O primeiro é a discussão entre o Bolsonaro e a Maria do Rosário. Ele pode ter sido deselegante ao falar que ela "não merecia ser estuprada", concordo. Por outro lado, se pensarmos em termos de ações, o Bolsonaro apóia um projeto de castração química de estupradores. E a Maria do Rosário? Até onde sei, ela estava chorando pelo Champinha e outros estupradores. Ou seja, ele faz mais para acabar com o estupro do que ela. Porém, para a esquerda, o que conta não são as ações, mas as palavras.
Outro caso é o que tem dado o que falar nos EUA, sobre uma reportagem da revista Rolling Stone sobre uma jovem estuprada por sete homens em uma universidade americana. Detalhe: semanas depois descobriu-se que a história era toda falsa, provavelmente inventada, ou pela jornalista, ou pela "vítima". E daí? A esquerda continua insistindo que o importante é discutir a "cultura do estupro" nas universidades. Enquanto isso, casos reais de estupro como o dos muçulmanos estuprando inglesinhas em Roterham, são olimpicamente ignorados pelas feministas: pelo jeito, só estupro de branco conta.
Bem, mas a verdade é que tenho pena dos progressistas no Brasil. É sério. Eles até que tem boas intenções, porém tiveram o azar de nascer no país errado.
Por exemplo, penso na questão das ciclovias. Uns são contra, outros a favor, mas o fato é que foram feitas, como tudo no Brasil, de modo precário e ineficiente. Motoristas reclamam das ciclovias na rua, pedestres reclamam das ciclovias na calçada. Estas últimas, na calçada, talvez tenham sido inspiradas nas ciclovias de Berlim, que de fato estão em sua maioria localizadas na calçada, mas vejam a diferença:
Ciclovia brasileira |
Ciclovia alemã |
Outra diferença é que em Berlim as ciclovias são realmente utilizadas por milhares de pessoas, enquanto que no Brasil, não tenho tanta certeza.
Por outro lado, a reação daqueles que são anti-ciclovia também é tosca. Em São Paulo, inimigos dos ciclistas encheram a ciclovia de pregos e tachinhas para furar os pneus das bicicletas. Não consigo imaginar uma atitude similar ocorrendo em Berlim.
Não são só as ciclovias, naturalmente. Existe todo um ideário progressista que até que pode funcionar em Berlim ou em Estocolmo, mas como fazê-lo funcionar no Brasil, onde andam soltas bestas-feras como esta, (psicopata que, segundo sua própria confissão, preferia "matar brancas")? Ser progressista no Brasil é viver na eterna desilusão.
Voltando ao Bolsonaro: ele é, de fato, algo tosco, ainda que, a seu modo, até algo ingênuo. Porém, faz sucesso, pois o povo brasileiro e', também, meio tosco. O vídeo do Youtube em que ele chama a Maria do Rosário de "vagabunda" é hilário -- e a maioria dos comentários são a favor do Bolsonaro. Não duvido que ele possa um dia ser presidente do Brasil.
Ser progressista no Brasil é muito triste.