sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

A era de Aquarius

Vi alguns trechos de "Aquarius", a nova obra-prima nacional. Está disponível no Youtube para quem quiser assistir o filme inteiro e se deliciar.

Bem, não posso fazer uma crítica de verdade pois só vi algumas cenas totalizando alguns minutos. Porém o filme parece bem fraco. Achei que, além da polêmica por questões políticas, o filme pudesse ser interessante, afinal não se deve avaliar uma obra de arte pela ideologia de seu criador. Mas o filme não parece se sustentar por si mesmo.

Em primeiro lugar, a história me pareceu tola: uma mulher não quer vender seu apartamento para construtores malvados. Fim. Sério, não tem muito mais do que isso. E nem fica claro por quê ela gosta tanto daquele apartamento, que não é grande coisa em termos de arquitetura, e a personagem no filme é dona de outros cinco, ou seja, poderia se mudar a qualquer momento. Se fosse uma casa de praia antiga a ser demolida para a construção de um edifício enorme faria mais sentido do que a mera substituição de um edifício feio por um outro feio também. Realmente a história não faz muito sentido, nem mesmo como crítica à urbanização. Aliás, até a animação da Pixar "Up" tratou o mesmo tema de forma mais sucinta e melhor.

Os diálogos são canhestros, com algumas supostas frases de efeito que sequer fazem muito sentido: "Nós exploramos as empregadas, e elas nos roubam de vez em quando". "É melhor dar um câncer do que ter um câncer". Confesso que não entendi o que esta última frase quis dizer.

Como em todo filme nacional que se preze, tem várias cenas de sexo gratuitas que nada acrescentam à história, inclusive de Sônia Brega com um garoto de programa, e de uma tia velha lembrando de quando era jovem e lhe lambiam a vagina. E esteticamente (fotografia, atuação, som) parece ser apenas medíocre. Porém, isto também pode ser um problema da cópia disponível no Youtube.

Li duas críticas negativas que me pareceram acertadas: aqui e aqui.

No entanto, a crítica internacional adorou o filme. Um crítico inglês até afirmou que o filme "dará ao espectador vontade de se mudar para o Brasil". De verdade? Achei que o filme fosse uma crítica ao país e não o mostrasse de forma muito positiva.

Não sei bem o motivo da apreciação do filme pelos críticos internacionais, então é possível que contenha algumas qualidades. Como só vi alguns minutos, realmente não posso julgar. Peço aos caros leitores que por favor assistam por inteiro e me contem depois.

Falando de uma maneira mais geral, por que o cinema brasileiro é quase sempre tão tosco? Por um lado, temos as embromações esquerdistas. Pelo outro, temos as comédias ainda mais toscas da Globofilmes, que tem maior sucesso de público, mas não necessariamente maior qualidade. Na verdade, o cinema brasileiro sempre foi assim: de um lado os filmes experimentais sem sucesso desde o Cinema Novo, de outro as chanchadas e pornochanchadas de maior sucesso popular mas qualidade duvidosa.

Não acho que o problema seja necessariamente esta vocação que o cinema brasileiro tem em mostrar pobres. Nem mesmo a pobreza do próprio cinema nacional, forçado a filmes de baixo orçamento.

O cinema italiano das antigas fez belíssimos filmes sobre pobres, usando poucos recursos. E o cinema iraniano dos anos 80-90 também fez alguns filmes sensíveis e belos sobre pobres, com menos recursos ainda.

Acho que o problema é que cineastas brasileiros colocam a ideologia deles em tudo. Querem porque querem colocar as suas mensagens politizadas, ao invés de contar uma história ou de procurar a beleza. Este é um problema geral do cinema moderno, a dizer a verdade. Hoje todo e qualquer filme tem que falar sobre racismo, gays, transexuais. No Brasil, cineasta que se preza tem que fazer filme reclamando da "zelite". Mas falta-lhes imaginação, além de melhores recursos e bons atores.

De qualquer forma, acho que o cinema em geral está em crise, não apenas o brasileiro. Ou, então, sou eu que envelheci e não gosto de mais quase nada.

Não vi nenhum dos filmes indicados ao Oscar, mas parecem ser bem tolos também.

O mais cotado é "La La Land", que me interessa muito pouco. Odeio musicais. Os outros parecem todos ser filmes com "mensagem" esquerdista. Racismo, homofobia, feminismo... Por mais bem-intencionados que sejam, tudo isto termina por cansar. A própria cerimônia do Oscar ficou tão ridícula que não a assisto há anos.

O único filme recente que vi foi o "Silêncio" do Scorsese, que me pareceu interessante, ainda que um pouco longo demais e prejudicado pelo casting equivocado de alguns atores como o horroroso "Kylo Ren". Coincidentemente, Scorsese também acredita que o bom cinema acabou.

Fazer o quê? Tudo acaba nesta vida.

Cena final de Acúarius impressiona e choca.
Acima, Lucélia Santos no papel de espectador médio.

Até a deputada Maria do Rosário já foi atriz
nos bons tempos do cinema nacional.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

O fim da diversidade

Um dos aspectos mais deprimentes da globalização é que ela está acabando com a diversidade. Sim, isto mesmo. Ao contrário do que dizem, a globalização é a morte da diversidade cultural.

Antigamente, cada país era diferente, com seus próprios hábitos, culturas, culinária e música. Certo que havia trocas e intercâmbios, mas ainda assim existia uma identidade nacional que procurava ser mantida. Era divertido viajar e conhecer outros lugares.

A globalização promove uma monocultura global de consumismo, pornografia, idolatria gay, rap e hip hop, Hollywood, Starbucks, McDonald's. Todas as grandes cidades ocidentais, e até mesmo algumas orientais, começam a se parecer.

Sim, alguns países mantém ainda uma certa "cor local" para fins turísticos, mas é algo bem superficial. A realidade é que a América Global venceu e está exportando seu modelo para o planeta inteiro.

Vá num bar em Berlim, Londres, Los Angeles ou New York e verá o mesmo tipo de música, o mesmo tipo de gente, o mesmo tipo de comportamento.

Cor local? Você verá imigrantes muçulmanos, negros e chineses em quase tudo que é lugar.

Isto sem falar na vitória total do cinema americano. Até os anos 60, 70, o cinema europeu resistiu, criando algumas obras-primas. Hoje, salvo raras exceções, são os primeiros a querer imitar Hollywood e seu estilo de história com mensagens politicamente corretas. Mas é isso mesmo, é o que o povo quer ver.

Conglomerados multinacionais como Apple, Facebook e Google aumentam ainda mais esta sensação de monocultura. A tecnologia a serviço da globalização. Nem sua identidade pertence a você.

Mas a esquerda não era contra as grandes empresas? Por que idolatram os gigantes da informação?

Por fim, a miscigenação genética entre os diversos grupos humanos  acabará de vez com as identidades nacionais e culturais. Tudo o que restará será uma vaga memória de tempos passados. E uma indigesta população mista sem identidade étnica, cultural ou sexual.

Há solução? Não, salvo o isolamento e uma revolta contra o mundo pós-moderno. Mas isto está muito longe de acontecer. Na verdade, a maioria dos brancos adora esta monocultura global, e eu sou uma minoria da minoria, então, o que fazer?

A única opção por ora é tentar levar uma vida individual digna, mantendo a independência e tentando misturar-se o menos possível com essa gentalha.



Existe alt-right no Brasil?

É curioso como existem tantas brigas de ego na dita direita brasileira. Parece até aquele poema do Drummond, só que ao contrário: Reinaldo que brigou com Constantino que brigou com Olavo que brigou com todo mundo.

O Reinaldo Azevedo xingou agora a Joice Hasselman, em um vídeo constrangedor. Nem vou colocar o link pois acho que só queima o filme dele, coitado. E na verdade, embora faça anos que não o leio, sempre gostei bastante do Reinaldo Azevedo. É muito inteligente, culto e escreve muito bem. Porém, faria melhor em se assumir como tucano mesmo em vez de fingir ser "conservador". Quer conservar o quê, além do seu emprego? Porém, como disse, gosto dele e espero que se recupere destas bobagens.

Bem, de qualquer modo vendo estes últimos barracos me peguei pensando se existia algo que podemos chamar de alt-right no Brasil. Quem seriam os alt-righteiros locais?

Não conheço muito a Joice Hasselman. É gostosa e simpática. Certamente não tem a profundidade intelectual de um Olavo ou Reinaldo, mas convenhamos, poucas mulheres têm. O papel das mulheres em geral nos movimentos políticos é mesmo o de ser carismáticas e motivar os homens, mas não de aprofundar muito na ideologia.

O Rodrigo Constantino -- que por sinal também já brigou com o Olavo, mas quem não brigou? -- me parece também meio simplório, sem muitas ideias próprias. Bem, não sigo o seu blog, mas lembro que antes das eleições ele criticava o Trump; agora que ele virou presidente passou a elogiá-lo. É um libertário que acha que Miami é "Brasil que deu certo". Sei lá. Há quem goste e tampouco vejo tanto motivo assim para criticá-lo.

Olavo de Carvalho é o filósofo mais amado do Brasil. É certamente o de maior peso intelectual da turma. Porém tem também os seus defeitos que todos conhecem: a mania de falar palavrão, a mania de guru que não aceita contradições, o ponto cego em relação a um certo país do oriente médio, as críticas estranhas à Rússia etc. Pode não ser um neocon completo, mas também não diria que é alt-right. Aliás parece que ele mesmo estes dias disse que não é de direita.

Existem alguns outros blogs de menor expressão que talvez sejam de alt-right, mas a verdade é que não leio quase nada hoje.

Eu, que não tenho expressão nenhuma, também não sou de alt-right.

Bem, mas é claro que seria preciso primeiro definir o que é alt-right. É similar ao nacionalismo branco? É outra coisa? Para mim, a alt-right não é tanto uma ideologia própria e coerente, mas é acima de tudo apenas uma manifestação contra as várias mentiras que nos tem sido contadas ao longo destes anos: sobre imigração, sobre o comportamento feminino, sobre diferenças étnicas, sobre o poder. Mas mesmo assim, a alt-right parece mesmo apenas o redescobrimento de coisas que eram de conhecimento comum no século XIX. Nada de muito novo no front.

Ou então, se definirmos a alt-right apenas como um nacionalismo mais sadio e ligado ao tradicionalismo, então neste caso teríamos alguns blogueiros mais reacionários que estariam alinhados com esta vertente mais "patríótica" e com a candidatura de Bolsonaro, que seria o Trump brasileiro? Mas Bolsonaro politicamente parece ser um libertário, o que o colocaria mesmo no campo do Constantino, então, não sei. Além disso, o estranho batismo de Bolsonaro em Israel o colocaria mais como evangélico do que católico tradicionalista, mas talvez seja apenas uma jogada de marketing já que o futuro do Brasil, lamentavelmente, parece ser evangélico mesmo (a Igreja Católica fez uma grande burrada nos anos 60-70 ao se alinhar com a teologia da libertação, pastoral da terra etc e perdeu a maioria de seus fiéis).

De qualquer forma, a verdade é que a política brasileira me interessa muito pouco hoje. E, aliás, mesmo a americana não me interessa tanto assim. Acho que o que é mais importante mesmo é saber se os estados nacionais da Europa sobreviverão. Estes são o berço do Ocidente, e se eles morrerem, não acho que o que chamamos de "Ocidente" terá muito futuro. A América já é uma combinação esquisita de origem maçônica e povos misturados que não pode ser uma completa herdeira da tradição ocidental.

Então, acho que esta pergunta ficará sem resposta.

Abraços, e até.

A direita brasileira em ação.



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Volto depois


Desculpem o mau humor. Às vezes os textos ficam meio pessimistas, não é? Mas sem motivo, pois tenho certeza que no fim das contas venceremos esta batalha contra as forças do mal. Aguardem.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Fake news

Diz a mídia que um atirador branco com jeito de viadinho matou seis muçulmanos no Canadá. Primeiro, todas as testemunhas inicialmente falavam em dois atiradores, um deles nome muçulmano. Depois passou a falar-se apenas em um atirador, o branquelo.

Mais estranhamente ainda, pouco depois a notícia praticamente sumiu. O perfil do suposto assassino no Facebook foi deletado (por quem?) e embora a mesquita tivesse câmeras de segurança filmando o local 24 horas por dia, nenhum vídeo foi divulgado. Não se fala quase mais no assunto.

Eu tenho certeza quase absoluta que esse tiroteio nunca aconteceu, ou, se aconteceu, foi de um modo bem diferente do que contam.

Porém, ninguém questiona nada disso. As pessoas aceitam o que vem de cima como zumbis.

Algumas coisas interessantes sobre o Quebec onde ocorreu o suposto massacre:

Um, a região está recebendo muitíssimos imigrantes, em especial de Haiti, Senegal, Argélia, e outros países francófonos (mas também franceses brancos que fogem da França multicultural - saltam da panela com água fervente para o fogo).

Dois, de acordo com pesquisas recentes, dois em cada cinco bebês da região nascidos nos últimos anos são filhos de imigrantes ou de casais inter-raciais.

Três, a região em uma ou duas gerações passou de ser extremamente católica (famílias numerosas, todos indo à missa) para quase atéia (e hoje chama a atenção até algumas belas igrejas transformadas em ginásios, restaurantes ou discotecas - pessoalmente, acho isto horrível. Seria melhor até se demolissem os prédios do que transformá-los em templos do consumo).

Enquanto isso, Google e Facebook se tornaram os árbitros mundiais do que é uma "notícia falsa" e o que é uma "notícia real". Até na França eles irão monitorar as notícias, acredite. Google e Facebook, os árbitros da verdade, da moral e dos bons costumes... E todos acham isso normal.

Parece-me bastante claro que a maioria das pessoas são bem estúpidas e não muito diferentes de marionetes. Controle a mídia e você controlará as pessoas.

Na época do fascismo, o povo era fascista. Na época do igualitarismo, o povo é igualitarista. Se algum dia budistas nudistas tomarem controle da mídia, o povo será budista e nudista.

Por isso não levo tão a sério o Trump, embora naturalmente ele seja muito melhor do que a Hillary ou qualquer outro "líder ocidental" atual. Porém, enquanto ele não investir contra Wall Street e contra a mídia, nada mudará. Certo, sendo uma democracia fica mais difícil de mudar as coisas "de verdade",  por outro lado, fingir fazer alguma coisa é muito fácil.

Aliás, alguém disse certa vez que a política é o teatro para a gente feia. E é mesmo.

Alguns acham que vivemos numa "matrix", na qual tudo o que é mostrado como realidade é na verdade falso. Mas é ainda pior do que isso, pois até a suposta "verdade" que está por trás do que é "falso" é, em grande parte dos casos, falsa também. Sintomático que ambos os diretores do filme Matrix logo depois se revelaram como progressistas doidos que "trocaram de sexo".

Nada do que acontece é exatamente como nos contam.

Mas qual a verdade por trás de tudo isto?

Será que um dia descobriremos?




O país do futuro

As notícias sobre o caos no Espírito Santo após a greve da polícia tornaram-se internacionais. Isto após as anteriores várias notícias de massacres em presídios que também chamaram a atenção do planeta.

Não há como escapar da imagem de que os brasileiros são em sua maioria um povo de selvagens, que só podem ser controlados na base da porrada constante, e, muitas vezes, nem isso adianta.

Se algum assessor do governo Trump assistisse aos vídeos, provavelmente colocaria uma moratória à imigração de brasileiros, e não por três meses, mas por três séculos. O fato é que brasileiros são em média muito, mas muito piores do que muçulmanos. Nenhum país árabe tem tanta criminalidade quanto o Brasil. De fato, até o Iraque durante o recente conflito entre sunitas e xiitas, teve menos assassinatos do que no Brasil.

O que explica tamanha violência?

Eu realmente não sei. Tenho a impressão que décadas (séculos?) de disgenia, somados à mais recente seleção sexual pela guerra das drogas, tenham gerado uma enorme população de psicopatas débeis mentais completamente irredimível. Existem cidades na África que são menos violentas do que capitais no sul Brasil -- supostamente a parte mais "europeia" e "civilizada".

Naturalmente que estamos falando aqui das classes populares, mas mesmo a classe média brasileira é bastante tosca. Basta ler sobre a péssima fama internacional dos "gamers" brasileiros, ou então apenas checar qualquer comentário na Internet de brasileiros, são quase sempre os mais estúpidos. Um pequeno exemplo recente tirado de um filme clássico no Youtube:

Comentário de um sueco: kjun03 3 weeks ago
Bergman was and still is a great journey of the mind 
Comentário de um indiano: Rajesh Perampally 1 year ago
good psychological movie, decent performances, please uplode more ingmar bergman movies.
Comentário de um americano: Nat Gat 1 year ago
Ingmar bergman.
fucking sick . if it is dead twist in hell. damn trash !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 
Comentário de um brasileiro: ERIOVALDO COSTA SANCHO 1 month ago
TENHO UM PAU BEM GRANDE PRA VOCES MULHERES, CASADAS E SOLTEIRAS. 

Eu realmente não vejo nenhuma saída para o Brasil além do aeroporto. E, uma vez lá fora, o melhor a fazer é tentar se afastar o máximo que der de outros brasileiros. Não digo que não existam bons brasileiros, dentro ou fora do Brasil. É claro que existem. Mas também existe muita gente ruim.

Mas o pior nem é isso, o pior é que as elites globais, com toda sua propaganda sobre a "diversidade" e "imigração", parece que querem isso mesmo, transformar o planeta inteiro em um imenso Brasil. Não sossegarão enquanto as ruas de Paris, Londres e Barcelona não estiverem tão caóticas quanto as de Vitória.

Eu realmente não entendo para que alguém ia querer fazer isso. O melhor a fazer com o Brasil seria enviar sua população negra e mista descendente de escravos para a África, seus brancos ou semi-brancos + 90% caucasianos/asiáticos para os países de origem na Europa e Ásia, esterilizar o resto da população, demolir as cidades, e depois retornar o território inteiro na forma de reserva natural às poucas tribos de ameríndios puros ainda existentes, com um pedido de desculpas.

Não deu certo.



Atualização:

Bem, talvez eu tenha exagerado um pouco, mas é difícil ser otimista ao ver vídeos ou notícias como estas, mostrando que no Brasil definitivamente "a ocasião faz o ladrão". Honestidade é para os trouxas.

Dito isto, lembro que na minha infância e aborrecência nos anos 80 ficávamos até tarde brincando sozinhos na rua e não havia tanta preocupação. Realmente a situação da violência urbana piorou muito desde então, ao menos no Sul do Brasil. Porto Alegre é hoje uma das cidades mais violentas do planeta, e o Brasil virou uma zona de guerra. O que aconteceu?

Talvez este jornalista tenha razão ao falar na sonegação de impostos, na corrupção e no tal "arrocho" dos governantes, que curiosamente sempre cortam mas nunca suas próprias mordomias. Neste sentido, o Governo Sartori do RS desmantelou totalmente a segurança pública, ao mesmo tempo em que aumentou as mordomias para si e seus amigos. Mas não acho que seja apenas isso.

Existem soluções?

Talvez. Não, não a educação, que não adianta nada e está longe de ser a panacéia que dizem, mas: uma volta a uma aplicação de penas severas, incluída a pena de morte; fim do desarmamento civil; diminuição da natalidade da parte mais baixa da curva do sino; e resolver a questão das drogas de alguma forma.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

«Quanto mais contemplo o espectáculo do mundo, e o fluxo e refluxo da mutação das coisas, mais profundamente me compenetro da ficção ingénita de tudo, do prestígio falso da pompa de todas as realidades. E nesta contemplação que a todos, que reflectem, uma ou outra vez terá sucedido, a marcha multicolor dos costumes e das modas, o caminho complexo dos progressos e das civilizações, a confusão grandiosa dos impérios e das culturas - tudo isso me parece como um mito e uma ficção, sonhado entre sombras e esquecimentos. Mas não sei se a definição suprema de todos esses propósitos mortos, até quando conseguidos, deve estar na abdicação extática do Buda, que, ao compreender a vacuidade das coisas, se ergueu do seu êxtase dizendo "Já sei tudo", ou na indiferença demasiado experiente do imperador Severo: "omnia fui, nihil expedit - fui tudo, nada vale a pena".»

Fernando Pessoa/ Bernardo Soares, Livro do Desassossego, 3.ª edição, Assírio & Alvim, p. 138/9


Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum. Sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem, quam minimum credula postero.


Horatio