segunda-feira, 9 de maio de 2016

Globofobia

Qual o melhor sistema político? De certo, não é o socialismo que matou milhões. Por outro lado, tampouco não gosto mais tanto assim do capitalismo atual, onde tudo é mercadoria, e as grandes multinacionais prosperam terceirizando para a Chine e as Filipinas enquanto o trabalhador local se ferra. 

No outro dia li um artigo meio tolo sobre um sujeito que decidiu largar tudo e vivia basicamente prestando pequenos serviços comunitários em troca de comida. Não era um mendigo ou sem teto propriamente, pois pagava aluguel de um pequeno quartinho, mas não trabalhava nem tinha qualquer pretensão material.

Os comentários no Foice (onde a notícia fora postada) foram cruéis. Chamaram de "loser", de vagabundo, de comunista, de petralha e de safado que se aproveitava dos serviços públicos sem contribuir.

Por que tanta raiva? Acho que compreendo, quem precisa trabalhar oito horas por dia em um trabalho cansativo ou estressante pode que tenha certa raiva de quem preferiu sair do sistema e viver de forma bem mais frugal, desfrutando de (alguns) serviços públicos sem ter que pagar o preço exigido pela sociedade. 

Curioso; a mim não incomoda tanto que um mendigo receba alguns benefícios, mas me incomoda que banqueiros, políticos, juízes e outros parasitas vivam cercados de regalias. 

Que mal há a sociedade ajudar quem está na pior? Vejo todo dia mendigos (na maior parte brancos, mas também alguns latinos ou de raça indefinida, e uma vez vi um judeu) dormindo nas praças ou metrôs. Muitos são loucos ou drogados, é verdade, e alguns outros são meros vagabundos. Não acho que esse tipo de comportamento deva ser estimulado, e acho correto que sejam na medida do possível retirados de propriedade privada e de lugares freqüentados pelo grande público.

Porém, tampouco acho tão ruim ajudar. O problema dos europeus (e americanos, até certo ponto) não é o de ter um sistema que ajude os mais pobres, mas o de importar milhões de pobres estrangeiros sobrecarregando o sistema. Até Milton Friedman concordava que o estado do welfare não podia existir com imigração ilimitada. É um contra-senso.

"Direita" e "esquerda" conforme entendidas como na época da guerra fria não existem mais. Não é capitalismo versus socialismo, mas globalismo contra todos.

Tenho um conhecido "direitista", "libertário", que vive postando tolices a favor da imigração. Já criticou os europeus do leste por querer controlar o fluxo, e agora vive criticando o Trump por falar mal dos coitadinhos dos mexicanos.

O libertarianismo, supostamente de "direita", e o progressismo, supostamente "socialista", no entanto promovem ambos apenas aspectos de uma ideologia idêntica: o globalismo.

Ambos são a favor de cada vez mais poder na mão de poucos - a única diferença é que a "esquerda" acha que o controle deve ser feito pelo governo, e a "direita", pelas multinacionais. Na imigração também são parecidos, a "direita" em nome da "liberdade" e para atrair mais consumidores e trabalhadores a baixo custo, a "esquerda" em nome do coitadismo.  

Já eu tenho cada vez mais horror ao globalismo. Diversidade, grandes empresas monopolistas, arquitetura moderna, mídias sociais, fim da privacidade, etc. Mas em especial detesto o fim das identidades nacionais. Sofro de um mal sem cura. Só de ver estas famílias muçulmanas ou mexicanas numerosas andando pela rua me causa ânsia e pavor.

O cineasta Jean Luc-Godard, que é um comunista de carteirinha, em uma crítica à União Europeia deixou escapar certa vez algo assim, "eu gostava quando a França era a França, a Alemanha a Alemanha, a Inglaterra a Inglaterra", etc.

Concordo com ele. Gostava e ainda gosto de países que mantém uma certa identidade. Se tudo vira uma babel cheia de muçulmanos, negros, mexicanos, asiáticos, com arquitetura moderna e um McDonalds em uma esquina e um Starbucks na outra, e todos olhando para seus telefones, qual interesse pode haver sequer em viajar?

Mas vejo agora que eu sou o errado, eu sou quem sofre de "globofobia". A maioria das pessoas está bem de acordo com este admirável mundo novo. A notícia do muçulmano que virou prefeito de Londres foi apoiada tanto pelos meus amigos esquerdos quando pelo libertário, todos deram curtidas.

Eles também gostaram da vitória na Escócia do "Partido Nacional Escocês", que, ao contrário do que o nome diz, é abertamente pró-imigração, e tem como líder uma mulher. Naturalmente, todos também adoram este Papa progressista e não-católico, e são a favor de um mundo cada vez mais global, e idêntico em quase todos os seus cantos.

Já eu tendo a ficar deprimido com estas coisas, o que não é normal. 

Preciso me tratar. Alguém conhece um bom psiquiatra?


28 comentários:

Sabedor disse...

Senso de territorialidade e respeito pela coisa alheia:

dois aspectos que parecem estar bem defasados entre os jewsquerdistas.

Sabedor disse...

https://www.youtube.com/watch?v=Y69tkCbeC5o

eu quero mamãe,
quanto custa esta bonequinha**

Ricardo Lima disse...

Então eu também sofro desta fobia.

Ainda bem. :P

Dom Moleiro disse...

A melhor forma de governo na minha opinião é a monarquia parlamentarista,desde que se emposse um rei ou rainha que sejam altamente xenófobos .Essa exportação de miseráveis para países mais ricos vai acabar com o mundo de uma vez ,porque eles vão mamar nessas tetas até elas secarem ,e então todos vamos morrer de fome .

Mr X disse...

Não acho que precisem ser "altamente xenófobos", mas sim zelar pelo bem dos súditos do seu povo nativo (e etnicamente/culturalmente semelhante) mais do que por estrangeiros importados.

Monarquias nacionais são melhores do que impérios, que são sempre multi-culturais.

Hoje vivemos num império, que procura a hegemonia global.

Fábio disse...

Um mundo multicultural é possível? Sim, desde que todas essas culturas se "fundam" em uma, de preferência na mão dos progressistas que acham que o mundo é feito só de bons sentimentos.

Mr X disse...

"Um mundo multicultural é possível? Sim, desde que todas essas culturas se "fundam" em uma"

Aí não seria mais multiculturalismo, e no mais, culturas não se fundem, se sobrepõe. O mais forte vence, em especial, na religião.

O islamismo é mais forte do que o ateísmo secular europeu, não há jeito. Destrua a religião de um povo, depois ficará mais fácil destruir o próprio povo.

Mr X disse...

Enquanto vândalos estão livres para pichar, estuprar e roubar, a velha Europa preocupa-se com os "verdadeiros criminosos", os donos de "cachorros nazistas". Cadeia neles!!

Anarco-tirania??

http://www.theguardian.com/uk-news/2016/may/09/nazi-salute-dog-man-faces-hate-crime-charge-scotland

Mr X disse...

Elites de mierda!!!!!!!!!!!!! Eles querem é destruir séculos de civilização. Lixo!!!!

Fábio disse...

"O islamismo é mais forte do que o ateísmo secular europeu, não há jeito. Destrua a religião de um povo, depois ficará mais fácil destruir o próprio povo."

Aí está o problema de todo esforço progressista, X: eles acreditam piamente que podem converter os religiosos e limpar deles seus ranços, em busca da sociedade ideal, apenas com o racionalismo. Esquecem-se de que as culturas que querem "depurar" são sistemas bem mais organizados do que a ideia vaga de multiculturalismo pregada pela turminha "do bem".

Regis disse...

O problema não são os muçulmanos, asiáticos, mexicanos. etc.E sim o conflito que que a "torre de babel " pode gerar!!! Ira prevalecer o mórbido, a decadência seja ela na esfera das artes,educação e moral civica desses países.

White Nationalist disse...

Mesmo num mundo 100% miscigenado discriminação ainda irá acontecer. Os mestiços claros irão discriminar os escuros e irão se segregar deles.

É só ver como nos países leste asiáticos pessoas mais escuras não são bem vistas mesmo que sejam da mesma raça que a deles.

Será um mundo bem feio e onde a palavra "beleza" perderá seu significado. Estou sendo dramático? Ande pelas ruas de capitais como Rio e São Paulo e veja a quantidade de pessoas feias e com deformidades estéticas aberrantes.

Por isso acho patético quando vejo brancas do Brasil dizendo que mulheres brasileiras são as mais bonitas do mundo(será que elas não percebem que a típica brasileira não é igual a ela?).



White Nationalist disse...

A destruição das identidades culturais é algo que abomino. Uma coisa que me dá raiva é quando vou escutar uma musica de, por exemplo, um artista russo e vejo que o mesmo só canta em inglês e sua sonoridade/instrumento é semelhante a qualquer coisa que saia dos E.U.A.

Na Coreia do Sul a sua musica popular, o kpop, é extremamente parecido com qualquer musica da terra do Tio Sam. Veja um exemplo:
https://www.youtube.com/watch?v=1ZRb1we80kM

Na Irlanda uma minoria é capaz de falar sua língua nativa, o gaélico, já o inglês é falado pela maioria.

Também não gosto dessa arquitetura cinzenta/homogênea/sem alma que cada vez mais se torna comum nas grandes cidade.

Prefiro muito mais isto:
http://www.movingitalia.it/immagini/italia/roma/roma/3-1415904813.jpg

http://frenchseams.com/wp-content/uploads/2013/05/052113_0410_22AmazingPl40.jpg

Do que isto:
http://popupcity.net/wp-content/uploads/2010/02/Hong-Kong-Outside.jpg

Tá certo que essas cidades ficam legais a noite por cauca dos outdoors:
http://asc.vdu.lt/wp-content/uploads/2015/11/maxresdefault.jpg

mas ai faço a vocês a seguinte pergunta: em qual das cidades vocês se sentem com mais paz e tranquilidade? As duas primeiras ou a ultima?

Sabedor disse...

''Os mestiços claros irão discriminar os escuros e irão se segregar deles.''

Por que forçosamente pensar que a discriminação nunca é recíproca, especialmente quando temos esses fatores ''raciais'**

mestiços claros discriminam os escuros,
e por sua vez, os mestiços escuros discriminam os claros, oras.

Ricardo Lima disse...

Estes prédios em Hong-Kong são bem feios, hein?

Tenho pena de quem tem que morar em "coisas" assim. :(

direita disse...

https://m.youtube.com/watch?v=3t7wypDW0jY


tem gente que ce graça ate na desgraça.

Sabedor disse...

http://depertonadaenormal.blogspot.com.br/2016/01/os-menonitas-e-os-amish-estao-certos.html

Para o Astor com carinho!
Onde quer que esteja.

White Nationalist disse...

Sim, só que os ataques das raças escuras não passa de inveja/complexo de inferioridade.

Sabedor disse...

http://notaterapia.com.br/2016/05/09/os-5-melhores-textos-site-o-segundo-cu-de-natalia-nodari/

a ''esquerda'' e a sua sofisticação

Agente Smith disse...

Olá, Mr X. Procuro acompanhar sempre o seu blog e acho muito boas as reflexões que você faz em seus textos. Você sabe apontar bem o que não está funcionando na sociedade, penso que você escreve não exatamente para informar as pessoas que acompanham o blog (mesmo porque é pequeno), mas para tirar uma conclusão você mesmo sobre o caos civilizacional que estamos enfrentando. Isso é bem interessante.

O problema de todo esse caos é que as pessoas se reúnem para bater no alvo fictício, e você pode ver em qualquer discussão sobre política o quanto isso é verdade. Não percebem o que está em jogo com o triunfo do globalismo, com a destruição da inteligência humana e com o culto ao ego, ao descartável e ao feio.

Em vez disso, essa gente prefere se ater aos próprios medos irracionais, tipo "os judeus vão exterminar a raça branca e dominar o mundo", "as mulheres querem criminalizar os homens" etc. Enquanto isso, os globalistas seguem com seu poder incontestado, porque não há ninguém fazendo oposição real a ele.

Agente Smith disse...

O nacionalismo branco, por exemplo, virou uma espécie de pensamento mágico, um animismo praticado por seus seguidores, que mais parecem adolescentes losers sofrendo bullying de minorias. Reparem no modo deles de escrever, os textos deles sempre vêm com uma retórica perdedora, derrotista e pretensamente idealista (não é porque o Barão Kalergi era louco e escrevia sobre um "idealismo prático" mais maluco ainda e foi levado a sério, que vocês, gordinhos fracassados, fazendo a mesma coisa com viés contrário também passarão a ser). Beiram a psicose e, na melhor das hipóteses, o transtorno de ansiedade. Quem vai dar moral para uma bosta dessa? Quem vai querer se juntar com esses malditos fracassados?

O que deve ser feito com urgência é buscar superioridade intelectual por meio dos grandes clássicos da literatura, por meio do estudo do idioma, da lógica, da história e da filosofia e mais alguma área de interesse pessoal. E depois formar um movimento tradicionalista vivo e forte, fundado na cultura de honra, que prevaleça contra a mentalidade burguesa fundada no eixo "trabalho-entretenimento" (esse é o fundamento da vida moderna e é uma presa muito fácil ao discurso esquerdista). Então poderão partir para a guerra cultural sem medo de destruir o adversário esquerdista ou "cuckservative".

Só que isso é trabalho para homens, não para donzelas cheias de dodói, que acreditam que estão defendendo o legado ocidental ao mesmo tempo em que nunca botaram as patas num clássico da literatura, ou que acreditam defender a raça branca ao mesmo tempo em que a dividem num purismo psicótico e fazem o favor aos esquerdistas de serem perdedores e desmoralizarem o movimento, pois ninguém quer se juntar com esse tipo de gente.

Sabedor disse...

Agente Smith do Matrix??

Anônimo disse...

"na maior parte brancos, mas também alguns latinos ou de raça indefinida, e uma vez vi um judeu)"

um judeu !? daí se caiu da cama e acordou ,certo?

Anônimo disse...

Mrx,pegue esses tais amigos e façam eles pasarem pelas mesmas experiencias que lhe abriram os olhos .

Mr X disse...

"um judeu !? daí se caiu da cama e acordou ,certo?"

Não, era um judeu mesmo, de quipá e tudo. Devia ter sido expulso da sinagoga, ou quem sabe perdeu seu emprego em wall street.

Mr X disse...

"Mrx,pegue esses tais amigos e façam eles pasarem pelas mesmas experiencias que lhe abriram os olhos."

Toda experiência é individual, portanto não é garantido que eles aprendessem. De qualquer forma não acho que tive nenhuma experiência específica que tenha me aberto os olhos, mais uma série de experiências e leituras combinadas.

O blog do falecido Lawrence Auster talvez o principal. R.I.P.

Anônimo disse...

Mrx,nesse meu pequeno tempo nesse mundo novo ,tenho notado que as experiencias que trouxeram pessoas para esses mesmo mundo ,nao diferem muito uma da outra .
Tudo é basicamente resumido a má e repitidas vivências em meio ao caldeirão da diversidade . tu msmo já disse "N" vezes que os jovens liberais vivem protegidos em bolhas culturais que acabam por moldar suas visões de mundo. então ,porque não estourar essa bolha?

Anônimo disse...

"Não, era um judeu mesmo, de quipá e tudo. Devia ter sido expulso da sinagoga, ou quem sabe perdeu seu emprego em wall street."

Ou talvez descobriu a galinha dos ovos de ouro ?!