quarta-feira, 17 de junho de 2009

Quão livre é uma nação?

Como medir o nível de liberdade de uma nação? Afinal, o fato de ter ou não eleições nem sempre é o melhor guia. Há eleições no Irã, há eleições em Cuba, há referendos na Venezuela, e no entanto não são os países mais livres do mundo, de modo algum.

Theodore Dalrymple uma vez observou que sentia-se mais livre nas ditaduras latinoamericanas dos anos 70 do que na Inglaterra de hoje. Certo, ele não podia gritar "Abajo el dictador!" nas ruas, mas fora isso, poderia seguir a vida sem ser importunado. Acredito que no Brasil, durante a "ditabranda", ocorria um fenômeno similar. Bastava o sujeito não se meter (muito) com política, e podia ter uma vida tranqüila, sem que o regime fizesse grande diferença na sua vida. Hoje a esquerda fala do período ditatorial de 1964-85 no Brasil como se tivesse sido o inferno na Terra, e talvez tenha sido - mas apenas para eles. Para o resto das pessoas, não foi muito pior nem melhor do que outros tempos. Afinal, nem foi a primeira nem a mais violenta das ditaduras brasileiras, certamente foi a menos violenta das ditaduras latinoamericanas do período, e, em termos de insegurança ou de corrupção, os dias de hoje são bastante mais negros.

Mas voltemos à pergunta inicial: como medir a real liberdade de uma nação? Acho que pelos entraves que coloca ao indivíduo. No Irã, por exemplo, não pode-se dançar na rua, não pode-se beber álcool, o governo controla o modo em que você se veste, com quem sai, com quem fala, o que escreve nos blogs, etc. Na Alemanha Oriental, bem, quem assistiu "A Vida dos Outros" pode ter uma idéia do nível de vigilância que ocorria ali sobre o indivíduo.

Mas mesmo em países desenvolvidos ocidentais atuais como Inglaterra, França e EUA, o Estado controla cada vez mais o que o indivíduo faz ou diz - claro, em nome de coisas supostamente boas como a "ecologia", o "direito das minorias", a "diversidade", o "racismo", etc. Mas que há controle, há. Nos EUA, além da intervenção absurda que está fazendo na economia, Obama tem planos até de impor legislação contra o "hate speech", o que iria contra a total liberdade de expressão até agora existente na América graças ao "first amendment".

Mas talvez haja um outro modo de medir a liberdade de uma nação: pela possibilidade ou não de realizar piadas em público sobre aqueles que governam. Não é possível fazer piada com os presidentes do Irã ou do Egito (em ambos países há blogueiros presos por textos satirizando ou ridicularizando seus mandantes).

Nos EUA, felizmente, ainda é possível fazer piada com Obama. Seguem algumas para descontrair.

* * *

Entra Obama em um bar com um papagaio no ombro. O barman pergunta, "onde você descolou isso?" "Quênia," responde o papagaio.

Qual a diferença entre Obama e Deus? Deus só exige ser reverenciado um dia por semana.

Qual a semelhança entre Obama e Deus? Nenhum dos dois tem um certificado de nascimento.

Por que Obama se candidatou pelo Partido Democrata? Porque o Partido Comunista já tinha candidato.

As melhores coisas da vida são de graça, mas o governo Obama está estudando um jeito de cobrar imposto.

Um comentário:

Enrique Villalobos disse...

Recomendo:

http://www.freedomhouse.org

Eu passo horas fuçando nesse site. Imperdível.

Abraço!