quinta-feira, 7 de março de 2019

Contra o racismo?

Esqueci de acrescentar uma coisa no texto anterior. Se acredito na diferença básica entre as etnias, acredito ainda mais nas diferenças dos indivíduos, e na igualdade geral do todo. Não tenho uma visão hierárquica dessas diferenças, minha impressão é que os povos que tem muitas qualidades têm também muitos defeitos. Os alemães, por exemplo, tem alta capacidade de organização, porém, não têm muito desenvolvido o conceito de liberdade (ao menos em comparação com os anglos). Seja à esquerda ou à direita, sempre parecem tender a um certo autoritarismo coletivista.

Já os italianos são artísticos e divertidos, mas, ao contrário dos alemães, não sabem seguir regras: tendem à corrupção e não sabem conviver harmoniosamente em sociedade. E no mais, se eu falo de "alemães" ou "italianos" estou me referindo a um conceito abstrato genérico, pois evidentemente que no caso individual é diferente e cada pessoa, branca, negra, amarela ou parda, tem suas próprias características que podem ser ou não similares às do grupo a que pertence. (Conheço italianos ou alemães por exemplo que são o exato oposto do estereótipo grupal). 

O curioso é que muitas pessoas tem dificuldade em fazer essa diferença. Ou vem o todo, ou veem o indivíduo. Existem pessoas que odeiam a raça negra, ou os estrangeiros, e a partir daí, odeiam todo mundo que é negro ou estrangeiro a priori, sem qualquer outro tipo de informação. O outro tipo de erro também é comum: ver todos como indivíduos, mas sem perceber que as pessoas também existem como grupo. Por exemplo, individualmente, a maioria dos imigrantes pode realmente ser do bem e só querer trabalhar e mudar de vida. Mas, coletivamente, eles tem características que poderão causar rupturas no tecido social.

Tem um ensaio que agora não consigo achar que fala sobre isso, sobre algumas pessoas só verem o genérico, e outros só conseguirem ver o individual, e poucos os que conseguem ver as duas coisas ao mesmo tempo. 

Enfim, a questão é que é difícil mesmo fazer essa diferença, somos indivíduos mas também somos parte de uma coletividade, e viver em sociedade é complicado mesmo.

Nem a ingênua tolerância total esquerdista, nem a excessiva xenofobia da direita são soluções. O ideal mesmo seria um equilíbrio, mas o ser humano raramente chega a isto naturalmente: quase sempre se move como um pêndulo entre extremos, antes demais para um lado, agora demais para o outro.

Por outro lado, não sejamos ingênuos. Os psicopatas de plantão se utilizam de sentimentos nobres como a empatia, a tolerância ou a piedade para ferrar com a vida de todo mundo. Vejam quem a União Europeia escolheu como "jovem europeu do ano" e me digam se não existe um plano de reengenharia social em curso...

Por sinal, aqui vemos novamente essa confusão (proposital) entre o individual e o coletivo: uma jovem (possivelmente) admirável, talentosa, integrada, inteligente, trabalhadora, et cetera, é mostrada como se fosse a representante genérica de um grupo que, em sua maioria, está longe de ser tudo isso. 

Assim, também não.

5 comentários:

AF disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
AF disse...

Essa obsessão por negros da mídia e afins é tanta que acho que eles já conseguiram colocar eles como padrão: uma pesquisa na Inglaterra, mostra que boa parte dos ingleses apoiam um James Bond negro e o mais bizarro é que nem mesmo boa parte dos gays, mulheres e estrangeiros não apoiam isso.

Essa obsessão por negros é tanta também que está virando até meme:

Conheçam o Popeye, ou Avatar, ou o Shrek, ou uma banana, ou um carimbo, ou o Batman ou Hitler.

Por mim, já que o branquelo ADORA e aceita isso, que coloquem tudo negro, até o Mário. Tem um lado bom (e triste, mas óbvio) que no fundo isso são histórias escritas por homens e não coisas para ficar idolatrando como se fosse uma religião.

AD disse...

Qualquer pendenga dentro do mundo ocidental pode e talvez deva ser reduzido à causa elementar: a irracionalidade do ''homem branco''.

Silvio disse...

Tem um ensaio que agora não consigo achar que fala sobre isso, sobre algumas pessoas só verem o genérico, e outros só conseguirem ver o individual, e poucos os que conseguem ver as duas coisas ao mesmo tempo.

Este aqui? -> http://www.amazon.com.br/sociedade-dos-indivíduos-Norbert-Elias/dp/8571102783

Se não for, pelos menos fica aí a recomendação de um livro excelente sobre o assunto.

direita disse...

"Essa obsessão por negros da mídia e afins é tanta que acho que eles já conseguiram colocar eles como padrão: uma pesquisa na Inglaterra, mostra que boa parte dos ingleses apoiam um James Bond negro e o mais bizarro é que nem mesmo boa parte dos gays, mulheres e estrangeiros não apoiam isso.
"

voce esta enganado sobre gays e estrangeiros terem opiniao negativa sobre um bond negro.A pesquisa Nao discriminou os entrevistados por sexo ou origem.oque se indagou foi a opiniao do publico sobre um possivel 007 gay , negro , mulher ou nascido fota do reino unido.


30% dos cidadaos da inglaterra sao de origem estrangeira, essa % é ainda maior entre os jovens.
Entao é normal que haja grande aceitacao de um negro como um 007.