segunda-feira, 27 de abril de 2015

Desejo de morrer

Você já teve desejo de morrer? Eu já. Calma, amigos, não é que pense em suicídio. Nada está tão mal assim.

Mas algumas vezes já pensei que quisera, como dizia um dos maiores poeta da língua inglesa, “cessar, à meia-noite, sem mais dor”.

Como todo o mundo, é claro, ao menos alguma vez na vida. "Quem nunca quis morrer, nunca viveu", não foi o Vinícius quem disse? 

Quando passa-se de certa idade, entende-se que a vida é acima de tudo sofrimento e desilusão. Para todos, ou quase todos. Talvez para um ou outro que não tem isso, vai saber?

Ouvi dizer que existe uma tribo em Shangri-Lá na qual todos são felizes, do começo ao fim da vida. Um dia quem sabe me mudarei para lá. (Ou seria Pasárgada?)

E, no entanto, mesmo minha inútil vida é provavelmente melhor do que a vida de 90% das pessoas neste planeta, ou vá lá, 70%. Tem todos aqueles que vivem na miséria, na guerra ou na desgraça. Ao menos posso estar feliz de não ter morrido num terremoto no Nepal.

Ou será que não? A felicidade é subjetiva. Há quem seja trilionário e viva e morra na tristeza. E há quem seja pobre e viva a sambar. Aliás acho mesmo que os pobres, em geral, são mais felizes. Porém, prefiro ser um rico infeliz. (Agora, chato mesmo é ser pobre e infeliz.) 

Um tempo atrás estive em NY e vi um mendigo no meio da rua, durante um frio infernal, enrolado no cobertor. Era branco, aparência normal, não falava sozinho, não parecia louco ou drogado, não deveria ter muito mais do que minha idade: apenas alguém que se ferrou. Pensei, esse aí está pior do que eu. Não dei dinheiro, pois jamais dou esmola a mendigos (ocasionalmente, a músicos; para ganhar dinheiro acho que a pessoa precisa fazer algo, nem que seja malabarismo, ou cantar mal! Mas também não vale ser flanelinha, que isso é extorsão com ameaça velada de violência e não trabalho), mas comprei-lhe um café e um muffin. Ele agradeceu, acho que um pouco surpreso. Mas às vezes temos que pensar naqueles que estão pior que nós.

Se bem que, será que ele está pior mesmo? De certa forma, ele tem menos preocupações... 

Bem, mas não é desse desejo de morrer banal que eu queria falar, desse ocasional cansaço com a vida também mencionado por Shakespeare no famoso monólogo hamletiano. Mas sim do desejo de morrer coletivo do Ocidente, algo bem mais difícil de entender. 

O homem branco de classe média deseja sua extinção. Não há outra explicação para seu comportamento bizarro de valorizar mais invasores, doidos ou criminosos do que sua própria existência coletiva.

Mas pensando bem, eu acho até que entendo por quê.

Civilizações são como pessoas, nascem, crescem e morrem. Tudo são ciclos.

A civilização indo-europeia está morrendo, mas um dia, vai renascer. Como um fênix.

No Brasil, a classe média é que é a verdadeira classe oprimida, prensada entre uma classe política parasitária e cruel, que suga o resultado do trabalho dos outros com impostos e corrupção, e uma massa pobre e muitas vezes violenta, que pode assaltá-la ou matá-la em cada esquina.

E, no entanto, essa mesma classe média vive preocupada com os pobres e humildes, não quer diminuir a maioridade penal, e parece que procura mesmo a sua própria aniquilação. Uma pessoa morre assassinada a cada dez minutos no Brasil. Em termos de números, estamos até pior do que o México, onde um prefeito de esquerda associado com cartéis de traficantes mandou massacrar estudantes.

No outro dia alguém no meu Facebook falou, "gosto da Dilma porque ela está do lado dos pobres, dos índios, dos negros e dos humildes, pela primeira vez em 500 anos de história deste país." Deu-me tristeza. Não entendeu que ser "pelos pobres" é ser pela pobreza, é transformar o Brasil inteiro em um imenso Nordestão. Ajudar os pobres, tudo bem: mas para que aumentar o número de pobres? Por que não condicionar a ajuda ao planejamento familiar, à educação, à responsabilidade financeira?

Veja bem, nem acho o Bolsa-Família o pior dos males. O que são alguns poucos reais por mês em relação às generosas bolsas-ajuda que juízes e deputados recebem? (É, pensando por esse lado, é realmente bastante pior. Deixem o Bolsa-Família em paz, e cortem a ajuda para deputados e juízes.)

E o crime, o que há de errado em tratar criminoso com dureza? Ninguém é forçado a cometer crimes, isso é romantismo esquerdista. O criminoso é alguém que opta por tirar dos outros através da força, então é através da força que deverá ser contido.

A mesma pessoa também denunciou uma página de "Orgulho Branco" criada por um outro usuário. Curiosamente, não denunciou as páginas, também existentes, de "Orgulho Negro", "Orgulho Índio", e até "Orgulho Português" (Curiosamente, para o europeu ou euro-descendente, o orgulho nacional étnico é permitido, pode-se falar em "Orgulho Italiano" e "Orgulho Irlandês", porém quando se fala em "branco" como conceito geral, internacional, isso é mal-visto como se fosse o fim do mundo.)

Na Europa e EUA é a mesma coisa, ou inclusive pior. Nem falo da questão da imigração, da qual j;a falei em outros posts, mas do esquerdismo inútil que toma conta das pessoas. É até mais bizarro, pois é um esquerdismo sem sentido, viciado num masoquismo sem tamanho, de auto-culpar-se por tudo o que há de errado no mundo.

Num outro post falei sobre arquitetura moderna. Edifícios bizarros ou esculturas hediondas hoje já enfeiam cidades antes belas como Roma, Londres ou Paris.

Bem, em Paris há alguns meses um artista americano colocou na Place Vendôme uma escultura na forma de um plugue anal gigante. Era um artista famoso por obras de cunho sexual, incluindo uma escultura de George Bush transando com um porco. Ao menos aqui houve uma reação: o povo parisiense não gostou da brincadeira, e dois dias depois a escultura foi atacada e desinflada por "vândalos". Vândalos? Mas não seriam também vândalos, e vândalos ainda maiores, os que autorizaram e pagaram por essa estupidez?

Bem, talvez não. Se as pessoas gostam, que mal há? 

De qualquer forma, a culpa é mesmo do homem branco, que é um tolo. Se ele quer morrer, quem somos nós para impedir? Tudo faz parte de um grande ciclo, apenas isso.

"Todas as coisas desabam e são reconstruídas, e aqueles que as reconstroem são alegres".  

Eu quero mais é ser feliz, e o resto que se exploda. Estou indo para Shangri-La. Adeus!

domingo, 26 de abril de 2015

Genocídio caucasiano

Estes dias foi o aniversário do genocídio armênio. Pouco antes, tivemos as comemorações do holocausto judeu. Porém, curiosamente, ninguém lembra dos genocídios de brancos que ocorreram ao longo da história.

Séculos atrás, parece que grande parte da Ásia Central era branca, até que milhões de caucasianos indo-europeus foram exterminados pelas tropas mongóis de Gengis Khan e posteriormente pelos turcos otomanos (Gengis e seux exércitos mataram 11% da população mundial do período). 

Como se não bastasse, também foram os turcos e os mongóis os que trouxeram a peste negra para a Europa, que dizimou quase metade da população branca.

Mais recentemente, na Ucrânia, tivemos o Holodomor, a morte massiva de kulaks ucranianos organizada pelos nossos simpáticos amigos bolcheviques.

E mais milhões morreram na I e a II Guerra, embora neste caso tenha sido mais um fratricídio do que um genocídio. Europeu contra europeu.

(Não, os europeus não são nem santos, nem inocentes. Os europeus também mataram milhões.)

Hoje temos um novo tipo de genocídio, causado pela migração de milhões de árabes e africanos e, nos EUA, de latinos.  Um genocídio lento, não-violento (por ora), quase poderíamos dizer "benigno", não fosse que no fim das contas dá quase na mesma: substituição populacional.

Sim, sim, eu sei, coitados dos imigrantes que morrem em navios ou atravessando o deserto. Eles só querem uma vida melhor, e eu também. Tenho pena deles, pois os entendo, também sou um imigrante imundo, maltratado por uma elite cruel. Ainda assim...

Os EUA estão se latinizando, e a Europa arabizando e africanizando. Bom? Ruim? Igual?

O triste é o seguinte: não adianta nada. Nada. Nem para os povos que migram nem para os que ficam. Quantos é que Europa e América podem acolher? Um milhão? Dois milhões?

9.6 bilhões?

(Nota divertida: de acordo com as estimativas do link acima, se tudo seguir no mesmo ritmo, em 2050, as populações da Rússia, Alemanha e Japão encolherão em aproximadamente 15%. A da Nigéria aumentará 176%). 

A questão é: a longo prazo, estariam mesmo os migrantes melhorando de vida, ou estariam eles apenas piorando a vida do nativo e a de si mesmos?

E, se era para ficar perto do homem branco, não valia mais a pena então ter continuado sendo colonizado?

Em outras palavras: será que não valia mais o europeu e o norte-americano recolonizarem a África e a América Latina, do que tentar receber milhões que não podem sequer ajudar, mas que também não parecem poder querer ou poder se virar por si mesmos?

Os brancos são poucos, e os não-brancos são cada vez mais. Isso é bom? Isso é ruim? É indiferente?

Somos todos iguais? Em muitos aspectos, sim. Na capacidade civilizacional, pareceria que não.

Vejam bem, nada há contra ter alguns milhares (milhões?) de árabes, negros, mexicanos e porto-riquenhos. Muitos são gente boa (eu sei, os conheci) e apenas querem melhorar de vida. E eu também quero. Quem não quer? Se pudesse, eu migraria para a Lua, que é feita de queijo. A vida na Terra anda difícil demais. Tem seres humanos em demasia!

Porém, é também uma questão ambiental. Quantas tribos diferentes podem ocupar o mesmo espaço sem dar confusão? Mas os Neandethais não foram já genocidados pelo homo sapiens? Queremos mesmo que haja mais briga?

Precisamos preservar o mico-leão dourado. E o homem branco? Também? Ou não?

O homem branco é tolo. Ele nem pensa nisso. Ele pensa: "sou superior, e daí? essa gentalha nunca me ameaçará. Venha, meu tesouro."

E no entanto, pouco a pouco tudo vai mudando, e o homem branco na mesma. Às vezes parece até que ele quer mesmo é morrer.

Bem, de certa forma, eu até entendo. Como alguém em crise de meia-idade, o homem branco está em crise também.

Conseguirá ele sobreviver aos desafios deste novo milênio?

Não devemos desesperar, afinal, ainda é cedo. E o europeu já passou por coisa pior.

Porém, seria bom pensar um pouco mais antes de abrir as porteiras completamente. Sei lá, eu acho. Vocês não?

Não esqueçam de Genghis Khan.




"Yo soy tú".

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Inteligência não é tudo

Saiu no outro dia um estudo afirmando que os progressistas tendem a ser mais inteligentes do que os conservadores.

Pode até ser verdade, porém, não pelas razões que os liberais gostariam, ou seja, de que ser liberal signifique ter maior inteligência.

A razão, na minha humilde opinião, é outra.

O conservadorismo é algo instintivo, natural. Até os animais são "conservadores" se formos pensar. Até os índios em suas sociedades tribais. Já o esquerdismo é uma abstração, por vezes bastante ilógica, que requer constante pensamento e policiamento mental.

Não é preciso ser muito inteligente para ser conservador. Para entender que 2 + 2 são 4, ou seja, basta uma inteligência mediana. Porém, para "entender" que 2 + 2 = 5, é preciso realmente pensar mais, criar razões, por vezes muito sofisticadas, para tal.

Isso não quer dizer que os progressistas sejam necessariamente mais inteligentes do que os conservadores. Seria prova de "inteligência" seguir como um zumbi todos os ditames da mídia, aplaudir o "casamento gay", o "anti-racismo", e tudo o mais que eles assistem na televisão? Ao contrário, é prova apenas de submissão, de falta de independência mental.

Sendo assim, a maior inteligência do progressista é mera ilusão. Esta ocorre apenas nas suas elites.

Isso nos leva a pensar nos diversos tipos de inteligência que existem, ou que podem existir. Na blogosfera HBD, que frequento desde alguns anos, o QI é rei. Tudo é explicado com base a um número de um teste, que supostamente reflete "g", ou a inteligência de cada indivíduo ou grupo.

É um conceito útil, porém, é equivocado acreditar que tudo seja QI, ou mesmo inteligência (não são a mesma coisa). Pessoalmente, acredito que a personalidade do indivíduo diz muito mais sobre como ele será na vida do que seu QI,

Há o gênio, que pode ou não ter um QI super alto, em geral tem, mas sua marca principal é uma inteligência desordenada, muito forte em algumas áreas e mais fraco em outras. Não é bom na sociabilidade nem nos aspectos práticos da vida (O famoso estereótipo do gênio distraído ou desajeitado).

Há personalidades psicopáticas de alto funcionamento e QI razoavelmente alto, mas nem tanto assim, que são os que se dão melhor na vida, e provavelmente fazem parte da maioria da elite. Altamente sociáveis e manipuladores, sabem como esfaquear os outros pelas costas com um sorriso gentil.

Há personalidades criativas porém nerds e anti-sociais, que talvez não tenham o QI mais alto mas sim maior índice de criatividade (ainda que isto não possa ser medido objetivamente, eu acho).

E há personalidades pouco inteligentes e pouco criativas, mas estáveis e conformistas, que porém são as que talvez mais satisfeitas estejam com suas vidas. Formam as massas humanas em quase todas as sociedades. Sem elas, formiguinhas operárias contentes com seu destino, a civilização não seria possível.

Finalmente, temos personalidades de alto QI, que porém pouco tem a oferecer além disso. São por exemplo os "mensaleiros", quer dizer os membros do Mensa e grupos similares, cuja única característica que os une é a de ter pontuado alto em um teste de QI. Isso vale algo? Talvez sim, talvez não.

Como eu disse, inteligência não é tudo, personalidade e criatividade valem mais.

Muitas pessoas de alto QI e em especial as criativas, são dadas à depressão e à falta de confiança, enquanto pessoas de baixo QI tendem a ter uma elevada opinião de si mesmos, por vezes beirando a megalomania. Pense no Pelé, no Kanye West. E pense nos gênios depressivos.

Sempre me perguntei o que acontecia com os meninos "superdotados", que por vezes aparecem em notícia de jornal. Porém, anos depois, será que viraram gênios, ou personalidades de renome, ou ao menos, pessoas bem sucedidas?

Nem sempre é o caso

Li faz um tempo a história de um garoto que tinha sido notícia de jornal devido ao seu talento precoce e alto QI. Havia pontuado 150 ou mais, e demonstrado grande talento para a matemática.

Foi inscrito por seus pais precocemente na universidade. Mostrou grande talento para os estudos, tirando sempre nota alta.

Porém, socialmente, sua vida não ia bem. Tinha dificuldade em fazer amigos, talvez pela diferença de idade. Terminou caindo nas drogas.

Morreu, de suicídio ou overdose, aos 20 anos, antes mesmo de concluir o curso. Meros 10 anos depois de ter sido identificado como "superdotado".

Triste, triste demais.

Talvez hoje os pais se culpem de tê-lo inscrito precocemente na universidade, porém, é pouco provável que essa seja a causa de seus problemas. É mais provável que, como quase tudo no comportamento mental mais básico, tenha origem genética. A alta inteligência e a depressão estão ligadas, como eu disse.

(Não que o ambiente não seja importante. Digamos que a sua genética é seu potencial. O ambiente (e o acaso) determinam se você vai atingir esse potencial ou não.)

O que é "inteligência"? Acredito que não seja algo perfeitamente mensurável nem igual para todos, mesmo os que supostamente estão na mesma faixa de QI.

Há os que tem uma inteligência mais "redonda", medianamente superior em todas as facetas, e há os que tem mais alta em alguns aspectos e menor em outras. (Eu por exemplo, tenho QI verbal alto e QI matemático baixo). Há os savants que tem um e apenas um aspecto altamente desenvolvido, e são péssimos em todo o resto.

De qualquer forma, nada disso importa tanto. No fim das contas, talvez seja como diz Fernando Pessoa no Livro do Desassossego, a verdadeira inteligência é mostrada de forma prática, na ação (e no entanto Pessoa, que quase só viveu dentro da própria mente, era certamente um gênio):

Às vezes, quando ergo a cabeça estonteada dos livros em que escrevo as contas alheias e a ausência de vida própria, sinto uma náusea física, que pode ser de me curvar, mas que transcende os números e a desilusão. A vida desgosta-me como um remédio inútil. E é então que eu sinto com visões claras como seria fácil o afastamento deste tédio se eu tivesse a simples força de o querer deveras afastar.

Vivemos pela acção, isto é, pela vontade. Aos que não sabemos querer — sejamos génios ou mendigos — irmana-nos a impotência. De que me serve citar-me génio se resulto ajudante de guarda-livros? Quando Cesário Verde fez dizer ao médico que era, não o Sr. Verde empregado no comércio, mas o poeta Cesário Verde, usou de um daqueles verbalismos do orgulho inútil que suam o cheiro da vaidade. O que ele foi sempre, coitado, foi o Sr. Verde empregado no comércio. O poeta nasceu depois de ele morrer, porque foi depois de ele morrer que nasceu a apreciação do poeta.

Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for. O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se o não fizerem ali?