terça-feira, 29 de setembro de 2009

Quanto menos regras melhor?

Encontrado na Dicta. Um interessante experimento mostrou que, quanto menos regras e sinais de trânsito, melhor e mais seguro era o trânsito em uma cidade. Aparentemente, as regras e sinais em demasia criam uma falsa sensação de segurança. Já quando não têm sinais para indicar o que devem fazer, os motoristas tendem a redobrar a atenção e os cuidados.

(É verdade que o experimento teve lugar na Holanda, e há dúvidas se funcionaria da mesma forma no Brasil, mas deixemos isso de lado. Também deixemos de lado o fato de que a maior função dos sinais e regras de trânsito não é a segurança, mas a possibilidade de impor multas e, portanto, aumentar as verbas do Estado.)

O experimento ilustrou o conceito de "ordem espontânea", segundo a qual as pessoas por si mesmas estabelecem, através de sua própria interação, uma ordem que funciona melhor do que qualquer comando central.

Será que isso ocorre com todo fenômeno social?

Em alguns casos, pareceria que sim. A economia é o caso clássico. O livre-mercado certamente funciona muito melhor do que qualquer tentativa de impor um controle central, até porque a economia é um fenômeno tão complexo que jamais poderia ser controlado totalmente, por mais que os socialistas tentem.

Vivemos em um mundo que têm tantas leis que, na verdade, não há pessoa que não tenha - ainda que sem saber - quebrado alguma lei em algum momento de sua vida. Só no Quebec, por exemplo, a cada ano são criadas 11.000 páginas de novas leis. Nos Estados Unidos, há tantas leis que nem mesmo os jurados as entendem.

Não surpreende portanto que, em países ainda mais bananeiros como o Brasil, já haja leis controlando que a banana seja vendida por quilo, ou que na ultraburocrática União Européia agora queiram regular até o volume máximo dos aparelhos mp3.

Tais fatos são lamentáveis, pois a partir daí alguns cínicos poderiam concluir que a maioria das leis atende a outros interesses que não os da sociedade como um todo, e que os políticos e os advogados não estão tão interessados no bem-estar do povo como no de seus próprios bolsos.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nós os canibais


Há uma mostra em Londres sobre Montezuma e diversos artefatos da cultura Azteca (ou, mais corretamente, Mexica) que está gerando, aparentemente, grande polêmica. Um crítico de arte chegou a comparar os Aztecas aos Nazistas, e a chamar a sua arte de repulsiva.

De fato, os Aztecas/Mexicas não brincavam em serviço. De acordo com seus próprios relatos, em um único evento que durou 4 dias sacrificaram 80.400 prisioneiros, o que daria uma proporção de executados por dia maior do que a de Auschwitz. Considerando que os sacrifícios incluíam arrancar o coração ainda pulsante da vítima, depois decapitá-la e devorar o restante do seu corpo, há razões para crer que o número real de mortos no evento não seja tão grande, mas tenha sido propositalmente inflado pelos próprios Aztecas, para criar medo e pavor em seus adversários.

De qualquer modo, a maioria dos historiadores coincide em que os sacrifícios realizados pelo império Azteca era de pelo menos 20.000 vítimas por ano, incluindo mulheres e crianças (alguns falam em 250.000). Relatos da época realizados por espanhóis afirmam ter visto imensas torres decorativas com mais de cem mil crânios humanos. De deixar Pol Pot morrendo de inveja.

Em nossas próprias paragens Tupi-Guaranis, embora não chegando aos requintes teatrais de crueldade de Astecas e Maias (estes recentemente representados em Apocalypto), a maioria das várias tribos locais também eram canibais. O exemplo mais famoso é o dos Tupinambás, graças ao relato do sobrevivente Hans Staden, mas é certo que várias outras tribos também realizavam a mesma prática de executar e comer seus inimigos. Uma das reclamações dos índios após a chegada dos portugueses é que, com a colonização e assimilação de várias tribos, já não tinham tantos inimigos para devorar.

A intelectualidade local tem certa ambiguidade em relação ao canibalismo de nossos ancestrais. Alguns, na defensiva, argumentam que os relatos foram exagerações - quando não pura invenção - dos colonizadores, para justificar a escravidão dos índios. Outros, ao contrário, assumem a pecha do canibalismo com orgulho, criando mesmo movimentos literários em seu nome e afirmam que, por pior que tenham sido os canibais, a cultura branca européia patriarcal sempre foi, é e será pior.

Cortez, genocida ou salvador? Por um lado, é certo que os espanhóis cometeram massacres covardes contra os Aztecas. Por outro lado, também é verdade que não realizaram isso sozinhos, mas aliaram-se a tribos indígenas para destruir o império Azteca, o qual vivia de explorar e escravizar as tribos menores, utilizando os cativos em seus macabros rituais.

Bem, é inútil discutir agora. Até porque o grande genocida das culturas ameríndias - de Aztecas a Tupinambás - não foram os espanhóis nem os portugueses, mas simplesmente o vírus da varíola.

domingo, 27 de setembro de 2009

Poema Canção do Domingo



sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Teatro do absurdo

Enquanto seus seguidores se empanturram na Embaixada do Brasil sem dividir a comida com os famintos funcionários brasileiros, Zé da Laia afirma que está sendo "torturado com gases tóxicos alteradores da consciência" e por "radiação de alta freqüência" (sic) produzida por "mercenários israelenses" que "planejam assassiná-lo". Realmente, a julgar pela foto abaixo, o sujeito parece estar passando muito mal.


Que bufões como Chávez, Evo e Zelaya sejam não apenas levados a sério, como ainda colocados em posições de poder em lugar do quarto de hospício que claramente merecem, só mostra que passamos dos limites há muito tempo.

Pobre América Latina. Parece-se cada vez mais a uma peça de Becket ou de Ionesco.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Fadas e unicórnios

O presidente Barack Obama e a ONU sonham com "um mundo sem armas nucleares". Parece-me pouco. Acho que deveriam incrementar sua fantasia e prometer um mundo "sem armas nucleares, mas com fadas e unicórnios." E sem mosquitos! E com cerveja gelada saindo das torneiras de cada casa.

Claramente, é impossível desinventar as bombas atômicas. Então, com tais discursos e políticas, está garantindo-se exatamente o contrário, uma proliferação jamais vista.

Quer dizer, se Obama vai cortar as bombas americanas e decidir que os EUA não vão mais ser o "guarda-chuva nuclear" do mundo ocidental, então, só restam duas alternativas para os países que ficaram de repente na chuva: ou buscam outros protetores, ou cada pequeno país constrói sua própria bomba nuclear. A segunda alternativa é provavelmente o que acontecerá, especialmente se confirmar-se que o Irã tem a bomba.

No fim-de-semana que vem, em Santa Monica, há uma "marcha mundial em favor da paz mundial e da não-violência". No programa (leio no folheto que me deram):

* Help construct a giant peace symbol in the sand
* Share your vision of a world without wars
* Enjoy the sunset to the rythm of a drum circle


O que esse pessoal espera conseguir? Digo, eles têm alguma proposta concreta para trazer a paz, ou acreditam que esta magicamente chegará graças ao "símbolo de paz gigante" desenhado na areia?

É a mesma coisa o pessoal que marcha no Rio de Janeiro com camisetas brancas pedindo paz. Eles têm alguma proposta? Ou acreditam que os traficantes ficarão sensibilizados e pararão de matar?

Ou são todas essas manifestações - bem como a fala de Obama - não um projeto concreto de paz, mas simplesmente uma forma de sentir-se bem consigo mesmo, de dizer "ao menos eu sou a favor da paz", ou "bem, eu já fiz minha parte."

Eu não sei. Também eu sou a favor da paz e de um mundo sem armas nucleares. Só não acho que chegará neste século, ou nos seguintes. Como observa J. R. Nyquist, foi já na Idade da Pedra Lascada que ocorreram os primeiros genocídios.

Talvez quando o mundo for habitado por fadas e unicórnios, tenhamos uma chance.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A nova aristocracia

O Secretário de Energia de Obama criticou os americanos por seus hábitos de consumo energético, dizendo que "são como adolescentes". Assim sendo, decidiu que o Governo é quem vai controlar o que eles podem e não podem usar - e vai fazê-lo do único modo que o Governo sabe, com impostos punitivos.

Contraste isso com o comportamento da First Lady Michelle Obama que, ao descobrir com horror que não tinha mais couve orgânica italiana em casa, decidiu ir comprá-la ela mesma. Em uma operação cuidadosamente planejada, a Casa Branca mandou fechar três ruas de Washington D.C. e uma estação de metrô, chamou a polícia com seus cães farejadores de bombas para inspecionar o local, não esqueceu ainda de avisar dezenas de repórteres, e, embora o mercado ficasse a poucas quadras, a moderna Maria Antonieta saiu em uma limusine escoltada por mais de sessenta carros (!) do serviço secreto e da polícia.

É claro que ela poderia ter enviado um estagiário, mas com isso perderia toda a publicidade e não poderia mostrar ao povão que ela é apenas uma dona-de-casa como outra qualquer...

Não se sabe quantos milhares de dólares do contribuinte e quantos "créditos de carbono" foram gastos para que a Cleópatra Negra pudesse ter sua salada. Salad days, indeed. (Mas nada de chamá-la de "adolescente".)

Essa é a mentalidade dos Novos Aristocratas progressistas que querem criar um Governo Mundial: tratam o povo cada vez mais como criança, mas não se submetem jamais às mesmas regras da ralé.

"Não tem pão? Que comam bolo, ora!"


Michelle Obama

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Socialismo por preguiça

É realmente desalentador o que ocorre em Honduras, com total interferência brasileira em outro país. Depois dessa, só falta Lula e Amorim darem asilo ao Amadinehjad, já que as coisas não parecem andar lá tão bem para o lado do iraniano, apesar das bravatas. O Foro de São Paulo ataca novamente, pelo jeito.

(Depois dessa operação em Honduras, claramente articulada pelo Brasil em conjunto com Venezuela e Nicarágua, se alguém ainda duvidava da articulação continental do Foro de São Paulo, deve engolir o seu chapéu.)

Mas pergunto-me outra coisa agora. Pergunto-me como é que pode o socialismo - entendendo aqui o socialismo no seu sentido amplo, de um estatismo não necessariamente total - ser tão popular na América Latina, mesmo tendo tido resultados tão pífios na prática? Quer dizer, não faltará por aqui um troll soviético para defender os massacres de Stalin e Mao, mas duvido que mesmo nosso troll residente possa defender Fidel Castro e seu ridículo regime bananeiro, que nem ao nível de uma miserável Albânia chegou. Então, porque ainda tanto apoio ao socialismo por estas bandas? (Mesmo que seja chamado de outro nome, socialismo é sempre socialismo, tem sempre o mesmo fedor)

Acho que a explicação é uma só: somos preguiçosos. Pegando o gancho de uma coisa que o Fábio Marton comentou, de que muita gente no Brasil é de esquerda por puro conformismo e acomodação, eu iria ainda mais longe, e diria que é por preguiça tropical mesmo.

Os miseráveis gostam do socialismo porque este promete farinha e outros benefícios de graça. Os medíocres gostam do socialismo porque podem fazer seu concurso e ter seu emprego de funcionário público garantido. Os intelectuais gostam do socialismo porque podem se sentir importantes sem fazer droga nenhuma. Os estudantes gostam do socialismo porque agitar bandeiras e cantar hinos é melhor do que estudar.

A maior mentira do mundo é que o socialismo crie uma sociedade mais igualitária. Iguala a ralé, é verdade, e reduz o contingente dos privilegiados a uma pequena casta. Mas cria claramente uma sociedade de duas classes: os Comandantes (ligados ao poder ou amigos deste) e os Comandados (o restante da população). Perceba que a classe média, nesses sistemas, tende a desaparecer, como está já desaparecendo na Venezuela. Sempre que políticas socialistas são realizadas, o resultado tende a ser o mesmo. Até na Califórnia.

Uma Elite e uma Subclasse. É isso o que o sistema socialista nos traz, sempre. É uma organização social vantajosa para os membros da Elite, é claro - mas também, de certo modo, para a miserável e preguiçosa Subclasse, que prefere viver de ajuda estatal do que trabalhar. Quem perde é a classe média, não por acaso o bode expiatório de todos esses nefastos regimes - e quem paga o preço de tudo, com altos impostos e, quando já não dá, confisco.

Depois desta palhaçada em Honduras, estou pensando seriamente em parar de blogar, pois está ficando ridículo. Agora é esperar para ver como Obama, o socialista moreno, vai reagir, com tudo, coincidentemente, ocorrendo na prévia da Assembléia Geral da ONU, a mãe de todas as ONGs.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Lost youth

O Mal existe e sempre existiu. Mas talvez nunca na História foi tão fácil para os malvados encontrarem presas tão fáceis, que literalmente se oferecem como cordeirinhos para o sacrifício.

Uma garota adolescente, filha de um pastor evangélico, virou ateísta, satanista e fã de horrorcore. Até aí tudo... não "bem", mas mais ou menos compreensível, conflito generacional, rebeldia adolescente e tal.

Porém, logo a garota fez amizade através da Internet com um rapper satanista que atendia pelo nome de "Syko Sam" e escrevia canções sobre "o prazer de matar". Fã de suas bizarras canções, a garota convidou-o para ir à sua casa. Era afinal, também um garoto de apenas 20 anos. Uma amiga, igualmente fã do mesmo círculo de fake-satanistas, e que atendia no Myspace pelo nome de "Ms Free Abortions", foi convidada a unir-se ao alegre grupo.

O que aconteceu depois não é ainda de todo certo, mas já sabe-se o resultado: quatro cadáveres putrefatos não-identificados, que parecem ser da garota, seu pai, sua mãe e a amiga. Syko Sam foi preso no fim-de-semana e é acusado do massacre. Uma de suas canções descreve um crime similar, indicando possível premeditação.

O caso lembra um ocorrido poucos anos atrás na Itália, quando um casal de namorados que entrara em um círculo satânico por diversão terminou morta em sacrifício ao Diabo. Uma outra garota do mesmo grupo foi enterrada viva.

Quando vejo esse tipo de coisa, vêm-me uma grande tristeza. Jovens satanistas? Sim, dirão alguns, é apenas diversão inocente, fascinação com as imagens chocantes que todo ou quase todo adolescente tem. E será que há muita diferença entre um fã do satanismo e um gótico, um emo, ou qualquer outra das tribos a que os adolescentes modernos precisam pertencer?

Embora seja verdade que uma certa rebeldia é normal entre adolescentes, também é verdade que esse tipo de letra ou imagem termina por atrair pessoas doentes, que, sem diferenciar entre realidade e fantasia, levam a sério a perversão mental e diabólica insinuada pela música e pelo visual. Ou, pensando num modo mais cósmico, as imagens diabólicas terminam por atrair a própria perversidão, o próprio horror, o próprio Mal - o próprio Diabo, em resumo. Chame-o suficientes vezes e ele aparecerá. (Yo no creo en el Diablo, pero que lo hay, lo hay).

Por outro lado, não acredito que esse tipo de atitude e grupo social freqüentado pelas garotas seja de modo algum saudável. Eis um dos, hã, poemas escrito por uma das vítimas:

Sometimes I wanna slit your fucking throat
Shove my dirty tampon in your mouth and watch you fucking choke
I'll put you back in your place
I'll put a gun to your face
I'll kill your fucking whore
You'll be my beautiful disgrace
I'll give you a kiss
While I sever your dick
After all you could never do much with it

São esses jovens meras exceções, ou indicadores de um distúrbio social maior, a perda de referências de comportamento, a decadência dos valores, o relativismo moral, etcétera e tal?

Para onde vai a nossa sociedade? A juventude está mesmo perdida? Ou são os pais os que perderam os referenciais? Afinal, será que os pais dessas meninas - pastores evangélicos! - sabiam que tipo de comunidade elas freqüentavam? Embora hoje em dia seja muito difícil controlar o que os filhos fazem na Internet, pelo mero visual das garotas, parece-me que algo os pais deveriam saber; no entanto, nada proibiram.

O que você faria se descobrisse que seu filho é satanista e vai encontrar-se com um simpático coleguinha adorador do Diabo que acaba de conhecer no Myspace?

R.I.P.

domingo, 20 de setembro de 2009

Poema do domingo

THE CROCODILE

      OW doth the little crocodile
      Improve his shining tail,
      And pour the waters of the Nile
      On every golden scale!

      How cheerfully he seems to grin!
      How neatly spread his claws,
      And welcomes little fishes in
      With gently smiling jaws!

Lewis Carroll (1832-1898)

sábado, 19 de setembro de 2009

Trogloditas racistas


Uma dupla de estudantes fantasiou-se de cafetão e prostituta (ridiculamente, diga-se de passagem), e com uma câmera escondida visitou, não um, mas cinco escritórios da ACORN (Association for Community Organizations for Reform Now). Como dá para adivinhar pelo nome, trata-se de uma ONG dedicada a uma série de mutretas, desde fraude eleitoral a promoção do socialismo.

Nos vídeos, a dupla pediu ajuda para um esquema de prostituição infantil de ilegais e fraude ao imposto de renda. Os funcionários não só ajudaram no esquema como ainda queriam ganhar comissão por fora.

Graças ao escândalo, que nem é o primeiro, o Congresso americano votou a favor de cortarem a verba governamental do grupo, com o qual Obama esteve envolvido em sua longa carreira de community organizer agitador político. (É, a ACORN é uma QUANGO, isto é, uma suposta Organização "Não Governamental" que na verdade recebe dinheiro do governo, 40% do seu orçamento. Como, aliás, ocorre com muitas outras ONGs...

O MST é a mesma coisa. Certa vez, uma conhecida que, por puro idealismo, trabalhara fazendo vídeos sobre os "coitadinhos" do MST, ficou escandalizada ao descobrir a corrupção que rolava solta no local: líderes dividindo o dinheiro da verba federal e gastando em boates, etcétera.

A ladroagem que rolava solta no MST foi demais para ela, e a moça abandonou o barco. Mas a garota era exceção. Muitos não querem perder as ilusões e racionalizam: "Sim, são corruptos, mas trabalham para o Bem..."

Como reage um esquerdista ao descobrir que seus ídolos na verdade não são aquilo tudo?

Há normalmente três reações. Uma é a da rejeição, mas raramente esta é seguida de uma compreensão real. Em certos casos, à desilusão segue-se mesmo uma radicalização ainda maior. É como o caso dos ex-petistas que migraram para o PSOL, achando que o que faltou foi apenas um socialismo mais puro e pessoas que gostassem mais do cheiro do povo...

Mas os piores são os que não negam a corrupção, aliás a vêem mesmo como uma arma, como parte das estratégias válidas da esquerda para destruir o capitalismo e a "sociedade ocidental patriarcal".

São os esquerdistas burros? Não, não são burros. Alguns poucos chegam mesmo a ser inteligentes. Mas têm um ponto cego. Leia seus comentários nos blogs, e perceberá que escrevem como zumbis, como robôs. Os esquerdistas são mesmo como diz Bezmenov. Não conseguem raciocinar fora de certos esquemas mentais pré-determinados. Nesse sentido, o esquerdismo é mais uma religião do que um sistema político. Como ocorre com o Islã, qualquer ação é válida para impor seu totalitarismo.

E, no entanto, os trogloditas racistas somos nós, os anti-socialistas. O Fábio Marton acha que o poster abaixo é racista:


É racista? Não é? Acho que não vem ao caso. Sim, é uma caricatura vulgar, mas não muito pior do que esta:


Só a esquerda tem direito a agredir? Eu concordo com o Cláudio, nos comentários:

Não vamos nos iludir: tudo o que a direita disser poderá e será usada contra ela no tribunal. O monopólio da bondade já é da esquerda. Querer dar uma de bom moço ficando indignado diante de cartazes satíticos e charges não fará com que um esquerdinha pare e pense "caramba, sabe que a direita pode ter razão?"

A direita nunca tem razão. Para a esquerda, a direita é troglodita, mas não pelo que ela faz ou deixa de fazer: é que quem não aceita as teses revolucionárias da esquerda é, por definição, um tosco, um caipira, um troglodita existencial.

Assim, paradoxalmente, o esquerdismo tem o monopólio da violência, do crime, da corrupção, da guerrilha, dos cartazes ofensivos. Ao mesmo tempo, julga-se o ápice da bondade e da civilização. O raciosímio é o seguinte: a esquerda é superior, portanto tem o "direito moral" de usar todas as baixarias para obter a vitória. Já a direita...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

EUA não quer, Brasil não pode

Dica do Chesterton, via Tibiriçá, um excelente artigo do Carlos Montaner diz que o Brasil não tem vocação para ser líder regional na América Latina. Eu poderia reproduzir um trecho aqui, mas acho melhor lerem todo o artigo, é curto e interessante. (Está em espanhol, não achei tradução.)

O artigo aponta dois fenômenos interessantes. O primeiro é a quase total retirada dos Estados Unidos do campo de jogo na América Latina. Afinal, ter a Rússia vendendo armas e tecnologia nuclear a comunistas venezolanos seria impensável poucos anos atrás. Hoje, causa bocejos nos EUA. E nem foi Obama quem decidiu isso, pois já com Bush a política era quase a mesma (Obama só é mais radical e chega a apoiar os chavistas em Honduras). Os EUA decidiram simplesmente esquecer este continente perdido, e preocupar-se mais com seus próprios problemas, que são muitos.

Mas o mais interessante do artigo é sua segunda parte, quando fala sobre o Brasil. Gigante por sua própria natureza, o Brasil vive sonhando em expandir seu poder a nível regional ou até mundial. Lula quer porque quer sua cadeira dourada na ONU. Celso Amorim lambe a sola do sapato de qualquer ditador em troca de afagos. Mas o artigo murcha a bola dos nacionalistas e afirma que não basta isso para ser líder. Em primeiro lugar, há o problema cultural: o fato é que, como bem observa Montaner, Brasil e Hispanoamérica cresceram de costas um para o outro e há mútua desconfiança. Em segundo lugar, o Brasil não tem capacidade para liderar ninguém, pois tem os mesmos problemas que o resto da América Latina. Se liderar, vai ser só em direção a mais atraso. Por ora, a única coisa que o Brasil consegue liderar na América Latina é nos números da violência.

Mas o que esperar de um país em que o Presidente fala o seguinte:

“Pela primeira vez, não vamos ter um candidato de direita na campanha. Não é fantástico isso? Vocês querem conquista melhor do que, numa campanha, neste país, a gente não ter nenhum candidato de direita? Uns podem não ser mais tão esquerda quanto eram. Não tem problema. A história e a origem dão credibilidade para o presente das pessoas. Era inimaginável até outro dia que chegássemos a esse momento no Brasil. Antigamente, a campanha era o candidato de centro-esquerda ou de esquerda contra os trogloditas de direita. Não tem um candidato que represente a direita. É fantástico."
O pior é que Lula tem razão. Não há qualquer pluralidade de idéias, não há qualquer defesa do livre-mercado, do conservadorismo fiscal, da cultura do trabalho ou dos valores tradicionais na política brasileira. Em resumo, não há qualquer seriedade, só projetos utópicos, estatismo, demagogia ou roubalheira aideológica. É fantástico.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Idiotas, inc.

Assisti ao filme Idiocracy no outro dia, do qual havia visto anteriormente apenas trechos. Alguns acreditam que seja uma comédia, mas, embora dê para rir em várias partes, achei o filme algo deprimente. Afinal, é possível que sua história realmente reflita o futuro. O próprio filme é um reflexo disso, de fato: para agradar o público, também teve que ser dumbed down em algumas cenas, por exemplo com a colocação de um narrador que explica coisas desnecessárias. É um filme paradoxal. Ao mesmo tempo em que critica a estupidez e vulgaridade do público americano mundial, precisa mostrar essa estupidez e vulgaridade o tempo inteiro. E é assim mesmo. Grande parte da cultura pop atual é, de fato, puro lixo.

O argumento do filme, na verdade, não é de todo original: é baseado em uma história de ficção científica dos anos 50 chamada The Marching Morons. No conto, há no mundo uma superpopulação de idiotas, e restam apenas uns poucos inteligentes que têm o trabalho de coordenar e alimentar os imbecis, que se reproduzem cada vez mais. No final, através de uma grande campanha publicitária, os morons são convencidos a subir em foguetes e viajar para Vênus, onde - diz a propaganda - encontrarão praias e belas mulheres (na verdade, morrerão todos incinerados).

Será mesmo que existe uma superpopulação de imbecis? Será que a cultura atual é mais estúpida do a que a de eras passadas, ou é mera reclamação de velhos ranzinzas, saudosos de um passado (inexistente) no qual tudo era melhor?

Bem, acho que uma das diferenças de hoje com o passado é a questão da educação. Esta realmente decaiu em grande parte do mundo ocidental, um pouco por culpa de professores marxistas-feministas-doidistas mais interessados em "conscientizar" os estudantes do que ensinar-lhes coisas úteis, um pouco pela eliminação do estudo dos clássicos em detrimento de coisas mais muderrnas, e um pouco pela atitude atual em relação ao ensino, com maior interesse em notas, currículo e vestibular do que em real aprendizado, atitude esta que envolve não apenas os professores como os pais e os próprios alunos, e que pode ser resumida pelo seguinte cartum:

A América pós-pós-racial

Atualização: o novo racismo é o anti-racismo. Qualquer branquelo que criticar Obama ou qualquer um de seus planos pela razão que for, é automaticamente tachado de "racista". Depois da articulista do NYT Maureen Dowd, o último a tentar esse truque agora foi o Jimmy Carter. Quer dizer: ninguém mais pode ser contra Obama. Mas o truque dos democratas vai falhar, pois só vai gerar uma irritação cada vez maior. E, um dia, ninguém mais vai se importar em ser chamado de "racista". Como a palavra "fascista", também abastardada pela esquerda, vai passar a não significar mais nada.


Havia esperanças que os EUA entrassem em uma era "pós-racial" após a eleição de Obama, o primeiro presidente mulato negro do país (não existe esse negócio de "mulato" nos EUA).

Porém, parece que é o contrário, os ânimos acirram-se cada vez mais. Infelizmente, foi o próprio Obama quem ajudou a criar essa atitude negativa, como bem explica Thomas Sowell. Em diversas ocasiões, como a prisão de seu amigo Gates, o caso dos "Black Panthers" que atacaram eleitores e não foram presos, ou a escolha de certos assessores, Obama lembrou mais o discípulo do Pastor Wright do que o elegante candidato pós-racial.

Se é verdade que há brancos racistas, não é menos verdade que há negros e hispânicos racistas, que pregam até mesmo a violência, a supremacia e o genocídio.

Sim, nessa salada entram também os hispânicos. Enquanto pode-se argumentar que os negros afro-americanos, por terem sofrido o horror da escravidão e serem de fato parte da longa história dos EUA, teriam direito a projetos de ação afirmativa (ainda que isso seja discutível), não se entende porque os latinos, que chegaram muito mais recentemente e jamais foram escravizados, deveriam ter também o direito a se beneficiar de cotas para minorias. Qual a justificativa? Até porque, do jeito que vai, logo serão uma maioria em vez de minoria.

Como já observei em outro post, negros e hispânicos lutam - não só pelos benefícios às minorias que numa crise encolhem cada vez mais - como de verdade, com armas, na forma de violentas gangues atacando-se umas às outras.

Ao contrário do que ocorreu no Brasil, onde a histórica miscigenação mitigou conflitos, nos EUA em geral houve maior separação. E é cada grupo étnico por si (asiáticos incluídos). A coisa periga terminar em porrada ou tiro.

Um curioso filme dos anos 70.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A marcha do milhão

Aproximadamente um milhão de pessoas (são os números oficiais) marcharam em Washington contra o governo de Obama, contra os impostos e contra os políticos em geral. A mídia americana praticamente silenciou a respeito, dando apenas uma que outra nota menor. Articulistas de esquerda acusaram os manifestantes de racistas. Outros acusaram a marcha de ser financiada por escusos interesses de grandes corporações. (O que lembrou-me um artigo revisionista de Mino Carta sobre a Marcha com Deus e Família pela Liberdade de 64, caracterizando-a como "altamente financiada pela CIA, multinacionais e grandes empresas brasileiras e insuflada pela mídia e padres americanos". Para a esquerda, as suas manifestações (muitas vezes pagas) são sempre espontâneas. As dos outros são sempre insufladas, e o povo que marcha não sabe o que faz.)

De qualquer modo, foi um protesto curioso: não pedindo "mais direitos", ou "ajuda para nossa categoria", ou "que o governo faça alguma coisa", mas, justamente o contrário: pedem que o governo não faça nada. Querem menos governo. Algo deveras extraordinário.

Obama não anotou o recado. Segue falando que "eles não podem nos deter". Eles quem, cara pálida? O povo, ora. O mesmo povo ao qual ele supostamente quer dar "saúde pública". Continua Obama: "Não perderei tempo com aqueles que querem acabar com o projeto de saúde pública", disse o narcissist-in-chief. Bela democracia! Eis a mais clara demonstração que os socialistas, por mais light que sejam, jamais estão a serviço do povo, mas sim de si mesmos e de seus amigos de uma elite supostamente esclarecida. Um pouco mais e Obama vai ficar parecendo o equatoriano Rafael Correa, que declarou: "Cuando yo critico a un medio de comunicación es atentado a la libertad de expresión. Entonces cuando critican al presidente de la República es atentado a la democracia."

Quem diria: os comunistas têm medo do povo?






domingo, 13 de setembro de 2009

Poema do domingo

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.


Ricardo Reis (1887 - ?)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Serenity now, insanity later

A frase é do seriado Seinfeld, o maior sitcom de todos os tempos, criado por Jerry Seinfeld e Larry David (cujo alter-ego é George Costanza).

Às vezes, confesso, sinto-me assim ao observar a loucura do mundo atual. Talvez isso tenha se refletido nos últimos posts. Mr X is getting frustrated!

Eles venceram, e o sinal está fechado para nós, que somos joooveeeens (ou nem tanto).

Oito anos após o 11 de setembro, em plena América terroristas são perdoados e agentes que lutaram contra o terrorismo islâmico são castigados.

Michael Moore prepara um filme contra o capitalismo, ao mesmo tempo em que engorda sua conta bancária em mais alguns milhões. (Quero ver o canalha realizar esse truque em Cuba.)

Noam Chompsky e Oliver Stoned, dois outros grandes defensores das políticas distributivas da Venezuela chavista e da Cuba fidelista, recebem Chávez com abraços mas têm o cuidado de permanecer nos EUA e investir seu rico dinheirinho de modo bem capitalista. Socialismo sim, mas no quintal dos outros.

Por que a Elite Cultural gosta dos tiranos comunas (ou dos terroristas)? É simples. Porque podem se sentir Bem, sem pagar o preço. Ao contrário dos otários venezolanos ou cubanos, não precisam viver em Caracas ou Havana (ou Gaza). Não pagam por suas opiniões imbecis.

Estou cansado desse pessoal. Jamais conheci um único socialista que distribuísse seu próprio dinheiro e propriedade aos pobres. Mas o capitalismo é que é impopular, afinal nesse sistema o intelectual e o "artista" tem que trabalhar em vez de bolar esquemas para comandar as massas. (Se bem que, nos regimes comunistas linha-dura, o intelectual é o primeiro a ser fuzilado, e o artista o primeiro a ser censurado, mas idiotas não aprendem).

Richard Fernandez faz um ótimo post sobre o tema, indicando como o socialismo é o último refúgio dos canalhas (o patriotismo é o penúltimo).



Este blog não é trabalho, é diversão. Lamentavelmente, às vezes preciso também trabalhar em coisas que dão dinheiro. Culpa do maldito capitalismo. Volto em breve. Até lá.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O fim da ciência?

Apenas um aparte, em tema a ser aprofundado em outro post, algum dia. Apesar de todo o elogio à ciência, será que ela não está em crise? Quer dizer, vivemos em um tempo em que a ciência muitas vezes é mais hype para conseguir verbas do que outra coisa. Segundo um artigo que não consigo agora encontrar, a ciência ocidental atual está ficando perigosamente parecida à ciência soviética, isto é, estudos feitos por razões políticas, mas sem um critério sempre objetivo, como na distorção do "aquecimento global".

Um comentarista em um blog por aí observou que em geral a coisa funciona da seguinte forma, espelhando um caso real que alguns devem lembrar:

1. Notícia em todos os jornais: "HÁ VIDA EM MARTE!!!"

2. Bem, evidência fóssil de vida em Marte.

3. Bem, evidência de algum tipo de bactéria em uma pedra marciana.

4. Na verdade, pequenas marcas que parecem mesmo ser o fóssil de uma bactéria encontrada em uma pedra marciana.

5. Quer dizer, a pedra na verdade foi encontrada na Terra, mas acreditamos que tenha vindo de Marte originalmente.

6. Puff! Verbas obtidas, silencia-se sobre o tema.

Os leitores lembrarão de dezenas de casos similares, como um busto de Cleópatra (ou era César?) encontado no rio Sena, ou previsões de que os oceanos iriam subir de nível no ano que vem.

Guerras inúteis

Já que estamos falando em guerra, vou dizer uma coisa que vai ser antipática até para os "neocons" que costumam freqüentar este bucólico espaço. Acho que, a esta altura, os EUA deviam voltar para casa e deixar o Afeganistão e o Iraque entregues à própria sorte.

Há oito anos ocorriam os atentados de 11 de setembro e os EUA, em represália, invadiam o Afeganistão. Retrospectivamente, teria feito mais sentido ter jogado um Boeing 747 contra Meca. Teria sido bem mais barato e, creio, teria tido mais sucesso em evitar futuros atentados.

Recentemente, alguns militares americanos morreram no Afeganistão devido às novas regras militares que tentam salvar a vida de civis afegãos, mas colocando em maior risco a vida de soldados. Segundo as regras obamianas, o soldado só pode atirar quando tiver certeza que o fundamentalista à sua frente está mesmo armado e vai atirar. Ou seja, para o governo Obama, a vida de civis afegãos é mais importante do que a de soldados americanos. Ora, não dá para se ganhar uma guerra assim. Está certo que se deve minimizar ao máximo a perda de civis, mas guerra não é piquenique. Se é para lutar assim, melhor ir para casa. Afinal, se os Aliados tivessem lutado a II Guerra de forma politicamente correta, hoje se falaria alemão em Londres.

E digo mais: a troco de que gastar tanto dinheiro e vidas em uma empresa que, de qualquer modo, é impossível? Alguém acha mesmo que o Afeganistão vai virar uma Suiça da noite para o dia? Mais valeria os EUA invadirem a Amazônia, que tem riquezas naturais. O Iraque ao menos tinha a desculpa do petróleo. No Afeganistão, só tem pedra e papoula. Salvo que o governo dos EUA tenha interesse em dominar o tráfico de heroína, sua presença lá tem pouco sentido econômico.

Além disso, não se entende porque os EUA devam continuar a ser polícia do mundo em plena crise mundial. Convenhamos: ninguém gosta de polícia, mesmo os que mais são ajudados por ela. Apesar da implantação de uma espécie de democracia, o Iraque não virou aliado dos EUA. Fui a favor de ambas as guerras e, sim, o Iraque atual é, sem dúvida, uma melhora sobre o Iraque de Saddam Hussein. Ótimo. Mas ainda está muito longe de virar um país decente. E xiitas, sunitas e curdos continuam matando-se, e continuarão até o final dos tempos, ou até a chegada do décimo-segundo imam, o que vier primeiro. Então, vale a pena?

Eu não sei. Em qualquer guerra deve-se ter uma estratégia e um objetivo claro, o que não é o caso do que ocorre agora no Afeganistão. Qual é o objetivo de Obama nesta "guerra estúpida"? (Foi ele mesmo quem anteriormente a chamou assim). Ou os EUA lutam pra ganhar, ou caem fora. Ou dá ou desce. Não há meio-termo. O resto é desperdício de dinheiro e vidas. E nem mesmo impede que outro atentado contra os EUA possa estar sendo gestado em algum outro lugar, como Paquistão, Bósnia, Kosovo, Irã ou até mesmo o México.

"Pessoal, tenho uma idéia, que tal esquecermos esse negócio de guerra e irmos tomar uma cervejinha? O amigo Mohammed aqui paga."

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Revisitando a Segunda Guerra Mundial

Há 70 anos (e uns poucos dias) começava a Segunda Guerra Mundial: foi em Setembro de 1939 que Hitler e Stalin invadiram a Polônia (esquece-se muitas vezes que foi uma dupla invasão, Hitler no dia 1 e Stalin no dia 17). Nazistas e Comunistas, nominais inimigos, começaram a guerra como aliados.

A Segunda Guerra ainda não acabou. Há poucos eventos que, mesmo tantas décadas depois, ainda interessem tanto o público. Provavelmente o número de filmes já realizados sobre o conflito chegue a vários milhares. Os livros sobre o assunto talvez contem-se aos milhões... Por que tanto interesse?

Talvez por que ainda estejamos vivendo sob as conseqüencias desse megaevento, que no entanto ainda tem tantos mistérios ocultos, e portanto ainda rende muita discussão.

Um historiador, por exemplo, argumenta que, na verdade, o grande evento da guerra não foi dos Aliados contra o Eixo, mas o que ocorreu ao Leste, a operação da Alemanha contra a Rússia e vice-versa. De fato, a idéia de Hitler era dominar todo o Leste Europeu e a Rússia, que com suas riquezas petrolíferas e minerais lhe permitiria de fato comandar o famoso Reich de mil anos. Fosse ainda Chamberlain e não Churchill o primeiro-ministro britânico, e talvez o tratado de paz com a Inglaterra teria funcionado, permitindo a dominação total alemã.

Segundo essa perspectiva, a Grande Guerra foi uma luta entre Nazismo e Comunismo pela dominação do Leste Europeu - e o Comunismo venceu.

Mas por que os Aliados, que eram anticomunistas, foram à guerra? É sabido que não foi para salvar os judeus. Jamais deram-se ao trabalho de bombardear os trilhos que levavam a Auschwitz, muito embora já soubessem dos planos da "solução final".

Mencius Moldbug observa outra coisa interessante: se Japão, nominalmente aliado da Alemanha, em vez de atacar Pearl Harbor tivesse atacado a Rússia pelo outro lado, o Eixo teria vencido a guerra. Por que não o fez? Segundo Mencius, por que os participantes do Eixo, na verdade, desconfiavam uns dos outros. Alemanha, Itália e Japão eram realmente aliados apenas de conveniência, sabendo que tratados são feitos apenas para ser rasgados no dia seguinte. De fato, Rússia e Alemanha haviam assinado o pacto de não-agressão de Ribentropp-Molotov, que não durou muito.

Outra coisa curiosa: Hitler, na verdade, foi o grande destruidor da "raça ariana" na Europa. Graças à sua guerra, morreram milhões de pessoas brancas, toda uma geração perdeu-se, as seguintes não tiveram filhos e, devido à herança maldita do hitlerismo, tornou-se impossível realizar qualquer controle de imigração, considerado hoje racista. Paradoxalmente, se Hitler não tivesse realizado sua guerra purificadora e sua matança de milhões de judeus, é pouco provável que a Europa hoje estivesse repleta de muçulmanos.

As teorias conspiratórias são milhares. Livros como The Pink Swastika argumentam que o nazismo teria sido um movimento de natureza homossexual. De fato, vários SS eram gays, e Hitler inspirou-se diretamente em Esparta. Mas será mesmo?

Já outros, citando documentos secretos recém revelados, acreditam que a União Européia atual nada mais seja do que o sonho de Hitler realizado.

Sempre haverá mistérios. Sempre haverá filmes sobre a Segunda Guerra, ao menos até ocorrer uma nova guerra ainda pior.

The Chicago Way

O governo Obama tem um sistema de czars, isto é, funcionários não-eleitos escolhidos a dedo e que não respondem ao público, aliás, o público muitas vezes nem mesmo sabe de sua existência. Formam uma espécie de shadow government. Até o momento foram indicados 33.

Quando Obama foi eleito deputado, sua mulher Michelle coincidentemente conseguiu um emprego no Hospital de Chicago por um salário de 121.000 dólares anuais. Quando Obama virou senador, o salário de Michelle, no mesmo cargo, subiu para 316.000, aumento de mais de 100%. (Nesse mesmo período o Hospital, curiosamente, teve aprovado um aumento das verbas governamentais de mais de um milhão...) Após a eleição de Obama, Michelle pediu demissão. Ninguém a substituiu: o seu "cargo" foi simplesmente eliminado.

Alguns acreditam que Obama seja ingênuo, mas não é nada disso. Ele é um profissional que estudou na Escola de Chicago (a de Al Capone, não a de Milton Friedman).

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Independência ou...

No dia em que comemora-se a independência brasileira, é interessante reler um trecho de Herbert Spencer, Man versus the State, escrito em 1884, que parece refletir a realidade brasileira mundial atual (já que o mundo todo parece encaminhar-se hoje para o mesmo destino). Há hoje um 1,1 milhão de funcionários públicos federais ativos no Governo Lula, um aumento de 20% respeito à administração anterior.

In every circle conversations show that now, when the passing of competitive examinations renders them eligible for the public service, youths are being educated in such ways that they may pass them and get employment under Government. One consequence is that men who might otherwise reprobate some further growth of officialism, are led to look on it with tolerance, if not favourably, as offering possible careers for those dependent on them and those related to them. Any one who remembers the numbers of upper-class and midd1e-class families anxious to place their children, will see that no small encouragement to the spread of legislative control is now coming from those who, but for the personal interests thus arising, would be hostile to it.

This pressing desire for careers is enforced by the preference for careers which are thought respectable. "Even if his salary is small, his occupation will be that of a gentleman," thinks the father, who wants to get a Government-clerkship for his son. And this relative dignity of State-servants as compared with those occupied in business, increases as the administrative organization becomes a larger and more powerful element in society, and tends more and more to fix the standard of honour. (...)

These various influences working from above downwards meet with an increasing response of expectations and solicitations proceeding from below upwards. The hard-worked and over-burdened who form the great majority, and still more the incapables perpetually helped who are ever led to look for more help, are ready supporters of schemes which promise them this or the other benefit by State agency, and ready believers of those who tell them that such benefits can be given, and ought to be given. They listen with eager faith to all builders of political air-castles, from Oxford graduates down to Irish irreconcilables; and every additional tax-supported appliance for their welfare raises hopes of further ones. Indeed the more numerous public instrumentalities become, the more is there generated in citizens the notion that everything is to be done for them, and nothing by them. Each generation is made less familiar with the attainment of desired ends by individual actions or private combinations, and more familiar with the attainment of them by governmental agencies; until, eventually, governmental agencies come to be thought of as the only available agencies.

domingo, 6 de setembro de 2009

Poema do domingo

XXVII

Weary with toil, I haste me to my bed,
The dear repose for limbs with travel tired;
But then begins a journey in my head
To work my mind, when body's work's expired:
For then my thoughts--from far where I abide--
Intend a zealous pilgrimage to thee,
And keep my drooping eyelids open wide,
Looking on darkness which the blind do see:
Save that my soul's imaginary sight
Presents thy shadow to my sightless view,
Which, like a jewel hung in ghastly night,
Makes black night beauteous, and her old face new.
Lo! thus, by day my limbs, by night my mind,
For thee, and for myself, no quiet find.

William Shakespeare (1564-1616)

sábado, 5 de setembro de 2009

A nova guerra civil Americana

Não há maior indicador dos nefastos interesses internacionais por trás de Obama do que sua curiosa sanha em defender Zelaya, mesmo quando ninguém mais se importa com o ridículo chapelão. Ué! Será que o Celso Amorim virou o novo U.S. Secretary of State e ninguém me avisou? O que tem o governo Obama a ganhar defendendo o (ex-) tiranete de uma minúscula república bananeira? Tal obsessão só pode ser explicada por quatro motivos:

1) Obama é comunista e chavista desde criancinha.

2) Obama tem tendências tirânicas e sonha em imitar Zelaya, Chávez e cia.

3) Há interesses internacionais por trás do governo Obama que têm o objetivo de acumular poder a nível global, impondo um socialismo moreno globalizado.

4) Todas as alternativas.

Porém, apesar das suas simpatias externas por comunistas e muçulmanos radicais, o principal objetivo de Obama é consolidar o poder interno, através de uma série de mudanças legislativas, a mais radical delas a da saúde pública, que há anos os Democratas vêm tentando impor ao país.

Como os EUA ainda não são uma republiqueta de bananas, o projeto está enfrentando considerável resistência popular. E aí salta a violência dos esquerdistas, que acreditam que qualquer um que seja contra seus projetos totalitários é um criminoso ou um maluco fundamentalista. Recentemente, um manifestante contrário à saúde pública perdeu um dedo com a mordida de um manifestante pró-saúde pública.

O fato é que há dois campos opostos nos EUA, de dois grupos que não têm como se entender. De um lado os coletivistas, que acreditam que deve haver igualdade e essa igualdade deve ser imposta pelo Estado, mesmo que seja com mão bruta. Acreditam que os ricos e a classe média devem sustentar eternamente os "excluídos", mesmo que sejam excluídos ilegais que nem mesmo estavam no país há poucos anos.

O outro campo é o que acredita no trabalho, na educação, no esforço individual, pessoas normais que não querem sustentar com seu dinheiro a outra metade da população que não trabalha e que não querem que sejam gastos trilhões em um plano de saúde que os prejudicará em prol de não-contribuintes.

Quem vencerá essa batalha?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

O futuro já passou

Um curioso artigo do contra afirma que o progresso científico é um mito. Ele diz que a grande era das invenções foi de 1880 a 1959 e que, nos últimos 50 anos, não houveram reais inovações, isto é, inovações radicais que tenham mudado o mundo. Segundo ele, em 1959 já havia computador, televisão, avião, telefone, etc. Tudo o que ocorreu desde então foram meros aperfeiçoamentos das mesmas tecnologias. Algumas chegaram mesmo a regredir, como a tecnologia nuclear ou de viagens ao espaço.

Teríamos chegado a um platô tecnológico? Foi inventado tudo o que há para inventar? Pessoalmente, discordo, mas é possível que tenha havido uma desaceleração do progresso científico. Seja como for, quem imaginava nos anos 50 que "no ano 2000" andaríamos em carros voadores e passaríamos o fim de semana na Lua, enganou-se redondamente.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Brazimbabwe

É interessante observar como passar um tempo fora do Brasil nos alerta para certos absurdos que, talvez, não notaríamos de mais perto. O Orlando Tambosi e o Reinaldo Azevedo chamaram a atenção para uma notícia sobre os tais "sem-terra". Fiskeio a reportagem abaixo.

À espera de novo índice, sem-terra preparam ocupações

Anúncio de revisão de produtividade no campo atrai trabalhadores para acampamentos no interior de SP

Observem a naturalidade com que o fenômeno de "ocupação" (ilegal) é anunciado. Observem ainda que os tais "sem-terra" são trabalhadores urbanos que não tem direito algum a terras (quanto menos qualquer conhecimento agrícola).

A expectativa da revisão dos índices de produtividade no campo pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já causa uma corrida aos acampamentos de sem-terra no interior de São Paulo.

Índice de produtividade? O que raios é isso? Como se calcula? Se eu tenho um pedaço de terra, não posso fazer com ele o que bem entender? E as terras do MST, são também avaliadas segundo o mesmo índice? Aposto que não.

Em Araçatuba, noroeste do Estado, moradores urbanos e cortadores de cana engrossam o Adão Preto, um mega acampamento formado por dissidentes do Movimento dos Sem-Terra (MST), considerado o maior do Brasil.
Dissidentes do MST. Entenda-se, não pessoas que discordam das políticas totalitárias do MST, mas pessoas ainda mais radicais.

Desde a semana passada, o local passou a receber em média 20 famílias por dia. O coordenador Claudemir Silva Novaes chegou a suspender temporariamente o ingresso de novos acampados por falta de estrutura.

Quem é que permite que essas pessoas estejam ali em primeiro lugar? Como é que uma organização criminosa (segundo a própria Constituição Brasileira) pode ter coordenador e ser mesmo subsidiada pelo governo?

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) utiliza os índices para avaliar a produtividade das fazendas e desapropriar áreas improdutivas para a reforma agrária. A revisão aumentará em até 100% o mínimo de produção a ser alcançado no campo.
O mínimo é 100%! Naturalmente, colocam-se índices impossíveis apenas para dar uma desculpa à desapropriação. Estaria o Brasil virando um Zimbabwe? Daqui a pouco teremos cotas raciais no campo também...

Na região noroeste, a nova fronteira da cana-de-açúcar em São Paulo, muitas fazendas não atingirão o novo índice, segundo Novaes. "São áreas que estão no limite da produtividade atual, de 70 toneladas de cana por hectare", disse.

Poderia um grupo de pessoas sem instrução fazer melhor?

Assim que os novos índices entrarem em vigor, lideranças dos sem-terra pedirão ao Incra a vistoria nas fazendas. "O presidente Lula quer que a revisão saia já. As terras improdutivas estarão na mira dos sem-terra", afirmou Novaes. "Só não vamos ocupar áreas que estiverem dentro dos índices."

Observemos que, na realidade, segundo recentes estudos, apenas 30% das terras do país podem ser utilizadas para a agricultura. Os outros 70% constituem reservas indígenas ou florestais, terra não-arável, etc. Como eu já disse outra vez aqui, o maior latifundiário do país é o governo brasileiro.

O acampamento, criado no final de março pelo líder da dissidência, José Rainha Júnior, tinha cerca de mil famílias na última quarta-feira e novos acampados não paravam de chegar. Os 850 barracos ocupam dois quilômetros das faixas laterais de uma rodovia vicinal no distrito de Engenheiro Taveira.

Rainha, Rainha... Este sujeito não deveria estar preso?

Desempregado, Salvador da Rocha empregou as economias na compra de madeira e telhas tipo eternit. Ele ganhou a lona plástica de um vizinho e fretou um caminhão para levar tudo até o Adão Preto. A família de José Osvaldo Mianuti, de 67 anos, também chegou há poucos dias. "O tempo de espera não importa, tenho certeza que valerá o sacrifício", disse.

Pobres infelizes, explorados por oportunistas como José Rainha... Ah, a reportagem não poderia concluir sem uma foto em preto e branco, bem ao estilo Sebastião Salgado. Pobre velhinho, explorado pelos gananciosos latifundiários.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Se Deus não existe, tudo é permitido?

"Se Deus não existe, tudo é permitido."

A frase, que não foi escrita por Dostoevsky, embora seja mais ou menos o que Ivan Karamázov diz no famoso livro, ainda que de modo mais extenso e rebuscado. "Não existe virtude sem imortalidade", conclui Ivan. Para ele, sem a crença dos homens na imortalidade da alma e na existência de Deus, não haveria motivo para nenhuma moral e tudo seria permitido, "até o canibalismo".

Será mesmo?

Fábio Marton discorda. Mas de onde vem a moral? É algo biológico? Inato? Cultural? Ou vem mesmo de Deus, exista ele ou não?

Como Dostoyevsky cita canibalismo, lembrei-me do caso que li sobre o horrível General Butt Naked (ou General Peladão), soldado mercenário da guerra civil da Libéria, que liderava um batalhão de soldados que andavam nus por acreditar que isso o protegia das balas (vídeo documentário aqui - alerta para imagens fortes). Ele dizia ser um seguidor do Diabo, de quem afirmava ter recebido um telefonema quando criança. Confessou ter matado milhares de pessoas, inclusive crianças (sacrificava uma antes de cada operação militar), praticava canibalismo (comia o coração de algumas crianças e prisioneiros) e jogava futebol com as cabeças de soldados inimigos. Hoje é um pastor evangélico. Conversão real ou mera fuga da justiça? Digam o que quiserem, desde então não comeu mais nenhuma criancinha.

Deus e o Diabo podem não existir, mas a crença neles existe, e tal crença é responsável por diversos atos, dos mais nobres aos mais cruéis. Os conceitos de Bem e de Mal vêm diretamente da religião e da filosofia, não de qualquer medida científica. Mas só o que a ciência mede existe?

E será que os religiosos realmente agem virtuosamente apenas por medo do Inferno e/ou esperança do Céu? Não existe virtude sem imortalidade da alma?

E os ateus, tem uma moral própria? Podem ter? Qual moral pode-se criar a partir do mero materialismo, a não ser uma moral utilitária, "o maior bem para o maior número de pessoas". Mas, qual é o "maior bem"?

O Claudio Avolio observa como a mesma "moral" secular bananeiro-esquerdista que proíbe revistas com dicas para heterossexuais festeiros, subsidia revistas com dicas para gays festeiros. Uma revista é proibida em nome ao suposto respeito ao direito das minorias, a outra é apoiada financeiramente em respeito ao direito das minorias. Uma moral algo contraditória, para dizer o mínimo.

Por outro lado, também é verdade que, não obstante todo seu ódio pela religião e pelos religiosos, ao contrário dos anarquistas espanhóis, Dawkins nunca matou nenhum padre. O ateísmo, por si só, jamais poderia fazer mal a uma mosca. Assim como a religião. O problema são os homens. Os homens matam e morrem em nome de idéias - políticas, sociais e, por que não, religiosas. Mas acreditar que a religião é o grande mal da humanidade é uma besteira. De acordo com o psicólogo evolucionista Satoshi Nakazawa, pode-se matar também em nome da ciência. Aliás, ele também acredita que Deus foi criado pela evolução.

Já eu às vezes acho que Deus existe, e o Inferno é aqui mesmo.