domingo, 31 de março de 2013

Poema do Domingo

Easter, 1916

I HAVE met them at close of day
Coming with vivid faces
From counter or desk among grey
Eighteenth-century houses.
I have passed with a nod of the head
Or polite meaningless words,
Or have lingered awhile and said
Polite meaningless words,
And thought before I had done
Of a mocking tale or a gibe
To please a companion
Around the fire at the club,
Being certain that they and I
But lived where motley is worn:
All changed, changed utterly:
A terrible beauty is born.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Para onde vai a Igreja Católica?

O grande Lawrence Auster faleceu nesta sexta-feira, há poucas horas. Estou muito triste. Era a minha leitura de todo dia. Agora, quem vou ler? É provável até que acabe com o blog (agora, a sério), afinal, não terei mais de onde copiar idéias.

Que Deus o tenha. Pouco antes de morrer, ele converteu-se ao Catolicismo. (De origem judia, era já convertido ao Cristianismo, só que ao Anglicanismo). Morreu na Sexta-Feira Santa. Ressuscitará ao terceiro dia? Pouco provável. Mas enfim. Requiescet in pace. 

Eu também sou Católico. Não muito praticante, é verdade. Mas ainda gosto da Igreja Católica. Quando estive na Itália, entrava em todas as Igrejas que podia. Às vezes, rezava. Deus não atendeu minhas preces, mas, é como diz aquele ditado russo, "reze, mas não deixe de remar." Eu muitas vezes não remei, fiquei à deriva. Remar cansa muito.

Tenho um "amigo" ateu no Facebook. Vive postando críticas à religião. O seu último post foi um cartum imbecil sugerindo que os religiosos não gostam de biologia, que são ignorantes, amantes do obscurantismo e inimigos da ciência. Repliquei comentando que isso não era verdade, e que o pai da genética, Gregor Mendel, era um padre católico. Desde então, ele não fala mais comigo.

Há algo de infantil no ateísmo militante. Tanto que a maioria das pessoas descobre o ateísmo na adolescência. Muitos até se vangloriam disso. "Deixei de acreditar aos doze anos!" Mas nessa idade ainda estamos em formação. Dá para levar a sério uma descoberta intelectual realizada nessa idade?

De qualquer modo, eu tampoco encontrei ainda a iluminação ou qualquer sinal de Deus. Simpatizo com a Igreja Católica, é tudo. Porém, não sei ainda o que vai acontecer com ela. Desconfio um pouco do novo Papa e sua humildade excessiva. Sim, sei que ele é Jesuíta e que é seguidor de São Francisco de Assis, mas mesmo assim. Argentino humilde é uma coisa muito estranha, não? Espero que ele não seja muito ligado ao pessoal do Leonardo Boff.

A verdade é que a Igreja Católica, como o Ocidente, está em crise. Em alguns casos, torna-se até parte do problema, com seus padres gays e sua teologia da libertação. É um alvo fácil dos esquerdistas. Criticar a Igreja Católica, hoje, é muito fácil. (Já criticar o Islã...)

A contribuição da Igreja Católica à arte Européia é inestimável (o protestantismo, por sua proibição de imagens, nem chegou perto). O Vaticano, para quem visitou, é um dos lugares mais impressionantes do mundo.

Mas o Vaticano também tem sua importância política, ainda que hoje esteja muito reduzida. "Quantas Divisões tem o Papa? perguntou uma vez Stalin, ironizando. Não se dava conta que o poder da Igreja é outro. Tanto que o Império Soviético foi derrotado, também, graças à ajuda de João Paulo II.

Desconfio que o destino do mundo ocidental, e em especial europeu, ainda estará ligado ao destino da Igreja Católica.

Descanse em paz, Lawrence Auster.

E Boa Páscoa a todos.




P. S. Para quem não conhecia o Larry Auster e não se atreve a ler em inglês com o Google Translator, existiam algumas traduções de seus escritos ao português. Lamentavelmente, a maioria era publicada pelo (também falecido?) Dextra, antes dele virar anti-Cristão, e sumiram para sempre. Um dos seus textos mais difundidos na língua de Camões é um sobre a inteligência e as raças, mas que na verdade está longe de ser o seu melhor trabalho. Sua obra-prima é "O Caminho para o Suicídio Nacional", um texto mais longo sobre a decadência dos EUA através da imigração. O melhor que ele fez, fora isso, foi a brilhante descrição da mentalidade progressista, em textos como a "Lei de Auster sobre relações entre maiorias e minorias", entre outros.  

De qualquer modo, eu acho que a importância de Auster está muito além dos seus escritos. Para muitos de seus leitores, que se encontram por toda a blogosfera, foi um mentor, um líder, uma pessoa com quem conversar. Tive a oportunidade de corresponder-me com ele por e-mail um par de vezes, e sempre foi simpático. Ao contrário de muitos blogueiros da chamada direita, uma das coisas chamativas em Auster era sua falta de ódio. Nunca escreveu com ódio contra minorias étnicas ou raciais, e nem mesmo contra esquerdistas, mesmo quando era duramente crítico destes. Acho que tinha um talento especial para fazer as pessoas pensarem em coisas que normalmente não pensariam, e para colocar em palavras o que outros pensavam, mas não sabiam expressar. Sua influência intelectual deve continuar através de seus seguidores.  

quarta-feira, 27 de março de 2013

Dá para falar de raça sem racismo?

Tem aquelas pessoas que, quando são acusadas de racismo, dizem: "tenho um amigo negro." Bem, eu não tenho, não. Mas tenho uma conhecida negra. Bom, não a conheço pessoalmente, mas jogamos Palavras Cruzadas online. É muito inteligente, ou ao menos tem um ótimo vocabulário: sempre ganha, a maldita.

Tenho também uma amiga judia. Ao contrário do estereótipo, é loira, não é de esquerda e é bem politicamente incorreta. No outro dia ela me confessou que detesta ciganos. (Parece que os ciganos tem um lobby muito fraco, é bem mais aceito falar mal deles do que dos negros, dos gays, dos judeus ou dos índios, até a esquerda o faz).

Tenho também um, não diria amigo, mas conhecido mexicano que é mistura de tudo: parte índio, parte negro, convertido ao judaísmo, e algo me diz que é gay também. Apesar da fama de preguiçosos dos latinos, é muito estudioso e foi aceito para fazer pós em uma importante universidade americana.

Estou querendo dizendo o que? Nem sei. Acho que o seguinte: pela minha experiência no blog, a maioria das pessoas, nesse delicado tema, ou está num extremo ou em outro. De um lado, os que dizem que raça não existe, que não existe nenhuma diferença genética entre os povos, e que notar padrões de comportamento é racista. Ou seja, vêem só o indivíduo e não o grupo.

Do outro, estão aqueles que só conseguem ver o grupo sem separar os indivíduos, e afirmam que raça é o determinante de tudo, que os pretos isto, que os ciganos aquilo, que os japas e índios aquilo outro. Quase sempre aspectos negativos. Não conseguem ver pontos positivos, isolar o indivíduo do grupo ou entender que a cultura também é importante.

(Questão relacionada: o novo Papa é "latino"? Genéticamente italiano, culturalmente argentino, qual é mais importante para vocês?)

Bem, acho que sou um dos poucos moderados nesta história toda, que se encontram na metade do caminho. Para mim, a genética é um dos fatores desta vida, mas definitivamente não o único. E, de qualquer modo, mesmo a genética se modifica ao longo do tempo e das gerações. Cultura e genética estão constantemente influindo uma na outra, de modo que fica até difícil separar.

Quem veio antes, o ovo ou a galinha?

No mais, independente de tal ou tal comportamento e/ou tendência ser "cultural" ou "genético" (ou mais provavelmente uma mistura dos dois), acho que é bastante claro que existem diferenças de comportamento médio entre os grupos. E nesse sentido não falo apenas dos grupos raciais principais, mas mesmo de grupos intra-étnicos: há diferenças comportamentais entre alemães e italianos, turcos e árabes, japoneses e coreanos, etc. É verdade que os estereótipos étnicos (asiático estudioso, italiano corrupto,  etc) não vem aleatóriamente do nada: são meramente uma "média" meio caricaturizada do comportamento grupal. Mas isso não quer dizer que isso seja característico de todos os indivíduos, o tempo todo! Eu já conheci japonês burro e preguiçoso. Até alemão com senso de humor já conheci.

E, como eu disse, tudo muda. Pode até ser verdade que hoje não haja países africanos que tenham um alto nível de civilização. Mas quem sabe daqui a vinte, trinta, duzentos ou mil anos isso não vai mais ser verdade. Pode também que nós ocidentais degringolemos e os chineses nos superem de vez. Nada é certo nesta vida, fora os impostos e a morte.

O que quero dizer, basicamente, é que não se pode ser de todo dogmático, certo?

E viva a diversidade humana, que o mundo é belo porque é vário.

Casamento cigano (na verdade, travelers irlandeses).

segunda-feira, 25 de março de 2013

Acordem-me quando o inverno acabar

O Inverno da Civilização, entenda-se.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Esqueçam o que escrevi

É culpa minha, suponho. Eu devia ter me dado conta que tudo o que se escreve tem conseqüências. Que tudo pode ser bem ou mal interpretado, e que um texto, uma vez publicado, já não pertence mais ao escritor mas ao leitor.

Eu falei tantas vezes que ia sumir, que no fim, ironicamente, foi o leitor quem terminou sumindo.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Babel

O velho esbarrou em uma mulher no ônibus que ficava atravancando o seu caminho. Ao descer, esbravejou: "stupid Armenian bastards!"

Não sei qual era a nacionalidade do velhote. Talvez fosse turco. Turcos e armênios não se bicam. Mas isto ocorreu em um bairro armênio de Los Angeles, então poderia ser apenas resultado do stress. Os armênios, dizem as más línguas, são meio antipáticos, muito etnocêntricos, endogâmicos, maus motoristas e envolvidos em fraude com cartão de crédito. Mas, fora isso, são boa gente. O bairro em que moram é um dos mais seguros de Los Angeles, o que não é pouco.

Bem, mas o que eu queria dizer é que a maioria dos povos, por uma razão ou otra, em geral se odeiam. Até coreanos e japoneses, que pra nós parecem iguais, não se suportam. Dizem que suecos e noruegueses também tem uma longa rivalidade, e não falemos dos franceses e dos ingleses. Quem inventou o multiculturalismo e achou que todos os povos iam de repente viver em paz, não sabia o que estava fazendo. Ou talvez soubesse bem demais. Talvez o multiculturalismo exista mesmo para criar o caos. Dividir e conquistar. Gerar um povo desunido, em briga entre seus diversos grupos e clãs. Não sei. O fato é que essa visão do multiculturalismo como uma utopia na qual os povos, devido ao contato mais próximo, passam a se conhecer e se relacionar melhor, é balela. "Good fences make good neighbours", dizia o poeta Robert Frost. Bons muros geram bons vizinhos.

De todos modos, o multiculturalismo é um efeito natural de duas coisas: um, impérios e sociedades afluentes sempre atraem outros habitantes em busca de fortuna, e dois, a tecnologia atual potencializa esse efeito. Portanto ainda vai continuar por um bom tempo. Não é de todo ruim: há pessoas interessantes em todos os povos, e é possível encontrar ótimos restaurantes etíopes, indianos e coreanos em qualquer lugar de Los Angeles.


terça-feira, 12 de março de 2013

Chavez vive!

Não cheguei a falar sobre a morte do Chávez porque estava muito ocupado abrindo o champanhe. Não, sério, na verdade, foi porque achei que não tinha muito a dizer que já não tivesse sido dito melhor por outros. Mas tem uma coisa que eu fiquei me perguntando que é o seguinte: será que a Venezuela mudou mesmo muito com o Chávez (pra pior ou pra melhor)?

Não conheço a Venezuela, e não acho que jamais tenha sido uma maravilha, mas a impressão que tenho pelas noticias e pelos poucos venezolanos que conheci exilados no exterior foi que piorou para a classe média, melhorou para alguns amigos do Chávez, e que, para os pobres, apesar de todo o discurso, ficou mais ou menos igual. Os dados indicam que houve um leve aumento no poder aquisitivo dos mais pobres (que ocorreu em toda a América Latina no mesmo período), mas o crime e a inflação na Venezuela aumentaram muito (o crime em Caracas, quase 400%). A bonança do petróleo a preço alto perdeu-se quase toda entre a burocracia e a corrupção, o dinheiro sendo utilizado para aparelhar o Estado mais do que para construir uma infra-estrutura decente no país. Ou seja, não mudou muito. Então, qual a razão para a popularidade do Chávez, em especial entre as classes baixas?

Talvez seja que eles se identificam com o líder indígena de origem humilde que chegou no topo. Ou talvez seja que basta pouco para contentar os pobres: um trocado aqui, uma bolsa-família ali. Vemos a mesma coisa em muitos outros países latino-americanos: desconfio até que a falta de escolaridade de Lula foi mesmo um truque para mantè-lo mais "próximo ao povo" do que ele realmente é. Na Argentina, ainda hoje, décadas depois de sua morte, Perón ainda é popular, muito embora tenha praticamente destruído a Argentina, que antes de seu governo já fora um país próspero. Mas é o mesmo sistema que se repete, percebam: um caudilho popular, "amigo do povo", muito embora pouco faça de concreto pelo povo além do que dar algumas esmolas, uma que outra lei, e muitas palavras vazias. 

Chávez morreu e está no Inferno, mas outros líderes similares irão surgir, talvez seja a sina da América Latina, quando o que precisaríamos seria de alguém como o Lee Kwan Yew. E, claro, outro povo.

Herói ou vilão? Nenhum, só mais um caudilho pateta.

Esquerdofobia

Passei uns dias numa conferência esquisita, uma espécie de Fórum Social Mundial local numa universidade no norte do estado, cheia de esquerdistas das mais variadas espécies, acadêmicos esquerdoidos e representantes de grupos de imigrantes como La Raza, além de um grupo de trabalhadores latinos que iriam participar de um protesto depois. Não, não virei de esquerda, fui fazer um trabalho paralelo mas deu pra assistir um pouco do que rolou. Foram dias infernais nos quais percebi algumas coisas interessantes e também tristes:

sexta-feira, 1 de março de 2013

Crianças do século XXI

Um suposto amigo no meu Facebook mandou-me uma notícia sobre os pais de um menino de seis anos que querem processar a escola porque não deixam o garoto utilizar o banheiro feminino. Para os pais, o menino sofre de "transtorno de gênero" e diz ser menina, sendo tratado como tal até pelos coleguinhas.

O infeliz que me mandou a notícia disse ainda estar sentindo-se "orgulhoso de viver no século XXI." Respondi dizendo que achava que era uma tristeza fazer isso com uma pobre criança, que o sexo não pode ser mudado por mera força mental, e que eu pessoalmente preferiria viver no século XIX.

Ele não é mais meu amigo no Facebook... :'-(

Mas, sinceramente, que tais loucuras sejam não apenas toleradas como celebradas é um absurdo, e mostra que vivemos em uma era doente. Nem crianças estão a salvo? Que os próprios pais incentivem isso ainda por cima, e apareçam em programas de televisão e coloquem a foto do filho travestido em dezenas de jornais, me parece trágico e triste.

Como diz um dos comentaristas na matéria americana original, "meu filho tem seis anos e acredita ser o Super-Homem. Deveria eu incentivá-lo a pular pela janela para que tente voar?"

Para quem acha a comparação inválida, saiba que "virar mulher" é tão impossível quanto voar, e que incentivar uma criança a fazer tudo o que quer pode ser perigoso.

É claro que os pais estão usando o próprio filho como um mero objeto em seu ativismo insano, o que torna tudo mais terrível e nojento. Está bastante claro que os revolucionários de hoje querem acabar com as distinções entre os sexos, algo impossível, ilógico até, mas é o que querem. Uma das principais bandeiras dessa luta parece ser a de querer acabar com os banheiros separados para cada sexo.
O cartunista travestido Laerte já virou herói progressista, e vejam aqui um banheiro em uma universidade americana:



"Auto-identificado como homem". Nada é mais ilustrativo da idéia progressista de que você é o que você quer ser, e dane-se a biologia. Somos "todos iguais" pela mera força do desejo. Os gêneros não existem. Sim, e eu posso voar, se quiser.

O triste é que essa criança provavelmente vai crescer muito confusa, e quem sabe no futuro tente até tomar hormônios femininos ou fazer uma "cirurgia de troca de sexo". Aliás, um estudo médico recente concluiu quatro coisas sobre tal tipo de cirurgia:

1) Mutila um corpo são, sendo portanto contrária ao princípio ético de "primeiro, não fazer mal".
2) É sugerida para pessoas que "acreditam estar no corpo errado", portanto trata-se de uma solução física para um problema psicológico, sendo mais fácil e menos danoso mudar o desejo do que o corpo.
3) A cirurgia não cumpre o que promete, não realiza uma real "troca de sexo", portanto não tem benefícios reais.
4) É irreversível, modificando permanentemente alguém que talvez sofra apenas de uma condição psicológica temporária (há mais de um caso de pessoas que se arrependeram depois da cirurgia, e alguns até cometeram suicídio).

Tais cirurgias deveriam ser proibidas, no entanto ocorrem cada vez mais, muitas vezes pagas com dinheiro público.

Ah, outra coisa que nota-se muito hoje em dia é o extremo narcisismo dos progressistas, às vezes prejudicando os próprios filhos em prol de sua causa. Desde os pais que criaram uma tempestade em copo d'água devido a um comentário infeliz para com seu filho adotivo negro, aos atuais pais que se incomodam por uma decisão bastante sensata da escola, todos tornam-se ultra-sensíveis ao menor limite imposto à sua "liberdade".

Bem-vindos ao admirável Século XXI! Diga a verdade, você não está orgulhoso também?

Orgulho e vaidade.

A nova aristocracia

Muitas pessoas acreditam que a aristocracia acabou, que não existem mais nobres vivendo no bem-bom enquanto outros suam a camisa e que, graças à democracia, agora todos somos iguais e vivemos sob um sistema meritocrático onde qualquer um pode subir de classe social, basta o esforço, o trabalho e a educação...

Pausa para gargalhadas: Quá, quá, quá!!!!!

A verdade é que a aristocracia não acabou, as aristocracias modernas são apenas diferentes por não se basearem exclusivamente na hereditariedade (embora ainda sejam em grande parte hereditárias) e por terem um tipo diferente de apetrechos: sai a coroa e a carruagem, entram os agentes secretos e as limusines. A classe política é a nova classe de nobres (no Brasil, "trabalham" três dias por semana por salários bastante superiores ao da maioria das profissões, sem falar nos extras.)

Nos EUA, no entanto, não está ficando muito diferente. Este divertido artigo do Mark Steyn fala sobre a presidência Obama, comparando-a com a família real britânica. Em apenas duas viagens de férias, Obama e Michelle gastaram mais do que a família Rainha da Inglaterra em um ano. (Bem, não foram eles que gastaram, foi o cidadão. Uma viagem com o Air Force One custa aos contribuintes em torno de 181 mil dólares por hora de vôo, sem falar nos outros gastos com serviço secreto, etc.). Segundo um recente estudo, o custo anual da presidência Obama (tudo pago pelos impostos do cidadão americano) somou 1.4 bilhões, vinte vezes mais do que a família britânica e mais até do que a soma de todas as famílias reais européias.

O curioso é que os gastos da família real britânica, embora bem mais modestos, foram duramente criticados pela mídia, enquanto os gastos de Obama foram ignorados ou até aplaudidos. A mídia americana parece ter virado sucursal da revista Caras, só faz celebrar o casal presidencial, e a Primeira Dama até Oscar entregou.

Enquanto no Brasil as pessoas acham um absurdo que Renan Calheiros gaste 22 mil reais em um spa anti-stress, os americanos raramente reclamam dos gastos da família Obama, muito embora o país esteja à beira de um precipício fiscal.

Democracia? Besteira. Como dizia Mark Twain, "se votar fosse importante, não nos deixariam fazê-lo". A classe política, lá, aqui ou acolá, é uma nova aristocracia, com a única diferença que é muito mais poderosa do que a de antes, e que apenas finge ser simpática ao povão, afinal, de quatro em quatro anos tem eleição.

Perto dos Obama, realeza britânica é miniatura.