quinta-feira, 26 de julho de 2012

É preciso amar o Grande Irmão


Poucos dias antes do começo das Olimpíadas, uma jovem atleta grega foi excluída do time olímpico nacional e mandada de volta para casa. Usou doping? Matou alguém? Envolveu-se em algum escândalo sexual com oficiais do Comitê Olímpico? Nada disso. Seu crime foi ter feito uma inocente piadinha sobre imigrantes africanos no Twitter. A piada, apesar de sem graça, não era racista ou agressiva. Voula Papacrhistou, loira e heroína do salto triplo, simplesmente twitou:

"Com tantos africanos na Grécia, os mosquitos do Nilo vão poder comer comida caseira."

Era uma referência a um certo tipo de mosquito africano que apareceu na Grécia, talvez parecido com o nosso querido Aedes Aegypti. A piadinha não era racista mas parece que meramente notar que haja imigrantes africanos na Grécia é uma forma de racismo, portanto choveram acusações. O comitê grego decidiu cortá-la do time.

Depois, não adiantou ela chorar, espernear que ama o multiculturalismo, rastejar e humilhar-se como uma vagabunda pedindo perdão. Teve que fazer mala e cuia e voltar para casa.

(Se fosse um atleta negro fazendo piada de loira, podia?)

Chega a ser quase inconcebível que os gregos, com tantas dificuldades econômicas, sem contar os anos que ela mesma perdeu se preparando para o evento, agora arruinem sua carreira por uma mera frase, infeliz ou não.

A notícia já é triste o suficiente, mas o pior é que a maioria dos comentários à notícia, no jornal inglês onde li o artigo, são a favor da expulsão. Acham que foi merecida. Não encontrei nenhum comentário dizendo que a medida tenha sido no mínimo exagerada.

Noto essa mesma atitude entre os meus conhecidos. No Facebook, por exemplo, uma vez fiz um comentário ligeiramente a favor da expulsão dos moradores ilegais de Pinheirinhos na postagem de um conhecido que tinha, naturalmente, escrito algum clichê esquerdista. Pra què. Fui chamado de racista, nazista, canalha, por pessoas que conhecia há vinte anos. Hoje alguém postou esta outra notícia, sobre esta jovem bonita e inteligente que simplesmente quer criar um partido de direita no Brasil. Nos comentários, está sendo virtualmente linchada. Pensei em defendè-la, mas sei bem o que vai acontecer.  

O engraçado é que hoje em dia, vivemos tempo de extrema censura, mas essa censura é celebrada e aplicada pela própria multidão, sem nenhum comando das autoridades. O próprio povo se encarrega de colocar no ostracismo quem não seja a  favor do casamento gay, do igualitarismo, do politicamente correto, etcétera. Experimente! Tente fazer algum comentário contrário ao casamento gay, por exemplo. A multidão rugirá.

É quase engraçado que tantas pessoas achem que ser de esquerda, usar drogas, fazer piercing e tatuagem e protestar contra o capitalismo seja ser "rebelde", quando todos os outros fazem exatamente a mesma coisa. É apenas uma manifestação do conformismo. Parece esta piada do Monty Python.

Uma vez fizeram um experimento com macacos. Havia cinco macacos em uma jaula. Colocaram uma banana em cima de um poste. Quando um macaco subia lá pra pegar a banana, os outros quatro macacos que ficavam embaixo levavam choque. Depois de um tempo, cada macaco que tentava subir no poste pra pegar a banana levava uma surra dos outros. No fim, todos eles pararam de subir. Um tempo depois, os sádicos cientistas tiraram o choque e trocaram um dos macacos. O novo macaco, que não sabia nada da história, subiu para pegar a banana. Nenhum dos outros macacos recebeu choque mas, mesmo assim, pela força do hábito, eles deram uma surra no novato. O pobre macaco não entendeu nada!

Pode ser que algo similar esteja ocorrendo na sociedade ocidental. Mas na verdade acho que é até pior, pode ser apenas que as pessoas realmente acreditem nessa bobagem de igualitarismo, neocomunismo, pobrismo, ditadura do políticamente correto e tal, e que queiram mais e mais. No romance "1984" de Orwell,  os totalitários dizem: "É preciso amar o Grande Irmão. Não basta obedecer ao Grande Irmão. É preciso amá-lo." E é isso mesmo que termina ocorrendo, todos, até o próprio protagonista rebelde, terminam sendo convencido a amar o ditador.  É um totalitarismo com ovelhas contentes.

No outro dia, saiu um artigo de uma mulher canadense reclamando que a sua cidade era branca demais. Tendo apenas 4% de diversidade, estava perdendo em relação às outras. Ela tinha inveja da diversidade, vejam só. Eis o que ela escreveu:

"Agora em 2012, chocante como possa parecer, as crianças da cidade de St. Albert estão perdendo oportunidades. Viver nesta cidade pode oferecer parques, recreação, artes, eventos, segurança e educação, mas não lhes traz a experiência da inclusão. Elas não vêem a cor no rosto de seus amigos de escola. Raramente experimentam o sabor de comidas de outros países. Não reconhecem o aroma de outras culturas, nem seguram a mão de uma criança com um tom de pele diferente. Não escutam a melodia de idiomas estrangeiros. Seus sentidos estão perdendo os prazeres da diversidade."

Não importa que, recentemente, a multiculturalíssima Toronto tenha sido palco de mais de um tiroteio entre alegres imigrantes quenianos, e que a polícia de Ontario já tenha desbaratado mais de um plano terrorista prestes a ser levado a cabo por simpáticos imigrantes muçulmanos. Não basta que as grandes cidades tenham virado infernos multiculturais onde é cada um por si e todos contra todos. A moça ainda quer mais. Quer que mesmo as pequenas cidades participem dessa alegria toda. Não pode restar uma única cidade que continue sendo exclusivamente canadense...

Orwell tinha razão. Não basta obedecer. É preciso amar o Grande Irmão!


segunda-feira, 23 de julho de 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Como lidar com assaltantes

Dois assaltantes armados entraram em um Internet café na Flórida com o fim de conseguir dinheiro fácil. O que não contavam é com a presença de um velhinho de 71 anos armado que deu um tiro na bunda (literalmente) dos assaltantes, botando-os para correr mais rápido que os personagens do Benny Hill Show.

Os assaltentes era jovens afro-americanos, mas foi apenas uma coincidência. Poderiam ser velhinhos brancos de 71 anos barbarizando no gueto, como costuma ocorrer. O fato é que o senhor Samuel Williams deu uma boa lição de como tratar assaltantes. Lamentavelmente, os tiros não foram fatais, e os dois bandidos pagaram fiança e já foram soltos. Curiosamente, pela lei americana, como o velhinho agiu bem no início do ataque, o crime não foi categorizado como assalto, mas apenas como tentativa de assalto, e é provável que eles fiquem presos pouco tempo e logo voltem a assaltar, salvo que tenham aprendido a lição - não meter-se com velhinhos de 71 anos. 

Naturalmente, em vez de entrevistar o herói, a mídia preferiu entrevistar o bandido. Em uma hilária confissão na qual revela a moralidade de uma criança de três anos, o bandido afirma que não esperava encontrar ninguém armado. "O plano era apenas o de roubar e sair", ele diz. "Não queríamos machucar ninguém, nossa arma estava enferrujada e sem balas". Ele ainda acusa o velhinho de continuar atirando quando ele já estava no chão. "Você não atira em ninguém no chão", diz o bandido, dando uma lição de ética nos tiroteios.

Armas podem ser perigosas nas mãos erradas, mas seria bom se houvesse mais cidadãos de bem como o Sr. Williams. Talvez assim, alguns ladrões pensariam melhor antes de cometer crimes, sabendo que podem levar um tiro no rabo.  


domingo, 15 de julho de 2012

Poema do domingo


À ESPERA DOS BÁRBAROS

O que esperamos na ágora reunidos?
É que os bárbaros chegam hoje.

Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?
É que os bárbaros chegam hoje.

Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão.

Por que o imperador se ergueu tão cedo
e de coroa solene se assentou
em seu trono, à porta magna da cidade?

É que os bárbaros chegam hoje.
O nosso imperador conta saudar
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe
um pergaminho no qual estão escritos
muitos nomes e títulos.

Por que hoje os dois cônsules e os pretores
usam togas de púrpura, bordadas,
e pulseiras com grandes ametistas
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas?
Por que hoje empunham bastões tão preciosos
de ouro e prata finamente cravejados?

É que os bárbaros chegam hoje,
tais coisas os deslumbram.

Por que não vêm os dignos oradores
derramar o seu verbo como sempre?

É que os bárbaros chegam hoje
e aborrecem arengas, eloqüências.

Por que subitamente esta inquietude?
(Que seriedade nas fisionomias!)
Por que tão rápido as ruas se esvaziam
e todos voltam para casa preocupados?

Porque é já noite, os bárbaros não vêm
e gente recém-chegada das fronteiras
diz que não há mais bárbaros.

Sem bárbaros o que será de nós?
Ah! eles eram uma solução.

Konstantin Kavafis
[dica de um leitor anônimo]

Hibernação

Amigos, vou ter que dar de novo um tempinho no blog. Nenhuma crise como das outras vezes, apenas ocupado com outras coisas mais importantes, e tentando aproveitar o tempo de forma mais útil do que o normal.

Ainda haverá posts de vez em quando. Tenho um quase pronto sobre a África, sobre a máfia das ONGs "beneficientes" que exploram o povo local lá. E outro sobre as novas elites americanas, relacionada com uma coluna bacana do David Brooks no NYT, "Why our elites stink" (googleiem). Depois disso, não sei, ainda não pensei.

Para ser honesto estou levemente desiludido com o rumo que o blog vem tomando, está ficando sério e conspiratório demais. Este blog é apenas uma coleção de resmungos meio mal-humorados sobre a Decadência Ocidental, que me preocupa, mas não tenho vocação nem para mártir nem para herói. Quero dizer que não levem as coisas demasiado a sério, tá bom? Quem quiser mudar o mundo que forme um partido ou crie seu próprio blog, ou junte-se aos esquerdistas. Eu limito-me a escrever sobre o que leio aqui ou ali, tecendo algumas inúteis linhas sobre isso. Sempre fui um pouquinho superficial, eu sei. Estou mais para Diógenes, o Cínico, do que para Platão ou Sócrates. Mas também gosto de Epicuro. 

Saúdo a Confetti e o Chesterton, e também todos os outros. A bientôt. 



sexta-feira, 13 de julho de 2012

O homem branco é burro

Existe um mito que diz que os homens brancos teriam maior inteligência do que outras raças. Mentira! O homem branco é o ser mais trouxa e estúpido da face da Terra. Não passa de um paspalhão.

Brancos de origem européia ajudam minorias de outras raças e culturas, dando-lhes assistência social, ação afirmativa e educação. Em troca, são chamados de racistas, são assaltados e ainda recebem socos e pontapés, sofrem terrorismo ou levam tiro por pedir para dirigir mais devagar. Às vezes até marteladas! Quem se importa? É o preço a pagar pelo racismo do passado, pelas Cruzadas, pelo colonialismo, pela escravidão, pela morte do Michael Jackson, pelo... Sei lá!

Brancos passam grande parte do seu tempo voluntariando em comunidades afro-americanas ou hispânicas, e criam reservas indígenas para os nativos, mas o oposto é muito raro. Minorias ajudando crianças pobres brancas? Pode ser que exista, mas nunca vi. Já vi asiáticos ajudando negros e hispânicos, isso sim. Será que a solução no futuro será criar uma reserva para o homem branco? "Vejam crianças, era assim que o homem branco europeu vivia..."
"Que gente esquisita, papai!"

Há muitos jovens estudantes brancos que atuam em organizacões que ajudam e promovem a imigração ilegal mexicana aos EUA, ou seja, apoiando sua própria substituição populacional. Ainda assim, por mais que faça, o homem branco é sempre considerado racista e filho da mãe... Como ousa chamar os imigrantes que desobedecem à lei de "ilegais"? Seu racista!

Muitos brancos sentem culpa branca, mas nunca vi um asiático sofrer de culpa asiática. Nem um negro sofrer de culpa negra, um índio sofrer de culpa índia (e todos aqueles escalpes?), um filipino sofrer de culpa filipina, etcétera, etcétera. Ué. Só os brancos têm culpa no cartório? Gengis Khan não era branco, que bem me lembre... Mas não tenho certeza...

Os brancos estão em crise demográfica. Em muitos países, seus números diminuem. Enquanto isso, os asiáticos não apenas se reproduzem em grande número, como ainda estabelecem-se em todos os cantos do planeta. Chineses, especialmente. Não há um canto do mundo onde não haja chineses! É realmente impressionante, de Vancouver ao Chuí. Até na África hoje há muitos chineses. É verdade que eles estão fazendo uma colonização mais esperta do continente do que os brancos fizeram, em vez de escravizar os nativos, dão dinheiro a eles e trazem seus próprios trabalhadores chineses. Não tenho dúvida que, no futuro, os chineses dominarão, nem que seja pela própria força dos números. Talvez em competição com os indianos, que também são numerosos. Mas os indianos não estão em tudo que é lugar.  

Brancos escrevem livros chamados "Homens brancos estúpidos" e "Coisas que os brancos gostam", ironizando sua própria cultura e história. De vez em quando, com graça. Às vezes, brancos escrevem livros tentando entender e apresentar uma imagem positiva até dos criminosos de outras raças, como aquele "Abusado", do Caco Barcelos. Brancos são engraçados. Brancos têm empatia e simpatia. Lamentavelmente, a recíproca nem sempre é verdadeira.

Os brancos são bacanas, mas um pouco otários. Eles acreditam piamente estar construindo um mundo pós-racial. Mas sabem eles que são os únicos que esqueceram esse negócio de raça, de etnia, de nacionalismo. Nos outros países, esse papo não rola não! Pergunte à "La Raza" e seus planos de reconquista... Pergunte aos chineses! Pergunte mesmo, estou curioso.  Vamos ver o que eles vão responder.

Os brancos são progressistas. Adoram feminismo e casamento gay. Adoram direitos dos povos da floresta. Querem também direitos para os criminosos e para os drogados, bem como para as baleias e os micos-leões. Está certo, tudo isso é válido, especialmente os direitos das baleias, mas, e quem vai lutar pelos direitos do homem branco quando ele virar minoria? Alguém vai dar-lhe ação afirmativa, será?

Os brancos estão em crise de identidade. Os brancos "do bem" brigam com os brancos "do mal". Brancos de elite e brancos proletários não se entendem. Brancos americanos e brancos europeus não se entendem. Franceses e ingleses também não. Eles que são brancos que se entendam? Os brancos não se entendem nem entre si... Os brancos às vezes brigam tanto entre si, parecem muçulmanos...

Acontece que, apesar de tudo, os brancos se acham ainda os donos do mundo, os reis da cocada branca, e talvez por isso eles achem que o tempo não urge, mas a verdade é que estão com um problema sério nas mãos. Seu admirável mundo novo multicultural pode cedo ou tarde explodir em um barril de pólvora. E aí, quem vai chorar pelo homem branco?

Os africanos?

Os asiáticos?

Os árabes muçulmanos?

Os polinésios? Sim, os polinésios, é possível... Os polinésios são legais...

Sério, quando tudo virar uma mistura multicultural e o branco for minoria em todos os países, o que será que vai acontecer? Paz e amor universal? Ou outra coisa?

Será que o homem branco já pensou nisso?

Rá rá, que burro! Professor, dá zero pra ele!


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Saudades da Guerra Fria


Hoje me veio uma saudade dos tempos da Guerra Fria… (Peguei mais o finzinho, mas deu para ter uma boa ideia do período.) Eram bons tempos. É verdade, vivia-se sob o risco da Mútua Aniquilação Nuclear Total, mas ao menos as coisas eram mais claras. Sabia-se quem eram os bons, quem eram os maus; é claro que isso variava conforme a pessoa, alguns vendo o lado mau no "capitalismo selvagem americano", outros vendo-o na "ameaça vermelha", mas de qualquer modo havia dois times bem definidos, bastava torcer por um deles. 

A competição entre as duas potências também trouxe um que outro efeito benéfico, com grandes saltos tecnológicos. Teriam os americanos chegado à Lua sem que os russos tivessem lançado o Sputnik? É pouco provável. Note que a exploração espacial reduziu-se notavelmente após o fim da URSS. Mesmo a Internet, cria do exército americano, é filha da Guerra Fria. Competição entre potências, como entre marcas, é saudável. 

Hoje vivemos em um mundo confuso. Quem é bom, quem é mau? Difícil saber. Mesmo os EUA, que na época da Guerra Fria eram exemplo e modelo para o mundo livre, e defendiam as sociedades tradicionais do assalto dos comunas, apoiando os reaccionários, hoje parecem se inclinar por acções militares confusas, de resultado duvidoso, e sob a bandeira ainda mais duvidosa de um progressismo global. A Guerra do Iraque, no fim das contas, serviu para quê? O Afeganistão tem jeito? Na Líbia era realmente necessária uma operação militar? O bombardeio de Belgrado não foi um crime? Kosovo virou um estado criminoso no centro da Europa, realmente era necessário apoiar sua independência? E apoiar os comunistas em Honduras, será que realmente valia a pena, senhor Obama?

Eu não sei, eu realmente não sei mais. 

Os EUA parecem empenhados em democratizar o mundo islâmico, mesmo que isso apenas leve ao poder fundamentalistas islâmicos que odeiam os EUA. Ao mesmo tempo, importam milhões de miseráveis para as suas próprias terras, no intuito de obter trabalhadores braçais baratos e consumidores vorazes. "Invade the world, invite the world", sugeriu alguém como slogan desse novo método americano. 

Dizem que os EUA venceram a Guerra Fria. Mas e se fosse o contrário? E se o plano de desmoralização explicado aqui por Yuri Bezmenov tivesse tido um sucesso tão fenomenal, se fosse simplesmente que a vitória dos comunistas foi tão total, tão acachapante, que eles já nem precisavam mais usar o fantoche do malvado Império Vermelho? "Deixem eles pensarem que venceram", pode estar rindo maquiavelicamente hoje algum ex-agente da KGB. 

Por outro lado, se a vitória poderia ter sido ilusória, a derrota foi certamente real. Hoje grande parte das ex-repúblicas soviéticas definham. Ué! Mas não deviam ter-se renovado e crescido com a liberdade, com o fim do jugo comunista? Ao contrário, salvo algumas excepções como a República Tcheca, a Polônia ou a Hungria, parecem enfrentar corrupção, pobreza, crise económica, crise demográfica. São líderes hoje apenas em aborto, alcoolismo, drogas e prostituição. Mesmo a Rússia, que saiu melhor da jogada e parece ter um líder nacionalista em Putin, não tem um aspecto assim tão saudável. O que estaria acontecendo?   

Mencius Moldbug é um blogueiro que acredita que os EUA eram e são tão comunistas quanto a União Soviética. Que EUA e URSS, ao contrário do que pareceria, eram aliados. Dividiram o mundo entre si, do que podiam reclamar? Ele gosta de citar este trecho do discurso do presidente Woodrow Wilson, realizado em 1917, celebrando a Revolução Russa:

Does not every American feel that assurance has been added to our hope for the future peace of the world by the wonderful and heartening things that have been happening within the last few weeks in Russia? Russia was known by those who knew it best to have been always in fact democratic at heart, in all the vital habits of her thought, in all the intimate relationships of her people that spoke their natural instinct, their habitual attitude towards life. The autocracy that crowned the summit of her political structure, long as it had stood and terrible as was the reality of its power, was not in fact Russian in origin, character, or purpose; and now it has been shaken off and the great, generous Russian people have been added in all their naive majesty and might to the forces that are fighting for freedom in the world, for justice, and for peace. Here is a fit partner for a league of honour. 

Já minha impressão é que a luta entre capitalismo e comunismo era bem real, uma luta entre duas visões de mundo diversas, uma colectivista e totalitária, a outra individualista e libertária. Hoje talvez tenhamos passado a um outro extremo. Os EUA, sem mais rivais à altura, ao menos no campo ideológico, e com a China ainda longe de tornar-se potência de igual força, exacerbou em demasia as tendências individualistas e libertárias, e seu governo virou um arauto do progressismo multicultural multirracial gayzista global. Demasiado focado no indivíduo e na liberdade individual, não vê que os grupos humanos e a colectividade também importam, e que nem toda liberdade é sadia. 

Fui um pouco injusto com os EUA no post anterior; a grande nação certamente ainda tem muitas coisas de que se orgulhar que podem servir de exemplo para outros países, e ainda pode ser um lugar bastante bom para se viver, não obstante a crise aumente e em muitos lugares a vida piore um pouco todo dia. 

Sim, mas…. Ah! Que saudades da Guerra Fria, da cachorra Laika, do Yuri Gagarin, do Gorbachov com sua mancha na cabeça e do Nikita Kruschev batendo com o sapato na mesa, do Ronald Reagan falando em "Evil Empire", dos tanques em Praga, dos vilões russos com acento carregado nos filmes de espionagem, de quando os comunas estavam na Praça Vermelha e não na Casa Branca…! Bons tempos, ah! Bons tempos! 


terça-feira, 3 de julho de 2012

Infeliz 4 de Julho

A América, "terra da liberdade", está lentamente virando uma tirania federal. Três recentes medidas podem ter sido o choque final: a aprovação do Obamacare pela Suprema Corte como um "imposto" (isto é, um "imposto" cobrado a todos os que se recusam a ter seguro médico), a lei anti-imigração do Estado do Arizona rejeitada pelo Governo Federal, e a ordem de Obama de não deportar ilegais menores de 30 anos, o que na prática equivale a uma anistia. Os Estados já não têm mais liberdade de legislar por si... 

QI não é tudo

Sempre que assisto um filme ou programa de TV brasileiro, sinto que meu QI cai alguns pontos. 

Existe uma parte da blogosfera que é obcecada pelo QI. São fundamentalistas mesmo. Teve um uma vez que até sugeriu que todo mundo com QI menor do que 130 deveria ser executado. Provavelmente, estava assinando sua própria sentença de morte… 

Viva a diversidade!, ou: Ninguém entendeu nada, ou: Penúltimo post sobre raça.

Devemos mesmo falar sobre raça? Sei que é um tema chato para muitos. Para outros, delicado. No outro dia uma leitora disse assim: 
"fico triste quando alguém diz (ou insinua)que sou inferior por ser mestiça (minha mãe Italiana e meu pai brasileiro pardo)...''
Não posso falar pelos leitores; parece que alguns realmente odeiam os negros e os mestiços, bem como os judeus e os cossacos. De minha parte, eu realmente não tenho ódio de ninguém além de mim mesmo... 

Tive um conflito no começo dos posts sobre diferenças raciais. Hesitava muito em falar sobre esse assunto. E quanto mais lia sobre o assunto, mais conflituado ficava. Também ficava pensando: se esses geneticistas estiverem certos, devo jogar fora meus discos da Nina Simone e da Ella Fitzgerald? 

Resolvi o conflito da seguinte maneira: o melhor jeito de pensar nossa herança genética é como uma biblioteca. Todos somos diferentes. Somos o arquivo das gerações passadas que, em alguns casos, viviam em circunstâncias muito diferentes do que nós. Mas não quer dizer que uns sejam "superiores" e outros "inferiores", seja lá o que isso quer dizer. O líder neonazi americano morto pelo próprio filho de dez anos a quem abusava, será que ele é um exemplo da "superioridade ariana"?  

Estava vendo um documentário sobre uma "chinegra", isto é, uma jovem que era metade chinesa e metade negra. Tinha olhos puxados mas, pelo resto, podia passar por uma mestiça brasileira típica. Muito interessante. Ela estava conflituada também, sobre se devia se considerar chinesa ou negra. Devia ter feito como Obama, que, embora sendo mais árabe e branco, optou por ser "negro" por razões políticas... De qualquer modo, era uma jovem simpática.  

Digo mais. Esse negócio de "nacionalismo branco" não existe. Os nacionalistas brancos vivem num mundo de fantasia: a tal "raça branca" nunca foi unida, foram sempre ingleses contra franceses, franceses contra alemães, alemães contra eslavos, etc. Isso quando não eram membros da mesma etnia que se matavam entre si por razões religiosas. Talvez possa até haver nas próximas décadas um ressurgimento do nacionalismo, e até dos micro-nacionalismos (Catalães, bascos, corsos, etc.), mas acreditar que o "homem branco" se unirá e se levantará é ilusão. Coisa de neonazi doido que abusa dos próprios filhos. 

Bom, mas o que eu queria dizer é o seguinte. Sou a favor da diversidade. Se alguém acha o contrário, não entendeu nada até agora. 

Na África, existem os pigmeus. Além de baixinhos, parece que têm um QI médio de apenas 54, ainda que o único estudo a respeito tenha sido feito em 1910, com um grupo minúsculo, portanto deve-se desconfiar de tais dados. Ainda assim, para o meio em que vivem, os pigmeus são bastante engenhosos. Estão extremamente bem adaptados ao seu ambiente. Porém, as outras tribos não gostam muito dos pigmeus. Parece que os bantus vizinhos os atacam. Mesmo as pigmoas parece que gostam de homens mais altos, e vivem pulando a cerca. 

Alguém poderia pensar que eu sou contra os pigmeus, mas não é nada disso. Sou a favor da sobrevivência deles. Mas também sou a favor da sobrevivência de japoneses, suecos, poloneses, tchecos, bascos, curdos, finlandeses, holandeses, irlandeses, etc. O melhor modo para isso é mantendo países com maiorias de população nativa e controlando a imigração. 

A outra opção, a miscigenação (que aliás sempre ocorreu na história humana, muitos de nós somos mistura de sapiens com Neandertal), tampouco acaba com o racismo: simplesmente termina ocorrendo o racismo dos mais claros contra os mais escuros, ou dos mais escuros contra os mais claros, como já ocorreu no Haiti. 

O que dizer então, se não: viva a diversidade!