domingo, 8 de abril de 2012

Nunca diga que o rei está nu

O colunista John Derbyshire acaba de ser demitido da National Review, mais conhecida revista conservadora americana, por ter escrito em outra publicação um artigo considerado racista (nota, o artigo parece estar fora do ar agora). Um artigo no qual fala, basicamente, que é perigoso para brancos (ou asiáticos) andarem em bairros negros, ou frequentarem locais de maioria negra.

John Derbyshire é britânico mas mora há anos nos EUA. É casado com uma asiática e já foi figurante em um filme do Bruce Lee. Escrevia boas colunas, mas, desta vez, parce que resolveu chutar o balde. Talvez por ter recentemente sido diagnosticado com câncer. Seu artigo, afinal, é bem mais direto do que o que normalmente se vê na grande mídia por colunistas conhecidos.

O artigo tem, de fato, alguns trechos desagradáveis e não é nenhuma obra prima. Certamente não deve ser a melhor coisa que o Derbyshire escreveu. O argumento cínico de se ter um amigo negro para não ser considerado racista é uma piada de mau gosto, realmente até ofensivo, e alguns dos dados apresentados são discutíveis (de onde ele tirou os dados, não sei). Dito isso, o que mais incomodou os leitores parece que foi mesmo o fato de ter dito algo que todo mundo sabe e que não passa de bom senso -- se você é branco, é perigoso para você andar em um bairro negro e pobre.

O fato é que mesmo o mais radical esquerdista se cuida muito bem de passar longe do gueto, e em geral mora nos bairros mais bacanas e mais brancos da cidade. Então por que o escândalo com a coluna de Derbyshire? Acredito que a resposta esteja em uma antiga fábula, aquela na qual o rei andava pelas ruas com um suposto vestido invisível. O que Derbyshire disse não pode ser dito, não porque seja falso, mas porque todos temem que seja verdade. Se Derbyshire tivesse escrito que é perigoso andar por um bairro asiático, ou por um bairro indiano, seria igualmente considerado racista, mas todos apenas ririam dele. Afinal, o nível de crimes nesses bairros é bem menor, e não há uma hostilidade contra brancos, ao menos não tão forte como a que se vê nos bairros negros e pobres.

Pessoas que não moram nos EUA não entendem o nível de ódio existente dos negros contra os brancos, nem a incrível segregação que existe. No Brasil a situação é bem diferente, talvez devido à maior miscigenação. Claro, você se cuida de não entrar na Vila Cruzeiro ou no Complexo do Alemão, mas pode argumentar que o problema não é de raça, mas de pobreza. Bem, talvez seja, realmente não sei. Mas, nos EUA, os bairros mais perigosos são quase que exclusivamente os bairros negros (e talvez também alguns bairros latinos nos quais operam gangues). Diga-se que são perigosos tanto para brancos quanto para negros. Uma vez o ativista negro Al Sharpton respirou aliviado ao ver que os dois jovens que caminhavam atrás dele eram brancos...

É preciso esclarecer uma coisa. Não é preciso ser paranóico. Há negros que andam pacificamente pelas ruas, pelos mesmos lugares que brancos, amarelos e pardos. Hoje mesmo cruzei com várias famílias e grupos de afro-americanos, sem problema nenhum. Porém, o gueto negro é outra coisa, e um show de rap freqüentado quase que exclusivamente por negros, provavelmente também. O problema não são as famílias, mas são jovens negros entre 14 e 24 anos, que são 1% da população mas cometem 28% dos homicídios. Os dados são de um artigo de 1999, vai em inglês mesmo:


Blacks make up 12 percent of the population, but accounted for 58 percent of all carjackers between 1992 and 1996. (Whites accounted for 19 percent.) Victim surveys -- and most victims of black criminals are black -- indicate that blacks commit almost 50 percent of all robberies. Blacks and Hispanics are widely believed to be the blue-collar backbone of the country's heroin- and cocaine-distribution networks. Black males between the ages of 14 and 24 make up 1.1 percent of the country's population, yet commit more than 28 percent of its homicides.
O artigo não é do Derbyshire nem de nenhuma webzine de direita, mas, acredite, o próprio New York Times, em um artigo assinado por um tal Goldberg! Só posso concluir que, à medida que os EUA ficam mais diversos, mais difícil e mais complicado fica se falar sobre qualquer coisa que seja relacionada com possíveis diferenças de comportamento entre os grupos étnicos e raciais que formam o país. 


Resta o consolo de que, no futuro, com a total transformação dos EUA, não será perigoso andar apenas nos bairros negros. Também será perigoso andar nos bairros muçulmanos onde estarão todos os radicais, nos bairros mexicanos onde operarão os Zeta e outras gangues da droga, nos bairros salvadorenhos onde opera a MS-13, etc, etc...

O Rei pode até estar nu, mas é melhor não dizer isso para ninguém. Bye-bye, Derb!

17 comentários:

DIREITA disse...

"Dito isso, o que mais incomodou os leitores "

QUAIS LEITORES ;os auto proclamados conservadores ou os esquerdistas de sempre ?!

DIREITA disse...

Pessoas que não moram nos EUA não entendem o nível de ódio existente dos negros contra os brancos, nem a incrível segregação que existe.
.
.
este ódio é baseado na inveja :seja pelo que o branco representa para historia do mundo ,seja pelo seu nivel e influencia social ou ,ate mesmo ,por sua aparencia. de fato, a segregação e o racialismo do americano só fazem as minorias aumentarem seu ódio para com o branco.

se os brancos brasileiros não se misturassem tanto acredito que aconteceria o mesmo por aqui!

Rovison disse...

Cuidado, X, certas verdades óbvias não podem ser ditas em público. Vc corre o risco de ser tachado de racista. Negros e muçulmanos são os dois grupos humanos mais intocáveis do planeta.

Rovison disse...

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/21013/capital+mundial+do+estupro+na+africa+do+sul+uma+mulher+e+violentada+a+cada+27+segundos.shtml

Mr X disse...

Rovison,

Não se trata, ao menos no meu caso, de hostilizar os negros. Só reconhecer uma triste realidade relacionada com o crime.

O pior é que vários negros estão de acordo, eis aqui o comentário de um leitor negro:

I agree with Derb and I'm black. I know better than anyone that if you put too many of us in one setting, almost always "something" is going to go down. It won't go down with me because I have the good sense and the vast experience to know that when there are going to be a large attenance of "us" somewhere, I'm staying my black ass at home!

E este é um twiteiro negro que também defendeu o autor da controvérsia:

http://twitter.com/#!/billare

Não é questão de ser ou não racista, apenas reconhecer uma realidade de algo que ocorre nos EUA. Não sei a situação em outros países. Sei que no Brasil é diferente, e acho até que é melhor do que aqui. Nos EUA é bem complicado mesmo, talvez só na África do Sul a relação entre brancos e negros seja pior. Pelo que vi de outros países como França, não há esse problema com as comunidades afro-francesas, por exemplo, todos os que conheci foram exemplares, mas eram pessoal de classe média.

Mr X disse...

QUAIS LEITORES ;os auto proclamados conservadores ou os esquerdistas de sempre ?!

Todos, esquerdistas e conservadores. Não houve quase ninguém do establishment que tivesse defendido o Derb. A reação foi totalmente histérica, houve até quem quisesse mandar prender o cara. Bem, mesmo que o que ele disse tivesse errado, justificaria a demissão? justifica a censura? justificaria todo esse escândalo? eu posso encontrar um autor esquerdista dizendo muito mais barbaridades, mas certamente nada acontecerá com ele.

DIREITA disse...

Todos, esquerdistas e conservadores. Não houve quase ninguém do establishment que tivesse defendido o Derb.

cite exemplos,por favor:pois, realmente ,eu não acredito que os reais conservadores tenham discordado do artigo em si . duvido ,ate mesmo,que o telespectador médio da fox tenha discordado de tudo oque foi dito!

Chesterton disse...

a questão é que os jovens dessas comunidades são as maiores vítimas dessas gangues. A questão é a prepotência violenta, não só racismo.

Mr X disse...

Acho que é possível resolver o problema das gangues, mas é preciso: a) polícia presente; b) família presente; c) fim do relativismo moral; d) duríssimas penas para os infratores.

Mr X disse...

E, principalmente, acabar com o coitadismo. criminoso e membro de gangue deve ser considerado pária da sociedade, não modelo a ser seguido.

Mr X disse...

duvido ,ate mesmo,que o telespectador médio da fox tenha discordado de tudo oque foi dito!

Teve gente que concordou, mas a grande maioria dos comentários que li eram de pessoas escandalizadas, ou melhor, "escandalizadas". Claro que todos esses leitores só são amigos dos "jovens" da boca pra fora. No dia a dia os evitam como a peste.

Mr X disse...

Boa entrevista com o Derbyshire, no Gawker (site de fofocas esquerdista), quem diria:

http://gawker.com/5900452

autor desconhecido disse...

Em pensar que são os ''esquerdistas'' que mais perdem com a queda da civilização, deveriam estar lutando por ela muito mais do que o outro lado.

DIREITA disse...

bem,definitivamente frequentamos espaços diferentes,uma vez que todos os sites que visitei(ate o neo-con FREEREPUBLIC) estavam totalmente de acordo com Derbyshire

Theo disse...

http://videolog.tv/video.php?id=772754

Autor desconhecido disse...

Número de views: ''white rights'', 4 bilhões;
american renaissance: 50 milhões;
David Duke: 72 milhões.

Anônimo disse...

Specific Genes Linked to Big Brains and Intelligence:

http://www.livescience.com/19692-genes-brain-size-intelligence.html