domingo, 27 de dezembro de 2009

Terror natalino

Ho ho ho. Em pleno dia de Natal, um jihadista nigeriano tentou explodir um avião com 258 pessoas a bordo. Aparentemente, ele tinha explosivos escondidos na cueca (segundo algumas teorias, os explosivos não estavam na cueca, mas dentro do próprio orifício do sujeito, se é que me entendem. É a explicação para ele ter passado 20 minutos no banheiro antes de voltar ao seu assento e tentar se explodir).

Como vivemos em uma sociedade que se nega a aceitar que 99% dos atentados são cometidos por muçulmanos, o que vai acontecer é que homens brancos europeus, velhinhas de 90 anos e crianças serão cada vez mais fiscalizados. É possível que seja necessário inspeccionar a cueca dos passageiros, ou quem sabe até realizar um exame ao estilo dos de próstata. Cráu! Não tem bomba, pode passar.

Uma vez me perguntaram se eu era a favor ou contra a lei suiça contra os minaretes, ou da lei francesa contra a burka. Ora, não sou nem a favor nem contra. Sou a favor da proibição total da imigração de muçulmanos para a Europa. Sem muçulmanos, não há problemas com minaretes ou burkas. Minaretes e burkas, e bombas, são só sintomas. É uma problemática que nem mesmo deveria existir nesses países. Bastaria proibir a imigração. Aliás os EUA deveriam fazer a mesma coisa, e com maior razão, já que mais uma vez se vê que são o principal alvo depois de Israel.

Mas os progreçistas e os globalistas não querem, é claro. Para eles, tudo o que for antiocidental, melhor. Eis que dois artistas suíços, descontentes com a lei que consideram contrária a seus princípios, resolveram criar um presépio de Natal com minaretes. Graças a esses alegres bem-pensantes, a Europa está virando uma Eurábia. Um dia veremos minaretes em Notre-Dame e San Pietro. Lamentavelmente, os muçulmanos não serão tão tolerantes quando dominarem tudo. Algo me diz que jamais colocarão cruzes nas suas decorações de Ramadan.

É claro, os esquerdistas argumentam que são a pobreza e o desespero que geram o terrorismo. Curiosamente, nosso amigo terrorista era filho do banqueiro mais rico da Nigéria, e morava nesta suntuosa maloca londrina.

O terrorista foi preso e sofrerá waterboarding.

2 anos


Blog de aniversário. Os charutos são por conta da casa.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Poema do domingo

O último poema

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Manuel Bandeira (1886-1968)

sábado, 19 de dezembro de 2009

Ecologistas-melancia

Adoro a Europa, onde estou neste exato momento, mas lamentavelmente é o continente onde a ideologia progreçista e globalista calou mais fundo. Há algum tempo, o Fábio Marton falou que faltava uma tradução exata para a palavra patronizing. Só assim, como patronizing, pode ser compreendido o recente evento em Copenhague em que Chávez e Mugabe foram ovacionados por políticos e empresários europeus. Os megaloditadores criticaram violentamente o capitalismo, ao mesmo tempo em que exigiram milhões de dólares de ajuda dos países ricos capitalistas (dissonância cognitiva pouca é bobagem).

Ora, os europeus são espertos para jamais elegerem um tipo como Chávez em seus países. Porém, acham engraçado quando os macaquitos elegem um, e o aplaudem quando realiza políticas que jamais permiritiam em seus próprios países, mesmo na União Socialista Européia de hoje.

Mas o ecologismo é o novo socialismo. Se os socialistas latinoamericanos são insuportáveis, ainda piores são os socialistas do primeiro mundo, membros da elite globalista que utiliza a mentira da "aquecimento global" para tentar controlar o planeta. (Aliás, qual aquecimento? Aqui na Europa está nevando pra caramba, tanto que estou refugiado blogando em vez de passear).

Agora já teve ter ficado bastante claro, mesmo para a maior toupeira, que o que está por trás do "aquecimento global" nada mais é do que um esquema bilionário de transferência de riquezas. Perceba que ninguém nem ao menos disfarça. Ninguém fala em preservação: todos falam apenas em dinheiro. Obama já está prometendo 100 bilhões de dólares anuais aos "países subdesenvolvidos" - que, acredite, incluem a China. Ou seja, os EUA, que já estão devendo até as cuecas, vão pegar emprestado mais 100 bilhões dos chineses, para dá-los... aos chineses.

(Que papel joga a China no globalismo? Hum.)

No mais, esta é a era dos ecologistas-melancia, verdes por fora, vermelhos por dentro. Ou, como li em uma frase por aí:

The trouble with the greens is that they are too yellow to confess they are really red.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Das soluções simples

Em geral prefiro o individuo.com ao individuo.org, mas esta discussão no segundo blog sobre o futuro do Brasil está bem interessante e recomendo sua leitura. Realmente, por que não somos uma nova Coréia do Sul? (Talvez prefiramos seguir a Coréia do Norte). Mas aí um dos comentaristas escreve:
A religião é a responsável. Na medida em que o brasileiro se secularizar, a educação melhorará.
Já eu acho que os "responsáveis" são esses reducionistas que acham que tudo pode ser reduzido a um único fator. A religião explica tudo. Ou a falta de religião. Ou o clima. Ou a genética. Ou a pobreza. Basta mudarmos x, e tudo será lindo e maravilhoso como em y.

Ora, fora o fato de que não existe qualquer relação entre a melhora da educação e a secularização (ao contrário, as escolas religiosas tem bem maior qualidade do que as escolas públicas, e aliás foram os jesuítas que instituíram o ensino no Brasil) não existem milagres nem explicações únicas. O Brasil é o Brasil por uma série de fatores históricos, econômicos, sociais e políticos bastante complexos, e sua mudança será igualmente complexa.

(Não me perguntem como resolver, eu não sei. Eu não tenho muitas certezas. Por exemplo, até faz pouco me considerava a favor da pena de morte. Mas aí li isto aqui, que me fez duvidar.)

Pessoalmente, eu acho que o problema do Brasil é sua elite intelectual plena de certezas e adepta a soluções simples (e quase sempre equivocadas).

"Tá resorvido": solução à brasileira.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A utopia da igualdade


Prometi não voltar a blogar até 2010, mas tive um tempinho aqui e li um interessante texto sobre o igualitarismo, explicando porque sempre resulta em tirania. Igualdade é o contrário de liberdade, é o contrário da natureza, é o contrário da vida.

A busca da igualdade é o maior mal da nossa era. Os progreçistas querem porque querem que todos sejam iguais. Para isso, não hesitam em utilizar as leis mais esdrúxulas para compensar os desavantajados, quando não a força bruta. Lamentavelmente, o projeto é largamente impossível, e, na melhor das hipóteses, apenas apenas consegue rebaixar todos ao mínimo denominador comum. Todos iguais chafurdando na mesma podre lama.

Marx começou com a palhaçada da igualdade de classes. Todos deveriam ser economicamente iguais, na base da porrada. (Para isso, é claro, alguns deveriam ser mais iguais do que outros: há sempre a classe do politburo dirigente que não se mistura com a gentalha e toma champanhe e caviar.) Mas hoje, a igualdade econômica não basta.

Desde os anos 60 o feminismo quer a igualdade de sexos. Porém, como homem e mulher continuaram sendo anatomicamente diferentes, o negócio não funcionou de todo. Por isso recorre-se ao autoritarismo. Agora a França vai impor a igualdade de sexo nas diretorias das corporações. De acordo com a lei, será obrigatório que as companhias tenham 50% de mulheres nos altos cargos executivos. Dane-se se não houver mulheres qualificadas para o cargo. A igualdade é mais importante do que o sucesso empresarial.

Não apenas hômes e muiés devem ser iguais: agora também o "terceiro sexo" tem que ter os mesmos direitos, incluindo casamento e filhos. Não espante-se se daqui a alguns anos alguém não vier sugerir uma lei exigindo a presença de 10% de travestis na diretoria de empresas.

Também as raças, etnias e culturas devem ser iguais, mas, para isso, novamente é preciso modificar as leis para beneficiar alguns e prejudicar outros. Pois não estamos falando de igualdade de condições, mas de resultados. Eis o caso das cotas raciais que depois de "grande sucesso" nos EUA agora chegaram ao Brasil. É curiosa uma coisa: há cotas para negros e índios, mas ninguém jamais sugeriu que devesse haver uma cota para asiáticos. No entanto, os descendentes de japoneses, que são uma minoria muito menor no Brasil, sem ajuda alguma ocupam 15% das vagas dos cursos mais disputados da USP como Medicina ou Engenharia. (A política das cotas é racista: afinal, se a levarmos a sério, pareceria confirmar o clichê de que negros e índios são preguiçosos e japonês é interigente, ? Melhor seria usar critérios socioeconômicos, que não levariam o Brasil a replicar o ressentimento racial que já que existe nos EUA. Até porque no Brasil somos todos misturados, não existe essa divisão tão acentuada entre um e outro grupo étnico/social.)

Mas não basta. A obsessão pela igualdade é tanta que agora também os feios devem ser iguais aos bonitos. Na Inglaterra, um canal de televisão colocou uma mocinha maneta como apresentadora de um programa infantil. Mas ainda assim choveram reclamações dos eternos descontentes: sim, ela é deficiente física, mas é loira e bonita. Discriminação!! Aí um outro canal de televisão decidiu colocar um apresentador de noticiários deformado dando as notícias do dia. Tudo bem, a iniciativa até que é simpática: mas e quando isso virar lei?

A lei, afinal, já protege os velhos, que tampouco podem ser discriminados, nem mesmo por planos de saúde. Todos também tem que ter igual direito a ter um teto. Quem quer alugar sua casa, já não pode rejeitar inquilinos transsexuais, muçulmanos, imigrantes ou maconheiros, sob pena de punição.

Chamem-me de preconceituoso, mas de certa forma eu sou é a favor da discriminação. Isto é, aceitar que existem diferenças. Até concordo que seja preciso ajudar os mais fracos ou mais pobres, e nada tenho contra uma que outra lei nesse sentido; só não acredito no ideal de igualdade forçada (fora a igualdade perante a lei). Não porque a idéia em si não seja nobre, mas porque sua obtenção é impossível, é oposta ao ideal mais importante da liberdade e, em grande parte dos casos, tem resultados negativos. Pode até haver uma (relativa) igualdade de condições, o que não pode é forçar-se uma igualdade de resultados. Se Bill Gates distribuir sua fortuna igualmente entre cem pessoas diferentes, um vai gastar tudo em bebida e mulher, outro vai ajudar os pobres, outro vai investir e ficar tão rico quanto Bill Gates, etc. Somos todos diferentes. Cada um aproveita melhor ou pior o que recebe de Deus (ou, vá lá, da Grande Loteria Espacial).

Lamentavelmente, aproximamo-nos cada vez mais da sociedade de Harrison Bergeron, cujo lema era: “All men are not created equal. It is the purpose of the Government to make them so.”

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Para onde vai o dinheiro de Copenhague?

Notícia A: Nações africanas exigem 722 bilhões de dólares anuais dos países ricos para lutar contra a "mudança climática".

Notícia B: Ditador africano manda construir estátua gigante ao custo de 27 milhões, vai cobrar entrada e afirma que vai embolsar pessoalmente 35% dos lucros, pois ajudou com o design.

Monumento à estupidez.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Poema do domingo

Fire and ice

Some say the world will end in fire;
Some say in ice.
From what I've tasted of desire
I hold with those who favor fire.
But if it had to perish twice,
I think I know enough of hate
To say that for destruction ice
Is also great
And would suffice.

Robert Frost (1874-1963)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O apocalipse que vem aí

Há uma sensação de ansiedade no ar. Blogueiros e comentaristas percebem que algo cedo ou tarde vai acontecer, embora não saibam bem o quê. Alguns apostam no colapsto total da sociedade ocidental. O número de survivalists, tradição nacional americana, não pára de aumentar nos EUA. A venda de armas e munições desde o início do governo Obama bateu todos os recordes possíveis e imagináveis. O ouro também está em alta, devido aos que temem a desvalorização do dólar. Há quem armazene comida e construa um bunker no próprio quintal.

De onde virá o colapso? Alguns apostam na crise econômica devido aos trilhões gastos por Obama, outros preferem crer na guerra racial. Alguns prevêem atentados nucleares islâmicos, outros o início de uma nova guerra mundial, e outros simplesmente preocupam-se com gripes e epidemias, a superpopulação, desastres naturais, the Big One, ou coisa que o valha.

O fato é que há uma sensação iminente de que o progressismo que hoje domina a maioria dos governos e sociedades atuais parece estar com os dias contados. Cada vez mais parece claro que vivemos em uma espécie de "mundo de faz de conta", onde todos fingem que políticas absurdas funcionam.

Por exemplo, na Inglaterra, o funcionário do governo apontado para identificar fanáticos jihadistas é... um fanático jihadista. Nos EUA, Obama afirma que o jeito de economizar dinheiro gasto em saúde é ampliando o programa para 300 milhões de habitantes, incluindo ilegais. No Brasil, o governo lulista decide que o melhor jeito de acabar com a violência do tráfico nas favelas é com oficinas de malabarismo, capoeira e de "cultura da paz".

Talvez a gota d'água seja mesmo o "aquecimento global". Leio hoje que os países emergentes estão exigindo 20 bilhões de dólares anuais dos EUA e da Europa para poderem "combater a mudança climática". Lembrou-me uma cena do primeiro "Duro de matar" em que Bruce Willis, ao descobrir que o interesse do terrorista era só ganhar alguns milhões, pergunta, decepcionado: "quer dizer que tudo isto não era por ideologia, mas apenas por dinheiro?" (Desnecessário dizer que os bilhões vão parar na conta de ONGs e ditadores africanos, e de nada servirão à ecologia)

Enquanto isso, o blog está de novo em crise: poucos posts, muito pessimismo. É preciso dar uma refrescada nas idéias. Vou viajar, amigos. Uma turnê pelo mundo e, em parte, pelo passado. New York, Berlim, Roma. (Bem, algo nesse estilo.) De qualquer modo, tentarei me desligar das notícias do planeta. Se for escrever, dedicar-me-ei apenas à ficção, na forma de um roteiro que desejo escrever. Volto a blogar só em 2010. Se o mundo não acabar até lá.

Feliz Natal e Feliz Ano Novo a todos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Políticas do suicídio

Todas as idéias progressistas aparentemente projetam um futuro feliz e harmonioso, feliz e igualitário para todos. Mas, se observarmos bem, veremos uma coisa curiosa: essas políticas no fim das contas nada mais levam do que ao fim da civilização ocidental. É um desejo de morte. Por trás de todo progressista, encontra-se um potencial suicida. Se não, vejamos:

Ecologia: os progressistas desejam acabar com o crescimento econômico, o que resultaria em mais pessoas morrendo de fome, e alguns querem mesmo reduzir a população do planeta à força. Há ecologistas que afirmam que "bilhões" de pessoas deveriam desaparecer da face da Terra. Como, não é explicado. O fato é que muitos ecologistas são movidos não tanto pelo amor aos animais, como pelo ódio à humanidade. Ou seja, ódio a si mesmos.

Imigração e direitos das minorias: os progressistas desejam imigração ilimitada de pobres e minorias para países ricos, para criar uma sociedade mais "diversa", e ao mesmo tempo aumentar os direitos das minorias em detrimento da "maioria" de nativos (i.e. brancos de origem judaico-cristã). Como os próprios progressistas são, em sua maioria, brancos de origem judaico-cristã desses países (ainda que muitos ateus), estão jogando contra o seu próprio time. Vejam por exemplo este artigo que sugere que a solução para a crise demográfica da Europa é importar muçulmanos e chineses, realizando uma substituição populacional total.

Terrorismo e crime: os progressistas são contra a violência, ou melhor, são contra a autodefesa. Os agressivos podem continuar suas práticas violentas, o que não é possível é defender-se, afinal devemos ser tolerantes com os intolerantes. Quanto mais intolerantes eles forem, melhor, pois é a maior prova de nossa tolerância. Terroristas e criminosos devem ter seus direitos respeitados, mas as vítimas pouco importam. Entretanto, como a maioria das vítimas do terrorismo e crime são e serão progressistas que vivem nas grandes cidades mais descoladas (ao contrário dos rednecks que vivem em locais mais isolados), também é uma forma de suicídio.

Freud explica? Bem, de um modo ou outro, todos somos suicidas, é só que alguns só tem mais pressa.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Poema do domingo

On the Death of a Politician


Here richly, with ridiculous display,
The Politician's corpse was laid away.
While all of his acquaintance sneered and slanged
I wept: for I had longed to see him hanged.


Hillaire Belloc (1870-1953)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O Brasil é o futuro do mundo

No Brasil - e cada vez mais também no resto do mundo - muitas pessoas têm a bizarra idéia de que os políticos existem para ajudar o povo. Que estão ali para "trabalhar para nós". É exatamente o contrário: somos nós que trabalhamos para eles. Eles estão ali para lucrar.

Eis a explicação do responsável pela mudança das tomadas nas casas de 198 milhões de brasileiros, ao custo de alguns bilhões:
A tomada brasileira é aquela que, forçando um pouquinho, aceita qualquer plugue. Acontece que isto é sempre muito perigoso e fizemos a mudança pensando na segurança do consumidor.
Ainda bem que alguém zela pela nossa segurança. Podemos ser pobres, mas ao menos teremos uma tomada quase igual à da Suiça e Liechtenstein. O que seria de nós sem o papai governo?

O brasileiro acha que governo é solução para tudo, o que é no mínimo curioso em um país em que os serviços estatais são quase tão ruins quanto os do Gabão. Por exemplo, fiquei sabendo que uma piadinha infame que o Robin Williams proferiu em um programa de entrevistas repercutiu enormemente no Brasil. Entre os comentários sobre a matéria, leio a seguinte pérola:
As autoridades brasileiras deveriam processar esse ator e exigir retratação pública.
Em um país em que jornais são censurados por senadores e um blogueiro é multado em 16 mil reais por causa de um comentário anônimo ofensivo publicado em seu blog, não duvido que apareça algum político esperto embarcando na idéia. Por mim, apóio a campanha do Fábio Marton. Políticos são mais nocivos trabalhando. Deveriam ser pagos para simplesmente não incomodar.

O lamentável mesmo é que o resto do mundo está se brasilizando, com europeus e americanos competindo para ver quem inventa leis mais esdrúxulas ou impostos mais ridículos. Sim, o Brasil é o país do futuro, mas não do jeito que o pobre Stefan Zweig pensava. Não é que o Brasil vá um dia ser uma superpotência. É que, no futuro, o mundo inteiro será um imenso Brasilzão.

Quem gosta de filme de pobre?

Ao ler recentemente uma matéria sobre "Linha de Impasse", fiquei me perguntando uma coisa. Quem é o público-alvo destes filmes brasileiros, sempre centrados nas classes baixas? Afinal, pobre não gosta de assistir filme sobre gente pobre, e mesmo que tivesse dinheiro para ir ao cinema não assistiria. Mas rico tampouco gosta de ver filme de pobre, pois já basta ter que aturar mendigos e pivetes na entrada do Multiplex. E quando o filme, além disso, não tem história, não tem final feliz (na verdade, não tem nem final), é chato e arrastado, garante-se que o público do filme não vai ser muito grande.

Então porque tantos cineastas brasileiros adoram explorar a miséria?

Não me entendam mal. Há "filmes de pobre" bons, como "Ladrões de Bicicleta" ou "Feios, Sujos e Malvados". Mas parece que muitos diretores brasileiros acreditam que não é preciso escrever um roteiro, basta mostrar gente pobre sofrendo na tela, e está ganho o prêmio em Cannes, Berlim, ou, se não der, ao menos no Festival de Araraquara. Nem vou fazer uma resenha sobre "Linha", pois a resenha que eu ia fazer já foi feita aqui:

Para Walter Salles e Daniela Thomas ninguém presta, só eles. Nem os personagens principais escapam da sina criminosa que parece se abater sobre a humanidade. A diferença é que seus erros são justificados pela velha lenga-lenga de que a sociedade e as circunstâncias os obrigaram a errar. Se uma mulher sem condições de criar uma criança engravida da quinta, a culpa é da sociedade. E a maldita sociedade, representada pela patroa, não compreende isso. Se um jovem resolve roubar, não se trata de desvio de caráter, são as circunstâncias e as dificuldades que o levaram a cometer seus crimes. Se outro usa drogas, só pode ser porque foi influenciado pelos amiguinhos burgueses, ele é só uma vítima. A culpa é sempre dos outros.

Não acho que a miséria deva ser varrida pra debaixo do tapete. Mas esse tipo de discurso não leva a absolutamente nada. A vida de quem realmente está na condição de pobreza não sofre nenhuma melhoria por conta desses filmecos. Aliás, tende a piorar, porque sempre há emprego de dinheiro público nesses projetos. Ou seja, além de se verem explorados na tela, os pobres ainda precisam disputar com cineastas os caraminguás dos nossos impostos.
O problema do cinema brasileiro é que tem muito cineasta que acha que seu ofício é "resolver os problemas do mundo" (ou, vá lá, aliviar a consciência culpada), em vez de entreter ou emocionar o público por uma hora e meia.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Crimes de piedade

Existe o Bem e o Mal? Alguns dizem que não, mas o problema aí é que ficam paralisados na hora de julgar um criminoso, por exemplo. Se tudo é relativo, como castigar alguém que, no fundo, é apenas uma "vítima da sociedade"?

Recentemente, uma mulher levou o aborto às últimas conseqüencias. Sem querer ter o filho e - diz ela - sem dinheiro para realizar um aborto, o que fez? Deu um tiro na cabeça do bebê dentro da própria barriga, no mesmo dia em que estava previsto o parto. A criança naturalmente morreu, mas a mulher sobreviveu. Foi acusada, julgada e inocentada. O juiz entendeu que não havia crime. Está certo: qual a diferença entre um tiro e um aborto afinal? O corpo é dela, não é isso que dizem?

Da mesma forma, o presidenciável Huckabee está com problemas nos EUA, pois no seu período como governador do Arkansas, por piedade, liberou um violento criminoso condenado a 98 anos de prisão. Livre após meros onze anos, o ladrão fez carreira: virou assassino e depois estuprador de crianças, e ontem matou quatro policiais que tranqüilamente tomavam seu café e comiam seus donuts enquanto esperavam o início do expediente.

Como Huckabee é republicano e cristão, vê-se que o problema não é só do progressismo, mas do cristianismo também, ou, ao menos, da mistura de cristianismo com progressismo que encontra-se às vezes por estas bandas (no outro dia, vi uma Igreja com uma bandeira arco-íris, com dizeres a favor do casamento gay).

Progressistas e cristãos, inimigos em quase tudo, encontram-se muitas vezes curiosamente unidos na piedade com criminosos e na contrariedade à pena de morte.

A piedade é uma virtude, um bom sentimento. É preciso saber perdoar. E, de fato, quem de nós jamais cometeu um erro, uma indignidade, um pecado, ou mesmo um crime? Não julgues se não quiseres ser julgado. Atire a primeira pedra quem nunca etcétera.

Por outro lado, também é verdade que, se todos são perdoados de seus crimes e ninguém pode ser culpado por nada, o pessoal abusa. Tudo termina por virar um vale-tudo em que irmão mata irmão. Se não há castigo, a violência, o ódio e a vingança perene são os únicos resultados.

Como conciliar a piedade com a necessidade da punição?

Talvez neste caso o Talmud dos judeus tenha a medida exata da mistura, na famosa afirmação: "Aquele que é caridoso com os cruéis termina sendo cruel com os caridosos".

Ter piedade de assassinos, assaltantes e estupradores não é ser bonzinho com eles, é ser malvado com as suas vítimas. Uma sociedade que preocupa-se mais com os direitos dos culpados do que dos inocentes é uma sociedade doente, em possível risco de extinção.


Praise the Lord and pass the ammunition.