Nos começos do blogue, antes de ficar obcecado com a "decadência ocidental" e outras bobagens, eu escrevia muito sobre o Oriente Médio. Depois, cansei. Simplesmente pensei que, além do Brasil e em segundo plano os países latinos vizinhos, a minha bagagem cultural tinha mais a ver mesmo com Europa e EUA, o o que me preocupava mesmo era o possível triste fim dessas duas regiões do planeta devido ao esquerdismo, ao multiculturalismo e à globalização. Pensei: o Oriente Médio que se exploda!
Mas hoje, assistindo aos jornalistas da CNN extasiados com a vitória da Irmandade Muçulmana nas eleições do Egito (não via jornalistas tão contentes desde a vitória de Obama), penso que talvez tenha me enganado. O que acontece no Oriente Médio, cedo ou tarde, termina repercutindo no resto do planeta. Talvez ali seja mesmo o umbigo do mundo!
Os muçulmanos continuam demonstrando que o que querem mesmo é islamismo radical. Estejam em seus países, nos EUA, ou na Europa. Dêem-lhes uma chance de votar, e eles vão escolher o candidato mais fanático e menos secular de todos. Até existe uma minoria de moderados ou ocidentalizados, mas são isso, minoria.
O que acontecerá com os cristãos coptas, no Egito, não dá para adivinhar, mas provavelmente não será boa coisa.
Se isso afetasse apenas seus países, tudo bem. Porém, cada vez mais o destino dos muçulmanos está ligado ao dos ocidentais. Nas recentes eleições da França, foram eles que decidiram o voto em favor de Hollande. Nos EUA, o que não contam (ainda) como número de votantes, contam com pressão devido ao medo de atentados e simpatia na mídia (A Christiane Amanpour da CNN ontem estava ganindo de felicidade, e não houve um príncipe saudita que comprou metade da Fox News?). E no Brasil? Um leitor manda uma reportagem mostrando que os jovens negros da periferia brasileira estão se convertendo ao Islã, como resposta ao "racismo da sociedade". Era só o que faltava!
Graças aos muçulmanos, viajar, que era para ser uma actividade prazerosa, virou um inferno. Você precisa praticamente ficar pelado para poder passar pela revista dos aeroportos, e se vai de trem fica com a paranóia de que aquele muçulmano que entrou de mochila venha fazer "bombar" as suas férias.
Eu preferia não ter que me preocupar com tudo isso. Infelizmente, especialmente na Europa, os muçulmanos têm cada vez maior relevância. Vai ser impossível ignorá-los.
E, mesmo no Oriente Médio, esses novos governos islâmicos que estão surgindo não vão ser uma boa coisa, no mínimo vão explorar ainda mais os atentados contra civis ou chantagear os outros países com ameaças para receberem mais dinheiro, ou vão encher o saco com o aumento no preço do petróleo, e na pior das hipóteses vão começar uma nova guerra que terá ramificações mundiais.
O que podemos fazer?
Como eu gostaria de não ter que me preocupar com os muçulmanos e sua religião, mas, pelo jeito, vou ter que continuar escrevendo sobre isso…