segunda-feira, 13 de julho de 2015

No limite da paciência

No outro dia, li um artigo sobre uma gorda. Nem era um artigo, era uma dessas porcarias do Buzzfeed, é o que passa por jornalismo hoje em dia.

Vejam a história: ela estava numa loja de roupas, aí uma menina e sua mãe passaram, a menina pegou uma camiseta xxx-large, e dise, "Olhe mamãe, dentro desta aqui cabemos nós duas!" Mãe e filha riram.

A gorda chorou.

Depois, humilhada mas tomada de coragem, ela comprou a camiseta. E tirou fotos e postou no Feice. E agora o Buzzfeed está apontando esse ato ridículo como um exemplo de heroísmo.

Heroísmo? Heroísmo seria essa gorda inútil ficar um dia sem comer donuts!

Vivemos em um tempo super-sensível, em que todos choram e reclamam por qualquer coisinha. "Me chamou de gorda!"; "Me chamou de crioulo!" "Buá, buá!"
 
Isto quando eles não tomam as dores de outros e viram "Paladinos da Justiça Social", essa raça insuportável de ativistas da dor alheia.

No outro dia um branco progressista foi participar dos protestos dos negros em Ferguson. Apanhou. "Não queremos branquelos aqui!", lhe disseram. Bem-feito! Se eu estivesse lá, provavelmente entraria na briga. Do lado dos negros! Certos tolos merecem apanhar.

Bem mais sábios são os judeus, que contrataram mexicanos para protestar contra os gays. É meus caros, estamos chegando na era dos protestos terceirizados. Não me espantará se começarem a utilizar mão de obra chinesa para realizar protestos massivos. Bem, mas o MST por décadas não tinha já militantes pagos, "camponeses sem-terra" que nunca viram uma enxada? Então, nada de novo no front. 

Chineses, de qualquer forma, parecem ser os asiáticos mais revoltados, sempre prontos a protestar. No outro dia por exemplo, houve um protesto contra uma mostra em um museu que quis promover o quadro de Renoir "La Japonaise", que mostra a esposa do pintor vestindo um kimono. É que o museu teve a idéia de colocar um kimono à disposição dos visitantes, para que vestissem e tirassem fotos. Nada de mais, certo? Errado! "Isto é orientalismo!", gritaram os Paladinos da Justiça Social. "É racismo! É apropriar-se da cultura alheia", bradaram.

O engraçado é que não havia nenhum japonês no protesto. A líder (a do meio na foto) era chinesa, a outra parece filipina ou vietnamita, e a terceira é indiana ou paquistanesa, e provavelmente enganou-se de protesto. Os outros nomes citados na reportagem são Siyuan e Wang, que são nomes chineses. O único japonês que apareceu foi para protestar a favor. 

E os "homens feministas"? Nossa, esses são ainda piores. Eles juram que vão conseguir alguma garota assim. Se acham mesmo isso, são ainda mais ignorantes da psicologia feminina do que eu. É mais fácil uma mulher ficar com um cafajeste sexista do que com eles.

Está certo, eu também reclamo demais. Vivo choramingando contra os males existentes hoje no Ocidente. "Mamãe, eles estão querendo acabar com a raça branca e a cultura tradicional! Buá, buá!"

Ora, é preciso parar de chorar. A vida só te deu limões? Esprema-os nos olhos para usar como colírio e peça mais!

Só você não percebeu ainda, a vida é uma gigantesca plantação de limões. Se só ganhar limões, agradeça aos céus! Outros ganharam AIDS, ou câncer!

É, meus caros, a vida é uma batalha perdida, e chorar não adianta nada.

Por isso meu caros, vou também deixar de reclamar. Ando ranzinza demais, ultimamente!

Não, não vou falar de coisas divertidas, positivas e alegres, pois não vejo graça nisso: vou é embora. 

Adeus!

Mr X na vida real (foto recente)

sábado, 11 de julho de 2015

A inveja move o mundo

Está saindo uma nova série documental chamada "White People". Foi criada por um mexicano filipino imundo ilegal e gay homoafetivo que mora nos EUA e por motivos desconhecidos ganhou um prêmio Pulitzer. A série parece querer inculcar ainda mais nos americanos brancos a culpa em relação às tais "minorias", que cada dia aumentam mais: um dos temas principais é o "privilégio branco".

Privilégio branco? O que será isso? Nunca fui convidado para participar do clube, porém é verdade que, apesar do fenótipo e intelecto puramente ariano, tenho uma pequena parcela de DNA indígena e até negro, e portanto pode ser que eu não tenha sido aceito, e só por isso não ganhe privilégio algum. (Os brancos, às vezes, podem ser exclusivistas e cruéis.)

De qualquer forma, essa história de "privilégio branco" sempre me cheirou mal.

Sabem, no outro dia estava lendo uma reportagem sobre o Elon Musk, e me deu uma pontada de uma sensação desagradável. Não percebi imediatamente o que era, até me dar conta: era inveja.

Sim, inveja. Não tanto de sua riqueza e de suas várias casas com piscina e mulheres bonitas, mas pela possibilidade de fazer o que quiser: criar uma empresa de foguetes, ou de carros elétricos, o diabo. Ser livre e não depender de um emprego maçante. Ter um intelecto fantástico e uma vida com um objetivo grandioso -- e a capacidade para realizá-lo.

Além de ter inveja de bilionários e de gênios, também tenho inveja de artistas excepcionais. Tenho inveja até de pessoas simples e modestas mas que se sentem felizes e serenas com sua condição. Às vezes tenho uma inveja danada daqueles idiotas que ficam tão felizes com a vitória do seu time de futebol! Quisera eu também poder me contentar com tão pouco... Tenho inveja dos pássaros que voam e dos gatos que dormem o dia inteiro...

É, meus caros, muita coisa na vida pode ser explicada mais facilmente por inveja, ressentimento, complexo de inferioridade - o famoso "recalque". O mesmo ocorre provavelmente em relação a esse estúpido programa de televisão. Esse mexicano é provavelmente um invejoso, apesar de seu Pulitzer.

É triste, mas, muitos negros e mestiços têm inveja de brancos. É verdade, também tem alguns brancos com inveja dos negros, e alguns que até transformam sua aparência por causa disso, mas são poucos.

Muitos asiáticos têm inveja dos ocidentais, e em especial de seus olhos. De novo, alguns ocidentais têm inveja dos olhos puxados, e se transformam na outra direção, mas também são poucos. (Na verdade, parece que o olho puxado é supostamente uma evolução em relação ao olho tradicional, mas foi uma dessas mudanças tecnológicas que não pegaram)

Gays tem inveja de héteros, e por isso lutam tanto pelo casamento gay.

Alguns homens têm inveja da aparência das mulheres, e por isso querem se transformar.

Gordas têm inveja do corpo das magras e, as magras, das guloseimas que as gordas podem comer.

Muçulmanos têm inveja de cristãos e de suas igrejas que são mais bonitas do que a maioria das mesquitas. 

Judeus americanos têm inveja de anglos: ainda hoje vários se lamentam por não terem sido aceitos nos clubes de golfe da elite WASP nos anos 20. (E isso que o golfe é um esporte tão idiota...)

Feministas têm inveja do pênis, e por isso ficam querendo castrar todo mundo.

O homem branco europeu hétero cristão, porém, não têm inveja de quase ninguém.

Esse é o seu problema: é tão tolo, que não entende que tantos outros o invejam profundamente. Ou talvez entenda, e goste, e queira justamente incentivar esse sentimento nos outros, pois é bom ser invejado, e isso explicaria seu comportamento. Então, que se dane e se exploda ele também.

(De qualquer forma, acho que o homem branco tem sim uma inveja danada dos indígenas pré-civilizados, que vivem na floresta num Éden ancestral.)

A inveja move o mundo. E você, tem inveja de quem?


quinta-feira, 9 de julho de 2015

Fiado só amanhã

Odeio bancos. Se pudesse, guardaria meu dinheiro debaixo do colchão. No meu banco aqui, tenho que pagar uma quantia x por mês só para poder deixar meu dinheiro com eles, sem qualquer lucro, além dos juros que cobram por qualquer movimentação. São um lixo!

Banqueiros estão por detrás de quase todas as crises econômicas, e o que é pior, sempre se dão bem, afinal, ninguém quer correr o risco de uma crise econômica, não é mesmo? Então, vamos socorrer os bancos, nem que a população fique na mão.

E o pessoal de Wall Street? Ainda pior. Faz uns meses decidi investir na Bolsa. Uma das piores idéias que já tive! Só perdi dinheiro. Aquilo é uma loteria, um cassino. Basta uma palavrinha de um "analista" para fazer qualquer ação cair. (Fazê-las subir é um pouco mais difícil). Lixo e mais lixo!

Tudo isso para dizer que entendo muito pouco de economia; sou praticamente um analfabeto com números. Mal sei gerir meus gastos, e portanto não entendo quase nada sobre a situação da Grécia.

Porém, uma vez, muitos anos atrás, eu tive um "amigo" paraibano. Vivia me pedindo dinheiro emprestado. Ele era um estudante pobre sem trabalho, e embora eu fosse também, ficava com pena e emprestava. Ele jurava que ia pagar. Nunca pagou um centavo. Um dia, sumiu!

Nunca mais emprestei nada a ninguém. Mas aí fica a pergunta: sacana ele, ou trouxa eu?

Apesar de parecer ser um socialista imundo, acho que este comentarista está correto. Se você empresta para alguém que não pode ou não quer pagar, deve assumir esse risco. Se você não quer riscos, então só empreste a quem tem bom crédito na praça.

(Ou, como dizia o bilionário J. Paul Getty, "se você deve 100 dólares ao banco, é seu problema; se você deve 100 milhões de dólares ao banco, é um problema do banco".) 

Também gosto de algumas de suas sugestões para o que a Grécia deve fazer:

1. Sair do Euro
2. Aliar-se com Rússia e China
3. Expulsar seus imigrantes de volta pra África, ou se não der, embarcá-los em trens para a Alemanha (foi o que os italianos fizeram com alguns de seus ganeses, e a Alemanha não gostou)

A verdade é que os europeus do norte, os fantásticos "nórdicos" sempre destrataram o sul da Europa: querem obrigar Itália, Espanha e Grécia a aceitar imigrantes africanos e árabes em nome da compaixão, mas não os querem em seus países. Ora, se eles fossem sérios, fariam o contrário, dariam ajuda financeira de graça aos PIGS em troca de policiamento efetivo das fronteiras e uma frota marítima capaz de mandar para casa qualquer imigrante ilegal que quisesse furar o bloqueio. 

(Outra solução que li em outro lugar e gostei: recolonizar o estado falido da Líbia, de forma a interromper o fluxo na fonte mesmo. Às vezes, o melhor ataque é a defesa. Melhor expandir-se do que retrair.)

Em outras notícias, esta pobre mãe solteira inglesa com 8 filhos mulatos de pais diferentes não trabalha e ganha 40 mil dólares por ano do governo inglês para poder se manter.

Outra dica para os europeus: se você não quer estimular comportamentos negativos, não os financie.

Vou lá tirar meu dinheiro da bolsa, e guardar no colchão. Adeus.


terça-feira, 7 de julho de 2015

Genética versus cultura e energia versus QI

Ontem vi uma gorda.

Não "gordinha": gorda, dessas bem obesas, uns 150 kg. Branca (embora alguns comentaristas provavelmente diriam que ela tem mistura javanesa ou samoana, afinal, "não existe branco gordo!!!").

Parecia bastante jovem, não devia ter mais do que 30-32 anos. Estava sentada num banco da praça. Vestia um shortinho sensual e camiseta sem mangas, mesmo não estando assim tão quente (por que será que as gordas gostam de se vestir de forma sensual, seria para compensar pela gordura?). Ela também tinha três tatuagens visíveis, uma de caracteres chineses, uma do coelhinho da Playboy, e outra que acho que era uma caveira, mas não tenho certeza.

O retrato magnífico do Ocidente atual!

Aí um HBDoido vai dizer, "ela é gorda porque a facilidade de engordar ou emagrecer é genética". E um outro HBDébil vai retrucar, "não, seu tolo, o que é causado pelos genes é o seu baixo QI e o fato de ela ser gulosa, desleixada e/ou preguiçosa".

Porém, eles não conseguem pensar fora da caixinha. 

Na verdade, a razão pela qual existem tantos obesos hoje em dia é bem mais simples: muito mais comida disponível, e vida extremamente sedentária. Claro que há fatores genéticos, mas são secundários e não explicam um aumento tão elevado da gordura a nível global. Se esta mulher fosse uma camponesa 100 anos atrás, jamais teria tido a oportunidade de engordar tanto como uma porca!

(Ela era quase tão gorda quanto esta francesa gordoida que matou oito bebês. Estaria a obesidade mórbida relacionada com a doença mental?)

Aí vem então a pergunta que não quer calar sobre o comportamento humano, sobre os fatores genéticos e os fatores culturais e sociais. O que podemos mudar, e o que não podemos?

Pensemos numa coisa simples: jogar lixo na rua. Culturas latrino-americanas tem maior tendência a jogar lixo na rua e na natureza, enquanto culturas anglo e norte-européias tendem a ser mais ordenadas (culturas sul européias tendem a ficar no meio do caminho; não tenho informação suficiente obre mérdio-orientais; entre os asiáticos, os japoneses parecem mais preocupados com limpeza do que os chineses).

Bem, a questão é que não existe um gene que defina se a pessoa vai jogar lixo na rua ou não, porém, por que a maioria das pessoas joga lixo na calçada ou até na natureza em vez de procurar uma lixeira? Na maior parte das vezes, é por mera preguiça. E a preguiça deve ter certamente um caráter ao menos em parte genético, ainda que, tenho para mim que seja mesmo mais cultural.

O que é cultura? É o hábito. Os cachorros de Pavlov aprendiam a salivar ao ouvir um sininho. Da mesma forma, uma pessoa pode ser treinada, por condicionamento, a não jogar lixo no chão.  Nem que seja a pauladas!

Não são só as leis: a pressão social pode fazer maravilhas. Em Singapura, quem joga um chiclete no chão é multado em 500 dólares, e isso tem ajudado a tornar o país limpo. Assim, mesmo que a pessoa seja uma porca em sua casa, o medo da punição e/ou a vontade de imitar os outros vencerá e fará com que ela pense duas vezes antes de fazer bobagem.

Acho que existe outro fator também, que é pouco estudado pelos HBDs da vida, mas acho que deveria ser levado em consideração: a energia pessoal. Nem sei se existe isso ou se pode ser medido, mas deixem-me explicar.

Alguns dizem que os judeus tem QI maior do que os brancos e asiáticos, mas não tenho certeza. O que eles têm é um maior nível de energia. Estão sempre fazendo alguma coisa: eles podem ser tudo, menos preguiçosos. No tempo em que eu acordei, me espreguiçei, fiz o café e me preparei para escrever este texto, um judeu já escreveu três artigos, organizou um protesto a favor do casamento gay, vendeu e comprou ações na bolsa, deu de comer aos filhos e ainda leu o roteiro do filme que vai produzir. Eles são hiperativos!

Do outro lado estão os ameríndios, que talvez sejam a raça menos enérgica e criativa. Afinal, muitos negros costumam se destacar nos esportes e nas artes, na música, na comédia, na atuação, e até na escrita. Existem centenas artistas negros de sucesso nos EUA, e bem poucos ameríndios ou mestiços, mesmo estes sendo hoje em maior número. Seria falta de talento, ou falta de interesse?

O mesmo, aliás, ocorre na maioria da América Latina, mesmo esta sendo de maioria índigena ou mestiça. Nem falemos na música, pois seria covardia, mas pense por exemplo na maioria dos escritores famosos de nossa região. Borges, Cortázar, Octavio Paz? Brancos. Nicolás Gomez Dávila, colombiano autor dos genias "Escolios a um texto implícito? Mais branco do que o Diabo. Machado de Assis, Cruz e Souza, Mário de Andrade? Mulatos. O único indígena famoso que encontrei foi o paraguaio Augusto Roa Bastos, e ainda assim, era mistura de guarani com basco e português.

Bem, mas aí também temos que pensar se isso é também cultural ou genético. Afinal, os judeus são hiperativos e super-dinâmicos porque são treinados para isso desde criancinhas. O mesmo ocorre com os asiáticos, aliás, ainda que de forma diferente: de qualquer forma, o conceito é o mesmo, se não estudam e não tiram nota alta, causam desonra à família. É uma pressão e tanto!

Eu não sei se entre os ameríndios e mexicanos a cultura é mais relaxada e menos exigente, a julgar pelo Brasil, acho que é sim. Por outro lado, não podemos deixar de lado, mais uma vez, o condicionamento pavloviano da mídia. Vejamos os afro-americanos, por exemplo: por mais que existam diferenças genéticas, foi necessária a mídia para mudar a sua cultura disto para isto!

E já falamos das crianças ferais, criadas por bichos, que jamais chegam a evoluir, muito embora podendo ter o melhor material genético disponível, demonstrando que os pais e a família e os primeiros anos de formação têm importância sim, não importa o que um Gayman possa dizer! 

É amiguinhos, no fim das contas, as duas coisas são importantes, e estão até relacionadas. A cultura tampouco sai do nada, a genética influi a cultura, e esta, por sua vez, influi na genética através das gerações. É realmente uma questão de ovo-e-galinha.

Porém, dizer que QI é tudo, é coisa de burro!

Cultura...
...ou genética?

sexta-feira, 3 de julho de 2015

1984 versus Brave New World

O Dom Moleiro fez um comentário bem pertinente no post anterior sobre o casamento gay: que o objetivo de verdade é apenas aumentar o consumismo e o gasto com frivolidades, já que quem não tem filhos pode e quer gastar mais.

Bem, em parte ele está certo, por que os gays, ao menos nos EUA, embora proporcionalmente pouco numerosos, em geral têm bastante dinheiro e formam uma parcela importante de consumidores, até porque adoram consumir tudo o que está na moda. São narcisistas e gostam de exibir seus bíceps e glúteos em roupas apertadas!

Mas acho que não é só isso: afinal, o número de cristãos praticantes nos EUA é bem maior do que o de gays, e não faz tanto sentido assim irritar os cristãos para fazer negócio com a parcela ínfima de gays. Mas acho que ele está correto na lógica geral: o importante é vender, e as empresas promocionam o casamento gay por que de certa forma quanto menos religião e menos valores tradicionais, mais consumismo. O verdadeiro público-alvo é o dos hetoerossexuais progressistas, naturalmente, aqueles que se emocionam com qualquer causa da moda. 

Isso tudo nos leva a uma questão interessante. Enquanto articulistas defensores do livre-mercado como o Rodrigo Constantino acham o capitalismo o máximo e criticam o comunismo (ainda que hoje ele nem exista mais na prática), as coisas na realidade não são tão extremas.

Embora o comunismo tenha sido um lixo sob muitos se não a maioria dos aspectos, em alguns aspectos era mais tradicionalista. Eu diria que talvez nem tanto pelo comunismo em si, como por funcionar como uma espécie de vidro de conserva que manteve as sociedades à margem da evolução capitalista global. Assim como Cuba ainda tem calhambeques dos anos 50, outros países comunistas e ex-comunistas permaneceram moralmente na sociedade dos anos 50 também.

Por exemplo, os comunas eram bem contrários ao homossexualismo, às vezes até colocando gays e lésbicas em cana. E quem é que aumentou a imigração de bilhões de miseráveis? Foi também o capitalismo, pois no comunismo linha-dura isso não acontecia. Ainda hoje os países do leste europeu permanecem mais brancos do que os ocidentais. 

Outro aspecto interessante é a arte. Sim, a arte soviética tivesse suas limitações, causadas pela ideologia e censura, mas nem tudo era propaganda. Enquanto o ocidente capitalista nos anos 60 promovia (até com apoio da CIA) Koons, Pollock e Warhol, a arte soviética via com desagrado o abstrativismo e a arte pop. Criaram obras de cunho realista, algumas bastante bonitas. Qual destes quadros você acha mais interessante e/ou bonito? 



Os soviéticos também tiveram cineastas originais como Tarkovsky (muito embora ele tenha tido dificuldade em conseguir realizar seus filmes sob o regime soviético, e no fim tenha mesmo sido obrigado a realizar seus últimos filmes no Ocidente), alguns bons músicos, e excelente balé. Na literatura foram mais fracos, os mais memoráveis são os anti-soviéticos dissidentes, talvez porque seja impossível fazer boa literatura tendo por base uma mentira. 

De qualquer forma, o mais curioso mesmo é que quase tudo que nos dizem hoje que vem do "marxismo cultural", na realidade vem do "capitalismo cultural". Os plutocratas ricaços e as grandes empresas tão amadas por Constantino e outros livre-mercadistas (não é necessariamente uma crítica: vejam que eu sou, até certo ponto, a favor do livre-mercado também) são os que na verdade apoiam o gayzismo, a imigração, o politicamente correto, o feminismo, o anti-racismo, etc. Por que é bom para os negócios, apenas isso. Dá mais dinheiro para os ricos (e menos para a classe trabalhadora, aliás é curioso como o esquerdista atual odeia a classe trabalhadora, preferindo ricos, criminosos e vadios).

Orwell e Huxley pintaram o século XX, e talvez o XXI. Se "1984" era o retrato do comunismo autoritário e repressivo, "Brave New World" é a cara do nosso mundo pós-capitalista atual, onde o povo é "feliz" e nem sabe que é manipulado a torto e a direito. Talvez nosso destino seja o de passar de um para o outro: ciclos de liberalismo trash, seguidos de períodos de tirania cruel.

De qualquer forma, esse embate de capitalismo versus comunismo está ultrapassado, é coisa de articulista conservadoido da Veja. Gosto muito do Reinaldo Azevedo e do Olavo de Carvalho, mas o PT é "comunista", por acaso? Longe disso, são uns corruptos globalistas recebendo ordens direto de Washington. Ora, naquilo que realmente importa, como o casamento gay ou o anti-racismo, Veja e o PT estão unidos.

A Guerra Fria acabou. A grande rivalidade mundial, hoje, é outra: entre globalistas e tradicionalistas. E isso ocorre no mundo todo.

Vejam que até no Brasil, o conflito político atual mais forte é entre liberais (tanto de esquerda como de direita) contra os quadradões evangélicos, entre os progressistas que querem casamento gay e educação, e os mais tradicionalistas que querem diminuição da maioridade penal e porrada em bandido.

No resto do mundo, o conflito é entre os globalistas imigracionistas e os que querem reviver o finado nacionalismo étnico e/ou os valores da sociedade tradicional. 

Esta nova ordem mundial atual não durará para sempre (e a crise da Grécia e sua saída do euro talvez seja apenas o primeiro dominó do início do fim).

O medo é que o que vier a seguir seja pior.