segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Europroles

Foi na Inglaterra, anos atrás. Fim do jogo de futebol e desceu uma massa ignara no metrô, gritando e cantarolando. A presença massiva da polícia não impediu gritaria e confusão. Um hooligan imundo roubou o passe de metrô que eu tinha acabado de comprar e ainda ameaçou me dar um soco. A polícia nada fez. Ia fazer o quê?

O pessoal costuma reclamar dos "rednecks" ou "white trash" americanos, mas há muitos "proles" e "eurotrash" na Europa também. É só olhar, eles estão sempre por aí.

Aliás, parece ser uma constante da raça branca essa divisão entre uma multidão mais tosca que só pensa em cerveja e futebol, e um grupo menor de culturalmente mais sofisticados que porém são progressistas. Aliás, poderíamos até pensar que a famosa divisão política entre "esquerda" e "direita" nada mais é do que a divisão entre esses dois grupos de branquelos.

De um lado, estão os "proles" que trabalham como carteiros ou motoristas de ônibus, tomam cerveja, gritam, cospem no chão, escutam Beyoncé ou seja lá o que for que estiver tocando no rádio, andam todos tatuados com dragões e mulheres nuas, usam roupas de péssimo gosto e cores berrantes, são em sua maioria gordos, xenófobos e de vez em quando espancam algum refugiado.

Do outro lado, estão os "hipsters" que trabalham com design ou produção de eventos, tomam vinho, atravessam sempre na faixa, escutam jazz e música eletrônica experimental, usam também tatuagem (hoje a tatuagem lamentavelmente virou universal) mas de símbolos místicos ou deuses indianos, vestem de preto ou cores discretas, tendem a ser mais magros, e odeiam xenofobia, quando podem ajudam algum refugiado ou até dão o rabo para ele.

Entre esses dois times, parece ser impossível qualquer acordo. Também é impossível um meio termo, alguém que possa tomar o bom de um lado e o bom do outro. Ao contrário, parece que as pessoas tendem sempre a copiar só o pior das outras.

Olhando assim, quase que começo a entender os globalistas e seu ódio aos brancos. Penso: realmente é uma racinha desgraçada, deveríamos aboli-la.

Mas depois penso que eu também não sou lá muito melhor, e afinal, quem é que é? Todos tem seus defeitos, uns piores do que os outros, e as outras raças são possivelmente ainda piores.

(Se bem que as diferenças raciais desaparecem frente a certos fatores. De fato, embora haja diferenças raciais, elas são irrelevantes frente a outras semelhanças que são mais importantes. Por exemplo, idade. Nada mais parecido com um aborrecente americano do que um aborrecente francês; mulheres na faixa dos 20 anos também são bastante parecidas na psicologia e no comportamento, seja ou em Berlim ou em Bangladesh. Outro exemplo: classe social. Os pobres em qualquer lugar do mundo se parecem. Os ricos, que em geral são ainda mais nojentos e psicopáticos, também.)

Nada mais parecido com um huma(s)no do que um outro huma(s)no.

A humanidade é um lixo, e ninguém é muito melhor do que ninguém.

Talvez o segredo seja esse: ver o mundo não pela ótica da falsa igualdade progressista do "somos todos idênticos e todo mundo pode ser o que quiser", mas o contrário, "somos todos diferentes mas igualmente tragicômicos e incapazes".  O pessimismo e a misantropia como símbolo de paz?

Bem, é uma idéia...

Uma inglesa prole.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Norte versus Sul

Muitas pessoas idolatram os nórdicos e desprezam os sul europeus. Em várias viagens à Espanha, Itália e Alemanha, devo dizer que acho exatamente o contrário.

Sim, as coisas funcionam melhor nos países do norte. Os trens e ônibus chegam no horário, as pessoas trabalham mais, tem menos corrupção. Por outro lado, às vezes eles levam tudo para o extremo e tem pouca tolerância, quanto menos senso de humor.

Uma vez tempos atrás na Alemanha, enquanto andava de bicicleta de noite, me vi cercado por cinco policiais alemães (para ser mais exato, três policiais e duas policiais). Me xingaram em alemão. Nem sei do que me acusavam. Pedalar sob o efeito do álcool? Estar na faixa incorreta? Não ter as luzes com a potência necessária? Consegui escapar sem multa, mas tive que fazer um teste do bafômetro e tomaram nota de todos os meus dados.

Mais recentemente, li que você pode ser preso por fazer a saudação nazista na Alemanha, mesmo que por brincadeira ou para um selfie. Mais de um turista já foi preso e teve que passar a noite em cana. (E um sujeito também foi preso por ensinar a saudação nazista a um cachorro, mas isto foi na Escócia). Antes as pessoas eram presas por não fazer a saudação nazista, agora são presas por fazê-la. Só os alemães mesmo!

Mas não é apenas isso: a polícia alemã já invadiu casas para impedir pessoas de educarem seus próprios filhos ao invés de na escola, e mais de uma pessoa foi presa por manifestar opiniões pouco politicamente corretas. Ou seja, antes era uma ditadura nazista, agora uma ditadura progressista. Mudou, mas nem tanto assim.

Já em países como Itália e Espanha, há bem maior cinismo com as autoridades, mas ao mesmo tempo menos paciência com o politicamente correto. Não se chega jamais aos extremos norte-europeus.

Os norte-europeus ainda por cima são bem mais entusiasmados com os refugiados. Não cheguei a conhecer a Suécia, onde parece que eles têm o costume de oferecer suas filhas adolescentes já de pernas abertas para africanos e árabes como sinal de cortesia,  mas na Alemanha muitos lugares tem faixas de "refugees welcome" e a maioria das pessoas é (ou ao menos diz ser) a favor deles, muito embora os vários atentados ocorridos. Eu achava que era ingenuidade, mas não, estou convencido que seja um tipo de arrogância mesmo.

Os nórdicos são tão convencidos de ter razão que um médico norueguês já está dizendo que não ser de esquerda é uma doença. E não foi um sueco quem quis explicar aos americanos como deveriam resolver seus problemas com os negros?

Já na Espanha e Itália eles têm menor entusiasmo com o políticamente correto ou com seus primos mais escuros, e se podem se fazer de sonsos e embarcá-los em um trem para a Alemanha, França ou Suécia, eles o fazem. 

Fora isso, muito embora os norte europeus sejam mais produtivos e criem sociedades mais ordenadas, a verdade é que em muitos aspectos é melhor viver na Espanha ou no sul da Itália. Tem muito mais sol, come-se melhor, bebe-se melhor, descansa-se mais, e as pessoas em geral são menos carrancudas e mais simpáticas, sorridentes e tranquilas. A vida parece valer mais a pena. E caso você sinta falta dos nórdicos, não se preocupe: as praias da Espanha e Itália estão sempre cheias de alemães.

Produtividade e ordem não é tudo na vida. No embate entre o norte e o sul, prefiro o sul, não obstante seus muitos defeitos.

Duas belas alemãs