O pessoal costuma reclamar dos "rednecks" ou "white trash" americanos, mas há muitos "proles" e "eurotrash" na Europa também. É só olhar, eles estão sempre por aí.
Aliás, parece ser uma constante da raça branca essa divisão entre uma multidão mais tosca que só pensa em cerveja e futebol, e um grupo menor de culturalmente mais sofisticados que porém são progressistas. Aliás, poderíamos até pensar que a famosa divisão política entre "esquerda" e "direita" nada mais é do que a divisão entre esses dois grupos de branquelos.
De um lado, estão os "proles" que trabalham como carteiros ou motoristas de ônibus, tomam cerveja, gritam, cospem no chão, escutam Beyoncé ou seja lá o que for que estiver tocando no rádio, andam todos tatuados com dragões e mulheres nuas, usam roupas de péssimo gosto e cores berrantes, são em sua maioria gordos, xenófobos e de vez em quando espancam algum refugiado.
Do outro lado, estão os "hipsters" que trabalham com design ou produção de eventos, tomam vinho, atravessam sempre na faixa, escutam jazz e música eletrônica experimental, usam também tatuagem (hoje a tatuagem lamentavelmente virou universal) mas de símbolos místicos ou deuses indianos, vestem de preto ou cores discretas, tendem a ser mais magros, e odeiam xenofobia, quando podem ajudam algum refugiado ou até dão o rabo para ele.
Entre esses dois times, parece ser impossível qualquer acordo. Também é impossível um meio termo, alguém que possa tomar o bom de um lado e o bom do outro. Ao contrário, parece que as pessoas tendem sempre a copiar só o pior das outras.
Olhando assim, quase que começo a entender os globalistas e seu ódio aos brancos. Penso: realmente é uma racinha desgraçada, deveríamos aboli-la.
Mas depois penso que eu também não sou lá muito melhor, e afinal, quem é que é? Todos tem seus defeitos, uns piores do que os outros, e as outras raças são possivelmente ainda piores.
(Se bem que as diferenças raciais desaparecem frente a certos fatores. De fato, embora haja diferenças raciais, elas são irrelevantes frente a outras semelhanças que são mais importantes. Por exemplo, idade. Nada mais parecido com um aborrecente americano do que um aborrecente francês; mulheres na faixa dos 20 anos também são bastante parecidas na psicologia e no comportamento, seja ou em Berlim ou em Bangladesh. Outro exemplo: classe social. Os pobres em qualquer lugar do mundo se parecem. Os ricos, que em geral são ainda mais nojentos e psicopáticos, também.)
Nada mais parecido com um huma(s)no do que um outro huma(s)no.
A humanidade é um lixo, e ninguém é muito melhor do que ninguém.
Talvez o segredo seja esse: ver o mundo não pela ótica da falsa igualdade progressista do "somos todos idênticos e todo mundo pode ser o que quiser", mas o contrário, "somos todos diferentes mas igualmente tragicômicos e incapazes". O pessimismo e a misantropia como símbolo de paz?
Bem, é uma idéia...
Uma inglesa prole. |