segunda-feira, 11 de junho de 2012

Idiotas demais para escolher?

A prefeitura de NY quer proibir a venda de refrigerantes em tamanho grande (copos de mais 500 ml). A desculpa é controlar a obesidade. Aparentemente, a prefeitura de New York acha que certas pessoas são estúpidas demais para escolher bebidas mais saudáveis (ou em menor quantidade) por conta própria.

Os refrigerantes, é verdade, são um veneno. Estragam os dentes e engordam. Mesmo eu, que bebo muito de vez em quando uma Coca-Cola ou um guaraná, sei disso. Aqui nos EUA, são produzidos não com açúcar, mas xarope de milho, que é bem mais barato graças ao subsídio governamental aos produtores de milho americanos, mas que é ainda pior para a saúde. 

A Pepsi-Cola (por sorte, prefiro Coca) recentemente foi acusada de utilizar células de fetos humanos durante a produção da bebida. Calma, as células de fetos não entram na composição da bebida, mas são utilizadas na fase de testes. Segundo Barack Obama, é apenas uma prática perfeitamente normal... 

O argumento libertário é que as pessoas devem ser livres para escolherem o que quiserem, mesmo que isso faça mal. Se todos querem beber refrigerante, é o próprio mercado que deve suprir alternativas mais saudáveis e mais baratas. 

Não discordo, pode ser verdade. Mas o fato é que há uma grande quantidade de pessoas que preferem refrigerante a água mineral ou bebidas mais saudáveis, assim como preferem batata frita a uma salada, mesmo que paguem mais por isso. E aí? Devemos deixá-las se envenenar e engordar, ou o Estado-babá deve tomar conta delas? 

A mesma discussão deu-se com relação ao fumo. Proibi-lo em bares e demais lugares públicos, ou não? No fim, o argumento proibicionista venceu. Embora passe por cima das leis da propriedade privada. Mas talvez tenha ajudado a reduzir o número de fumantes e, por extensão, o número de vítimas do câncer de pulmão. Você pode achar que qualquer um é livre para experimentar coisas que façam mal à saúde, mas quando se tem uma medicina socializada, a saúde do seu vizinho é sim da sua conta. Afinal, você também está ajudando a pagar por ela… 

De qualquer jeito, é pouco provável que a medida funcione. Quem quer refrigerante pode evitar a medida aproveitando-se dos "refills" gratuitos na maioria dos estabelecimentos. Quem não quer, vai continuar não comprando. 

Na verdade, esta lei, como tantas, parece ter sido feita apenas para "mostrar" que o governo está fazendo alguma coisa contra a obesidade, quando na verdade o problema é que a comida (ainda que de má qualidade) é barata e que as pessoas levam um estilo de vida muito mais sedentário do que há um século atrás. Talvez o governo devesse proibir os carros, assim as pessoas voltariam a caminhar…  

No mais, não sei. Começo a desconfiar que os governos em geral preferem um povo de pessoas estúpidas a um povo de pessoas inteligentes. Idiotas são mais fáceis de controlar. E compram sem reclamar todo o lixo que lhes é fornecido diariamente pelas companhias alimentícias, de medicamentos ou de entretenimento. 

O povo engorda, o governo engorda, e a elite global ri, magra de ruim. 

Será que o CEO da Coca (um turco-americano) e da Pepsi (uma indiana do Tamil, é a nova elite global multicultural) bebem refrigerante durante as suas refeições? 


17 comentários:

Brancaleone, o monoglota... disse...

Pois olha, se creio que a lei devia ser diferente.
O sujeito que está a fim de engordar feito um porco capado e contrair as doenças inerentes a obesidade deveria assinar um documento abrindo mão do serviço de saúde pública. Assim os caras que se cuidam, que trabalham sem faltar por pressão alta ou "coração fraco" não são obrigados a custear a assistencia médica dos "fofinhos"...
Mais ou menos como os que querem a legalização da maconha. Pode legalizar mas o pobre diabo do viciadão que não consegue ser feliz sem que cheire, aspire ou injete alguma m... no organismo deve tatuar na testa "Sou viciado em..............." assim nós, normais e felizes naturalmente não corremos o risco de pegarmos um avião pilotado por um lesadão ou levar nosso filho a um pediatra imbecilizado por marijuana...

Edu disse...

Muito bom o post, Mr. X.

Minha opinião é de que todos devem ser responsáveis pela sua individualidade, e desde que não prejudiquem diretamente a individualidade do outro, podem fazer o que quiserem.

Se o cara fuma, problema dele, mas que ele não fume em um ambiente fechado, já que a fumaça do cigarro dele prejudica a individualidade dos demais não-fumantes presentes no mesmo ambiente.

Da mesma forma, se o cara é um glutão, se ele gosta de comer porcaria, o problema é dele.

Aliás, antes de pensarem numa lei cobrando que todos os seres humanos façam uma caminhada de 45 min uma vez por semana, deveriam pensar numa lei que obriga pessoas com mais de 120 kg comprar 1 assento só em um avião, afinal, o custo de uma operação cardíaca para um obeso é diluído no Brasil vai ser dividido entre 190 milhões de pessoas e o custo de aturar as banhas de um obeso no seu colo durante um vôo é individual e, no caso, seu.

Na Noruega e Suécia, se não me engano há limitação da venda de bebidas alcoólicas. A venda é controlada pelo governo, os impostos são ridiculamente altos e o preço, obviamente é caríssimo.

E aproveitando o comentário do Brancaleone, penso um pouco diferente: se o cara consegue fazer o trabalho dele direito, não teria problema em deixar meu filho ser operado por um médico viciado em coca. E também acho que ninguém tem que prestar satisfação pra ninguém sobre o que quer fazer com sua própria individualidade. Se eu quiser me entupir de sorvete hj à tarde, não quero ter que avisar as autoridades públicas.

E pra encerrar (ufa), qual será o tamanho do impacto do tratamento de obesos, fumantes, viciados e cia para o orçamento da saúde pública dos países? E em que difere o cuidado de um fumante, irresponsável com o hábito de fumar com um motociclista irresponsável com a velocidade em que anda em sua moto?

A conscientização nunca deve ser coletiva, deve ser pessoal e individual. Toda vez que deixamos alguém pensar no nosso lugar, a longo prazo, dá problema. Estado-babá tira a individualidade e tira essa capacidade de conscientização, e nisso, deixamos de evoluir.

GRAÇA NO PAÍS DAS MARAVILHAS disse...

Não se vende copo de 500ml, mas não se impede a compra de 2 copos de 250ml ou de 5 copos de 100ml - Enfim, isto é asnice! Acho que governo nenhum pode abolir o livre arbítrio através do qual escvolhemos nosso caminho, nossa experiencia, a soma de erros e acertos, necessários para evoluçao nossa e da espécie

Edu disse...

Errata:

Onde está escrito: "deveriam pensar numa lei que obriga pessoas com mais de 120 kg comprar 1 assento só em um avião"

Leiam: "deveriam pensar numa lei que obriga pessoas com mais de 120 kg comprar mais de 1 assento em um avião"

DIREITA disse...

Os refrigerantes, é verdade, são um veneno. Estragam os dentes e engordam

engorda,sera? - faz mais de 1 mês que não boto uma gota de refrigerante na minha boca(alem da diminuição da comida e de fazer mais exercícios) e ate agora não vi o resultado esperado!e olhe que eu chegava a berber 2 litros de refrigerante por dia!

DIREITA disse...

http://www.band.com.br/esporte/futebol/selecao/noticia/?id=100000509309



se os digentes da Uefa são contra o racismo, então o porque eles compactuam com o uso do futebol como um instrumento que visa acelerar o genocídio-atraves da substituição populacional - dos povos europeus?pois estas equipes multirracias nada mais são do que uma forma de fazer o nativo europeu ter empatia pelos povos(negros,arabes,mestiços,ciganos e outros) que a elite esta usando para dar cabo a este genocídio.

Mr X disse...

Creio que você está exagerando... Se fosse só no futebol, não seria ruim!

Refrigerante diet, acho que não engorda. De qualquer jeito, tem coisas que engordam bem mais! Pare de comer tantos carboidratos.

Alexandre Almeida disse...

"E pra encerrar (ufa), qual será o tamanho do impacto do tratamento de [...] fumantes, [...] para o orçamento da saúde pública dos países?"

No caso dos fumantes, eu arrisco dizer que é nenhum. Os impostos que pagamos (eu sou fumante) nos cigarros são estratosféricos. É dinheiro suficiente para cobrir uma internação em qualquer centro hospitalar de primeiro nível em qualquer lugar do mundo, supondo que na média, um fumante vai levar uns bons 30 trintas para contrair um câncer na laringe fumando ao menos 1 maço e 1/2 por dia. A arrecadação de impostos que o governo obtém com a parcela fumante da população é tão grande, que no fundo os burocratas não fazem muita questão que as pessoas parem de fumar.

Se os fumantes causam algum impacto no orçamento da saúde, a única explicação é que o dinheiro obtido dos impostos sobre os cigarros que consumiram certamente foi utilizado para outros fins que não os da saúde, incluindo a dos próprios fumantes.

Brancaleone, o monoglota... disse...

'Minha opinião é de que todos devem ser responsáveis pela sua individualidade, e desde que não prejudiquem diretamente a individualidade do outro, podem fazer o que quiserem.'

Pois é Mr X, o problema não é só a individualidade alheia. O problema é a coletividade. Num mundo com bilhões de humanos certas "liberdades individuais" atingem a coletiviade como um soco.
Veja o caso da liberação da maconha...

Sou fumante. Um maço por dia. Pago impostos pra c... (Marlboro, a 32 anos). Pago um plano de saúde.
Não uso a "Saúde Pública" mesmo que ela existisse...

cardo disse...

Isso é mais um caso de estimulação contraditória: Olha ele, hein.

AF disse...

Refrigerante diet, acho que não engorda.

Refrigerante diet?? Eca!! Aquele gosto amargo que os refrigerantes diets deixam na boca da gente é horrível!

Também sou contra essa medida de proibir venda de refrigerantes, pois isso nunca iria impedir que as pessoas deixem de engordar.... seria melhor fazer campanhas publicitárias contra a obesidade, os riscos, os problemas, etc.


Aqui no Brasil, na década de 90 fizeram várias camanhas demonstrando os riscos do cigarro que são até interessantes e muito melhor do que leis proibindo de fumarem nos estabelecimentos comerciais como em São Paulo (que é um controlizinho a mais que o Estado ganha) ou o governo probir o cigarro e ao mesmo tempo legalizar a maconha.

Edu disse...

Senhores,

Pois é, acho que vcs entenderam meu ponto:

1 - Se o indivíduo que tem comportamentos de risco como fumar, beber, comer comida gordurosa, se drogar e até mesmo andar de moto a 200 km/h, não está fazendo mal a ninguém além de si mesmo, esses excessos deveriam ser problemas particulares destes indivíduos.

2 - Se um indivíduo como este não impacta, ou impacta muito pouco o orçamento de saúde pública, afetando, novamente pouco os demais indivíduos, também não faz sentido que o Estado interfira.

3 - Além disso, interferência do Estado prejudica a conscientização. Se vc depende de um Estado para te dizer o que fazer para se manter saudável, vc está assumindo que não consegue ser responsável por si mesmo... daí é um passo para deixar a criação dos seus filhos para o Estado. Afinal, se vc não consegue cuidar de si, como é que consegue cuidar dos seus filhos?

Mr X disse...

"daí é um passo para deixar a criação dos seus filhos para o Estado."

Ué, e quem disse que isso não acontece? O Estado odeia homeschooling por alguma razão, quer tomar para si a formação das crianças. Ver também lei da palmada. Entre outras.

Mr X disse...

PQP, brasileiros dando vexame até na Alemanha:

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1104025-paulista-picha-curador-da-bienal-de-berlim.shtml

Mas enfim, por que esses idiotas da Biennale de Berlim tinham que convidar pichadores para uma mostra de arte? Bem-feito! Que se danem. Curadores de arte moderna merecem mesmo...

Brancaleone, o monoglota... disse...

Foi dito que:

'Além disso, interferência do Estado prejudica a conscientização. Se vc depende de um Estado para te dizer o que fazer para se manter saudável, vc está assumindo que não consegue ser responsável por si mesmo... daí é um passo para deixar a criação dos seus filhos para o Estado. Afinal, se vc não consegue cuidar de si, como é que consegue cuidar dos seus filhos?'

Creio que uns 90 a 95% da população mundial - povão mesmo, a patuléia, o populacho pastoreável e manipulável não sabe ou não quer cuidar de si mesmo e esta desesperadamente a procura de líderes, de uma minoria que cuide dele como povo.

Humanos são animaizinhos, bichinhos que naturalmente vivem em bandos e bandos exigem líderes que os conduzam.

Observe as gangs travestidas de "torcidas organizadas". Veja como ajem os "estudantes" que invadem um campus e aproveitam para depredar e roubar. Atente para os milhares de otários que se deixam engambelar pelo MST.

É fácil constatar que o povo não só se deixa levar como pior, se deixa levar quase sempre pelos piores (os eleitores do Maluf que o digam...)

O Estado é bem pago para atender os incapazes e isso incui a patuléia.

Claro, não estou incluindo na patuléia desvairada gente que tem senso crítico, que tem um pouco de cultura e sabe se situar como "homo sapiens"

Edu disse...

É duro... e o pior é que o Brancaleone tem mta razão:

Se vamos ao extremo do "cada um por si", a patuléia não aguenta o tranco.

Se vamos ao outro extremo: perdemos nossa liberdade...

El Misionero Meu Cérebro Minhas Regras disse...

O governo prefere um povo idiota, a um povo inteligente. Coincidência, não???? A mídia também!!!! Percebeu isso agora, Mr. X???? Eu já percebi isso quando me entendi por gente. O governo, a mídia, e todo o restante do estabilishment prefere que o povo NÃO PENSE POR SI, pois um povo que NÃO PENSA é facilmente manipulável. E o pior é que o povo, infelizmente, tem preguiça de pensar.