terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Lixowood, episódio I: Taradino e os oito odiáveis

Olá, espero que tenham passado um belo ano novo. Para começar mudando um pouco de assunto, falaremos sobre cinema em vez de política. 

Assisti alguns pedaços da nova "obra prima" de Tarantino, que tinha vazado em cópias online. (Desde "Kill Bill" recuso-me a pagar pelas obras dele). Se "Bastardos Inglórios" e "Django" eram visões revisionistas e caricatas da História, este filme nem isso tem. Tampouco tem o humor (?) ou as reviravoltas dos filmes anteriores. Seu conteúdo é, de fato, praticamente nulo.

É um filme grotesco, degenerado, imundo, e pior, sem pé nem cabeça (às vezes, literalmente, já que os personagens se desmembram e decapitam continuamente, além de vomitarem sangue uns sobre os outros).

Nada contra o público que adora baixarias, o filme talvez tenha o mesmo apelo popular das video-cacetadas do Faustão. O que me irrita é a crítica endeusar esse palhaço colocando-o como se fosse um grande do cinema ao lado de Kubrick, Hitchcock, Fellini, Bergman, Ozu ou, até Sergio Leone (quem ele sonha ser). No meu universo, esse sujeito não teria o direito de sequer amarrar os cadarços de sapato de um diretor de cinema de verdade, quanto mais chegar perto de uma câmera.

Para vocês terem uma ideia, o filme tem uma cena em que um branco racista é obrigado a fazer sexo oral em um negro no meio da neve. Este é o nível de "criatividade" de Tarantino.

O que não quer dizer que o personagem preto deste filme seja o "herói vingador" ao estilo de Django, pois ele tampouco tem esse papel: é só mais um bandido entre outros.  

Bastardos Inglórios era uma fantasia sobre judeus psicopatas vingando-se pelo Holocausto, e Django uma fantasia de vingança dos negros contra a escravidão. Funcionavam como uma catarse para os progressistas médios expiarem seus pecados e sua "culpa branca" e sentirem-se bem torcendo pelas "vítimas". 

Já "Os oito odiados", muito embora contenha longas e enfadonhas discussões sobre a Guerra Civil Americana, não há qualquer justificativa histórica ou social para a violência. Tanto que a que mais apanha é a mulher, e alguns chegaram até a acusar o filme de misógino. 

Cinematograficamente, o filme é também um lixo. Além de desperdiçar película de 70mm em uma história que se passa quase toda num único ambiente interno, o roteiro ainda peca por não fazer sentido, em pelo menos dois aspectos (não se preocupem, não revelarei detalhes cruciais, se alguém ainda quiser ver):

- Os vários vilões ficam horas em discussões tolas antes de começar um tiroteio que poderia ter começado já nos primeiros 20 minutos do filme. Não há razão nenhuma para toda essa espera estúpida.

- O suposto "mistério" para ser desvendado (alguns críticos infelizes ompararam Tarantino com Agatha Christie) não é mistério algum. Não há absolutamente nada a desvendar, tudo é escancarado no início e continua assim até o final. O único suspense é quem vai morrer primeiro. 

(E isto sem falar em personagens supostamente do século XIX falando "motherfucker" e "bitch", etc.).

Em termos de temática, eu nem sei o que Tarantino quis dizer. Daria para fazer várias interpretações da história. A minha é a seguinte:

Tenho a convicção de que Tarantino tem sérios problemas psicológicos ou mentais, além de uma fixação pouco saudável por pembas negras. Talvez o fato de sua mãe ter se dedicado a transar com negros quando ele era criança tenha traumatizado a cabeça do rapaz. Não sei, mas é fato que ele não consegue fazer um filme sequer sem essa fixação sexual com pretos. Ou talvez ele tenha problemas com ereção, já que fantasias de castração são recorrentes em seus filmes. De qualquer forma, deveria fazer análise e parar de fazer cinema.

Mas, se seus filmes são tão ruins, o que explica o sucesso destes? Alguns dizem que isso seja culpa da "degeneração moral" do Ocidente, mas não tenho certeza.

Uma dúvida que tenho é a seguinte: o fenômeno da violência extrema no cinema contemporâneo não é de forma alguma exclusivo de Hollywood. Muitos filmes atuais asiáticos (que são a principal inspiração de Taradino) são também extremamente violentos. O coreano "Old Boy" tem um sujeito que é obrigado a comer um polvo vivo, entre outros horrores. Vi também o filme de um diretor japonês sobre um professor que tortura e mata todos os seus alunos. O que explica isso?

Muitos dizem que a violência seja fascinante. De fato, nas épocas antigas o populacho adorava ver gladiadores e animais se matando no Coliseu, e pode ser que estes filmes sejam apenas uma versão virtual disso. 

Eu, pessoalmente, salvo algumas exceções como alguuns poucos filmes de máfia e gangsters, não vejo nada de muito fascinante na violência extrema, e desconfio que as pessoas que se excitam vendo sangue aos borbotões em desmembramentos e decapitações, e não são adolescentes (neles isto é perdoado), devem ter algo de errado na cabeça. 

OK meus caros. Amanhã vou ver o novo "Star Wars", que tem multiracialismo galáctico, e depois, "A Garota Dinamarquesa", sobre um transexual escandinavo, e depois conto tudo para vocês. Até!


16 comentários:

Sabedor disse...

Gostei do texto. Tarantela é uma versão desnutrida do Michael Moore. Gostei de Pulp Fiction e Kill Bill e não me lembro mais de qualquer outro filme desta figura. Eu não duvidaria se ele fosse não mais do que um esquerdista lunático com poder ao invés de uma versão psicopática e extremamente hipócrita. Matoides sempre existiram. A diferença é que hoje em dia DÃO poder/visualidade a eles. Não dá pra negar que algum talento ele tenha, o problema é que seu tema favorito de cinema não é muito convidativo ao menos pra mim, pra começo de conversa. Clube da Luta é dele também?

Mr X disse...

Pra não dizer que reclamo de tudo, Pulp Fiction foi divertido e original para a época. Kill Bill é mais enfadonho mas tem seus momentos. Não gostei de Cães de Aluguel. Jackie Brown não foi ruim, o único um pouco mais sério no tom. Desde Bastardos Inglórios Tarantula tornou-se insuportável, ao menos para mim. Odiei esse e todos os que fez depois. Fora isso, ele tem uma personalidade detestável, o que não ajuda. Nem sei se ele é mesmo esquerdista, se for é um típico esquerdista de limusine.

Clube da Luta é do David Fincher, o mesmo que fez Seven e Garota Desaparecida.

Sabedor disse...

Sim, não pude pesquisar antes porque estava no smartphone. Clube da Luta é muito bom, mas acho a ''namorada'' psicótica do personagem principal um excesso e naquela parte em que ela debocha de uma mulher com cancer em estado terminal é tão ou mais violento que um filme inteiro do Tarantino, é nojento e ''não sei'' porque estes ''seres'' adoram colocar estes perturbados como protagonistas. O louco e o miserável de virtudes parecem vender mais.

Ricardo Lima disse...

Aê, Mr X, vais ver o novo Guerra nas Estrelas.

Aproveite bem a sessão. :)

ps: pôxa vida, este povo não tem respeito nenhum por Agatha Christie, ou pelo Sérgio Leone. Comparar o Tarantino com estes mestres é uma total falta de respeito.

AF disse...

Bom post. Esse Tarantino com certeza tem problemas mesmo e a maioria dos seus filmes são esquisitos e tem temas horríveis, fora o Kill Bill e Pulp Fiction, e se bobear, esse novo lançamento pode até incentivar outros assassinos dementes, como outro filme dele, Assassinos por Natureza, já incentivou.

Mr X disse...

Assassinos por Natureza é do Oliver Stone, mas acho que o argumento é do Tarantino.

Não acho que o novo filme inspire assassinatos, apenas tédio. Mas vai saber.

AF disse...

Sim, mas com o mundo do jeito que tá, não duvide.

Silvio disse...

Mister, penso que o estranho fascínio pelo que é extremo nos acompanha há muito, muito tempo. Seja falando de guerra (Homero, Tucídides), comportamentos disfuncionais (Apuleio, o ‘Satíricon’ de Petrônio), sacanagem (Ovídio; as feminazis “piram” com aquele trecho sobre “mulher bêbada merece ser estuprada”). Acho que tudo é questão de abordagem. Enfim, vou acabar caindo naquele papo de velho: não se aborda mais violência como antigamente.

Um caso curioso: uma cena cruel e gráfica de ‘O Poderoso Chefão II’: http://www.youtube.com/watch?v=gCdXiOssbM0
é bastante parecida com uma passagem bíblica igualmente cruel e gráfica (leia!), o assassinato do tirânico e balofo rei Eglom (Juízes 3:19-22).

DD disse...

Nunca me interessei pela temática de Tarantino. Para mim, é só um guido que Hollywood encontrou para mostrar certos aspectos bestiais da natureza humana, assim como se espera de Benigni que banque o palhaço e mostre como a Itália é miserável e ridícula e de Bertolucci que povoe de "sacanagem artística" os seus filmes. (Este último é, evidentemente, um grandíssimo diretor.)

Tarantino é o italianinho que se convida para jantar a fim de que conte umas piadas sujas e se limpe com as mangas e a toalha de mesa. Ele cumpre bem o papel que lhe cabe: o de mostrar a irracionalidade da raça. Não admira que tenha recebido tantos prêmios.

Ca nisciun è fess.

Mr X disse...

Nunca fui muito fã do Bertolucci, mas acho que fez alguns bons filmes no começo da carreira.

Benigni até que era engraçado com comédias leves como Johnny Stechinno e outras ao lado do mais talentoso colega Massimo Troisi, mas com "A Vida é Bela" desandou. Não é um grande um diretor, só um comediante, e não do primeiro time.

Os melhores italianos de Hollywood são (ou foram) certamente Scorsese e Coppola. Bem, Copolla sumiu e não fez mais nenhum filme que prestasse desde Drácula, e não gosto dos filmes de sua filha.

Scorsese é mais ou menos, seu último filme realmente bom foi Cassino. Só consegui ver uma parte de "O Lobo de Wall Street", os personagens eram demasiado desagradáveis, piores que gangsters, e o filme era um festival de excessos. Scorsese se tarantinizou? Não, ainda é melhor diretor, mas precisa de boas histórias.

Mr X disse...

DD,

Faltou falar de Sergio Leone. Acho curioso que Tarantino se compare com Leone, quando seus estilos são totalmente diferentes: Leone tem personagens monossilábicos, com silêncio só cortado com uma que outra frase cáustica. Já os personagens de Tarantino são extremamente verborrágicos. Dá vontade de lhes dizer aquela famosa frase de "O Bom, o Mau e o Feio: "If you're gonna shoot, don't talk, shoot".

Além disso, a violência nunca é excessivamente gráfica em Leone. Existem momentos de crueldade, sem dúvida, mas sem os borbotões de sangue e cabeças explodindo de Tarantino.

Curioso, nunca vi Tarantino como um guido, ele não é o típico italiano ou italo-americano.

Anônimo disse...

MR LIXO X O TARANTINO TEM SANGUE MOURISCO ENEGRECIDO DO POS MEDIEVO EM BARI SEU ANTÃO

Anônimo disse...

Bastardos Inglórios era uma fantasia sobre judeus psicopatas vingando-se pelo Holocausto, e Django uma fantasia de vingança dos negros contra a escravidão. Funcionavam como uma catarse para os progressistas médios expiarem seus pecados e sua "culpa branca" e sentirem-se bem torcendo pelas "vítimas". "


será que um dia tarantino fazer-á um filme onde eslavos vingam-se de seus algozes soviéticos?
Penso que não ,sua revolta contra "injustiças do passado" é uma farsa alimentada pela manutenção do seu status.

Mr X disse...

Vi o novo Star Wars, achei bem fraco. Mero remake mal feito, com a intenção de vender brinquedos.

Anônimo disse...

Eu já disse isso mais de uma vez e repito: Tarantino é doente. Eu não consegui terminar de assistir Inglorious Bastard devido ele forçando seu fetiche de branco submisso e sua agenda esquerdista durante todo o filme. Nem assisti The Hateful Eight, mas suponho que não deve ser muito melhor.

Anônimo disse...

Fato interessante: o filme preferido do Tarantino quando ele era jovem se chama "Hot Summer in The City" e é uma espécie de pornochanchada sobre uma garota branca que é estuprada por um grupo de supremacistas negros. Reitero: esse cara é doente.