É cedo ainda para celebrar, pois não é muito claro o que isto significa. A curto prazo, uma crise econômica e política é o que parece mais possível. A longo prazo, não é nem mesmo certo que a saída da União Européia reduza a imigração de terceiromundistas no país bretão. A maioria dos imigrantes na Inglaterra são pakis e hindus que vieram através das ex-colônias, e não via União Européia. O que vai ficar mais difícil é para os vários italianos, franceses, tchecos e polacos que vivem e trabalham no Reino Unido, isto sim.
Não acho de todo ruim a União Européia, é bom poder viajar pela Europa sem fronteiras -- porém, seria melhor se fosse de fato uma união pela interesse dos povos europeus, e não a favor de uma junção com o Oriente Médio e a África, como a que os eurocratas estão empurrando.
De qualquer forma, o nacionalismo nada significa se não for aliado a uma saudável renascença cultural. O que estamos vendo hoje em dia é algo bem curioso, um tipo de nacionalismo misturado com globalismo, no qual fica proibido de tentar entender por quê o nacionalismo existe em primeiro lugar.
Por exemplo, no outro dia lendo uma matéria da grande mídia sobre as celebrações independentistas no Quebec, região francesa do Canadá, falava-se sobre os novos imigrantes que já representam 30% da população. Um senegalês casado com uma canadense branca e um casal afegão com três filhos eram mostrados como exemplo do novo povo. Todos em fotos alegres segurando bandeirinhas da região.
Na Catalunha também fala-se muito em independência mas está proibido associar com critérios étnicos, apenas linguísticos. E a Lega Nord da Itália que quer separação do norte italiano já teve prefeita negra e agora colocou um nigeriano como seu especialista em "segurança e imigração". Parece que esses "padanos" gostam mais de árabes e africanos puros do que de sicilianos e napolitanos.
A independência significa zero se não for relacionada com critérios majoritariamente étnicos. Uma minoria de outras origens até pode se estabelecer em um dado local e se assimilar, mas as maiorias precisam ser da região e fim de papo. Branco com branco, preto com preto e chinês com chinês. Católico com católico, protestante com protestante, e muçulmanos fora. Divisão étnica e religiosa sempre leva a divisão política, quando não a guerra. Por que é tão difícil de entender?
Os 50 países mais violentos do mundo ficam na América Latina, Oriente Médio e África, e são em sua maioria países de maioria não-branca e muito divididos em termos de etnia, cultura ou religião. Alguém, além das miseráveis e corruptas elites globalistas, quer sinceramente que o mundo inteiro fique assim?
E, no entanto, o voto Brexit foi, também ele, dividido. E quem votou mais pela saída foram os mais pobres e os mais velhos. Os jovens de 18-24 anos votaram em grande maioria por permanecer; os maiores de 60 anos votaram em maioria para sair. Alguns jovens até reclamaram. "Por que esses malditos velhos brancos não morrem logo", alguém tuitou.
Outros tuítes e comentários de reações pela rede:
"Uma limpeza nacional está em ordem. Os velhos não tem mais utilidade, vamos apagá-los."
"Os votos dos jovens deveriam contar duas vezes mais do que o dos velhos, pois eles são o passado e nós o futuro."
"Esse absurdo que é o Brexit, os fenômenos Cunha e Bolsonaro no Brasil, as fobias a mulheres, gays, discriminados, tudo isso me parece ter um ponto comum: o mundo mudou tão depressa que os pontos de referência tradicionais dançaram. É frequente os que se sentem sem rumo, sem referência, fugirem para o passado, o retrógrado, as certezas pobres." (Renato Janine Ribeiro)
"É triste que os jovens terão que pagar pelo erro de suas vovós malucas."
"Velhos brancos racistas e assustados estão arruinando tudo para todos."
"Nunca subestime o poder dos brancos de votar a favor do racismo contra seus interesses econômicos."
"Parabéns velhotes vocês foderam com nosso futuro!"
Seja o que for que vier a acontecer, não vai ser fácil, mas a maré está mudando. Este é apenas o primeiro capítulo de uma longa história.
O globalismo utópico fracassou, é hora de procurar alternativas.