segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Quem é mais racista?

Às vezes a esquerda vai tão, mas tão à esquerda que termina indo parar na direita.

Pensei nisso lendo o artigo de um certo Stephen Kinzer, no jornal comuno-chique The Guardian. O artigo se chama "O imperialismo dos direitos humanos".

O artigo até que começa bem, criticando as organizações de Direitos Humanos. Só que seu argumento não é que não façam bem o serviço, ao contrário: é que estas seriam demasiado exigentes com governos do Terceiro Mundo, querendo noções universais de direitos humanos que não se adequariam as realidades locais. A partir daí, Kinzer delira, e passa a afirmar que a noção de Direitos Humanos é uma "arma imperialista" criada por "homens brancos em New York" para infernizar a vida de africanos, árabes e indígenas exigindo-lhes tarefas impossíveis.

Kinzer cita o exemplo do presidente de Ruanda, Paul Kagame, que é acusado de matar opositores, entre outras medidas não muito amigáveis, embora tenha com essas medidas (segundo Kinzer) impedido um novo genocídio. (Pelo descrito, até que Paul Kagame não parece ser tão ruim para o padrão de governos africanos. E, tendo proibido candidatos de oposição de participarem nas últimas eleições, venceu com 93% dos votos - mais popular do que o Lula! E quase tanto quanto Saddam Hussein, que costumava ganhar eleições com 99% de "apoio popular"...)

A questão  é que, para o articulista, parece ser que querer respeito total aos direitos humanos e às liberdades políticas seria exigir demais dos pobres africanos. Ele acredita que deveriam existir dois tipos de "direitos humanos", um para as sociedades desenvolvidas, e outro de segunda mão para o Terceiro Mundo. 

Curiosamente, saiu recentemente um outro artigo no mais conservador Wall Street Journal, este escrito por um certo Brett Stephens e argumentando que a África no fundo estava melhor sob os colonialistas brancos, e que talvez o continente deveria ser recolonizado. (Tudo bem, os Chineses estão chegando lá). Embora a conclusão seja a oposta à de Kinzer, ambos têm uma visão similar sobre a incapacidade da África de se organizar sob os mesmos moldes de uma sociedade ocidental. 

A direita americana não é racista, bem longe disso. Mas existe uma pequena parte da direita americana que é racista, ou, melhor dizendo, racialista. Não, não são os Tea Parties, que se esforçam para incluir negros e latinos em suas manifestações. Nem os Republicanos, que vivem cortejando os latinos, ainda que sem sucesso. É uma minoria. Sim, alguns são ligados ao movimento White Power ou até a neonazistas, mas não falaremos aqui desta corja.

Refiro-me ao movimento HBD, ou Human Biodiversity, que não pretende exterminar ou segregar ninguém e é "racista" apenas no sentido de que não compra isso de que "não existam raças", mas acredita que existem diversos grupos humanos, cada um com características próprias, seja biológicas, seja culturais. Negros são bons no esporte e na música, asiáticos são bons na matemática, brancos são bons em arte e medicina, etcétera. Longe de serem apenas mitos, tais diferenças estariam justificadas por diferenças biológicas e culturais entre os grupos.

Já a esquerda (e a maior parte da direita) afirma que não existem raças. Mas suas ações são exatamente contrárias a essa suposta crença. Por exemplo, as cotas. Se não existem raças, para que cotas raciais? Se não existem raças, para quê quilombos e reservas indígenas exclusivas para membros de tais, hum, raças? As próprias minorias articulam-se sob o conceito de raça: há mais de uma revista afro chamada "Raça", o movimento mexicanista nos EUA se chama La Raza, etc.

Além disso, a esquerda sempre tem uma atitude paternalista com as minorias, como se estas não fossem capazes de ser julgados pelas mesmas regras do que os outros. Então, a verdade é que tanto a esquerda quanto a direita mais radicais acreditam no fundo que negros, índios, latinos e terceiromundistas em geral são um pouco mais burros, incompetentes, violentos e/ou preguiçosos. A diferença é que a direita radical acredita que tal se deve a diferenças inatas, culturais ou até genéticas. Já a esquerda radical acha que é tudo culpa do homem branco e seu imperialismo malvado (que pelo jeito age até por telepatia, influenciando sociedades do outro lado do mundo).

Assim sendo, também a solução proposta é diferente: a direita isolacionista concorda com Kinzer que esses povos devem ser deixados em paz para criarem seus próprios "direitos desumanos" e viverem ou se matarem como quiserem. A direita "neocon" acha que os brancos devem ajudar os povos menos civilizados através do colonialismo ou da imposição da democracia. Como diz Stephens, "os colonizadores de antanho podiam até ser intolerantes, mas eles também faziam as coisas. Suas colônias eram lugares melhores do que os países-desastre que temos hoje." (Mas essa idéia de um colonialismo altruísta, que visa elevar os menos favorecidos já estava presente até no "velho" colonialismo: recordem o poema White Man's Burden.)

Para a esquerda, entretanto, é anátema sugerir que os brancos ricos se metam a tentar controlar sociedades não-brancas pobres, mesmo que isso possa ser melhor para elas, mas negros, pobres e pardos se oprimindo entre si não são um problema. A recente Guerra do Congo matou mais de 5 milhões de pessoas em 4 anos, você ouviu algum protesto? Nem eu. Mas para essa mesma esquerda, querer que africanos, árabes e indígenas sejam menos violentos ou que respeitem democracia e direitos humanos seria exigir demais dos coitadinhos. Melhor ainda se essas minorias, em vez de brigarem tanto entre si, puderem se vingar do "demônio branco" e ajudar a destruir a sociedade ocidental. Ou seja, além de desprezar negros, indígenas e árabes, eles também odeiam os brancos. 

Quem é mais racista?

56 comentários:

Augusto Nascimento disse...

Ainda bem que o homem branco sempre está disposto a carregar o fardos dos negros, arábes e similares, arranjar desculpas para dar dinheiro para a indústria bélica e para as firmas mercenárias dos amigos do rei, sustentar terroristas e fazer grandes banners com a frase "Missão Cumprida" (ou será Missão Comprida?) e dar uma saqueada básica nos recursos naturais, que ninguém é de ferro...

Mr X disse...

Por outro lado, é ou não verdade que muitos países na África (i.e. Rodésia, hoje Zimbabwe; Congo) tinham uma infra-estrutura e economia melhor na época da colonização? As poucas estradas que ainda restam nesses países foram construídas nesse período. Como diria o Maluf, "Oprime mas faz". ;-)

Já o Afeganistão, nem os rusos conseguiram dominar, não acho que os americanos consigam democratizar.

Augusto Nascimento disse...

Sim, a minoria branca vivia muito bem na Rodésia segregada, obrigado por perguntar. Por essa lógica, a Alemanha Democrática era uma maravilha, afinal, Hitler matou mais gente do que Honecker.
"Como diria o Maluf, 'Oprime mas faz". ;-)'"
Pensei que fosse "estupra, mas não mata", o que de certa forma ostra qual deve ser o papel dos negros segundo nossos amigos "conservadores" (o fascismo neocon não é verdadeiramente conservadorismo).
"Já o Afeganistão, nem os rusos conseguiram dominar, não acho que os americanos consigam democratizar."
Os russos não conseguiram dominar porque os americanos apoiaram o, como dizia o Rambo,"galante povo do Afeganistão",isto é, terroristas sauditas como bin Laden.

maisvalia disse...

Todos nós, infelizmente, carregamos resíduos de preconceito, inclusive étnico, também.

Chesterton disse...

xii, sou HBD?

Chesterton disse...

Na Rodesia, Theodor Dalrymple (nunc a sei se é assim que escreve) era cirurgião junto com cirurgiões afro e não havia segregação nem diferença de salários.
A verdade é que agricultura sempre foi considerada coisa de fracos pelos negros africanos que se pretendiam caçadores.

Augusto Nascimento disse...

"Na Rodesia, Theodor Dalrymple (nunc a sei se é assim que escreve) era cirurgião junto com cirurgiões afro e não havia segregação nem diferença de salários"
E os negros tinham as mesmas oportunidades de se tornarem cirurgiões, fazendeiros (como será que os brancos conseguiram a terra se a o território era originalmente habitado por negros?) e primeiro-ministros... (exceto pelo fato de que os brancos não largavam o osso e concentravam o poder político e a renda mesmo sendo uma ínfima minoria demográfica, não aceitando igualdade política ou de oportunidades para os negros). Por essa sua lógica, a China pode invadir os EUA, saquear o país, negar à esmagadora maioria dos americanos (os antigos donos do lugar, sabe?) acesso à instrução e à igualdade civil e política, e estará tudo bem enquanto os professores de piano chineses ganharam tanto quanto os americanos. Mas, concordo que Ian Smith era melhor, sob certos aspectos, que Bull Connor e a Rodésia era melhor, sob certos aspectos, que a América da segregação (já assistiu a "Something the Lord Made"/"Quase Deuses")?
"A verdade é que agricultura sempre foi considerada coisa de fracos pelos negros africanos que se pretendiam caçadores."
É por isso que todo demagogo africano promete Reforma Agrária: vontade de não conseguir votos...

Augusto Nascimento disse...

Correção: primeiros-ministros

Chesterton disse...

meu sobrinho, que tinha passado em primeiro na PUC, passou em segundo na federal (que tratante). Das 5 vagas para negros sabem quantas foram ocupadas? ZERO! Absoluta falta de interesse.

Mr X disse...

Meu amigo AN,

Só um imbecil (ou um hipócrita esquerdista) negaria que a Rodésia de sir Ian era mil, não, um milhão (para fazer jus ao atual valor do dólar zimbabuano) de vezes melhor do que o Zimbábue do Mugabe. Tanto para brancos como para negros. E não, não havia segregação nos moldes da África do Sul. O artigo do Dalrymple (é assim mesmo que escreve) explica um pouco o porquê dos médicos locais, embora ganhando igualmente, tinham dificuldade em manter o mesmo padrão de vida dos brancos (tinha a ver com as redes sociais que deviam sustentar).

Mas o fato é que os africanos demonstram sim incompetência em gerir seus próprios países e uma dose cavalar de corrupção. Leia esta interessante viagem que dois turistas belgas fizeram ao atual Congo, o retrato da corrupção generalizada é de doer:

http://congotrek.blogspot.com/

No mais, caro AN, você é rápido para criticar colonialistas e "fascistas neocons", mas não apresenta nenhuma solução. É um isolacionista? Ou acredita, como os esquerdistas, que tais países devem sofrer um nível menor de exigência no que respeita aos direitos humanos, ou acha que tais países devam ser deixados sós para que seus nativos se matem uns aos outros? Ou acha que a ONU deve intervir em certos casos? (A mesma ONU cujos soldados fazem sexo com criancinhas africanas?) Ou os EUA, ou os países europeus? O Papa, quem sabe? Qual é a sua solução para a pobreza na África? Mais alguns bilhões de ajuda internacional que vão parar no bolso de ditadores?

Augusto Nascimento disse...

1) Confesso que não conheço as regras do vestibular da UFRJ (moro em Sampa e nasci no Rio Grande, é da UFRJ que estamos falando?)Imagino que haja um piso mínimo de desempenho e isso mantenha-acertadamente, aliás, pois certos problemas educacionais precisam ser resolvidos fora da faculdade- negros fora. Digo isso porque tenho parentes no Espírito Santo e sei que, desde que metade das vagas foi para negros e alunos da escola pública-sinônimos na verdade- a universidade está mais ou menos meio a meio. Nunca ouvi falar que as salas ficassem meio vazias... pode ser que os negros capixabas sejam mais empreendedores que os cariocas... Cursos menos concorridos estão cheios de negros, por que eles desprezaria o empurrão das cotas? Meu sobrinho prestou vestibular na UNICAMP (esperando resultado) e vi, na saída das provas, uma quantidade razoável de negros, tendo em vista o perfil racial da educação brasileira.
2) Imagino que não seja por falta de interesse que os negros eram mantidos fora das escolas americanas para brancos por cães policiais.
3) Se a falta de interesse dos negros fosse tanta assim, os regimes de Ian Smith e da África do Sul não teriam precisado negar educação aos negros e criar leis de segregação racial(nem regimes escravocratas teriam sentido necessidade de proibir o ensino da leitura aos negros: alguns como Luiz Gama e Frederick Douglas aprenderam de qualquer maneira).

Chesterton disse...

é em POA.

negros com saudades de brancos
http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/africa/article2935507.ece

Augusto Nascimento disse...

"Só um imbecil (ou um hipócrita esquerdista) negaria que a Rodésia de sir Ian era mil, não, um milhão (para fazer jus ao atual valor do dólar zimbabuano) de vezes melhor do que o Zimbábue do Mugabe"
E a Alemanha Oriental, repito, era infinitas vezes melhor que a Alemanha Nazista: era uma vida desgraçada, mas era vida, não era Holocausto. Lenin e Stalin acabaram com as restrições seculares que pesavam sobre os judeus, muitos prosperaram pela primeira vez sob os soviéticos e eram gratos pelo regime; muitos dos membros integrados das minorias era gratos ao partido e particularmente a Stalin. Muitos membros de minorias só aprenderam a ler graças ao terror soviético. É esse nosso padrão moral, agora? Se é, bin Laden é melhor do que Trail of Tears ou Hiroshima. Será que os EUA deveriam ter invadido o Brasil fascista de 1940 (o pior é que eles apoiavam o nosso regime fascista)para se ensinar os macaquinhos a viver? Só um traidor corrompido até a medula diria uma coisa dessas. Só um traidor venderia seu próprio povo a um agressor estrangeiro. Será que a Europa, onde os negros eram razoavelmente tratados, deveria ter invadido a América para acabar com a Segregação? Quem é que vai decidir que regimes vivem e que regimes morrem (os rodesianos derrubaram o regime de Smith e expulsaram um invasor estrangeiro do mesmo jeito que nossos ancestrais expulsaram o agressor paraguaio apesar de todos os suspiros apaixonados dos esquerdinhas, que acham que Solano López era Deus!). Os americanos deveriam ter derrubado o PRI mexicano, a ARENA brasileira, imposto uma reforma agrária radical no Brasil como fizeram no Japão derrotado? Quem decide? A Coreia do Sul e Taiwan sob ditaduras implacáveis, que exterminavam dissidentes pacíficos deveriam ter tido seus regimes-aliados da América- derrubados à força? Quem decide? Você? Eu? George W. Bush com sua visão infalível para atoleiros? Stallone com seu apoio aos terroristas que iriam, no futuro, fazer o 11 de setembro? Por que você não mostra um maldito caso em que essas intervenções colonialistas não tenham sido um perfeito desastre antes de convocar o Ocidente a retomar o "Fardo do Homem Branco" e reescravizar o Mundo? Acredite ou não, a rapinagem dos ditadores africanos não torna o seu desejo de rapinagem mais nobre ou mais digno.
Por que você não compara o nível de vida e de educação do invasor branco com a dos nativos? Por que se fixa nos médicos? Todos os negros rodesianos, sob Smith, eram médicos? Todos rodesianos negros trocaram o direito de voto(impedido por um regime totalitário) por um diploma de doutor? Se é assim,já resolvemos a questão racial: tornamos todos nossos negros jogadores de futebol. Como eu disse, Ian Smith era melhor que Bull Connor (e era melhor do que Mugabe-assim como Honecker era bem melhor que Hitler).

Augusto Nascimento disse...

"negros com saudades de brancos"
Acontece, o general Pétain e Quisling (especialmente, o último) devem ter ficado com uma saudade danada dos alemães. Os afegãos, depois de anos sob os "galantes" guerreiros amigos dos americanos, devem ter ficado com saudades dos soviéticos (pena que os "conservadores" nunca sejam coerentes, pois não possuem princípios, apenas improvisações eleitoreiras e não expliquem o porquê de sua luta contra os brancos soviéticos, que queriam colocar ordem na confusão afegã (só um imbecil-ou um hipócrita fascista- negaria que os afegãos estavam melhor sob o regime fantoche dos soviéticos que sob o aliado americano, o Talibã).

Chesterton disse...

não força a barra. Esses povos assim que se livraram dos opressores de um modo ou de outro se organizaram. A Áfria? Não se organizou, é um imenso banzé.
Eu acho que o sistema de cotas no RS deveria desparecer por desinteresse do público-alvo.

Chesterton disse...

Visiting him at his house in Harare (next to the Cuban embassy, the hammer and sickle flying) I marvelled at the fact that, after the death of his wife Janet, he lived alone with just a cook and minimal security. When he walked the streets of Harare, Africans would almost queue up to grasp his hand and wish him well. How could this be?

Mr X disse...

Os muçulmanos acabam de explodir um aeroporto em Moscou, os muçulmanos só tem aliados de conveniência, são tanto contra russos como são contra americanos.

Independência para a Chechênia? Oquei, mas então, pra contrabalançar, expulsão de todos os muçulmanos da Rússia. Idem nos EUA. Não querem soldados americanos no Iraque e Afeganistão? Ok, eles saem, mas saem também todos os imigrantes desses países dos EUA, que voltem para as suas terras natais onde poderão ter sharia. Quid pro quo.

No mais, mesmo sendo anticomunista, concordo que os afegãos estavam melhor sob o regime soviético, há relatos que eram uma sociedade tolerante e as mulheres não usavam véu, etc. Realmente essa idéia dos americanos acabou sendo um tiro no pé. Por outro lado, como imaginar que o amigo de hoje será o inimigo de amanhã, e vice-versa? Política internacional é algo complicado.

Será que a Europa, onde os negros eram razoavelmente tratados

Quase não havia (até muito recentemente) negros na Europa. E foram os europeus (e árabes) que compraram negros escravos na África e os levaram para trabalhar em suas colônias na América. Por outro lado, também foram os europeus que acabaram com a escravidão, e na África ela continuou por um bom tempo, bem, ainda existe.

No mais, não sei se o problema dos negros e o estudo é de falta de interesse ou o quê, o problema é que não dá pra discutir muito a questão pois dependendo pode-se terminar sendo preso, eh eh. Tive um par de colegas negros na faculdade, eram bons alunos. Mas eram só 2. Isso foi antes das cotas, é claro.

No mais, eu não tenho desejo nenhum de rapinagem e não sei o que se deve fazer com a África. Provavelmente o melhor mesmo é deixá-los sós, nem recolonizar, nem dar ajuda que vai parar no bolso de ditadores e atravanca o progresso. Por outro lado, os Chineses já estão aí na África, se alguém recolonizar vão ser eles, e não o "homem branco", que já está virando minoria até em seus países nativos.

Augusto Nascimento disse...

"Eu acho que o sistema de cotas no RS deveria desparecer por desinteresse do público-alvo."
Pode ser, mas antes eu gostaria de saber se isso só acontece no Rio Grande, nunca pensei nos negros da minha terra natal como mais desintessados que os cariocas ou capixabas.
"não força a barra. Esses povos assim que se livraram dos opressores de um modo ou de outro se organizaram. A Áfria? Não se organizou, é um imenso banzé."
O Afeganistão, sob os aliados dos americanos, se organizou tão bem que Bush teve que desorganizá-lo de novo (e continuo dizendo que, sob os fantoches dos soviéticos, os afegãos viviam melhor que sob os "galantes" aliados da América). O mesmo vale para o mundo árabe e, segundo nossos amigos conservadores, quase o mesmo vale para a América Latina. A Alemanha se organizou sob ocupação estrangeira depois de quase levar o mundo à catástrofe final. A América levou séculos para se organizar sem a Escravidão e um século inteiro depois da Emancipação para se organizar com direitos civis iguais para negros e brancos. A Rússia NUNCA se organizou sem tirania e extremos abusos de poder. Qual é o padrão pelo qual julgaremos todas as nações?
Augusto Comte, a maior mente desde Aristóteles, proibiu o Colonialismo e o Imperialismo (quando garoto, ele se opôs à invasão da Espanha por sua pátria, a França).

Mr X disse...

In material terms that was certainly true: everything then was better for Africans than it is now – education, healthcare, standard of living, life expectancy and employment. But as people saw Mugabe cloistered behind high walls and Kalashnik-ov-toting guards, venturing out only in armoured cars and vast militarised motorcades, they also remembered how Smith had lived a simple, unguarded life.

When he needed to travel abroad he drove himself unescorted to the airport, parked his car and carried his own bag. Just before the last presidential election in 2002, Smith said to me: “If Mugabe and I walk together into a black township, only one of us will come out alive. I’m ready to put that to the test right now. He’s not.”

Mr X disse...

Não se sabe muito do que depende essa "organização" pós-colonial (ou falta de). Do colonizador? Em geral ex-colônias britânicas se deram melhor que ex-colônias de outros países, mas nem sempre. Religião? A Índia, também colônia britânica, está bem melhor do que o Paquistão, que era parte do mesmo país. Cultura? Raça? História? Tribalismo? O fato é, não dá pra culpar eternamente o "imperialismo" como causador de tudo.

Como diziam os Monty Python, "what have the Romans ever done for us?"

Chesterton disse...

Mugabe was delighted to accept his help and the two men worked happily together for some time until one day Mugabe announced plans for sweeping nationalisation. Smith told him bluntly he thought this a mistake. Their cooperation ended on the spot. Mugabe, furious at being contradicted, never spoke to him again. From time to time Mugabe made threatening noises, suggesting Smith ought to be locked up and “punished” for his opposition, but Smith’s attitude was contemptuous: “I’d like to see him try.” He never did.

Augusto Nascimento disse...

"Os muçulmanos acabam de explodir um aeroporto em Moscou, os muçulmanos só tem aliados de conveniência, são tanto contra russos como são contra americanos."
Diga isso aos amigos do "galante povo afegão" (ou seja, terroristas sauditas como Osama bin Laden) durante a histeria reaganiana.
"...lembrando uma frase do ex-secretário de Estado americano John Foster Dulles, declarou que 'essa é uma visão ingênua, porque países não têm amigos; têm interesses'"-Olavo de Carvalho
E Putin mata russos também, então tudo bem, só,quando a Rússia tiver um governo que satisfaça os altos padrões morais dos neocons, os russos terão direito à vida, à soberania nacional, etc.
O agressor americano, por exemplo, primeiro fez negócios com os nazistas (o caso da IBM é o exemplo clássico) e apoiou a ideologia nazista (o nazismo era só aplicação dos princípios "científicos" dos eugenistas americanos (os quais reconheciam abertamente isso) e, depois, lutaram contra Hitler enquanto apoiavam o regime fascista daqui.
"o mais, eu não tenho desejo nenhum de rapinagem e não sei o que se deve fazer com a África."
A raposa e as uvas, uma velha história...
"Quase não havia (até muito recentemente) negros na Europa. E foram os europeus (e árabes) que compraram negros escravos na África e os levaram para trabalhar em suas colônias na América."
Vários negros americanos tentaram escapar da Segregação americana, indo para a Europa. Mas, enfim, também não há muitos cidadãos do Zimbabwe no Brasil, a questão é:a Europa tinha o direito de dar à força direitos aos cidadãos negros da América? Corrigir as injustiças legais do sistema americano?

Augusto Nascimento disse...

"Como diziam os Monty Python, 'what have the Romans ever done for us?'"
Podemos, diante da lembrança do Muro de Berlim, perguntar o que Honecker fez por nós. Se a comparação é com Hitler, a resposta será entusiástica; se for com a decência moral básica, será negativa. Diante da derrota de Hitler, podemos perguntar o que Stalin fez por nós, contendo as forças nazistas-mesmo que só para salvar a própria pele.
Dizer que Ian Smith era melhor do que Mugabe é como dizer que MacArthur era melhor do que Tojo ou Lucius Clay era melhor do que Hitler, não aponta nenhuma solução para o futuro d enaçõe sdestinadas à independência. Os brancos eram invasores e não podiam continuar saqueando a Rodésia para sempre. Eles resolveram travar uma guerra contra os negros e entregar o destino de sua causa ao arbítrio da força em vez ao arbítrio da justiça; foram derrotados: não passam de conquistadores fracassados como Napoleão (cuja aventura espanhola o menino Comte criticou), Hitler ou López.

Mr X disse...

A Europa da época estava demasiado ocupada perseguindo judeus para poder ajudar os negros na América... De qualquer modo, é verdade que a escravidão acabou por pressão da Inglaterra em muitos países, no Brasil com certeza.

No mais, ainda estou esperando a sua solução para os problemas que afligem a humanidade. Ressuscitar Comte e coroá-lo Imperador do Universo? É... Talvez funcione...

Mr X disse...

Uma coisa que deveriam fazer (e falo sério) é proibir os muçulmanos de usarem aviões. De fato, os sujeitos ODEIAM aeronaves, e tudo relacionado a elas. Conseguiram transformar o ato de voar em um inferno. Está certo que também odeiam trens, mas em menor medida. Sua sanha contra aviões e aeroportos é muito maior.

Chesterton disse...

Os brancos eram invasores e não podiam continuar saqueando a Rodésia para sempre.

chest- essa não era a opinião dos africanos na época. A Rodesia não era saqueada, mas era produtiva, o celeiro da África.
Está sendo saqueada desde a queda do regime de Ian pelo afro-negão-Gabe.

Mr X disse...

O AN, como os esquerdistas, não entende o significado do verbo "saquear". Saque é quando se rouba o que existe sem produzir nada, como faz o Mugabe, e tantos outros.

Já produzir riqueza não é necessariamente saquear. Os nossos índios, por exemplo, não plantavam cana nem procuravam ouro. Estavam então os portugueses "saqueando" os recursos naturais desaproveitados? Da mesma forma na África. Quando estavam os brancos se plantava muito mais. Era saqueio? As tribos anteriores quase nem conheciam a agricultura, e o Zimbábue pós-Mugabe expulsou fazendeiros e destruiu totalmente a agricultura.

Os africanos têm saudade do Ian Smith e querem ver-se livres do Mugabe. Por que será? Será "racismo" contra o "afro-negão"?

Augusto Nascimento disse...

". Saque é quando se rouba o que existe sem produzir, como faz
Saquear: "Apoderar-se ilicitamente de; roubar"
Os neocons já tinham aparelhado os relatórios da CIA, agora, querem aparelhar o dicionário.
"Os africanos têm saudade do Ian Smith e querem ver-se livres do Mugabe."
Verdade? eles te contaram que querem Smith de volta? Engraçado, parece que eles têm um partido de oposição composto por africanos mesmo. Dizer que eles sentem saudades de Smith é como dizer que, sob Getúlio, queríamos López e os holandeses de volta."
"A Europa da época estava demasiado ocupada perseguindo judeus para poder ajudar os negros na América..."
Nos anos 50? No começo do século XX? Um sujeito chamado Einstein talvez tivesse que discordar! Um judeu chamado Einstein tinha mais chances do que um negro chamado Sowell!
"essa não era a opinião dos africanos na época. A Rodesia não era saqueada, mas era produtiva, o celeiro da África."
Por isso, Smith não dava direito de voto aos africanos, para que eles não pudessem sufocá-lo com seu apoio.
"No mais, ainda estou esperando a sua solução para os problemas que afligem a humanidade."
Como eu sou adulto e não acredito em contos de fadas ou WMDs no Iraque, eu não tenho solução para os problemas do Mundo. Eu tenho, entretanto uma ideia: não adicione suas canalhices às que já existem (segundo essa regra simples, a América não teria apoiado os "galantes" terroristas do Afeganistão nem teria se metido no atoleiro do Iraque-ou do Vietnã). Aliás, quem tinha uma solução simples para os problemas do Mundo era Hitler. Outro que tinha era Stalin. Outro ainda era George W. Bush.

Augusto Nascimento disse...

O que me lembra: Hitler também não saqueava os territórios conquistados, ele "criava" um monte de coisas boas- para os invasores alemães. E economia por economia, a economia das repúblicas soviéticas maometanas deve ter crescido um bocado sob Stalin, muitos maometanos puderam ter empregos, estudar, etc. Pela sua lógica de "criação", Stalin foi o maior estadista de todos os tempos. Mas eu só digo isso porque sou "esquerdista", isto é, sei procurar a palavra "saquear" no dicionário em vez de me contentar com press realease da Casa Branca.

Chesterton disse...

O que me lembra: Hitler também não saqueava os territórios conquistados, ele "criava" um monte de coisas boas- para os invasores alemães.

chest- pronto.

Augusto Nascimento disse...

Pronto mesmo. Você não tem pena daqueles pobres alemães levando civilização aos pobres territórios ocupados da Polônia, da Tchecoslováquia da URSS- não aos poloneses, tchecoeslovacos e soviéticos, veja bem, aos territórios? Além disso, nos territórios ocupados, os alemães dos sudetos e os poloneses de origem e/ou aparência "arianas" eram privilegiados. Deve ter havido, proporcionalmente, mais alemães nos sudetos do que médicos negros na Rodésia... Você não pode negar a Hitler o mesmo amor que dedica a Ian Smith, Hitler só trabalhava em uma escala maior. Não pode negar seu carinho a Stalin: ele gerava empregos para maometanos, judeus (antes, perseguidos pelos czares), armênios, construia escolas e hospitais, não permitia "segregação de salários" (havia judeus entre os médicos da elite soviética, por isso, foi possível inventar o "Complô dos Médicos") nas repúblicas soviéticas.
Ah, a Veja mais recente diz que há haitianos com saudade de "Baby Doc". Como podem ver, o ditador não precisa ser branco para parecer melhor do que o que veio depois.

Chesterton disse...

não "nemal", não se vê judeus e poloneses com saudades do bigodinho.

Augusto Nascimento disse...

"não 'nemal', não se vê judeus e poloneses com saudades do bigodinho."
Ninguém falou em judeus, eu falei das classes privilegiadas da ordem nazista: alemães dos sudetos, que aliás, apoiaram Hitler, sim, e poloneses de origem "ariana". Eles são os equivalentes sociais dos seus médicos rodesianos. Os judeus, assim como os rodesianos sem diploma de medicina, não parecem fazer diferença para você-ou para Dalrymple.
Aliás, Stalin anda conseguindo ótimos resultados nas pesquisas de opinião russas, não é? Stalin é mais popular na Rússia do que Bush-ou Obama, vá lá- na América...

Microempresário disse...

Eu já sei direitinho aquilo que o Augusto é contra. Mas ainda não consegui saber do que ele é a favor.

Augusto Nascimento disse...

Eu sou contra aventuras imperialistas: Comte ensinou que a Escravidão (apoiada pelos papistas), o Colonialismo e o Imperialismo (mesmo o de sua terra natal, a França) são errados. Não acho que a América tenha mais direito de impor a "liberdade" no mundo do que o mundo tinha de libertar os negros na América quando esta era um dos últimos países do Ocidente que não tinham abolido a Escravidão negra (o último foi o IMPÉRIO do Brasil, cuja regente, garantem os áulicos, era mui religiosa). Eu sou a favor do quer que seja o contrário de Escravidão, Colonialismo e Imperialismo.

maisvalia disse...

"Eu sou a favor do quer que seja o contrário de Escravidão, Colonialismo e Imperialismo"
Mas AN, quem aqui é a favor de Escravidão, Colonialismo e Imperialismo?

Augusto Nascimento disse...

"Mas AN, quem aqui é a favor de Escravidão, Colonialismo e Imperialismo?"
1) Monarquistas são por definição defensores da Escravidão, pois essa foi a obra da nossa monarquia, da Família Imperial, tão amada por Olavo de Carvalho, por exemplo.
2) São vocês que defendem toda e qualquer aventura militar americana, inclusive em defesa dos "galantes" terroristas do Afeganistão e dos maravilhosos príncipes sauditas. São vocês que acham, como os Bushes, que soldado judeu não tem nada que querer rezar na Arábia enquanto protege o petróleo dos Bushes.
3) São vocês que estão discutindo como melhorar os africanos via chicote colonialista (a ditadura de Ian Smith ou as mangueiras e cães policiais de Bull Connor também servem).
Auguste Comte ensinou que os brancos devem colaborar com os negros em vez de escravizá-los e saquear suas terras.

Mr X disse...

Augusto, você é um chato.

1) Não sou monarquista, mas observo que muitas monarquias não foram escravistas. Um (impossível) retorno da monarquia ao Brasil certamente não implicaria em um retorno da escravidão, assim como não implicaria no retorno das carruagens ou dos espartilhos ultra-apertados.

2) Não sou um "neocon". Acho necessária a força militar em certos casos, mas não apoio necessariamente todas as aventuras militares americanas. A intervenção de Clinton na Iugoslávia, por exemplo, foi um erro. Assim como a guerra no Afeganistão, hoje, me parece inútil do modo como está sendo combatida.

3) Quem sugeriu a recolonização da África foi o colunista do WSJ, eu só comentei. Não sou a favor da recolonização da África, que aliás hoje em dia é impossível, salvo que os chineses se animem.
Porém, acho mesmo que com uma recolonização provavelmente vários países estariam melhor, tanto para brancos como para negros. Vários depoimentos de africanos mais velhos, que ainda lembram do período da colonização, realmente acreditam que naquele tempo era melhor. E é fácil entender por quê. Havia mais emprego, melhor infraestrutura, menos guerra, menos violência, menos fome. O que é isso frente à "liberdade" na miséria? (E mesmo o conceito de liberdade é irônico sob ditadores como Mugabe, Mobutu ou Idi Amin. Só porque são "irmãos de cor" a tirania é menor?). No mais, não entendo por que brancos não podem morar na África. Negros então não podem morar na América?

"Come back colonialism, all is forgiven"

http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1713275,00.html

Dito isso, não, não acredito numa recolonização. A África precisa aprender a caminhar com as próprias pernas. Para isso, também a maioria das ONGs deveria sair de lá, bem como a ajuda internacional que só faz aumentar a corrupção e a miséria. É uma espécie de indústria da fome.

“Em muitos casos, a raiva contra o subdesenvolvimento é profissional. Uns morrem de fome, outros vivem dela, com generosa abundância.” (Nelson Rodrigues)

Augusto Nascimento disse...

"Augusto, você é um chato."
O que não muda o fato de que eu estou certo.
"Assim como a guerra no Afeganistão, hoje, me parece inútil do modo como está sendo combatida."
Não estão matando afegãos o bastante? Estão matando até paquistaneses e nada? Por outro lado, a guerra do Iraque é um sucesso: não há mais WMDs lá. A guerra contra os marcianos da Lua também é um sucesso pelas mesmas razões.
"O que é isso frente à 'liberdade" na miséria?'", perguntam os tiranos cubanos, brandindo o IDH. Stalin perguntaria a mesma coisa se alguém falasse do colonialismo soviético nas repúblicas maometanas. Enfim, aproveite para pedir desculpas a Gorbachev e às almas de Brezhnev e cia... Eles estavam certos sobre seus amigos do Talibã.
"Vários depoimentos de africanos mais velhos, que ainda lembram do período da colonização, realmente acreditam que naquele tempo era melhor."
Soviéticos, brasileiros sob Vargas (lanchando no ES, eu conheci uma padaria onde um retrato de Vargas, obrigatório nesse tipo de estabelecimento durante o regime fascista, ainda está lá), sob os militares, boa parte dos cubanos, boa parte dos portugueses, etc. Por essa lógica, nenhuma ditadura deve nunca cair.
"Só porque são 'irmãos de cor' a tirania é menor?)."
Não sei, D. Pedro II, Getúlio e os militares terem sido brasileiros é a razão pela qual eu os prefiro a Solano López? Sim, mas é que eu não sou um traidor, é isso. Eu receberia quem quisesse nos "libertar" do mesmo jeito que se atribui a Floriano: "à bala".
"Quem sugeriu a recolonização da África foi o colunista do WSJ, eu só comentei."
Comentou mesmo: o papo sobre os esquerdistas (ie. pessoas que têm dicionários- daqui a pouco, os neocons vão fazer como Pol Pot e matar quem use óculos, tenha dicionários, etc.) malvados (redundância) que não querem deixar o homem branco salvar o mundo-como está salvando, digamos, o Iraque agora.
"Um (impossível) retorno da monarquia ao Brasil certamente não implicaria em um retorno da escravidão"
Não sei. Pode-se dizer da nossa família imperial o que Talleyrand disse da família real francesa: "não aprenderam nada, não esqueceram nada". A cada frase deles e de seus áulicos mistura-se o som inconfundível do chicote! Até porque além da Escravidão a única obra deles é a Peste. Ficaríamos em situação difícil para escolher entre uma e outra.

Mr X disse...

Caro AN,
Bom, não tenho mais tempo de discutir. Só observo uma coisa:

Se os africanos querem liberdade e depois terminam no caos, na miséria e em tiranias como a de Mobutu, Idi Amin e Mugabe, realmente o problema é deles e não acho que necessariamente outros povos devam salvá-los de si mesmos. Sim, é melhor que tenham autonomia para decidir seus próprios destinos. Mas acho que celebrar a "liberdade" sob Mugabe, Idi Amin e Mobutu, só porque eles são africanos, é ridículo. Até por que, além da divisão preto-branco, existem centenas de divisões tribais na África, não tem essa de que todos os negros são iguais e irmãos. Tutsi mata hutu, etc.

Sim, seria ideal que após a colonização os africanos tivessem evoluído para modernas democracias e o rumo do desenvolvimento, mas não foi o que aconteceu na maioria dos países, e não dá para culpar os colonizadores por tudo isso. No fundo, você faz a mesma coisa de que acusa os colonialistas: vê os africanos como incapazes de ter responsabilidade pelo próprio destino, como se tudo o que fizessem fosse mera reação ao imperialismo, colonialismo, etc.

"O que é isso frente à 'liberdade" na miséria?'", perguntam os tiranos cubanos, brandindo o IDH.

As estatísticas cubanas são todas mentirosas. E, no mais, eu estava usando o termo liberdade entre aspas, de forma irônica. Não há liberdade alguma no reino de Mugabe.

Mr X disse...

Já que o AN lê o MSM todo dia, nem preciso passar o link para este artigo, que não é sobre os africanos, mas sobre os muçulmanos e sua dificuldade de integração na Europa.

Minha experiência é que a muito débil prioridade concedida à escolaridade de seus próprios filhos, a negligência em sua educação e a falta de motivação para planejar uma carreira profissional, são fatores importantes que conduzem à pobreza. Esses fatores são comuns em muitos muçulmanos, tanto em nossas sociedades quanto nos países muçulmanos. Além disso, uma quarta parte dos jovens muçulmanos na Dinamarca têm antecedentes penais. Uma capacidade para a leitura deficiente, uma forte aversão à autoridade e uma ficha criminal carregada, tornam difícil a obtenção de um emprego bem remunerado. É o comportamento antisocial que o torna pobre, e não o contrário.

Lamentavelmente, muitos políticos vêem a pobreza como a principal causa dos problemas de integração. Penso que é um ponto de vista horrível e unidimensional acerca das pessoas pobres e dos indivíduos em geral. A idéia de que o comportamento das pessoas é determinado pela quantidade de dinheiro que têm no banco é um ponto de vista extremamente limitado.


Mas não vai faltar um esperto afirmando que a solução é "cotas" para muçulmanos nas universidades européias.

Augusto Nascimento disse...

"Mas acho que celebrar a 'liberdade' sob Mugabe, Idi Amin e Mobutu, só porque eles são africanos, é ridículo."
Seria como celebrar a liberdade dos iraquianos ou a vida dos assassinados pelos drones americanos (isso não é terrorismo?), não se faz. Deve ser por isso que eu me limitei a criticar os hipócritas que estão bravos com as pessosas que têm dicionários só porque elas acham que um rei Leopoldo, o Mugabe do Século XIX, é o bastante.
Os maometanos, os negros gaúchos, os americanos que votaram em Obama por causa da maior desde o fim da Segunda Guerra, os nordestinos, os homossexuais, quem critica os padres pedófilos-esses santos do nosso tempo: a lista de pessoas que o MSM e assemelhados consideram indignas de viver começa a ficar maior que a lista de ministérios do governo brasileiro. OK, a Dinamarca expulsa os maometanos. E nós? Temos uma maioria de negros e mestiços. Quem os importou não foram os "esquerdistas", foram seus queridos amigos monarquistas. Fazemos o quê com essas criaturas-na opinião dos "conservadores"- inúteis e incorrigíveis? Expulsamos, esterelizamos ou mandamos para os fornos crematórios?
"A idéia de que o comportamento das pessoas é determinado pela quantidade de dinheiro que têm no banco é um ponto de vista extremamente limitado. Como psicólogo diplomado pela Universidade de Copenhague..."
Muitos observadores apontam que o comportamento de uma sociedade muda quando ela alcança determinados níveis de renda. É bom ver que um psicólogo derrubou toda a teoria. Espero que ele publique a descoberta em um periódico com peer-review em vez de só no Völkischer Beobachter. Ele pode aproveitar para explicar todos os observadores-um deles citado por Milton Friedman em uma de suas obras- que diziam que os japoneses eram incapazes de progresso e todos os que notaram a violência sectária da comunidade japonesa no Brasil durante os anos 40(que valeu a internação de japoneses e quase valeu a proibição da imigração nipônica, esta última medida defendida por Prestes porque comunistas e fascistas são tão parecidos quanto duas lentilhas).

Augusto Nascimento disse...

"As estatísticas cubanas são todas mentirosas. E, no mais, eu estava usando o termo liberdade entre aspas, de forma irônica. Não há liberdade alguma no reino de Mugabe."
Todas, todas? Os cubanos tiraram o primeiro lugar em pesquisa OREAL/UNESCO. Mesmo autores nada, nada simpáticos ao marxismo, como Cláudio de Moura Castro, admitem que o resultado geral cubano é muito superior ao da maior parte da América Latina (e mesmo que fosse muito desinflado ainda seria muito, muito melhor que o do Brasil-fica para você a tarefa de defender as escolas tucanopetistas, boa sorte). Fico curioso: por que "libertar" na marra os africanos em vez de "libertar" os brasileiros (ensinar-lhes a ler, pelo menos)? Titio Fidel está aí para isso (não por muito mais tempo, espero) Desconfio de tanta generosidade neocon.
E não precisam ser os cubanos. Quase todo país comunista, à custa de tirania e assassinatos, transformou terras de ninguém em lugares com estatísticas melhores. Não é difícil achar depoimentos de gente nas antigas repúblicas soviéticas defendendo o modelo antigo (e a maior parte das repúblicas mais pobres não está mais "livre" sem o colonialismo grão-russo). Não é difícil achar casos de gente que, vindo de imensas estirpes de anlfabetos, só aprendeu a ler depois que o terror soviético destruiu as velhas organizações sociais e resolveu educar e "educar" todo mundo na marra mesmo. As estatísticas de Stalin nesse campo são bem melhores que as de Smith se os fins justificam os meios.

Chesterton disse...

Eles são os equivalentes sociais dos seus médicos rodesianos.
chest- não, nemal, é o povo simples e comum que o seguia por todos os lugares. Você é burro de verdade ou só está fingindo?

Chesterton disse...

O que não muda o fato de que eu estou certo.

ches- AN, tem certeza que você não nasceu na Argentina?

Chesterton disse...

Todas, todas? Os cubanos tiraram o primeiro lugar em pesquisa OREAL/UNESCO.

chest- agora você realmente se excedeu! UNESCO carajos?

Augusto Nascimento disse...

"não, nemal, é o povo simples e comum que o seguia por todos os lugares. Você é burro de verdade ou só está fingindo?"
Os médicos rodesianos eram as pessoas comuns? Rodésia era como Cuba em que até as prostitutas são diplomadas (ou até as diplomadas são prostitutas)? Repito: a minoria branca controlova o poder político e a economia de forma implacável. Aos rodesianos comuns, sobravam as migalhas.
"During the war of 'liberation,' her brother had enlisted in the Rhodesian army. One day the nationalist guerrillas came to her village and commanded her parents to tell them where he was, that they might kill him as a traitor to the African cause. But not knowing his whereabouts, her parents could not answer: and so, in front of her eyes, and making her watch (she was 17 years old at the time), they tied her parents to trees, doused them in gasoline, and burned them to death."
Por seu lado, Ian Smith mantinha seu miniapartheidcom flores e bombons, coitadinho.

Augusto Nascimento disse...

"Agora você realmente se excedeu! UNESCO carajos?"
A ONU acerta quando estima o PIB medíocre de Cuba, quando estima o aprendizado dos alunos...

Augusto Nascimento disse...

"AN, tem certeza que você não nasceu na Argentina?"
Sou gaúcho e castilhista.

Chesterton disse...

AN, animal irracional, as guerrilhas que fizeram o que seu texto descreve era negra-africana. Muitos fazendeiros brancos morreram da mesma maneira. Ian Smith tinha tal estatura, que nem Mugabe ousava mandar prendê-lo....de MEDO!
Só pode estar fingindo que não entendeu.
A ONU superestima a economia cubana, o que se sabe da realidade é descrito por residentes e fugitivos.

Augusto Nascimento disse...

Eu SEI, eu me referi a Smith com "por seu lado" justamente porque o trecho imediatamente anterior-vindo de Dalrymple- se referia aos negros. Dalrymple citou o terror negro (o dos donos da terra invadida). Como ele acha que os brancos mantinham a ditadura? Com flores e bomboms? O próximo texto dele será uma dura denúncia da resistência francesa, que não tinha nada que ficar chateando os alemães? Por que será que a derrota do invasor branco irrita tanto Dalrymple a ponto de fazer com que ele feche os olhos para as atrocidades dos capangas de Smith?
"A ONU superestima a economia cubana, o que se sabe da realidade é descrito por residentes e fugitivos."
Os comunistas do CIA Factbook atribuem a Cuba PIB per capita pouco inferior ao do Brasil (que os gênios da CIA tenham calculado o PPP de uma país regido pela libreta, pelo racionamento e pela economia informal é uma das coisas que me fazem pensar se o o governo americano é tão estúpido quanto a soma de suas partes). Os imbecis nem repararam que a estimativa que eles fazem é incompatível com a análise-mais lúcida- que eles fazem da decadência da economia cubana. Aceite um conselho: fique com as estimativas da ONU, elas, provavelmente, são menos estúpidas. Aliás, mesmo a estimativa de PIB sem considerar PPP parece alta demais.

Harlock disse...

Salve.
Pelo menos isso pode se dizer de bom da Africa: Temos um oceano nos separando dela, pois se dependessemos de uma pocinha como o Mediterrâneo ou (pior!) de uma fronteira seca, seria o horror... o horror...

Mr X disse...

o horror... o horror...

No contexto, a citação ao Heart of Darkness é bem apropriada.

Augusto Nascimento disse...

Para o pessoal impressionadíssimo com os depoimentos de velhos africanos com saudades do colonialismo, convém ler reportagem de Veja no vigésimo aniversário da morte de Stalin (em 1973), dando conta de que os velhos soviéticos de então sentiam saudades do "Guia Genial" e que, quando Stalin aparecia em filmes, era aplaudido nos cinemas. Se fossem coerentes, nossos direitistas defenderiam o Gulag. Como são só oportunistas...

Anônimo disse...

Coitados não conseguem ressolver uma crise de nada e ainda acham que vao resolver os problemas do mundo,deprimente e saber que ainda se achao os donos do mundo.Acordem seus anencefalos!!! ja é possível existirem potencias africanas,eles possuem mais recursos naturais ,vcs sao dependentes do petróleo árabe,os asiáticos(por incrível que pareça ate a china) ja esta ganhando a guerra capitalista,acorde pra vida!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

alien13 disse...



ISLAMOFOBIA...

TODOS OS MUÇULMANOS PRECISAM SER EXPATRIADOS DA EUROPA E DE TODOS OS PAÍSES CIVILIZADOS, PARA O ORIENTE MÉDIO!

ENQUANTO NÃO SAIREM, DEVERÃO SER CONFINADOS EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO, ONDE PODERÃO COLOCAR NO PORTÃO DE ENTRADA: "EURÁBIA", COMO SONHAVAM.

Antes de mais nada, ISLAMISMO NÃO É RELIGIÃO, mas, é uma SEITA PEDOFÍLICA E POLÍTICA, na qual a pedofilia é legalizada por lei do ISLÃ.

A realidade: os cristãos ou membros de outras religiões não enviam assassinos para matar no Oriente Médio, porém, os muçulmanos enviam suas facções Terroristas, sob o pretexto que são "Fundamentalistas Islâmicos", para matar no Ocidente.
Muçulmanos recolhem dízimos nas Mesquitas, para o Terrorismo, então são cúmplices.

No Oriente Médio, constantemente, estupram, mutilam e matam cristãos e membros de outras religiões.

Por que então, temos que os tolerar na Europa e em outros países civilizados, se eles nos odeiam e matam?

Os islamitas seguem, rigorosamente, o que está escrito no CORÃO (escrito pelo pedófilo Maomé, que chamam de Profeta), por esse motivo a PEDOFILIA é legalizada pela lei do ISLÃ.

Também, nesse livro satânico que chamam de sagrado, o CORÃO, está escrito que todos têm que serem convertidos ao islamismo ou assassinados, de acordo com a tal "Guerra Santa", que de santa não tem nada.

Nos noticiários, poderemos saber das atrocidades que praticam nas indefesas aldeias e pequenas cidades da África: estupram suas meninas e jovens, e matam todos os homens, para que não mais procriem: os "Cães Infiéis, ao Maomé" (como chamam todos que não são muçulmanos). Em seguida obrigam suas vítimas a colocar o véu, e as transformam em muçulmanas, contra a vontade delas.

Depois alegam, descaradamente, que islamismo é a "religião" que mais cresce no mundo.

Entre outras perversidades: estupros de mais de seiscentas meninas e adolescentes, obviamente virgens, como foi amplamente divulgado na Itália. Na Inglaterra estupraram centenas de meninas, também amplamente divulgado. Assim como em todos os países europeus, onde estão infiltrados, acontece a mesma coisa.

Ainda, picham todas as Igrejas nos países europeus, que os acolheram, onde podemos observar que apenas as Mesquitas não estão pichadas. Se fosse obra de pichadores, as Mesquitas também estariam.

Depois reclamam da ISLAMOFOBIA?

E, viva a ISLAMOFOBIA, que varrerá do mundo, a chaga da humanidade, o islamismo, e suas perversões sexuais: a pedofilia