terça-feira, 15 de dezembro de 2009
A utopia da igualdade
Prometi não voltar a blogar até 2010, mas tive um tempinho aqui e li um interessante texto sobre o igualitarismo, explicando porque sempre resulta em tirania. Igualdade é o contrário de liberdade, é o contrário da natureza, é o contrário da vida.
A busca da igualdade é o maior mal da nossa era. Os progreçistas querem porque querem que todos sejam iguais. Para isso, não hesitam em utilizar as leis mais esdrúxulas para compensar os desavantajados, quando não a força bruta. Lamentavelmente, o projeto é largamente impossível, e, na melhor das hipóteses, apenas apenas consegue rebaixar todos ao mínimo denominador comum. Todos iguais chafurdando na mesma podre lama.
Marx começou com a palhaçada da igualdade de classes. Todos deveriam ser economicamente iguais, na base da porrada. (Para isso, é claro, alguns deveriam ser mais iguais do que outros: há sempre a classe do politburo dirigente que não se mistura com a gentalha e toma champanhe e caviar.) Mas hoje, a igualdade econômica não basta.
Desde os anos 60 o feminismo quer a igualdade de sexos. Porém, como homem e mulher continuaram sendo anatomicamente diferentes, o negócio não funcionou de todo. Por isso recorre-se ao autoritarismo. Agora a França vai impor a igualdade de sexo nas diretorias das corporações. De acordo com a lei, será obrigatório que as companhias tenham 50% de mulheres nos altos cargos executivos. Dane-se se não houver mulheres qualificadas para o cargo. A igualdade é mais importante do que o sucesso empresarial.
Não apenas hômes e muiés devem ser iguais: agora também o "terceiro sexo" tem que ter os mesmos direitos, incluindo casamento e filhos. Não espante-se se daqui a alguns anos alguém não vier sugerir uma lei exigindo a presença de 10% de travestis na diretoria de empresas.
Também as raças, etnias e culturas devem ser iguais, mas, para isso, novamente é preciso modificar as leis para beneficiar alguns e prejudicar outros. Pois não estamos falando de igualdade de condições, mas de resultados. Eis o caso das cotas raciais que depois de "grande sucesso" nos EUA agora chegaram ao Brasil. É curiosa uma coisa: há cotas para negros e índios, mas ninguém jamais sugeriu que devesse haver uma cota para asiáticos. No entanto, os descendentes de japoneses, que são uma minoria muito menor no Brasil, sem ajuda alguma ocupam 15% das vagas dos cursos mais disputados da USP como Medicina ou Engenharia. (A política das cotas é racista: afinal, se a levarmos a sério, pareceria confirmar o clichê de que negros e índios são preguiçosos e japonês é interigente, né? Melhor seria usar critérios socioeconômicos, que não levariam o Brasil a replicar o ressentimento racial que já que existe nos EUA. Até porque no Brasil somos todos misturados, não existe essa divisão tão acentuada entre um e outro grupo étnico/social.)
Mas não basta. A obsessão pela igualdade é tanta que agora também os feios devem ser iguais aos bonitos. Na Inglaterra, um canal de televisão colocou uma mocinha maneta como apresentadora de um programa infantil. Mas ainda assim choveram reclamações dos eternos descontentes: sim, ela é deficiente física, mas é loira e bonita. Discriminação!! Aí um outro canal de televisão decidiu colocar um apresentador de noticiários deformado dando as notícias do dia. Tudo bem, a iniciativa até que é simpática: mas e quando isso virar lei?
A lei, afinal, já protege os velhos, que tampouco podem ser discriminados, nem mesmo por planos de saúde. Todos também tem que ter igual direito a ter um teto. Quem quer alugar sua casa, já não pode rejeitar inquilinos transsexuais, muçulmanos, imigrantes ou maconheiros, sob pena de punição.
Chamem-me de preconceituoso, mas de certa forma eu sou é a favor da discriminação. Isto é, aceitar que existem diferenças. Até concordo que seja preciso ajudar os mais fracos ou mais pobres, e nada tenho contra uma que outra lei nesse sentido; só não acredito no ideal de igualdade forçada (fora a igualdade perante a lei). Não porque a idéia em si não seja nobre, mas porque sua obtenção é impossível, é oposta ao ideal mais importante da liberdade e, em grande parte dos casos, tem resultados negativos. Pode até haver uma (relativa) igualdade de condições, o que não pode é forçar-se uma igualdade de resultados. Se Bill Gates distribuir sua fortuna igualmente entre cem pessoas diferentes, um vai gastar tudo em bebida e mulher, outro vai ajudar os pobres, outro vai investir e ficar tão rico quanto Bill Gates, etc. Somos todos diferentes. Cada um aproveita melhor ou pior o que recebe de Deus (ou, vá lá, da Grande Loteria Espacial).
Lamentavelmente, aproximamo-nos cada vez mais da sociedade de Harrison Bergeron, cujo lema era: “All men are not created equal. It is the purpose of the Government to make them so.”
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8 comentários:
Pancada, X. O comunismo/socialismo/wathever, por mais que tentem contornar, sempre termina nisso: a perversão do conceito cristão de solidariedade (ou o que quer que achem conveniente chamar disso). A caridade transformada em obrigação, podendo mesmo chegar à coerção.
Ah: Feliz Natal, etc etc.
"A política das cotas pareceria confirmar o clichê de que negros e índios são preguiçosos e japonês é interigente, né?"
Que os japoneses sejam mais ricos que negros e índios-nos EUA, pelo menos, eles são mais ricos que os brancos também- não passa pela sua cabeça, não é? No final, o que você quer mesmo dizer é que pobres são preguiçosos. Enfim, o tipo de ideologia que os seus patrões fascistas querem que você espalhe. Quanto a igualdade racial, ela é essencial para que todos os povos tenham oportunidade de desnvolver integralmente seus potenciais. Por isso mesmo, Stalin, quando Comissário do Povo para Nacionalidades, lutou para alcançar a igualdade entre os povos que formavam o antigo império czarista: o próprio Stalin era georgiano, os judeus e armênios-antes perseguidos pelo regime czarista- foram amparados, lutou-se para desenvolver as áreas mais pobres e atrasadas o antigo império russo, libertando os povos da pobreza e do atraso. Socialismo é isso: emancipação da Humanidade!
Tiago
^
Hahaha!
Tiago,
Talvez não tenha ficado claro, mas o que quis dizer foi que são as próprias cotas racias as que, corretamente ou não, deixam implícito que algumas etnias ou culturas (i.e. negros e índios) têm mais dificuldade do que outras. Se não, teríamos cotas para japoneses também. Você aí vem falar que o problema é a pobreza. Pode ser, mas aí porque não realizar as cotas de acordo com a condição socioeconômica, esquecendo o conceito de raça? Eu mesmo acho que seria mais justo. Claro que tem pobre, negro e índio estudioso e inteligente. E deve ter nipo-brasileiro pobre, será que não?
Agora, acho que existem diferenças culturais sim. Os primeiros japoneses que vieram para cá eram tão ou mais pobres quanto tantos outros brasileiros nativos. Por que se deram tão bem? Sua cultura valoriza o estudo.
Silvio,
Acho que o problema não é a caridade ou a solidariedade, é a obsessão em tentar tornar todos iguais. Como eu disse, nada contra ajudar os fracos e oprimidos, ou dar bolsa de estudos para os pobres, como o Tiago falou (ainda que seria melhor se baseadas também no mérito). Mas outra coisa é você querer igualizar à marra e forçar as empresas a contratarem X ou Y, ou forçar A a aceitar e dar metade de seu salário para B, isso para não falarmos de chegar no extremo da coletivização comunista.
Uma coisa que faltou explicitar, embora seja óbvio, foi o seguinte: o problema mesmo é que todas essas promoções da "igualdade" na verdade implicam em outra coisa: o aumento do poder do Estado, que é quem controla essa igualdade toda. E os líderes jamais são "iguais" à ralé. Eis o problema de pessoas como Tiago: acreditam que eles formarão parte da elite de seres superiores que comandarão no Povo e o salvarão da "opressão". Mas os líderes são sempre poucos. O mais provável é que tipos como Tiago terminem em algum gulag.
Eu tenho medo de fazer piada pq no Brasil toda piada vira realidade...
Mas já pensou se os "pogreçista" ainda inventam de igualar o tamanho dos sexos?
Que será que vão fazer, nivelar por baixo, como sempre, ou o que cortarem dos bem-dotados eles reimplantarão nos menos dotados?
Mas falando sério, vi ali o link pro post que compara os Q.I.'s de asiáticos, americanos brancos e americanos negros, e fico imaginando se essa pesquisa fosse feita no Brasil...
Bem, na verdade esse tipo de pesquisa é polêmica em qualquer lugar, é algo que está sendo bem discutido, não sei até que ponto é aceito na própria comunidade científica. Mas que há várias pesquisas sobre inteligência e genética, há. O problema é que é um tema meio tabu. Um site bom sobre tudo isso (genética em geral, mas relacionada com a sociedade) é o gene expression, gnxp.com
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