domingo, 29 de agosto de 2010

Poema do domingo

Braços

Braços nervosos, brancas opulências,
brumais brancuras, fúlgidas brancuras,
alvuras castas, virginais alvuras,
latescências das raras latescências.

As fascinantes, mórbidas dormências
dos teus abraços de letais flexuras,
produzem sensações de agres torturas,
dos desejos as mornas florescências.

Braços nervosos, tentadoras serpes
que prendem, tetanizam como os herpes,
dos delírios na trêmula coorte ...

Pompa de carnes tépidas e flóreas,
braços de estranhas correções marmóreas,
abertos para o Amor e para a Morte!

Cruz e Sousa (1861-1898)

4 comentários:

Mr X disse...

confetti, é você?

c* disse...

non !

vc deve ter bebido se pensou que eu fosse o "anonimo" que vandalizou o poema !


( gostei desse poema nao...muito chatinho...)

Chesterton disse...

Kajuru poeta

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/a-plateia-nao-tirou-o-chapeu-para-lula/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+augustonunes+(Augusto+Nunes)

Anônimo disse...

'Opulescente' sensualismo neste poema.
Levando-se em conta de que essas comportas ainda estavam quase cerradas em sua época, o cara talvez tenha até sido um precursor.
Em Santa Catarina é muito cultuado.
Ao ler o poema fico matutando no quanto perdemos (ou ganhamos?)com a cultura da imagem, essa que arreda as palavras.

Cecilia