quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Homenagem a Yves Hublet

Estou há um tempo fora do Brasil (embora mentalmente já estivesse há algum tempo), e por isso este blog terminou falando pouco sobre a política nacional e muito, talvez até demais, sobre a sociedade americana.

Não sei se essa é uma vantagem ou uma desvantagem. Blogs em português sobre o Brasil, há muitos. Sobre os EUA, em português, creio que poucos.

Mas há certas notícias sobre o Brasil que chamam a atenção. Uma delas é a recente morte do escritor Yves Hublet, sobre a qual só agora terminei sabendo.


Nada sabia sobre o Sr. Yves Hublet, escritor de livros infantis, e que ficou famoso no Brasil por ter acertado umas (merecidas) bengaladas na cabeça do criminoso José Dirceu, no já longínquo 2005. Depois disso, voltou para a Bélgica, onde tinha dupla cidadania. Em 2010, cometeu a imprudência de retornar ao Brasil, onde terminou preso sob alegação de porte ilegal de armas. Segundo as primeiras notícias, o que ocorreu foi o seguinte:
Ao descer do avião foi preso em Brasília e ficou incomunicável, segundo o editor. No presídio teria adoecido e foi hospitalizado, sob escolta. Alegou-se que estava com câncer. Ele teria falado com uma assistente social e passou o telefone de uma ex-namorada de Curitiba de nome Solange. Foi ela quem recebeu telefonema de Brasília comunicando o falecimento do Yves.

Preso? Incomunicável? Hospitalizado sob escolta? Mesmo para um país tropical governado pelo PT a notícia parecia demasiado absurda, portanto pesquisei mais e fui encontrar este esclarecimento sobre a morte de Yves Hublet. Ali informam que ele foi preso quando tentava embarcar de retorno à Bélgica, por porte ilegal de armas (tinha duas armas de coleção que tentava levar). Ficou vários dias preso, tendo sido liberado já doente. Depois disso, a doença piorou e ele morreu.

Mesmo na nova versão, ficam várias perguntas. Por que não voltou para a Bélgica após ser liberado, se fora preso durante o embarque de retorno? Por que não saiu nada na imprensa, dada a relativa notoriedade do sujeito? Além disso, a única fonte que relata essa versão dos acontecimentos é um e-mail. O autor do e-mail é Rômulo Marinho, que se diz amigo de Hublet e é pai de um dos produtores do filme "Lula, o filho do Brasil". Hum.

Ficam duas observações:

Primeira: o PT não é um partido, o PT é uma máfia. Do nível de cosa nostra, ndragheta, yakuza. É pior do que máfia, pois a máfia ao menos, dentro de sua maldade, costuma ao menos ter certos códigos de honra. O PT não tem código de honra algum. O PT está envolvido com narcotráfico. O PT está envolvido com terrorismo. O PT está envolvido com assassinato de inimigos, portanto não posso deixar de questionar se não está envolvido na prisão e morte de Hublet, assim como na de Celso Daniel e de tantos outros.

Segunda: Yves Hublet é um duplo herói. Primeiro, pela coragem de ter dado merecidas bengaladas na cabeça do Zé Dirceu, único castigo que esse crápula chegou a ter. Segundo, por ter-se tornado, mesmo no fim da vida, um mártir das absurdas leis contra porte de arma no Brasil. Que prendam um velhinho de 72 anos por portar armas antigas de coleção, enquanto traficantes andam com bazucas, metralhadoras e armas do exército boliviano, é mais do que uma grande covardia, é coisa de louco mesmo.



13 comentários:

Augusto Nascimento disse...

"A morte de qualquer homem me diminui", disse o poeta. Especialmente a de alguém que bateu em José Dirceu. Quanto ao absurdo da prisão e o abuso do Estado de Direito pelos políticos, podemos citar o mesmo poeta: "Não perguntes por quem os sinos dobram, eles dobram por ti".

Anônimo disse...

... e Woland escreve: Infelizmente, para nós, o homem errado se foi. Um sujeito corajoso mesmo não sabendo eu qual a sua ideologia pois a bengalada pode ser por saber que o Dir... não era mais socialista, um traídor da causa deles, socialistas, e sim lobbista... mais lobo do que ista diga-se de passagem... Mas, valeu ! Vou citar o velho ditado popular " coisa ruim não morre cedo " para um dos canalhas mais livres da polititica brasileira. E " Vá Com Deus " !, para o escritor.

Klauss disse...

X,

Perfeito o post de hoje! O único comentário que eu faria é sobre a enquete.

Ao invés de "Deve ser ainda mais politicamente incorreto e chutar o pau da barraca", acho que o termo mais apropriado seria "anti-politicamente correto", he he he...

No mais, torno público que votei obviamente nesta opção da enquete.
Acho que é sim o que deves fazer, ainda mais que você não mora mais no Brasil. Apenas lembre-se de tomar a precaução que não foi tomada pelo Yves Hublet -- não volte pra cá, para não correr riscos de ser perseguido pelo nosso maldito governo socialista!

Grande abraço e tudo de bom!

Rolando disse...

Segundo a Wikipedia:

"...Após o episódio da agressão, ele mudou-se para a Bélgica, pois possuía dupla cidadania. Voltou ao Brasil em maio de 2010 para tratar de um lançamento de um livro. Porém, ao tentar retornar para a Bélgica, foi preso em Brasília pela Polícia Federal, sob a alegação de estar com duas armas, ambas de sua propriedade mas sem o devido registro legal[3].

Liberado cinco dias depois, foi internado em 3 de julho no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), onde veio a falecer em 26 de julho de 2010[4] após ser diagnosticado com câncer no intestino, já em processo de metástase[5]. Foi sepultado em Brasília no dia 30 de julho de 2010.

Ele tinha uma pequena propriedade em Charleroi, Bélgica"

Rolando disse...

do Blog do Senador Alvaro Dias:

Alvaro Dias questiona circunstâncias da morte de Yves Hublet

Mr X disse...

A Wikipedia baseia-se no mesmo "esclarecimento" ao qual dei link, o qual continua sendo a única fonte a respeito da morte de Yves. Fidedigna? É possível, mas seria bom ter mais informações. Em todo caso, continuo achando que a prisão foi injusta, não acho que uma pessoa deva ser presa por porte ilegal de arma, no máximo multa e olhe lá, pois sou a favor de leis mais liberais de porte de armas para cidadãos de bem. Sendo um velhinho doente de 72 anos com duas armas de coleção sem registro, a prisão é demais.

Mr X disse...

Note-se que as armas só não tiveram a renovação do registro, devido à mudança da lei no Brasil enquanto Yves estava na Bélgica. De qualquer modo, é curioso.

Anônimo disse...

... por essas e outras é que precisamos tirar os caras do poder o mais rápido possível. Mesmo tendo que aliar-mos ao "inimigo". Se voce é inimigo do meu inimigo então voce é meu amigo ! E tá dificil ! A mulher foi mal pacas no debate e agora vem o huuummmm IBOPE e coloca a "sujeita" nas nuvens ! Mas o Vampiro do Morumbi é de uma bichice horrosa ! Não ataca ! Educadinho demais ! Deve beber sangue de canudinho e com linea diet... O desgovernador do meu estadinho foi ontem atropelado por denúncias fortíssimas e os teleguiados e apaniguados jormaulistas inverteram tudo hoje ! Botaram o cara como vitima ! Apóia o PêTê.... e é do PêEmêDêBê ! Partidos prá lá de ligados por corrupção por todos os lados prá onde a vista alcança !! Tamofú !


Woland

Chesterton disse...

Temos que lembrar que o fascismo foi um movimento popular, enquanto o bolchevismo foi um movimento de elites intelectuais. O PT é o fascismo italiano disfarçado de getulismo.

Marcelo Augusto disse...

Olá!

Pessoal, o blog do Idelber voltou!

Agora ele tem um troço chamado Formspring. Um site onde as pessoas perguntam e o Idelber responde.

Até!

Marcelo

Mr X disse...

Uôu.

Bem que o Blog Esquerdista Tosco às Sextas podia voltar também então. ;-)

Anônimo disse...

É necessária vigilância de todos e esclarecimento de explicações nebulosas plantadas pela KGB lulopetista para confundir. Participem da edição do Wikipédia, corrigindo informações desconexas. Verifiquem a atualização da página do novo Vladimir Herzog do socialismo bolivariano, Yves Hublet. Há correções sobre as contradições da versão anterior. Não podemos engolir versões duvidosas.

Anônimo disse...

O mistério absoluto - e principalmente o silêncio da grande mídia e imprensa - comprovam que estamos em tempos mais sinistros do que os 'anos de chumbo', pois na época o presidente não era omisso nem foi conivente com a morte de Vlado.