sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Por que os europeus não têm filhos?

Saiu essa discussão em um dos posts anteriores. Aventuremos algumas hipóteses.

1. Efeito da modernização

Europeus não têm filhos porque quase ninguém mais têm. A queda no crescimento populacional é geral. Até a China recentemente acabou com a one-child policy, simplesmente por que não precisava mais. Mesmo o Irã e os países árabes tem poucos filhos. Mesmo no nordeste do Brasil a natalidade diminuiu drasticamente. No máximo chega a 3 em uns poucos países, a média é 2 ou abaixo. Só os africanos continuam tento 5, 6, 7 filhos. A seguir assim, o mundo será negro no futuro. Ninguém poderá reclamar de "Oscar" brancos. Se é que ainda existirão.

2. Hedonismo

Esta explicação nunca me convenceu. Os brancos não teriam filhos para poder continuar a farrear e se divertir até os 80 anos de idade? Que tolice. Talvez isto seja assim para os gays, mas poucos héteros se encaixam neste perfil.

3. Falta de religião

Aqui acho que tem influência, mesmo que indireta. Pessoas religiosas sempre têm mais filhos, em média. Porém isso tampouco explica tudo: natalidade também está caindo nos paīses muçulmanos, e entre os evangélicos brasileiros. Até os católicos italianos e irlandeses têm poucos filhos hoje. É isso, mas não só isso.

4. Muito estudo e inteligência

Pessoas com mais estudo e maior QI têm menos filhos, é fato. Ainda mais entre as mulheres. Às vezes a escolha é entre estudar ou ter filhos. Bem, do ponto de vista biológico, é melhor mesmo que sejam mães. Porém, e se não quiserem? Devemos obrigá-las? Complexo. Uma coisa que não entendo tanto nos conservadores é porque exaltam tanto ter filhos, como se fosse um ato de heroísmo. Não é. Qualquer idiota pode ter filhos, não exige prática nem habilidade. Difícil é criar bem. Melhor ter poucos e bons. Ou não? Também não sei. Não ter filhos ou abortá-los tampouco é heroísmo, é claro, muito antes pelo contrário.

5. Perda de contato com a realidade

O mundo moderno ocidental é uma bolha asséptica. Estamos demasiado protegidos. No outro dia vi um filme sobre a Idade Média. Fezes, vômito, doença e imundície em tudo que é lugar. As pessoas viviam como animais. Mas, como os animais, também tinham bem mais filhos. Os filhos morriam às pencas também. Depois tinha-se mais. Não existia televisão nem Internet.

6. O mundo é um lixo

Acho que esta explicação procede. Quem quer ter filhos se tudo é uma porcaria e em breve ainda vai ter guerra e crise econômica? Bom mas quem disse que somos animais racionais? Por outro lado, booms de bebês costumam ocorrer após guerras e crises. Talvez tenhamos que esperar a Terceira Guerra Mundial para voltar a procriar.

7. Multiculturalismo

Alguns dizem que a imigraçäo ocorre para "ajudar" os europeus que têm poucos filhos. Tolice. É o contrário, os euros têm menos filhos justamente devido à imigração. Quem quer ter filhos para que apanhem de negros na escola, ou filhas que sejam estupradas por árabes no metrô?

8. It's the economy, stupid!

Isto é fato também. Filhos custam cada vez mais caro no mundo ocidental, ao mesmo tempo em que os empregos são mais precários. Difícil combinação. Sabem quanto custa uma creche em NY?? 

9. Urbanização 

Ligado diretamente com o anterior e com o número 1. Quem precisava de muitos filhos era quem trabalhava no campo, pra ajudar a capinar. Na cidade há menos espaço, possibilidade e necessidade de filhos. 

10. Ir ao ar e perder lugar

As pessoas esperam demais, quando vão ver, é tarde demais. Aconteceu comigo e com vários casais que conheço. A hora de ter filhos é cedo, bem cedo, ou então não ter mais. Ter filhos é para os jovens! Por questões biológicas e psicológicas. Ê amiguxos a vida é cruel.

11. Desagregação das famílias

Hoje em dia as famílias moram todas espalhadas, pai aqui, mãe acolá, avós no interior, filhos no exterior. Como fazer pra deixar os filhos com a vovó ou com a tia solteirona? Ficou bem mais difícil cuidar de crianças, e com as mulheres também trabalhando, quem acaba cuidando das crianças são as creches, que, como já foi dito, custam bem caro.
12. Algo na água

Hormônos ou esterilizantes nos alimentos, ou o flúor e outros elementos estranhos na água estariam acabando com os nossos preciosos fluidos vitais. Não colocaria esta hipótese totalmente fora de questão. Temos uma elite psicopática, jamais esqueçam.

13. ?

Que gracinha, parece o papai.

O mundo que eles querem

Morreu o Ettore Scola. Cineasta das antigas, do tempo em que o cinema ainda pretendia contar histórias ao invés de só mostrar sangue, explosões e efeitos especiais. Não era um gênio como Fellini, mas tinha bons filmes e contava boas histórias.

Um de seus filmes, "Feios, Sujos e Malvados", é sobre pobres da periferia, na verdade um bando de favelados italianos, mas sem o viés esquerdista que lhes dá uma aura de santidade. Ao contrário, os pobres são mostrados exatamente da forma que diz o título, mas, ainda assim, não chega a ser um retrato de todo negativo; eu diria até que, por ser relativamente honesto, além de hilário, o filme nos ajuda a empatizar mais com os personagens.

Em contrapartida, comecei no outro dia a ver "Mad Max: Estrada da Fúria", que encontrei online. O filme foi adorado por crítica e público, e nominado para 10 Oscars. Não sei se o filme é bom: não consegui assistir mais do que 20 minutos. Achei aqueles personagens feios e grotescos bastante desagradáveis, não entendi a história, se é que havia alguma, o ritmo de edição frenético me incomodou, e não tive paciência para seguir adiante.

De qualquer modo, pergunto-me se esse filme não estaria, na verdade, nos preparando para o futuro disgênico que virá. Afinal, por que temos tantos filmes sobre apocalipse ou sobre zumbis? Estaria Hollywood apenas querendo nos preparar para o futuro?

Uma particularidade é que, ao conrário de outros filmes recentes, o elenco não é multiracial. O filme, assim como o novo Star Wars, é feminista, e apesar do título ser "Mad Max" o personagem principal é uma mulher, interpretada pela Charlize Theron. Porém, todos os personagens parecem brancos, ainda que brancos degenerados, e o vilão até fala em "Valhalla", o paraíso dos guerreiros nórdicos. Seria o filme então uma mensagem para os brancos? E, se for, qual é a mensagem?

Uma blogueira paki irritou-se com a branquice do filme e perguntou-se por que os filmes pós-apocalípticos são quase todos brancos? "Será que as minorias étnicas não chegarão ao fim do mundo?", ela gritou, recalcada.  

Bom, eu não sei exatamente o motivo, nem se isso é verdade, mas pode ser que seja verdade que filmes futuristas pós-apocalípticos tendem a exagerar na branquice dos personagens. Acredito que seja por que as minorias já teriam todas morrido nas guerras anteriores, mas não tenho certeza. Ou talvez Hollywood adore mostrar brancos em condições horrorosas. Ou talvez porque a visão de uma distopia multiracial violenta seja demasiado parecida com o que já temos hoje em dia nas grandes capitais mundiais, e quem quer ver mais do mesmo? 

Por falar nisso, aqueles de sempre estão reclamando, como todos os anos, que os Oscar são "muito brancos", que nenhum ator negro foi indicado, blablablá. Mas "Doze anos um escravo" não ganhou há poucos anos? Será que um filme com atores negros precisa sempre ganhar? E por que os nominados precisam ser sempre negros, e não mexicanos, que são em maior número, ou então chineses, ou, vá lá, pakis?

Sugiro à Academia então dar um prêmio especial para a cena com um branquelo ajoelhado chupando o pênis do Samuel L. Jackson no último filme do Tarantella, isso certamente ajudará a amenizar a culpa por um tempo. 

De qualquer forma, confesso que não vi nenhum dos filmes indicados este ano, nem mesmo os estrangeiros (vai ganhar um filme húngaro sobre o Holocausto, acreditem). Aliás, confesso que não é de hoje que estou desistindo de Hollywood. Percebi que os filmes que a maioria das pessoas gostam interessam-me muito pouco, e meu tempo é limitado, para que perdê-lo de uma forma tão tola, quando posso ver tantos filmes clássicos que ainda nunca vi?

Ou talvez eu esteja apenas ficando velho. Velho e gagá.

Bem, o consolo é que provavelmente não estarei mais aqui quando o apocalipse disgênico dos branquelos chegar. Vocês que são jovens, divirtam-se.

Vamos ao cinema?


domingo, 17 de janeiro de 2016

Poema do domingo

Contrariedades

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.

Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.

Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve a conta na botica!
Mal ganha para sopas...

O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.

Que mau humor! Rasguei uma epopéia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais duma redação, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.

A crítica segundo o método de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitíssimos papéis inéditos. A imprensa
Vale um desdém solene.

Com raras exceções merece-me o epigrama.
Deu meia-noite; e em paz pela calçada abaixo,
Soluça um sol-e-dó. Chuvisca. O populacho
Diverte-se na lama.

Eu nunca dediquei poemas às fortunas,
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as colunas.

Receiam que o assinante ingênuo os abandone,
Se forem publicar tais coisas, tais autores.
Arte? Não lhes convêm, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.

Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua coterie;
E a mim, não há questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.

A adulação repugna aos sentimentos finos;
Eu raramente falo aos nossos literatos,
E apuro-me em lançar originais e exatos,
Os meus alexandrinos...

E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!
Ignora que a asfixia a combustão das brasas,
Não foge do estendal que lhe umedece as casas,
E fina-se ao desprezo!

Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.
Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
Duma opereta nova!

Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?

Nas letras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a réclame, a intriga, o anúncio, a blague,
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras

E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!

Cesário Verde, in 'O Livro de Cesário Verde'

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Estupre-me por favor

A Alemanha está sendo estuprada - por muçulmanos, e pela Merkel, que já avisou que não quer impor limites ao número de estupradores, digo, refugiados muçulmanos que vai acolher. Nossa, mais ainda?

Algumas pessoas protestaram contra os estupros. Curiosamente, porém, o protesto não foi contra a imigração ou os muçulmanos, mas sim contra o "patriarcado". Alguns até tinham cartazes "contra o sexismo e contra o racismo".

Uma suposta artista até protestou nua sob um frio de zero graus. Mas seu protesto era tolo, ao estilo da marcha das vadias. Nunca entendi esses protestos nus. Ver mulheres nuas, em geral, só aumenta os desejos sexuais dos selvagens. Não faria mais sentido protestar contra a imigração de indesejáveis?

Vamos admitir, os lugares mais seguros do planeta para mulheres brancas é entre homens brancos. Não é que brancos não estuprem, tem alguns que estupram, sim. Tem pedófilos brancos, serial killers brancos. Sem dúvida há também estupradores brancos! Mas na média, são raros. O estupro e o assédio sexual é mais comum entre as raças não-brancas e não-asiáticas, pode apostar. (Ou nem aposte, basta ver a Wikipedia, no Japão há 1 estupro para cada 100,000 habitantes, na África do Sul, 132.)   

É a segunda vez que a Alemanha está sendo estuprada. A outra vez foi pelas tropas soviéticas no pós-guerra, em um crime quase esquecido (mas tem um bom filme alemão recente sobre isso, "Uma mulher em Berlim"). Mas tá, estamos falando de guerra. Numa guerra, até os relativamente assexuados japoneses podem estuprar em massa, como realmente fizeram com chinesas e coreanas na Segunda Guerra Mundial.

Em tempo de paz, no entanto, o melhor lugar para uma mulher andar pela rua "vestida como quiser" é mesmo em um país branco (ou no Japão). Ou imaginem esta branquela abaixo protestando pelada na Praça Tahrir do Egito. Nossa, provavelmente estuprariam até as orelhas da coitadinha. 

Se as feministas branquelas não querem assédio, pela lógica deveriam torcer pela supremacia branca e pelo fim da imigração.

Bem, mas quem disse que mulheres seguem a lógica? 


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Lixowood II: Star Wars

Pediram-me que escrevesse sobre os estupros e assédios ocorridos na cidade alemâ de Colônia, mas escrever o quê? O que esperavam que acontecesse ao deixarem entrar centenas de milhares de bárbaros muçulmanos sem qualquer critério, e ainda por cima desse povo que abertamente acha que os alemães são uns nojentos comedores de carne de porco? Alguns vêem com esperança o fato de que estejam ocorrendo ataques contra imigrantes em supostas reações nacionalistas, mas ora, isto também é o esperado e o desejado pelas elites, elas querem mesmo ver o circo pegar fogo.

Então nem vou falar disso, mas sim de Star Wars. Mas, como talvez tenha alguns "spoilers" para quem não viu, segue depois do link.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Racistas são idiotas primitivos, e eu também

Um comentário de um imbecil no blog do Steve Sailer deixou-me fulo da vida. No post sobre a morte de David Bowie, quem, goste-se ou não de sua música não dá para negar que por décadas e até sua morte foi um ícone cultural, figura lendária na música e no cinema, tudo o que um idiota conseguiu comentar foi que era um "miscigenador" e um "bissexual imundo". (O próprio Sailer também não consegiu falar nada mais interessante do que conectar com a imigração na Inglaterra, temática bem tangencial mas praticamente monotemática do blogueiro).

Nem importa que a viúva de Bowie, Iman, é séria candidata ao título de mulher negra (ou somali parte árabe??) mais bonita do mundo, ou que os supostos casos do roqueiro com Mick Jagger ou Lou Reed não passem de boatos. O que incomoda é esse reducionismo de toda a experiência humana a aspectos tão limitadores. 

O racismo, hemos de convir, é um sentimento bem primitivo. Talvez dos mais primitivos da espécie humana, quando o Homo Sapiens odiava o Neandertal, ou vice-versa, e ambos só se punham de acordo quando zombavam do Erectus.

Entendo que o racismo de certa forma seja um mecanismo de sobrevivência, e portanto não o descarto completamente em nome de um igualitarismo que não existe e nunca existirá. Mas tampouco consigo vê-lo como um sentimento nobre. É um sentimento animalesco, instintivo, apenas isso.

Sim, odeio o multiculturalismo. Sempre que vejo um rapeiro jogando conversa fora com branquelas tolas, ou uma dessas mulheres de burca com sete filhos passeando em um país de primeiro mundo que não construíram, tenho vontade de dar-lhes um chute na bunda que as leve de volta para Bagdá.

Nem por isso deixo de acreditar no valor superior do indivíduo frente ao coletivo. O nacionalista branco (ou negro, ou árabe, ou judeu) que exalta a sua raça ou sua etnia e se julga "superior" aos outros mesmo sem nada ter feito por si mesmo, está apenas pegando carona na glória de outros, uns poucos outros que sempre foram indivíduos isolados, e raramente representativos da raça como um todo -- ao contrário, a maioria dos gênios quase sempre foram marginalizados ou desprezados em vida por seus conterrâneos, sendo ou não (como muitas vezes foram) indivíduos de psicologia, sexualidade ou comportamento disfuncional.

Leonardo Da Vinci, Mozart, Newton, não foram representantes da média italiana, germânica (austríaca) ou inglesa, mas sim exceções bem pouco comuns.

Ninguém, seja preto, branco ou amarelo, escolheu vir para este vale de lágrimas, e portanto guardadas as proporções, ninguém é necessariamente melhor do que ninguém.

O que não quer dizer, naturalmente, que eu seja a favor da enxurrada imigratória multicultural para países anteriormente brancos, mas essa é uma outra história.

E tenho dito.

E sim, achei tristíssima a morte do Bowie, mas essa é também uma outra, bem outra história.

Bye bye.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Juventude transviada

Um dos leitores comentou no post anterior sobre a possibilidade do novo filme do Tarantino estimular novos psicopatas a matarem pessoas.

Não creio; o filme não tem agradado muito nem mesmo a alguns fãs do diretor, e seus personagens de qualquer forma não são muito agradáveis ou interessantes. Seria mais possível alguém querer emular a Noiva ou o Dango, mas este filme tem personagens de mais, e história de menos. É apenas chato.  

De qualquer forma, a questão me lembrou que faltou perguntar no texto anterior a clássica questão, sobre se a mídia violenta torna as pessoas mais violentas, ou ao contrário, reduz a violência ao sublimar os impulsos assassinos? 

Só nestes dias recentes ocorreram um par de crimes assustadores e bizarros.

Primeiro, um jovem de 23 anos matou um bebê indígena no colo da própria mãe, degolando-o com um estilete. Sem motivo qualquer.

Depois, uma jovem de 18 anos matou um outro jovem, ex-namorado, "apenas por que queria matar alguém". Uma morte tarantinesca: convidou-o para seu quarto e, enquanto o rapaz praticava sexo oral nela, ela segurou a cabeça do rapaz, tirou uma faca da bolsa e a cravou várias vezes na sua jugular.  

Ambos os jovens são, não direi "brancos" para não causar ataques cardíacos em certos leitores, mas certamente de tez predominantemente caucasiana. Não eram favelados, mas de classe média ou média-baixa e, aparentemente, ao menos com alguma instrução. Não tomavam remédio tarja preta e, apesar de possíveis problemas psicológicos, pareciam ser relativamente "normais".


Não mataram para roubar ou por qualquer tipo de ação passional: foi puro "desejo de matar" mesmo.

Típicos psicopatas com problemas mentais? Sim, é bem provável. Observando mais de perto pode ver-se que não eram pessoas mentalmente sãs. O curioso é que ambos os personagens pareciam também ter interesse por imagens satânicas ou de filmes de horror. Causa ou conseqüência?

Não creio que tivessem interesse pelos filmes do Tarantino, é provável que nem soubessem quem fosse. Porém, certamente não estão imunes à cultura da violência e das imagens negativas associadas com o horror. Elas fazem parte hoje da cultura de tal forma que é impossível evitá-las.

Por coincidência, ou não, quase todo dia lemos notícias crimes desse tipo: um doido que dá um tiro em outros só para ficar famoso, um maluco que empurra alguém nos trilhos do metrô, um aluno que mata a professora, meninas de doze anos que esfaqueiam uma coleguinha, etc. 

Eu não sei se hoje em dia há mais desse tipo de crime hediondo. Talvez em outras épocas, também acontecesse, não sei. Pode ser que seja apenas genético, e a cultura atual não tenha nada a ver. Mas também não tenho certeza. 

Em tempos antigos queimavam-se "bruxas" e "endemoniados". Terrível, eu sei. Mas alguns dizem que muitos eram psicopatas deste gênero, e talvez essa matança tenha reduzido o número de psicopatas na Europa. (Tampouco sei se é o caso, é provável que seja pura especulação. Muitos inocentes também morreram nas fogueiras. E, considerando os requintes de crueldade com que eram tratadas as supostas bruxas na época, talvez os psicopatas fossem mesmo os torturadores do lado da "lei" e da "ordem").

Minha teoria é que a cultura pop moderna, com sua ênfase na morte, na sanguinolência e na crueldade, aliada às novas tecnologias que proporcionam maior facilidade para matar e maior exposição social, pode não criar psicopatas -- mas talvez os esteja estimulando a agir.

E cada vez mais cedo.


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Lixowood, episódio I: Taradino e os oito odiáveis

Olá, espero que tenham passado um belo ano novo. Para começar mudando um pouco de assunto, falaremos sobre cinema em vez de política. 

Assisti alguns pedaços da nova "obra prima" de Tarantino, que tinha vazado em cópias online. (Desde "Kill Bill" recuso-me a pagar pelas obras dele). Se "Bastardos Inglórios" e "Django" eram visões revisionistas e caricatas da História, este filme nem isso tem. Tampouco tem o humor (?) ou as reviravoltas dos filmes anteriores. Seu conteúdo é, de fato, praticamente nulo.

É um filme grotesco, degenerado, imundo, e pior, sem pé nem cabeça (às vezes, literalmente, já que os personagens se desmembram e decapitam continuamente, além de vomitarem sangue uns sobre os outros).

Nada contra o público que adora baixarias, o filme talvez tenha o mesmo apelo popular das video-cacetadas do Faustão. O que me irrita é a crítica endeusar esse palhaço colocando-o como se fosse um grande do cinema ao lado de Kubrick, Hitchcock, Fellini, Bergman, Ozu ou, até Sergio Leone (quem ele sonha ser). No meu universo, esse sujeito não teria o direito de sequer amarrar os cadarços de sapato de um diretor de cinema de verdade, quanto mais chegar perto de uma câmera.

Para vocês terem uma ideia, o filme tem uma cena em que um branco racista é obrigado a fazer sexo oral em um negro no meio da neve. Este é o nível de "criatividade" de Tarantino.

O que não quer dizer que o personagem preto deste filme seja o "herói vingador" ao estilo de Django, pois ele tampouco tem esse papel: é só mais um bandido entre outros.  

Bastardos Inglórios era uma fantasia sobre judeus psicopatas vingando-se pelo Holocausto, e Django uma fantasia de vingança dos negros contra a escravidão. Funcionavam como uma catarse para os progressistas médios expiarem seus pecados e sua "culpa branca" e sentirem-se bem torcendo pelas "vítimas". 

Já "Os oito odiados", muito embora contenha longas e enfadonhas discussões sobre a Guerra Civil Americana, não há qualquer justificativa histórica ou social para a violência. Tanto que a que mais apanha é a mulher, e alguns chegaram até a acusar o filme de misógino. 

Cinematograficamente, o filme é também um lixo. Além de desperdiçar película de 70mm em uma história que se passa quase toda num único ambiente interno, o roteiro ainda peca por não fazer sentido, em pelo menos dois aspectos (não se preocupem, não revelarei detalhes cruciais, se alguém ainda quiser ver):

- Os vários vilões ficam horas em discussões tolas antes de começar um tiroteio que poderia ter começado já nos primeiros 20 minutos do filme. Não há razão nenhuma para toda essa espera estúpida.

- O suposto "mistério" para ser desvendado (alguns críticos infelizes ompararam Tarantino com Agatha Christie) não é mistério algum. Não há absolutamente nada a desvendar, tudo é escancarado no início e continua assim até o final. O único suspense é quem vai morrer primeiro. 

(E isto sem falar em personagens supostamente do século XIX falando "motherfucker" e "bitch", etc.).

Em termos de temática, eu nem sei o que Tarantino quis dizer. Daria para fazer várias interpretações da história. A minha é a seguinte:

Tenho a convicção de que Tarantino tem sérios problemas psicológicos ou mentais, além de uma fixação pouco saudável por pembas negras. Talvez o fato de sua mãe ter se dedicado a transar com negros quando ele era criança tenha traumatizado a cabeça do rapaz. Não sei, mas é fato que ele não consegue fazer um filme sequer sem essa fixação sexual com pretos. Ou talvez ele tenha problemas com ereção, já que fantasias de castração são recorrentes em seus filmes. De qualquer forma, deveria fazer análise e parar de fazer cinema.

Mas, se seus filmes são tão ruins, o que explica o sucesso destes? Alguns dizem que isso seja culpa da "degeneração moral" do Ocidente, mas não tenho certeza.

Uma dúvida que tenho é a seguinte: o fenômeno da violência extrema no cinema contemporâneo não é de forma alguma exclusivo de Hollywood. Muitos filmes atuais asiáticos (que são a principal inspiração de Taradino) são também extremamente violentos. O coreano "Old Boy" tem um sujeito que é obrigado a comer um polvo vivo, entre outros horrores. Vi também o filme de um diretor japonês sobre um professor que tortura e mata todos os seus alunos. O que explica isso?

Muitos dizem que a violência seja fascinante. De fato, nas épocas antigas o populacho adorava ver gladiadores e animais se matando no Coliseu, e pode ser que estes filmes sejam apenas uma versão virtual disso. 

Eu, pessoalmente, salvo algumas exceções como alguuns poucos filmes de máfia e gangsters, não vejo nada de muito fascinante na violência extrema, e desconfio que as pessoas que se excitam vendo sangue aos borbotões em desmembramentos e decapitações, e não são adolescentes (neles isto é perdoado), devem ter algo de errado na cabeça. 

OK meus caros. Amanhã vou ver o novo "Star Wars", que tem multiracialismo galáctico, e depois, "A Garota Dinamarquesa", sobre um transexual escandinavo, e depois conto tudo para vocês. Até!