoral", mas existem muitos outros exemplos na sociedade italiana, de norte a sul. Não esqueçam que nepotismo vem de uma palavra italiana também. Mas é só a política e a sociedade italiana? Claro que não. Exemplos de "familismo amoral" podem ser bem vistos na política brasileira: Sarney, Collor, Lula, Arraes, etc.

O conceito pode ser ampliado para o de sociedades baseadas na confiança mútua versus sociedades baseadas na malandragem recíproca. Aqui nos EUA na maioria dos lugares posso deixar meu notebook ou meu telefone sozinho na mesa do café ou no ginásio sem que ninguém roube. Não é só medo da polícia. É uma espécie de contrato social implícito, eu não te roubo e você não me rouba também. A confiança maior gera mais produtividade e tranquilidade, e todos ganham.

É claro que no Terceiro Mundo a burrice impera, e cada um tenta ser mais malandro do que o outro, mesmo à custa de um resultado que termina sendo ruim para todos.

No outro dia li uma história, acho que tinha acontecido na Venezuela, mas podia ter acontecido no Brasil. Havia uma rodovia onde muitas pessoas costumavam ser atropeladas. Tinha até um sinal, mas ninguém parava por medo de assaltos, e os carros andavam muito rápido, além da velocidade permitida. Para resolver, as autoridades construíram uma passarela por sobre a via (a grande custo dos impostos do cidadão). Porém, enquanto não se divertiam vandalizando as paredes, jovens grafiteiros divertiam-se atirando pedras lá do alto sobre os carros que passavam. Resultado, as autoridades (tudo de novo pago com os impostos do cidadão) demoliram a passarela e construíram um túnel sob a rodovia para que as pessoas pudessem atravessar.

Aí o que aconteceu? Claro, não durou um mês e um idiota roubou as lâmpadas e os fios elétricos. Na escuridão do túnel, os infelizes que ainda ousavam cruzar por ali eram assaltados ou estuprados. Resultado, era melhor enfrentar os carros do que os bandidos, então as pessoas voltaram a atravessar correndo pela via mesmo, onde eram novamente atropeladas como baratas, já que os motoristas  continuavam dirigindo como doidos e se recusavam a parar...

Isso meio que resume um pouco a vidinha burra no Terceiro Mundo… "Familismo amoral"? Quem dera, se tiver alguma vantagem, o sujeito sacaneia a própria família e vende a própria mãe!  


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Rumo a uma nova divisão política

Os resultados da pesquisa sobre os leitores foram, devo confessar, algo surpreendentes. Não sei quanto a sério pode ser levada, já que não sei quem respondeu e quem não, e quem o fez a sério e quem de gozação. Que a maioria dos leitores sejam do Sudeste e Sul do Brasil não foi surpresa, mas achei que haveria mais leitores morando fora do país. Tampouco surpreendeu que a maioria dos leitores se considera de raça branca, embora haja um número relevante de auto-considerados pardos, mestiços e negros, o que me deixa um pouco mais tranquilo, ainda somos democráticos por aqui. O número de leitores do sexo masculino ser bem superior ao das mulheres não é surpresa, mas é surpresa que haja quase tantos auto-declarados gays quanto mulheres. Será que é real ou alguém brincando? Leitores gays ou transsexuais, manifestem-se.

Religião surpreendeu. Há realmente mais leitores muçulmanos do que judeus? Com exceção do Theo, que achou o post sobre a islamização da Europa "boring", jamais se manifestaram. E que mais de 50% dos leitores sejam agnósticos ou ateus também é curioso, considerando que este é um blog que já foi bastante linkado pelo Mídia Sem Máscara e que eu mesmo sou normalmente pró-cristianismo. Talvez algumas perguntas tenham sido mal formuladas, já que ser do sexo masculino não significa que a pessoa seja necessariamente hetero, e uma pessoa que se declara agnóstica pode muito bem ser originalmente de herança judaica ou cristã.

Mas o mais surpreendente, para mim, é que a maioria dos leitores se declare de "extrema-direita", já que nunca fui uma pessoa extrema em nada. Mais de 50%! E até vários "nacional socialistas", e dois "comunistas raivosos" (Tiago, é você?). Eu mesmo me incluiria na categoria "libertário", que teve apenas 16% mas que é a mais próxima da minha visão ideológica relacionada com estado mínimo e relativa liberdade individual. Que vários leitores se declarem nacional-socialistas, daqueles que desenham suásticas nas calçadas e escutam Wagner sonhando com  um retorno do Reich, confesso que me incomoda um pouco e me faz pensar em reconsiderar alguns aspectos do blog. Afinal, quem sabe algum dia um neonazi tomará o poder no Brasil (Autor Desconhecido, com primeira-dama Bárbara?) e antes de decretar a invasão do Uruguai e a construção de câmeras de gás, dirá "eu costumava ler o blog do mister xis"... Scary! (Já mencionei que tenho uma meio-namorada meio-judia? Serei o primeiro (ou o segundo) a protestar contra o governo neonazi. No pasarán!)

Imagino  que a razão para o interesse dos auto-declarados extremistas pelo blog tenha a ver principalmente com o ocasional conteúdo de temática sobre diferenças raciais.

A princípio, acreditar ou não em diferenças raciais ou genéticas não deveria transformar ninguém num nazista ou extremista e nem mesmo influenciar sua ideologia. Alguém pode ser até um comunista e acreditar em diferenças raciais, como era o caso do próprio Marx, que até onde sei pregava apenas o igualitarismo econômico mas não racial. Alguém pode até mesmo acreditar que a raça X é "superior" (conceito sempre muito relativo) à Y mas sem necessariamente desejar o extermínio de X, mas ao contrário, tratar de ajudar esse outro grupo desvalido. Enfim, quero dizer que acreditar em diferenças entre grupos humanos não deveria, ao menos em tese, ser sinônimo de nazismo ou mesmo extremismo político, é apenas uma questão científica, ou social. Tanto que o pensamento sobre raças antecede em muitos séculos ao maldito nazismo.

Para mim, é hoje bastante claro que existem diferenças (em termos de médias estatísticas) entre os povos/grupos étnicos, claramente vistas tanto por diferenças econômicas e sociais entre países diversos quanto entre os diversos grupos étnicos ou culturais que formam um país. A dúvida é apenas se tais diferenças são a) causadas pela longa história de opressão dos brancos malvados sobre os outros, b) culturais ou c) genéticas. A opção A pode ser descartada, já que ela  mesma implicaria uma superioridade dos brancos sobre as outras raças às quais oprime, e acho que a discussão principal é entre B e C, se as origens são culturais (e portanto facilmente modificáveis) ou genéticas (e portanto bem mais difíceis de mudar). Pessoalmente acho que os dois fatores são importantes. Existe uma base genética que, embora não imutável, muda de modo muito mais difícil, longo e complicado através das gerações (ver por exemplo como melhor nutrição aumenta o QI, Flynn effect, etc.).

E existe o aspecto cultural. Vejam o caso da Inglaterra, por exemplo. Há um século atrás dominavam o globo e as mais diversas culturas, de modo totalmente politicamente incorreto. Na India, proibiram o costume tradicional de certa tribo indiana de jogarem a viúva no fogo quando da morte do marido. Quando alguem reclamou e disse que "é o nosso costume aqui na tribo", o general inglês retrucou, "bem, nós também temos um costume, se alguém faz isso nós o enforcamos imediatamente, vocês podem seguir o seu costume que nós seguiremos os nossos!". Hoje em dia esses mesmos ingleses não prendem muçulmanos que prostituem e abusam sexualmente de crianças inglesas em seu próprio país por medo de parecerem racistas... Ora, foi a genética que mudou em apenas um par de gerações, ou devemos aceitar que foi uma mudança cultural rápida e profunda a que transformou os ingleses em bundões?

Mas o fato é que as expressões esquerda e direita estão meio ultrapassadas. Referiam-se principalmente ao igualitarismo econômico marxista, de um lado os que queriam uma sociedade sem classes totalitária e autoritária, do outro os capitalistas defensores do livre-mercado (e portanto de uma sociedade menos igualitária do ponto de vista econômico, mas bem mais livre).

Bem, com a queda do muro de Berlim e tudo o que aconteceu nas décadas a seguir, isso mudou. A esquerda mudou, adotou o nome de progressismo e agora não se interessa tanto pelo igualitarismo econômico (o capitalismo e o livre-mercado venceram essa, e só essa), quanto por outros tipos de igualitarismo - cultural, religioso, racial, sexual. E a direita?

Os termos esquerda (socialista) e direita (capitalista) não só estão ultrapassados, por vezes tornam-se confusos. Tem um leitor chamado "Direita" que mais de uma vez defendeu medidas redistributivas. Para ele, políticas socialistas redistributivas são OK, desde que ocorram apenas entre brancos, em países exclusivamente brancos! No meu tempo, isso era socialismo ou coletivismo, não direita. Mas hoje em dia, pode ser que as coisas tenham mudado, já que a esquerda também mudou muito. O próprio movimento anti-globalização, formado por esquerdistas e anarquistas, tem pontos de contato com essa direita mais nacionalista e localista. "Buy locally" é slogan tanto dos neohippies quanto do pessoal da Lega Nord.

Outra coisa que aconteceu foi que o mundo girou tanto à esquerda que mesmo quem ficou parado virou "de direita" sem saber. O que era padrão ou até centro-esquerda há meras décadas atrás, terminou virando algo extremo. Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, era um simpatizante socialista, mas pelos padrões atuais provavelmente seria considerado um nazi (avant la lettre). Hoje quem não acredita em casamento gay ou é contra cotas já virou "de direita". Poxa, até o PSDB é considerado "de direita" hoje no Brasil por muitos. O mundo ficou tão radical, que até o pessoal da Velha Esquerda (aquela comunista) não deve estar entendendo nada. Se Stalin retornasse do Inferno, provavelmente se surpreenderia ao descobrir que as maiores bandeiras da esquerda hoje são o casamento gay e a imigração ilimitada.

Eu diria que a luta hoje é entre Igualitários e Não-Igualitários. Os Igualitários são aqueles que querem impor uma igualdade de resultados entre todos, não importando suas ações ou mesmo sua origem. Deixemos de lado o igualitarismo econômico ou racial. O maior absurdo de todos, hoje, é o igualitarismo sexual. Qualquer criança aprende que menino e menina são diferentes, seja nos órgãos sexuais, seja nas coisas que preferem (menina brinca de casinha, menino de soldado).

Mas hoje em dia querem insistir que o gênero é uma construção social. Países como a branquelíssima Suécia, onde o feminismo está mais avançado, já querem eliminar o conceito de diferenças de gênero, fazendo com que meninos brinquem de casinha e meninas de carrinho, ou que meninos se vistam de rosa e meninas de azul, ou forçando empresas a contratarem 50% de mulheres, bem como outras tentativas absurdas de reengenharia social. A loucura é tanta que até a revista Slate, de esquerda, se assustou (artigo assinado por uma Rotschild, será da ilustre família?)

O máximo do igualitarismo sexual está em achar que a própria biologia é irrelevante. Um sujeito corta o pênis, coloca seios postiços e declara-se uma mulher. E isso é aceito por todos como se fosse verdade, como se o desejo bastasse para modificar uma realidade biológica. Da mesma forma alguém poderia cortar o pinto mas, em vez de jogá-lo fora, costurá-lo na ponta do nariz e dizer, "vejam amigos, eu sou um elefante!" Loucura, sim, mas também é loucura achar que o sexo é uma construção social.

Mas o termo igualitários vs não igualitários também causa problemas, primeiro porque  transforma os não-igualitários em malvados, "eles não querem igualdade, bu, fora", mas também por que a busca oposta não é necessariamente a desigualdade. Certos tipos de igualdade, como por exemplo a igualdade perante a lei, são vistas até pela maioria dos conservadores (aqueles sãos, ao menos) como benéficas.

Então talvez um termo melhor seja Utopistas vs Realistas. Os Utopistas são aqueles que acham (ou fingem achar, mas partamos do princípio que suas intenções sejam sempre sinceras) que a natureza humana é infinitamente maleável, e que as sociedades podem ser modificadas ao bel-prazer de uma elite revolucionária. E há aqueles que acham que não, que certos aspectos (biológicos, culturais, sociais) não podem ser facilmente modificados, e que o melhor sistema é um que se adeque à natureza humana. Moldar a sociedade de acordo com a natureza do homem, não tentar mudar a natureza humana tendo por base a  idéia de uma sociedade utópica que não tem qualquer firmamento na realidade concreta, só existe na mente destrambelhada do Revolucionário.

Mas enfim, por ora, é o que temos, pelo jeito vou ter que continuar falando em Direita e Esquerda, quem sabe um dia as coisas mudam e quem controla o discurso é a direita, e aí vai poder chamar os outros como quiser.

Muito antes disso já vou ter abandonado este blog e me dedicado a coisas mais úteis, como plantar batatas ou participar de campeonatos de futebol de botão!

Bye bye.




sábado, 12 de maio de 2012

Aos leitores

Quem é o leitor deste blog, imaginando que algum tenha restado? Costumávamos ter vários leitores judeus, especialmente quando eu costumava falar mais de Israel, mas alguns leitores antisemitas talvez os tenham afugentado. Seria uma pena, faziam sempre boas contribuições. As leitoras mulheres, exceção feita à querida c* e à Ana Beatriz, há muito foram embora, provavelmente espantadas pelo antifeminismo, às vezes um pouco exagerado (desculpem).

Leitores negros, índios e de outras raças equivocadamente ditas "minoritárias", já tivemos? Pode ser que tenham também se apavorado com a aparente racialização do blog, ao menos na seção de comentários. Sobre isso, eu só queria esclarecer que eu não tenho necessariamente problemas com outras raças e culturas. Jamais quis me pretender superior a ninguém, e acho que expliquei várias vezes meu ponto de vista a respeito. Mas, sendo um indivíduo de raça branca e origem européia, e vendo em alguns casos uma ameaça concreta ou ao menos um preconceito (direto ou indireto) aos povos de origem européia, tenho tendido a defender um ponto de vista pró-euro e pró-ocidental. Mas não sou mais nazista ou fascista do que a minha vovozinha italiana que veio da Europa escapando da guerra (mentira, eles vieram à América do Sul antes).

É possível que eu tenha sido um pouco radical ou pessimista ou até apocalíptico demais ultimamente, e a seção de comentários tornou-se mais ainda, o que deve ter assustado os outros poucos leitores que sobravam. Até o Chesterton e o Maisvalia e outros leitores mais antigos sumiram. Que pena! Mea culpa, mea maxima culpa.

Nem tão ao céu, nem tão à terra. Eu gosto de ficção apocalíptica, portanto é natural que alguns posts tenham ido nessa direção. Porém, na vida do dia a dia, sou uma pessoa prática e suficientemente assimilada ao mundo multicultural. Não acho que tudo esteja tão ruim assim, mas gosto de especular sobre condições extremas.

Não estive publicando comentários e estou dando também uma pausa nos posts por pura falta de tempo e paciência, mas logo mais voltaremos à programação normal. Escrever é divertido e é um vício.

Enquanto isso, faço aqui uma pesquisa sobre quem é (ainda) o leitor deste blog. Se puderem, por favor respondam, não se acanhem, afinal é tudo anônimo.

Abs.



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Não chore pelo passado: prepare-se para o futuro!

O Ocidente como o conhecemos acabou. É triste, é lamentável, mas fazer o quê. Tudo passa nesta vida. Isso não quer dizer que tudo esteja perdido, longe disso. Apenas virão tempos difíceis pela frente.

Não adianta chorar pelo leite (ou pelo uísque) derramado, dizem. Não sei. Eu costumo chorar bastante. Sou nostálgico desde criancinha. Mas será pior para nós, que ainda pegamos um restinho da Velha Europa (aquela do cartão postal) e dos Velhos EUA e conseguimos fazer um pouco de turismo seguro nesses belos lugares. Nossos filhos e netos provavelmente já crescerão no mundo global multicultural neo-socialista e não conhecerão nada diferente do que a Nova Ordem Global.

As futuras gerações provavelmente viverão em um mundo cheio de favelas e periferias pobres ao redor de megacidades extremamente engarrafadas e protegidas com aço e arame farpado. Um mundo cada vez mais dividido e perigoso. Na Europa, as zonas de muçulmanos proibidas para os "infiéis" ocuparão partes cada vez maiores das grandes cidades. Nestas, a insegurança crescerá. A paranóia do crime e do terrorismo estarão em todo lugar e, para contrapor-se a isso, teremos uma polícia cada vez mais violenta e agressiva (como já ocorre nos EUA) e um Estado cada vez mais autoritário, ainda que em nome da "igualdade", da "fraternidade" e outras belas palavras. Em outros locais menos avançados, quem manterá a "ordem" será o crime organizado mesmo, ou então as turbas da justiça popular.

Democracia? Esqueça. A mudança não virá mais pelo voto. Quando muçulmanos já decidem eleições na França e na Dinamarca e latinos nos EUA, o voto dos nativos conta bem menos. Quando supostos conservadores seguem quase que a mesma política dos esquerdistas, significa que estamos falando de um jogo de cartas marcadas. Será que, como suspeitam os conspiracionistas, quem manda mesmo é a elite globalista de bilionários, mafiosos e poderosos clãs políticos como as famílias Rockefeller, Soros, Bush, Clinton, Putin (?), sob a égide de intelectuais globalistas como Zigbniew Brzesinski e outros ou similares? Será que estava tudo planejado há décadas? Mas a troco de quê? Isso já não sei.

Não creio que eles queiram destruir de todo a Europa e os EUA, afinal, onde construirão as suas mansões, na África? Em secretas ilhas do pacífico? Em cavernas como aquelas dos vilões de James Bond? Não, tenho a impressão que vários locais do globo serão poupados, nem que seja para que máfias e políticos possam continuar organizando suas orgias e seus paraísos fiscais. Eles são loucos mas não são doidos.

E depois, tem todo o arsenal militar. Vocês acham mesmo que eles deixariam estes brinquedinhos (ou estes e estes) na mão de imigrantes cucarachas ou alguns cabeças-de-toalha? Ora, façam-me o favor!

No meio termo, entretanto, as belas porém vazias igrejas européias serão substituídas por imponentes mesquitas. Os cafés nos boulevards por banquinhas de kebab halal. Os vestidos primaveris pelas esdrúxulas burcas!

Porém, nem tudo será ruim. A globalização seguirá permitindo as viagens e o trabalho ao redor do globo. Você -- se tiver estudo e qualificação para isso, é claro, não estamos falando de pés-rapados --poderá escolher se trabalhar em São Paulo, em NY, em Dubai ou em Moscou. Lamentavelmente, devido à imigração as cidades cada vez mais se parecerão entre si, portanto viajar será menos interessante, e mais perigoso. Pode ser que seja melhor ficar em casa e trabalhar via Internet!

Se você for inteligente e criativo, haverá oportunidades. Ainda há países que preferem imigrantes inteligentes que contribuem. Não acho que aqueles mais inteligentes ou talentosos ou ambiciosos ou ricos tenham tanto problema; quem vai se ferrar mesmo nesse novo mundo é -- como sempre, não é? -- a classe média e baixa trabalhadora e burra. As minorias, no fim das contas, também vão se danar, já que nenhum welfare pode durar para sempre. E o crime afeta sempre mais eles.

Também ainda será possível viver seguramente em algumas "whitopias", mas estas cada vez mais assumirão a forma de condomínios fechados. Talvez voltemos a uma espécie de feudalismo, com castelos e tudo mais. Ou então uma nova subdivisão dos países sob identidades cada vez mais tribais. A Itália e a Espanha, por exemplo, possivelmente se desintegrarão e retornarão à situação de antes, com regiões independentes, cada uma com seu dialeto (Catalunha, País Basco, etc), mas algumas regiões serão ocupadas por muçulmanos que criarão califados independentes.

Guerra civil é uma alta probabilidade na Europa, ou ao menos em alguns países europeus mais islamizados. Nos EUA, aposto em uma violenta secessão de alguns estados, que não será deixada barata pelo cada vez mais tirânico governo federal. Vai ser guerra brava.

Fora isso, todo mundo vai poder casar com todo mundo, homem com homem, mulher com mulher e travesti com quem bem entender.

Parafraseando Unamuno, a Nova Ordem Global vencerá, mas não convencerá. Ao ver a utopia igualitária revelar-se um engodo, os esquerdistas, como ocorreu na União Soviética, se sentirão traídos por seus próprios ideais. Serão então perseguidos pelos próprios líderes que ajudaram a colocar no poder e chorarão amargamente.

Além do terrorismo islâmico e da intifada tomando a Europa, não duvide da volta do terrorismo de direita. Não aprovo, mas deve acontecer. Breivik deu o exemplo e alguns novos psicopatas o seguirão. O que implicará em maior repressão governamental ainda. É possível que alguns países mais afetados pela violência tenham governos tirânicos de direita.

É possível no entanto que a partir desse sofrimento todo haja um ressurgimento religioso, e daí venha a esperança de um retorno a um tempo melhor.

Não é bem claro o que países asiáticos que mantiveram sua unidade étnica como China e Japão farão, nem que papel desempenharão nessa nova ordem. E a Rússia, de que lado está? Os EUA, centro do poder global, continuarão no topo; ainda que enfraquecidos pelo excesso de imigração de baixa qualidade, continuarão a ter uma elite intelectual, científica e financeira que definirá o rumo e a tecnologia do novo mundo. Como eu já disse, eles são doidos mas não são loucos!

Fora isso, a vida será mais ou menos como sempre foi, com suas dificuldades e problemas. A dica é você criar uma família para manter o patrimônio genético, ensinar bem os filhos (homeschooling!) para manter o patrimônio cultural, e, se possível, andar armado para se proteger do crime. (É verdade que o controle de armas será cada vez mais intenso, portanto talvez essa não seja uma possibilidade para todos. Ouvi dizer que no Brasil até spray de pimenta é proibido, aliás, no Canadá também).

Viver afastado das grandes cidades, que se tornarão cada vez mais infernais, talvez seja melhor. No Brasil, eu sugiro o interior de Santa Catarina ou do Rio Grande do Sul. Nos EUA, acho que alguns lugares no Midwest, regiões de montanha e os subúrbios em geral. Na Europa, os subúrbios e pequenos vilarejos rurais. Esqueça Paris, Malmö, Detroit, Los Angeles, Rio de Janeiro e Amsterdam, estão perdidas, provavelmente para sempre.

No mais, não desanime. Enquanto há vida há esperança. Afinal, por ruins que as coisas estejam, lembre que sempre pode ser pior!

"Eles venceram, e o sinal está fechado para nós, que somos jovens."


P.S. Os post e os comentários estão ficando meio repetitivos, portanto vou tirar férias. Tchaus!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Assim é, se lhe parece

Não conheço quase ninguém de direita na vida real, não on-line. Praticamente todos os meus conhecidos são de esquerda, alguns mais, alguns menos. Tenho um amigo de centro-direita que lê o Diogo Mainardi, mas é isso.

O candidato socialista venceu na França e todos os europeus que conheço estão celebrando. Fossem brasileiros, até ia entender a ignorância, mas europeus? Bem, se eles querem mais imigrantes, mais socialismo, mais gastos estatais, azar o deles, não é mesmo?

No entender desses curiosos progressistas, é o "neoliberalismo" que está causando problemas na Europa. Foi o "neoliberalismo" que destruiu a economia da Grécia e agora vai destruir aquela da França.

Neoliberalismo, na França? Quem dera. 56% PIB da França é usado para gastos estatais. Um Estado mais gordo do que o brasileiro, acredite.

Quase todos citam a economia como fator para a derrota de Sarkozy. Os franceses estão reclamando das dificuldades no mercado de trabalho. Mas não, os franceses não querem trabalhar mais: querem trabalhar menos. Querem prolongar a semana de 35 horas e voltar à aposentadoria antecipada. Parece que um dos fatores que mais prejudicou Sarkozy foi ter aumentado a idade da aposentadoria de 60 para 62 anos, e Hollande vai reverter isso. O socialista também prometeu maiores impostos e um maior salário mínimo. É, isso certamente vai movimentar a economia!

Tudo bem, os franceses gostam de socialismo desde a Revolução Francesa. Porém, como dizia o Milton Friedman, você pode ter socialismo, ou você pode ter imigração, você não pode ter os dois. Afinal, é uma mera questão econômica, você não pode distribuir recursos finitos para uma massa inesgotável de pessoas que sempre aumenta e que produz cada vez menos.

Juntar socialismo com a imigração massiva de muçulmanos e outros terceiromundistas só podia dar em uma coisa: desastre.

E no entanto, os franceses escolheram o bundão Hollande. Ele não enganou ninguém, disse muito bem a que veio: mais imigração, mais socialismo, mais impostos, menos trabalho.

A minha querida leitora c* nos diz que devemos esquecer essa tal Europa de cartão postal:

nao entendo a alienaçao de quem continua imaginando a frança como um cartao postal, o frances com a baguette na mao e o beret visé au crane, tour eiffel e edith piaf ! acorda ai, a mundializaçao também passou por aqui, estamos no centro do fluxo migratorio e na beira do mediterraneo, miscigenou, misturou, amorenou e os cambau ! e nao so aqui...o mundo inteiro "misturou" ! quem viaja sabe que londres, bruxellas, sao paulo, new york,guadalajara e etc também "mudaram"em consequencia da globalisation 

Quer saber? Ela tem razão! Aceitemos, amigos, o tempo passou na janela e só a direita não viu. O mundo mudou, o globalismo venceu. O Estado-nação baseado em conceitos étnicos acabou, ao menos no Ocidente (ainda se mantém nos países asiáticos e africanos…). Curve-se você também defronte aos novos líderes globais!

Eu só peço uma coisa aos meus amigos esquerdistas: que depois não reclamem, nem coloquem a culpa no "neoliberalismo".

Li outra vez um colunista de esquerda reclamando sobre a decadência da Califórnia, sufocada por altos impostos, frouxidão com a imigração ilegal e outras políticas socialistas. O curioso é que ele jamais fez um mea culpa pelos desastres que aconteceram. Para ele, a culpa era do "neoliberalismo" (O neoliberalismo talvez tenha a culpa de ter exportado os trabalhos manuais para a China, no entanto, mas essa é outra discussão).

Os esquerdistas em geral são como uma horda de vândalos que destroem tudo o que vêem pela frente e, depois, se viram e  contemplam a cidade destruída com espanto. "Quem destruiu nossa bela cidade?", perguntam-se com lágrimas nos olhos. Logo, no entanto, a tristeza e a confusão dão lugar à certeza, e desta passam ao ódio e ao desejo de vingança. "Foram os malditos neoliberais, é claro! Morte ao neoliberalismo!"

E lá seguem eles, tocando fogo em tudo e continuando na sua marcha insana. 


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Televisão versus realidade

Uma polêmica completamente idiota está rolando na mídia americana -- como quase todas as polêmicas que ocorrem na mídia americana.

A série "Girls" (Garotas) da HBO foi acusada de ser "racista" pelo simples motivo que descreve a vida de quatro jovens garotas brancas (e judias?) novaiorquinas que moram juntas. A criadora da série é uma jovem judia americana. Qual o racismo? Bem, segundo os politicamente corretos, o fato de que as garotas do seriado sejam todas brancas é, por si só, "racista".

O curioso é o seguinte:

a) quase ninguém está assistindo essa série, então que diferença faz?

b) a série apenas reflete uma realidade, afinal você não vai encontrar garotas brancas de um bairro hipster de NY morando junto com negras ou hispânicas, simplesmente não acontece;

c) mesmo se uma das personagens fosse negra ou hispânica, isso não atrairia a população negra e hispânica para assistir a série, que é por definição uma série SWPL (Stuff White People Like), assistida apenas por hipsters e olhe lá.

Não é a primeira vez que seriados de televisão são acusados de "racistas" por não mostrarem negros. (Aqui tem uma idiota que afirma que todos os programas de televisão são "racistas e sexistas"). Até o seriado "Seinfeld" foi criticado por isso, tanto que chegaram a fazer um episódio satirizando no qual George Costanza tenta encontrar um amigo negro (Mas na verdade a série tinha um personagem negro divertido que aparecia de vez em quando, o advogado de Kramer). Woody Allen também tinha dificuldade em trabalhar com atores negros. Até para fazer o papel de um jazzista drogado ele contratou o Sean Penn!

O mais curioso ainda é que, como aponta Steve Sailer, "Think like a man" (Pense como um homem) é um filme quase só com atores negros, dirigido por um negro, baseado no livro escrito por um negro, e está fazendo um sucesso fenomenal, está no topo do box office americano. Mas ninguém no New York Times está interessado nesse filme, nem pede que incluam atores brancos nele (bem, para ser honesto, acho que já tem um ator branco no filme, ou talvez seja hispânico).

Alguns seriados multiétnicos podem ser divertidos. Quando criança, lembro que gostava do "Diff'rent Strokes", não lembro como se chamava no Brasil. Também lembro de assistir às vezes o Cosby Show. O Chavez é seriado multiétnico? E meu desenho favorito, "Caverna do Dragão", tinha uma negra entre os personagens. Entre os seriados de ficção, eu gostava de "A Gata e o Rato", com o Bruce Willis e a Cibyl Shepperd; acho que tinha uma recepcionista latina ou filipina na série que era engraçada. (Ultimamente não assisto muita televisão, portanto estou meio por fora do que anda rolando, mas tenho certeza que o multiculturalismo só aumentou. Talvez assista esse "Girls", que parece ir contra a corrente.)

Hoje em dia acho que se exagera. Não sei se você percebeu, mas quase todo filme americano tem algum negro em um papel secundário. Quase sempre este papel é dado ao Morgan Freeman. Não me entendam mal, adoro o Morgan Freeman, ele estava ótimo em "Um sonho de liberdade", mas às vezes fica forçado. Maior do que a super-representação de negros, só a super-representação de gays. Não há seriado atual que não tenha ao menos um personagem gay. Essa mania chegou até às novelas da Globo. Imagino que parte da causa disso seja o fato de que há muitos gays trabalhando no meio televisivo, mas também pode ser influência do movimento gay...

Por que a insistência em elencos multiraciais? Claramente, parte disso é a campanha para promover que "diversidade é legal", mas outra parte é incompreensível. Afinal, em alumas situações, um elenco monocromático seria o mais natural. É o caso de "Girls", que retrata um mundinho bem específico, a garotada hipster que vive no bairro de Williamsburg.

Um comentário que li por aí matou a charada: séries e sitcoms baseados no ambiente de trabalho tendem a ser mais multiculturais, pois refletem a crescente realidade da América global de hoje. Porém, sitcoms e seriados baseados em situações familiares ou de amizade tendem a ser mais monocromáticos, e por um motivo muito simples, é a realidade, as pessoas tendem a ficar juntas e ter relações mais próximas com aqueles que são mais parecidos com eles. No Brasil, quase todos os meus amigos eram brancos. Não havia nenhuma intenção segregacionista aí, apenas foram as pessoas com quem fui à escola ou à universidade. (Agora que penso, acho que tinha um "token black" na faculdade, ele era um sujeito bacana e inteligente, mas perdi contato). E acredito que acontece o mesmo com quase todo mundo, é apenas natural. Então, num seriado sobre um grupo de amigos ficaria forçado um elenco superultramulticultural.

Mas hoje em dia reclamar de "racismo" virou uma indústria, e perdeu-se totalmente a noção do bom senso, portanto...

Good ol' times. 

O candidato da anti-França

Não sei se vocês viram este curioso vídeo de campanha do candidato socialista François Hollande. É realmente estranho. Ao som de rap (o título da música é "Niggas in Paris") aparecem imagens do candidato misturadas com imagens maioritariamente de negros e árabes. Pareceria que ele está concorrendo à presidência do Senegal, mas não, é o candidato à presidência da França mesmo.

O curioso é que o vídeo seja tão direto e tão sincero. Normalmente, os videos promovendo a diversidade mostram imagens de outros grupos étnicos de forma positiva, assimilada, idealizada. Fosse um vídeo de propaganda tradicional, Hollande mostraria um executivo negro, por exemplo, vestido em terno e gravata. Ou uma mulher árabe perfeitamente assimilada ao modo de vida francês cozinhando uma "tarte tatin". Mas as figuras que aparecem no vídeo são todas decididamente não-francesas, nem mesmo culturalmente. Uma mulher árabe até diz "Inshallah"! (Alá queira a vitória de Hollande).  

Então o que o vídeo está querendo dizer, literalmente, é que Hollande vai transformar a França irreversivelmente numa Babel negra e árabe, ou ao menos que vai privilegiá-los em detrimento dos brancos. Bem, eu entendo por que árabes e negros votam no Hollande, parece que o vídeo era destinado apenas ao pessoal dos subúrbios, o que faria mais sentido. Mas que algum francês nativo assista esse vídeo e diga, "esse é o meu candidato", realmente não consigo entender. No entanto, Hollande está indo bem de voto e pode ser o próximo presidente francês...  

No outro dia aconteceu comigo uma coisa curiosa. Estava sentado em um café com uma jovem (apenas amiga, não se preocupem). Não uma supermodelo, mas ela loira de olhos azuis, o que sempre chama a atenção. Como não havia lugar para sentar, sentamos em duas cadeiras que colocamos junto a uma porta dos fundos. Ficamos ali um tempo, até que um funcionário meio escurinho (pelo rosto, de origem árabe ou iraniana) aproximou-se de forma extremamente agressiva e gritou-nos para sairmos dali que estávamos bloqueando a porta. Sua atitude surpreendeu-me. Normalmente os funcionários nos EUA são extremamente gentis, até porque a gorjeta depende disso. Mas este homem estava sendo realmente rude, sem motivo, já que se pedisse com gentileza nos mudaríamos de lugar igual. 

Então vi o ódio em seus olhos, e entendi, ou achei que entendi. 

O fato é que ele não estava nem um pouco feliz de me ver ali, sentado ao lado de uma jovem loira de olhos azuis. Fosse ele um soldado islâmico a soldo do califa, certamente teria me decapitado e raptado a jovem loira para estuprá-la. 

É isso mesmo, pensei. O que os muçulmanos querem na França e no resto da Europa é decapitar os cristãos e estuprar as suas mulheres. Se não de modo literal, ao menos na sua fantasia. 

Eles odeiam os nativos eurodescendentes, não se engane. E o fato que dependam da assistência dos brancos os faz odiá-los ainda mais.

Você talvez pense que estou sendo exagerado, alarmista. De um mero incidente extrapolar para "eles querem nos matar e estuprar nossas mulheres"? Ora, talvez o funcionário apenas estivesse cansado após um longo dia de trabalho (era tarde da noite) e se incomodou com os dois idiotas bloqueando a porta. Pode até ser que nem fosse árabe, mas latino, ou uma mistura brava de várias coisas. Você está viajando, Mr. X!!!

Pode ser, pode ser. De qualquer modo, qualquer francês nativo que assista esse vídeo do Hollande a ainda assim vote nele, acho que tem que consultar urgentemente um psiquiatra para tentar entender suas tendências suicidas.