Ensinou Goebbles que uma mentira, repetida mil vezes, torna-se verdade. Mas e uma mentira que é desmascarada no dia seguinte, mas ainda assim continua a ser repetida, mesmo que todos saibam que é mentira? E uma mentira que suplanta outra mentira, contradizendo-a? E a contínua repetição de mentiras, repetidas não para enganar, mas apenas para atordoar o ouvinte?
Como vemos, a propaganda revolucionária petista está muito além de Goebbels. O Olavo de Carvalho escreveu várias vezes sobre esse fenômeno da aparente contradição da propaganda revolucionária, e não preciso repeti-lo aqui. Baste-me observar alguns casos recentes, bastante interessantes para os estudiosos dos recônditos mais malignos da alma humana.
Um, a atual posição de Dilma de ser contrária ao aborto. Ora, até os fetos sabem que Dilma e o PT são a favor da liberação do aborto. A propria Dilma assumiu isso em declaração de 2007. O problema é que, com 70% da população brasileira sendo contrária, isso não pode ser admitido diretamente. Mas pode apostar que, caso ganhe a eleição, serão feitos todos os procedimentos possíveis para legalizar o aborto no menor tempo possível. Afinal, o mesmo caso deu-se, de forma similar, na declaração da candidata de que "jamais vestiria o boné do MST". Menos de um mês depois, eis que estava a candidata fazendo discurso com o boné do MST na cabeça...
Nada disso é novidade para quem acompanha a política no Brasil. Mais interessante é o caso em que os revolucionários atacam seus adversários por serem a favor daquilo que eles próprios são. Todo o mundo sabe que o PT é a favor da legalização da maconha, do aborto e da prostituição. Porém, como tais medidas são impopulares, o que o partido faz? Nega ser a favor delas e até critica os adversários do Partido Verde como defensores de tais práticas. "Acuse-os do que você faz, xingue-os do que você é", indeed.
Uma das coisas mais curiosas de tudo isso é que o povo brasileiro, dentro de tudo, talvez por religiosidade, talvez por tradição, talvez por não ter sido bem "educado" -- isto é, educado com o abecedário marxista -- o povo brasileiro é conservador, ao menos no que se refere aos costumes: segundo pesquisas, 70% são contrários ao aborto, 55% a favor da pena de morte, 57% contrários à eutanásia e 52% contra a adoção de crianças por homossexuais. Coloque um candidato presidencial defendendo tais valores e será eleito com maioria de votos, no primeiro turno. E, no entanto, isso nunca acontece. Por quê?
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
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6 comentários:
Mr. X:
tem um erro no último parágrafo, 70% são contra o aborto, pelo menos para ser coerente com a informação dada mais acima.
Ops. Obrigado, corrigi.
Faltou um post parabenizando o pessoal do Chile pelo resgate dos mineiros.
As vezes penso se a questão da maioria dos brasileiros serem conservadores se dá pela falta de informação e falta de estudos, visto que os valores dos brasileiros são valores naturais, que qualquer pessoa que se preze será contra a morte, a "não-naturalidade" dos casais, etc, independente disso ser uma coisa instruída.
Acho que concordo. Tanto que quem é de esquerda e progressista, no Brasil, é a classe média instruída.
Coisas como "casamento gay", "compreensão dos criminosos como vítimas do sistema", "imperialismo", etc, precisam ser ensinadas.
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