sábado, 28 de fevereiro de 2009

Obamistas arrependidos

Houve recentemente uma discussão interessante no Belmont Club sobre certos obamistas que agora estão surpreendidos com a política de Barack Obama e começam a ter dúvidas sobre o seu voto.

Por que as pessoas votaram em Obama? É simples. É a mesma razão pela qual as pessoas ainda caem em contos de vigário. Por que querem algo em troca de nada. Ou, como dizia aquela velha canção dos Dire Straits, "money for nothing and chicks for free". Obama prometeu mundos e fundos, e todos caíram.

Se algo parece bom demais para ser verdade, em geral é mesmo. Mas quem disse que o pessoal aprende?

Foi Khaled quem disse

Assisti anteontem a uma palestra do jornalista palestino e muçulmano Khaled Abu Toameh, que está de visita na Califórnia. Entre outras coisas, ele disse:

- Arafat era um corrputo(*) safado que torrou bilhões de ajuda internacional para seu uso pessoal;

- É praticamente inútil dar dinheiro aos governantes palestinos, vai terminar sendo usado para terrorismo ou em corrupção;

- Também é praticamente inútil um acordo de paz agora: não há com quem negociar, o melhor que os israelenses podem fazer é deixar tudo como está;

- Hamas e Fatah são duas caras da mesma moeda, e se Israel sair da Cisjordânia o Hamas vai tomar conta e começar a lançar foguetes no dia seguinte;

- A ONU mantém o status quo palestino e portanto colabora com o terrorismo;

- A maioria dos esquerdistas autodeclarados "pró-palestinos" não tem a menor idéia do que ocorre em Gaza ou na Cisjordânia, são apenas tolos que acreditam em simplismos como "israelenses armados maus, palestinos pobrezinhos bons";

O que acrescentar? Depois dessa, nem preciso mais comentar aqui sobre o conflito no Oriente Médio. Agora que um palestino e muçulmano falou - com muito maior conhecimento de causa - quase as mesmas coisas que eu já falava há séculos aqui e no blog do PD, talvez o pessoal comece a acreditar?

(*) Era pra ter escrito "corrupto", mas o erro de digitação tornou-se ainda mais preciso, já que Arafat também era gay.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

É tudo mentira!

Alguns ingenuamente acreditam que a missão do jornalismo seja informar o público. O Pedro Doria anda preocupado porque a imprensa parece estar perdendo credibilidade em todo o mundo. Ora, é natural. Na realidade, o objetivo do jornalismo atual é quase exclusivamente mentir e confundir. Ou seja, justamente ENCOBRIR a verdade.

Não acreditam? Pois vejam as dezenas de notícias sobre "vândalos" ou "jovens arruaceiros" na Europa, onde jamais é mencionada a nacionalidade ou religião dos mesmos, ainda que todos saibam muito bem qual é.

Vejam o caso de Geert Wilders, que vive cercado por seguranças 24 horas por dia para não morrer, sendo acusado de ser um "fomentador do ódio" que está apenas "em busca de publicidade" (como se não houvessem modos muito mais fáceis de obter publicidade que não exigem o risco de decapitação).

Vejam Israel, que segundo os jornais jamais é atacado, mas sempre ataca, como nesta notícia recente da BBC onde a notícia de um míssil atirado contra Israel é dada asssim: "Israel responde a ataque do Líbano".

Vejam o "aquecimento global", anunciado em tons apocalípticos dia após dia, em total contradição com a realidade observável e mesmo com o crescente ceticismo da maioria dos cientistas. (Estou convencido que o tal "climate change" não passa de um esquema milionário para ganhar uma grana preta, já que - não sei se você percebeu - sempre falam nas catástrofes que ocorrerão se mais dinheiro não for investido em grupos como o "Painel Intergovernamental de Mudança Climática", que inclui famosos cientistas de "Bangladesh, Índia, Cuba e Zimbabwe" - gente, parece até scam nigeriano isto aqui!)

Vejam o pacote de Obama, um dos maiores gastos públicos de toda a história dos EUA, sendo anunciado como "o fim da mamata com o dinheiro público".

Não, amigos. O jornalismo não tem pretensão alguma de contar verdades, mas apenas de encobri-las, de propagar ideologia e crucificar todo aquele que ouse mostrar os fatos como eles são. Jornalistas de todo o mundo, envergonhai-vos.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O futuro de Israel

Benjamim Netanyahu foi confirmado o novo primeiro-ministro israelense, faltando apenas saber se vai governar com um governo de coalizão (caso a Livni aceite) ou com maioria reduzida.

Enquanto isso, Obama e seus aliados europeus estão preocupados, pois temem que o "processo de paz" possa ser prejudicado. Por "processo de paz", naturalmente, entenda-se a destruição de Israel. Afinal, os terroristas podem continuar atacando à vontade, é apenas Israel quem deve ceder a todas as suas demandas, sem receber nada em troca além de vagas promessas que jamais foram cumpridas.

O mais estranho de tudo isto é o seguinte: Israel, bem ou mal, é um aliado de EUA e Europa. Quer dizer, não representa ameaça militar alguma aos países civilizados. Os países muçulmanos, ao contrário, representam cada vez mais uma séria ameaça, ainda mais agora que parece estar ocorrendo uma corrida nuclear na região iniciada pelo Irã. E, no entanto, por algum motivo que escapa ao meu entendimento - salvo que seja devido aos petrodólares, mas nenhum político seria tão venal, ou seria? - americanos e europeus negam apoio a Israel e querem porque querem puxar o saco dos árabes. Em meio de uma crise terrível, EUA e Europa conseguem achar alguns milhões bilhões de dólares DO CONTRIBUINTE para dar aos palestinos.

O futuro de Israel é preocupante. Afinal, com amigos assim, quem precisa de inimigos?

P.S. Por outro lado, a situação não é exatamente novidade para Israel. Em 1983, Bob Dylan cantava em "Neighborhood bully" sobre como Israel é SEMPRE o culpado. Aqui.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Gran Torino e a imigração


Não sei se o filme "Gran Torino", de e com Clint Eastwood, já estreou no Brasil. Talvez tenha um título diverso, como "Gran Torino - Comunidades em conflito" (a moda hoje no Brasil é manter o título original e acrescentar algum subtítulo explicativo, tipo "Milk, a voz da igualdade", ou "Pulp Fiction, tempos de violência", etc).

A pedido do Nei, comento aqui alguns aspectos do filme que achei interessantes. Vou tentar não revelar aspectos da trama para aqueles que não viram o filme. O filme, como todos sabem, ou não, fala de um americano durão e supostamente xenófobo e racista que vive em um bairro decadente onde agora moram apenas imigrantes. Um garoto vietnamita (ou hmong) tenta roubar seu carro "Gran Torino" como rito de iniciação em uma gangue. A partir daí, estabelece-se uma relação entre os dois, e Clint Eastwood (ou seu personagem no filme) o ensina a trabalhar, a ser responsável, etc. É, de certa forma, uma fábula sobre a assimilação.

Não acho que seja um filme contra a imigração, e nem mesmo diria que é um filme necessariamente conservador, ainda que fale de valores supostamente conservadores. Mas não é anti-imigração, ao contrário, é até liberal, quase esquerdista nesse aspecto. O filme trata a questão da imigração como algo inevitável, e sua mensagem é, no fundo, de aceitação do diferente. Os que saem pior representados no filme nem são os imigrantes, mas os filhos americanos do Clint Eastwood - abobalhados obamistas que renegam o pai, isto é, os valores tradicionais americanos. É, de certa forma, um filme sobre o que os EUA foram e o que são.

Hoje a palavra "xenofobia" é excessivamente usada. Hoje é "xenófobo" até quem meramente ousa mencionar a palavra imigração. Basta alguém sugerir que deva haver algum tipo de controle sobre quem entra e sai no país, e pronto - já virou xenófobo. A Suiça inteira, nos últimos dias, virou um país de xenófobos. Curiosamente, nos EUA, e acredito que na Europa também, há inumeravelmente mais ataques realizados por imigrantes ilegais contra brancos nativos do que crimes de brancos nativos contra imigrantes ilegais. Não seriam esses crimes também "xenofobia" ou hate crimes?

É sintomático, no entanto, que no filme tenha-se escolhido membros da comunidade asiática para representar os "diferentes". A comunidade asiática é, em geral, bem-vista. São pessoas inteligentes e esforçadas. Aqui na Califórnia há muitos asiáticos. Na universidade, são alguns dos melhores estudantes. Se o imigrante fosse latino ou árabe, acredito que o filme ficaria mais forçado. Se fosse brasileiro então, ficaria definitivamente inverossímil, ao menos nestes tempos que correm.

Talvez o filme, no fundo, seja uma metáfora sobre um processo mais amplo, que seria a transição de pólo econômico e cultural mundial da América e Europa para a Ásia. Embora o triunfo da Ásia esteja ainda longe de acontecer, a verdade é que hoje basicamente os EUA pagam aos chineses para construir praticamente tudo o que é feito no mundo. O filme, não por acaso, é situado em Detroit, cidade antigamente famosa pela sua indústria automobilística. A época do carro "Gran Torino", no começo dos anos 70, marcaria seu auge e início de decadência. Hoje a indústria automobilística americana está em uma crise tremenda, com as três grandes montadoras de pires na mão.

Uma curiosidade: o roteirista do filme, Nick Schenk, trabalhava como caminhoneiro e escrevia o roteiro nas horas vagas. Talvez isso explique por que, com todos os seus possíveis defeitos, é um roteiro que soa mais autêntico do que grande parte dos filmes atuais de Hollywood. Apesar de ter sido um sucesso de público, fazendo mais dinheiro do que os dois maiores vencedores do Oscar, Slumdog Millionaire e Benjamin Button, o filme foi totalmente esnobado pela Academia, não recebendo nem uma única nominação - politicamente incorreto demais, talvez.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Marx estava certo?

“Owners of capital will stimulate the working class to buy more and more of expensive goods, houses and mechanical products, pushing them to take more and more expensive credits, until their debt becomes unbearable. The unpaid debt will lead to bankruptcy of banks, which will have to be nationalised, and the State will have to take the road which will eventually lead to communism.”

Karl MarxAlgum idiota, Das KapitalCorrente de email, 18672008


Atualização: A frase é falsa, não foi escrita por Karl Marx. Marx estava errado... Pra variar. (Dica do Gerson B).

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Somos todos conservadores

Todo o mundo é conservador. Por exemplo, entre no site de anúncios do Craigslist e dê uma olhada nos anúncios de pessoas que querem dividir apartamentos. A maioria vai dizer explicitamente que procura pessoas que trabalhem, que não usem drogas, que sejam ordeiras e que paguem o aluguel em dia.

Todo pai é conservador, com bem observa P. J. O'Rourke. Ninguém quer um filho vagabundo, que não estuda nem trabalha e vive na gandaia, ou uma filha que passa a vida de pernas abertas para a rapaziada.

Ninguém quer viver num bairro pobre ao lado de maloqueiros, ponto de travestis ou imigrantes de algum longínquo país miserável com costumes estranhos. Poxa, até o George Steiner, intelectual esquerdista de marca maior, assumiu isso no outro dia: "do lado de jamaicanos barulhentos tocando reggae todo dia, eu não moro de jeito nenhum". E ele está certo. Reggae, não dá.

A verdade é simples, na vida diária somos todos um bando de direitões reacionários.

O que explica então o sucesso fenomenal da esquerda? Acho que é o fator NIMBY - Not in My Back Yard. Ou seja, o fato de que a grande mudança esquerdista é sempre feita com o dinheiro, a paciência ou (n)o quintal dos outros.

O lema da esquerda é como aquele episódio dos Simpsons, em que Homer se elegia com a campanha "Can't someone else do it?". São sempre os outros. A esquerda foge da responsabilidade individual como o Diabo da cruz.

O esquerdista quer uma sociedade mais igualitária com saúde grátis pra todo mundo - desde que seja outro que pague, e desde que ele não tenha que esperar meses para ser atendido.

O esquerdista quer a liberação das drogas - desde que seu filho não seja um viciado e desde que os custos pela saúde que ele quer pública não subam astronomicamente em conseqüência.

O esquerdista quer liberação de costumes - desde que seu filho não seja gay nem sua filha uma puta nem sua mulher uma devassa.

O esquerdista elogia o sistema de Cuba e Venezuela - desde que sejam outros os que morem naquele paraíso de igualdade onde falta até papel higiênico.

O esquerdista quer mais minorias e mais multiculturalismo - desde que eles morem em outro bairro e não venham fazer macumba ou barulho do lado da sua casa.

O esquerdista quer mais direitos para os criminosos - desde que não seja ele o assaltado ou estuprado pelas pobres "vítimas do sistema".

O esquerdista quer "liberdade de expressão" - desde que seja para as suas idéias, mas não se importa se as opiniões contrárias à sua são censuradas, aliás prefere que o sejam.

O esquerdista, em resumo, é um delinquente hipócrita filho da mãe que não deveria ser admitido no convívio com seres civilizados. Até tocadores de reggae jamaicanos são mais toleráveis.


P.S. Gostaria de consertar um possivel mal-entendido, nao ha preconceito algum meu contra as putas, ou mesmo contra as garotas faceis, muito antes pelo contrario. O post foi escrito como se fosse do ponto de vista de um pai durao, mas nao tenho filhas, e do ponto de vista de um solteiro esta' tudo muito bem e muito bom. ;-) Ai e' que esta: o ponto de vista do conservador e' o do pai, o ponto de vista do liberal e' o do filho/a adolescente. Isso em tudo. Mais nos comentarios.

O pior Oscar de todos os tempos

O cinema mundial está em crise há tempos, mas este ano os candidatos ao Oscar estão particularmente fracos. É filme com mensagem pra lá, Sean Penn e Brangelina pra acolá. Só faltou ter um filme brasileiro concorrendo. Infelizmente a obra-prima do cinema nacional, o filme mais caro de nossa história orçado em 16 milhões de dólares, vai sair só em 2010.

Poema Marchinha do Domingo

Ó jardineira porque estás tão triste
Mas o que foi que te aconteceu
Foi a camélia que caiu do galho
Deu dois suspiros e depois morreu

Vem jardineira vem meu amor
Não fiques triste que este mundo é todo teu
Tu és muito mais bonita
Que a camélia que morreu

Benedito Lacerda-Humberto Porto, 1938

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Quando o Politicamente Correto mata

Uma mulher, branca, rica, 40 e tantos anos, decidiu mostrar seu apartamento de luxo à venda por 2.5 milhões de dólares a um jovem negro de 22 anos que encontrara por acaso na rua e que dissera estar interessado na compra.

Deixando de lado o fato de que um jovem - negro, branco ou amarelo - de 22 anos ter todo esse dinheiro na mão seria pouco provável, o mais terrível ocorreu a seguir.

Quando o jovem chegou no edifício, o vigia perguntou à dona se não queria que os acompanhasse na visita (o apartamento, com terraço, ficava no último andar).

"Não, tudo bem," ela respondeu. "Não quero que ele pense que não confiamos nele."

Famosas últimas palavras. Uma vez lá em cima, o jovem, que já havia estado na prisão três vezes por assalto, bateu repetidamente na cabeça da mulher com um objeto contundente até matá-la. Roubou seu anel, 68 dólares e os cartões de crédito, como era óbvio que aconteceria. Mas para a mulher, mais importante era não parecer racista. O Politicamente Correto pode matar.

* * *

Outro exemplo: Bill Gates, em recente conferência, lançou mosquitos sobre seu público, afirmando que estavam contaminados com a malária, e disse: "Não é justo que apenas pessoas pobres fiquem doentes." Depois de um minuto de tensão, revelou ao público que os mosquitos não estavam contaminados. Os assistentes aplaudiram enfaticamente.

Bill Gates pode ser um gênio do marketing ou da informática, não sei. Mas o que fez nessa conferência foi uma asneira sem tamanho. Não é justo que apenas os pobres fiquem doentes? Não, e não é justo que alguns sejam mais feios do que outros. Não é justo que Bill Gates tenha bilhões de dólares e eu não. Mas culpar os ricos pelo fato de que os pobres tenham malária, ou indicar que contaminar os ricos seria uma forma de justiça social, mostra uma maneira torta de pensar, o tipo de pensamento que justifica o terrorismo. De fato, não duvido que um atentado terrorista biológico não possa vir a ser defendido com exatamente as mesmas palavras.

O Politicamente Correto mata.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Um bicho às terças sextas


Se Darwin estivesse vivo, teria completado 200 anos no dia 12 de fevereiro passado, tornando-se um fenômeno da evolução da espécie humana. Já em novembro, completar-se-ão (gostaram da mesóclise?) 150 anos desde a publicação de "A Origem das Espécies", aquela que dizia que "o homem descende do macaco." ;-)

Pois parece que os macacos estão ficando excitados. Em Connecticut, um chimpanzé de estimação chamado Travis (Brickle?) que tinha sido criado desde pequeno como se fosse um ser humano, agrediu a própria dona e causou graves mutilações em uma vizinha, devorando partes de seu rosto e mãos.

O macaco bebia vinho em taça, tomava banho sozinho, havia participado de vários comerciais e sabia até navegar na Internet. Mas nesse dia, pirou: nem Xanax adiantou.

Chimpanzés - que tem 98% do DNA igual ao humano - são em geral animais dóceis, mas ainda assim são sempre animais selvagens. Quando ficam muito irritados, podem agredir de forma particularmente cruel: tendem a atacar particularmente o rosto e os genitais.

Macacos me mordam. Ou, pensando bem, melhor não.

P. S. Em minhas andanças pela internet, de vez em quando costumo ler o blog de um certo Lawrence Auster (que é aliás primo do romancista Paul Auster). Sujeito muito inteligente, mas tão conservador que quase faz o Olavo parecer um comunista. Ele não acredita na teoria da evolução, e diz que Darwin estava errado. Bom, eu não vou de novo me meter a discutir esse espinhoso tema novamente, mas uma das coisas que eu acho curiosa é a seguinte: se a evolução ocorre por meio de mutações genéticas randômicas, como é que tais mutações randômicas sempre aumentam a complexidade do ser, em vez de diminuí-la? A maioria das mutações - ou seja, genes defeituosos - não deveria ser negativa, portanto diminuindo as chances da espécie sobreviver? Há algum biólogo na sala? E afinal, descendemos ou não do macaco?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Teorias da conspiração


Não sou chegado a teorias da conspiração, mas concordo que às vezes é tentador procurar uma "teoria unificadora" que dê uma solução simples para eventos complexos ou misteriosos. Alguns exemplos recentes:

* Hillary Clinton vendeu todas as suas ações - no valor de 20 milhões de dólares - pouco antes da primeiro grande crash da bolsa de 2008. Será que os Democratas sabiam o que ia acontecer? Será que investidores Democratas manipularam propositalmente o mercado para iniciar uma crise que garantiria a eleição ao Partido Democrata?

* Hugo Chávez venceu o último referendo. As eleições usaram urnas eletrônicas da companhia americano-venezolana Smartmatic, cujo presidente é venezuelano e, segundo alguns, chavista. A mesma companhia comprou a companhia americana Sequoia Voting Systems, que está sendo investigada em relação a problemas nos EUA em três recentes eleições: nas presidenciais de 2000 e 2004 e nas eleições para o congresso de 2006. No ano passado, um dos sócios-fundadores da Smartmatic e um acionista da mesma morreram em um misterioso acidente de avião na Venezuela. O acionista era, curiosamente, parente direto do Ministro do Interior da Venezuela. Será que a Smartmatic está coligada com o governo chavista? Será que o resultado das eleições foi manipulado eletronicamente?

* E você, tem alguma teoria da conspiração para explicar os recentes eventos mundiais?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Rumo a uma nova divisão política

Esquerda e direita são - dizem muitos - conceitos ultrapassados. E democracia e ditadura? Ainda é possível diferenciar um de outro?

Enquanto Chávez celebra a "vitória democrática", Evo quer copiar. Daniel Ortega também. Lula morre de vontade de entrar na jogada. Todos insistem que é perfeitamente democrático ficar para sempre no poder, desde que o povo vote tantas vezes quantas for requisitado, até dizer sim.

Ora, uma democracia não é feita apenas de eleições. Vota-se em Cuba. Vota-se no Irã. Até na União Soviética havia eleições, ainda que de partido único, e no Iraque Saddam costumava ser reeleito com 99% dos votos. São democracias?

Façamo-nos uma pergunta honesta - se Chávez, Fidel, Mugabe, Evo, e toda essa cambada quer permanecer no poder pelo maior tempo possível, o que isso diz sobre eles? Que são altruístas que querem dedicar toda a sua vida ao povo humilde? Ou simplesmente que o poder lhes confere uma série de benesses que não querem abandonar de jeito nenhum, e farão todo o possível para ficar no trono o maior tempo possível?

Se não podemos mais diferenciar entre esquerdistas e direitistas, ou entre ditadores e democratas, atenhamo-nos a uma divisão mais simples: coletivistas e individualistas.

Coletivistas são aqueles que enxergam tudo em grupos: não se importam com os direitos do indivíduo - sagrados para os individualistas - mas com conceitos como "igualdade" ou "justiça social". Se é preciso pisar nos direitos individuais para "melhorar a sociedade", que assim seja. Coletivistas são aqueles que, em nome do povo, querem concentrar cada vez mais poder e dinheiro nas mãos, enquanto os individualistas são aqueles que tendem a querer diminuir o poder nas mãos do governo e recolocá-lo nas mãos do indivíduo. Os individualistas, hoje, são poucos. Os coletivistas são legião.

Nazismo e comunismo são extremos do coletivismo. Chávez, Perón, Fidel, Mussolini, Getúlio Vargas: todos coletivistas. Todos líderes que, em nome das massas, tratam de concentrar cada vez maior poder nas próprias mãos.

Ou, nas palavras de Robert A. Heinlein: "Etiquetas políticas - como monarquista, comunista, democrata, populista, fascista, liberal, conservador, etc. - nunca são critérios básicos. A raça humana se divide politicamente entre aqueles que querem que o povo seja controlado e aqueles que não tem esse desejo."

Um exemplo muito claro no vídeo abaixo:

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ordem e progresso

Está tendo um debate bacana lá entre o Fábio e o Chesterton no Not Tupy: "Será Darwin de Direita?" Enquanto isso, neste mesmo miserável barraco, um leitor anônimo alguns posts abaixo avisa:

Não se preocupem, seres idiotas que creem em deus... Essas crenças irracionais ainda vão durar muito tempo. Islã, judeus, cristãos, tudo gente irracional e estúpida que ainda vai matar muito por causa da religião. Mas tenha certeza: deus não existirá em 300 anos ... O avanço científico será a base para uma sociedade atéia altamente funcional e competitiva.

Eis o mistério da fé. Nosso amigo, seguidor de Comte (é, de fato, uma idéia que lembra o positivismo), não acredita em Deus mas acredita na teoria irracional de uma sociedade perfeita "altamente funcional e competitiva". Pois aviso o leitor de que a ciência e a tecnologia progridem, mas a humanidade não, ou ao menos não da mesma forma cumulativa. Esse é aliás o grande defeito do "progressismo", a idéia de que avançamos sempre a passos largos para uma sociedade cada vez mais tolerante, mais sarada, mais bonita, mais pacífica. Ora, não há garantia nenhuma disso. Além do mais, é óbvio que o avanço científico tampouco equivale necessariamente a melhora social - a ciência pode ser utilizada talvez até de modo melhor pelas tiranias. O extermínio nazista foi todo um triunfo tecnológico.

Ao contrário do que dizia Aristóteles, o homem não é um animal racional. Se daqui a 300 anos ninguém mais se matar em nome da religião, vai se matar em nome do seu time de futebol, que é aliás o que ocorre hoje em vários países. Ou em nome de simples controle de recursos naturais - causa de muito maior número de guerras do que qualquer religião. Ou então em nome de idéias, como a de uma sociedade atéia altamente funcional, ou igualitária, ou baseada na superioridade racial.

Pode-se ser ateu ou não, nada contra. Mas aceitemos ao menos que a religião está muito longe de ser o único aspecto de nossas vidas governado por uma crença irracional - isto é, algo que não pode ser, ou ao menos nunca foi - provado pela razão. As relações amorosas, a torcida por times de futebol, a crença de que o governo trabalha para o nosso bem, e a formação de espécies diferenciadas através da seleção natural são outros. ;-) (*)

(*) O Monsores tem razão, era uma piadinha sem graça mesmo.

A democracia morreu

A vitória de Chávez na obtenção de reeleição indefinida, iso é, do poder perpétuo, mostra que, em grande parte do mundo atual, a democracia é apenas uma palavra inútil já sem qualquer sentido. As eleições viraram meros teatros. Os eventos reais que fazem ganhar a eleição - mentiras, manipulação da mídia, ataque a opositores, política do medo, fraude, intimidação, suborno - são solenemente ignorados, e tudo o que conta é o resultado. Não conta nem mesmo se os atos do governante eleito são, em si, anti-democráticos. Se o povo vota para acabar com a democracia, isso é democrático? Um político coloca em referendo o poder total sobre o poder judiciário e legislativo e a possibilidade do poder ilimitado. O povo rejeita. Tenta-se de novo, até o povo votar como ele quer. Isto é democracia?

Não é só o Chávez. Vejam Mugabe, por exemplo. Oficialmente, foi eleito e reeleito pelo povo. Na prática, é claro, torturou e matou opositores, impediu o voto em certos candidatos, acabou com todas as instituições, e deixou o país na absoluta miséria, causando centenas de milhares de mortes. Mas ei, foi eleito. Isto é democracia?

Bem, talvez seja. Talvez seja a hora de perguntarmo-nos se a democracia não está em crise. Talvez seja a hora de pensarmos em alternativas. Se 51% do povo decide que que todos devem comer merda no café da manhã, será que isso é justo para os restantes 49%?

Algumas possíveis alternativas para a substituir a democracia atual:

1) A alternância forçada, sem eleições: de quatro em quatro anos, muda obrigatoriamente o governo, alternando-se sempre um governo conservador e um liberal. O povo não tem o direito ilusório de escolher nada, e garante-se a melhor coisa da democracia, que é não ter que ver a cara do mesmo líder por anos a fio.

2) Só vota quem paga imposto e participa do ciclo produtivo. Funcionário público e qualquer um que receba ajuda do governo não pode votar. De fato, se a grande questão que cada governo decide é o que fazer com o dinheiro dos contribuintes, estes deveriam ser os únicos a ter voz na questão. Por que Pedro deve votar sobre como melhor roubar o dinheiro de Paulo? Mesmo os antigos gregos tinham uma democracia na qual não votava todo mundo, mas apenas os considerados cidadãos.

Segundo este vídeo, a democracia é um sistema instável, mero prelúdio a novas formas ditatoriais.

É o que está ocorrendo no mundo atual, no qual, sob o manto da "democracia", os governos - seja nos países desenvolvidos ou sub, e mesmo aqui nos EUA - avançam cada vez mais sobre a privacidade, o bolso e a liberdade de expressão dos indivíduos. Acaba-se com a liberdade em nome da própria.

George Orwell deve estar rolando no seu caixão.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Poema do domingo

I Wrung My Hands

I wrung my hands under my dark veil. . .
"Why are you pale, what makes you reckless?"
-- Because I have made my loved one drunk
with an astringent sadness.

I'll never forget. He went out, reeling;
his mouth was twisted, desolate. . .
I ran downstairs, not touching the banisters,
and followed him as far as the gate.

And shouted, choking: "I meant it all
in fun. Don't leave me, or I'll die of pain."
He smiled at me -- oh so calmly, terribly --
and said: "Why don't you get out of the rain?"

Anna Akhmatova (1899-1966)

Sociedade dos Poetas Mortos

Tenho percebido que grande parte dos poetas que publiquei aqui morreram suicidas. O último, Mario Sá-Carneiro, suicidou-se com apenas 25 anos. Por que os poetas se suicidam? É a depressão que cria a poesia, como quer o clichê, ou é a poesia que leva à depressão? Segundo uma recente pesquisa científica, os poetas de fato tem uma expectativa de vida inferior à média. Mas, segundo outra pesquisa, tem pouco a ver com a poesia, e mais com outros aspectos, como o isolamento e caráter autocentrado.

Talvez seja a visão romântica que nos faz generalizar. Yeats, um dos maiores se não o maior poeta do século XX, morreu de morte morrida aos 74 anos. Mario Quintana esteve a um passo de completar os 90. Robert Frost sobreviveu a quase toda a sua família, inclusive vários dos filhos, e morreu com 88 anos.

Alguém lembra deste filme?

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Imagem positiva

Faltou comentar esta outra ironia no post anterior: muçulmano moderado que criou canal de TV nos EUA com a idéia de acabar com os clichês que sempre ligam o islã ao terrorismo, ao sexismo e à violência e queria promover, segundo suas próprias palavras, uma "imagem mais positiva dos muçulmanos e do Islã" foi preso - após ter decapitado a sua mulher. Segundo seus advogados, não tem nada a ver com o islã, ele apenas "perdeu a cabeça". Ou melhor, foi a mulher pobre quem a perdeu.

Ironias

1) A poeta russa Anna Akhmatova descreveu os horrores da União Soviética no poema Réquiem, que só foi publicado muito tempo depois de sua morte, após o fim oficial da URSS. Muitos ainda se negam a aceitar que as idéias socialistas tenham sido a origem de tanto horror. Hoje, Putin, ex-KGB, alerta os EUA para os perigos do socialismo, e afirma que o país deveria aprender com os erros soviéticos e "evitar a excessiva intervenção na economia e a fé cega na onipotência do Estado". Não sei se Putin está querendo usar "psicologia reversa", mas não deixa de ser altamente irônico.

2) Enquanto isso, no Brasil, índios da tribo Kolynos, ops, Kulina, esquartejaram e comeram os órgãos de um jovem branco em um ritual antropofágico. Ninguém foi preso ainda, embora haja seis suspeitos. O curioso é que, segundo a FUNAI, não poderia ter ocorrido canibalismo, pois "a prática de antropofagia entre os povos indígenas no Brasil contemporâneo não ocorre mais." A indigenista Rosa Monteiro diz que "Não tenho informações sobre o caso ainda, mas praticamente posso assegurar que não houve canibalismo. Fiz pesquisas com eles por 15 anos. Eles bebem, ficam violentos, mas não há nada que justifique o canibalismo." Pode até ser, mas "não foram encontrados o coração, cérebro, fígado e outros pedaços do corpo", disse o sargento José Carlos Correia da Silva, da Polícia Militar, e há testemunhas que afirmam ter visto o ritual canibal. Provavelmente nenhum índio vai ser punido. A legislação protege os indígenas e em geral proíbe que a polícia entre em suas reservas para realizar uma investigação. O próprio corpo da vítima só foi retirado da aldeia quatro dias depois, por seus familiares, sem autorização. O que é curioso é que tais índios são altamente "civilizados", isto é, já absorveram todos os maus costumes da civilização ocidental: bebem cachaça, fumam maconha, e dizem até que fumem crack. Se pelo menos usassem cocar, mas nem isso.

3) Cada vez mais parece que a história da brasileira grávida atacada por skinheads na Suiça foi uma mera invenção de uma garota perturbada que nem mesmo estava grávida. Vergonha. Até porque ajuda a ocultar casos reais de ataques xenofóbicos. Curiosidade: toda semana tem algum turista estrangeiro assaltado ou até morto no Rio de Janeiro. Será que isso conta como xenofobia?

4) O povo já disse não uma vez, mas o chavismo é tão democrático que quis dar aos venezolanos uma segunda chance. A pergunta no referendo para a eleição ilimitada de Chávez é estabelecida da seguinte forma: "Você aprova a emenda dos artigos 160, 162, 174, 192 e 230 da Constituição da República, tramitada pela Assembléia Nacional, que amplia os direitos políticos do povo, com o fim de permitir que qualquer cidadão ou cidadã em exercício de um cargo de eleição popular possa ser sujeito à postulação como candidato ou candidata para o mesmo cargo pelo tempo estabelecido constitucionalmente, dependendo sua possível eleição exclusivamente do voto popular?" Em discurso, Chávez disse que: "Votar pelo "sim" é votar a favor dos direitos do povo, não é votar por Chávez, é votar por você, mulher, homem, jovem venezuelano. A partir de domingo, o povo, e não o tempo, colocará e tirará governos." E eu aqui ingenuamente pensando que a vantagem da democracia era justamente a mudança periódica de governantes... Alguns argumentam que a democracia é um sistema transitório de governo - que, cedo ou tarde, toda democracia termina descambando para a tirania ou oligarquia.


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A direita pós-Olavo

Olavo de Carvalho no outro dia comentou uma coisa curiosa:
Infelizmente, entre jovens que assistiram a meus cursos e conferências, sem se tornar por isso meus estudantes genuínos, abundam os que se dispõem a exercer esse papel abjeto, satisfeitos de ver-se bem recebidos onde fui rejeitado, e acreditando-se por isso uma “alternativa superior”, mais moderninha, serena e equilibrada, ao cada vez mais insuportável Olavo de Carvalho.
Olavo de Carvalho provavelmente atingiu o apogeu midiático no final dos anos 90, quando sua coluna estava em todos os maiores jornais e até revistas da elite bacana como Bravo!. Pouco a pouco, no entanto, ele foi sendo ostracizado pela própria mídia que o acolhera. O que aconteceu? Não dá para colocar toda a culpa no petismo, embora seja uma das explicações. A mídia, no Brasil, é profundamente servil ao poder, e hoje o poder é o esquerdismo. O próprio Olavo comenta o assunto aqui.

Mas acredito que também possa ser um reflexo dos tempos atuais, em que o interesse por um determinado tema ou autor esgota-se depois de um relativamente breve período. E assim, entre os próprios supostos direitistas, para muitos hoje não é mais "moda" ser seguidor do filósofo, como explica este colega blogueiro aqui.

Pessoalmente, confesso que comigo aconteceu o contrário. No começo, não suportava o Olavo. Mas, pouco a pouco, fui me interessando por algumas das temáticas que abordava, não necessariamente aquelas de maior impacto, ou mesmo aquelas ligadas a eventos específicos. De fato, interessam-me menos os artigos sobre temas diretamente políticos e mais aqueles por assim dizer "abstratos", que tratam de questões mais gerais. Por exemplo, acredito que sua série sobre a mentalidade revolucionária seja indispensável para compreender não apenas o moderno pensamento esquerdista, como grande parte das mudanças que estão ocorrendo hoje no mundo.

Mas, para fins meramente ilustrativos, tomemos a hipótese de que Olavo de Carvalho realmente tenha se tornado menos relevante. Quem, hoje, no Brasil, dessa novíssima geração "pós-olaviana", poderia ou estaria disposto a tomar o seu lugar?

Não falo aqui em termos de meros blogueiros ou jornalistas, mas pessoas que realmente apresentem idéias relevantes de forma clara e articulada, verdadeiros intelectuais em suma - ainda que não necessariamente ligados ao meio acadêmico. Por exemplo, do pouco que li considero o Pedro Sette Câmera, do blog O Indivíduo e do site Ordem Livre, um dos sujeitos talvez mais inteligentes da blogosfera brasileira, mas não acredito que possa ser considerado - ou mesmo que se considere - um filósofo.

Como eu mesmo estou muito longe de ser um filósofo ou pensador - este blog é mero registro de opiniões, sem qualquer pretensão além da superficialidade mais extrema - não saberia dizer, mas talvez algum dos leitores possa indicar alguém?

Secularismo ou anticristianismo?

As notícias da Inglaterra são deveras preocupantes.

Hoje Geert Wilders, crítico do Islã mas que jamais pregou violência alguma, foi impedido de entrar no país. Enquanto isso, mais de 2.000 suspeitos terroristas islâmicos que pregam a violência e planejam atentados, andam pelo país leves, livres e soltos.

Aqui o discurso que Geerts teria dado na Inglaterra. É tristemente irônico, em especial suas primeiras linhas elogiando o antigo esplendor britânico.

Como entender esse gesto se não como uma capitulação ao Islã?

Em face a esse crescente perigo, os ateus membros da congregação dawkinsista preocupam-se em colocar anúncios em ônibus informando às pessoas que devem aproveitar a vida, pois Deus não existe. Desconsiderando o fato de que seja perfeitamente possível aproveitar a vida acreditando em Deus, será que o Deus que eles criticam é também o Deus dos muçulmanos, ou apenas o Deus dos cristãos e judeus?

Tenho motivos para crer que o que vemos na Inglaterra não é tanto ateísmo ou secularismo, como um calculado anticristianismo. Enquanto tentam apaziguar os muçulmanos, atacam os cristãos.

Recentemente, a enfermeira cristã Caroline Petrie foi suspensa e quase perdeu seu emprego em um hospital inglês por ter perguntado a uma paciente se queria que "rezasse por ela". A paciente recusou, a enfermeira não rezou. Caso encerrado? Não. A enfermeira foi suspensa e quase perdeu o emprego por, de acordo com seus patrões, não ter-se empenhado o suficiente em seguir as diretivas de "igualdade e diversidade".

O que é essa famosa "diversidade"? Será que é parecida com a "harmonia comunitária" que impediu Geerts de entrar no país? E o cristianismo, não faz parte da tal "diversidade"? Pelo jeito, não.

Em outro caso similar, uma mulher cristã que cuidava de uma garota muçulmana perdeu a guarda da garota porque esta, muçulmana, decidira converter-se ao cristianismo. As autoridades consideraram um desrespeito à fé muçulmana, muito embora a garota afirme que tenha escolhido se converter por sua livre e própria vontade. Agora a garota foi enviada de volta à sua família muçulmana - da qual, pasmem, tinha escapado por ter sofrido molestamento sexual. Para as autoridades inglesas, é melhor que seja abusada sexualmente do que seja cristã.

Alguns acham que é irracional acreditar em Deus, e talvez seja. Por outro lado, é igualmente irracional acreditar no ateísmo como uma forma mais racional de vida que nos levaria a todos a uma sociedade melhor. O que é essa tal "igualdade e diversidade", novo Deus das autoridades inglesas, se não uma idéia completamente irracional, mais irracional do que a crença em qualquer ser sobrenatural?

O ateísmo militante anticristão não vai criar uma sociedade de ateus - vai apenas apressar o triunfo do islamismo.

Atualização: Esclarecendo, antes que apareça alguém pra criticar: o governo da Inglaterra, naturalmente, não é "ateu", mas é um governo de centro-esquerda empenhado - em nome do secularismo - em forçar a aceitação do islamismo ao mesmo tempo em que - talvez simplesmente por serem um alvo mais fácil, ou por serem associados com o conservadorismo - ataca os cristãos que de algum modo se "intrometem" com o secularismo do Estado.

Não vai aqui uma crítica aos amigos ateus leitores do blog. Considero que cada um deve ser livre de acreditar ou não naquilo que quiser e, de fato, não sou uma pessoa religiosa. Porém, observo o que ocorre na prática: pelo medo à violência, práticas ou imposições muçulmanas são cada vez mais aceitas em nome da "liberdade de expressão", enquanto as práticas cristãs, ou judaicas, ou de mera crítica ao terrorismo ou de apoio a Israel, terminam sendo banidas em nome da "harmonia comunitária". Mas convenhamos: esse papo de harmonia é apenas um eufemismo para o medo. A violência funciona. O terrorismo funciona. (Um caso sintomático foi quando uns poucos manifestantes pró-Israel em Londres foram proibidos de exibir sua bandeira em público em uma manifestação, pois poderiam "gerar violência". Notem bem, a violência que eles "gerariam" seria violência dirigida contra eles próprios por manifestantes pró-palestinos.)

Aliás, Geert Wilders é ateu.

Rogai por nós pecadores.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Fim das ideologias? Qual nada!

Tem Dalrymple novo na área, explicando por que as ideologias não morreram e não morrerão jamais. Uma vez comunista, sempre comunista. Ou islamista. Ou ecologista. Ou neonazifasciprogressista. Avante, Camaradas.

Fake in China

Comunistas no espaçooo! O incrível vídeo abaixo mostra como os Chineses falsearam sua caminhada espacial. É tudo tão fake quanto os tênis "Ball Star".



P.S. Será? Aqui o vídeo chinês original. Fake ou não?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

One brazillion dollars

A maioria dos economistas observa que o pacote de "estímulo" quase um trilhão de dólares de Obama não vai surtir efeito algum contra a crise.

O que eles não percebem é que o pacote dos Democratas não tem intenção alguma de resolver a crise, mas simplesmente utilizar a crise como desculpa para tomar dinheiro do contribuinte para seus projetos pessoais. Até porque grande parte de seus gastos não tem qualquer função. Uma das medidas do pacote é distribuir camisinhas de graça, por exemplo. Outra é dar dinheiro para "organizadores de comunidade", a ex-turma do Obama. Etcétera, etcétera.

Como se não bastasse, o Secretário do Tesouro de Obama quer gastar mais 2 trilhões com ajuda aos bancos. Adolfo Sachsida informa que não vai adiantar: e aposta que daqui a alguns meses o hômi estará pedindo mais alguns trilhões.

De onde saem todos esses trilhões? Aí é que está o problema. Não saem de lugar algum. Estão todos sendo colocados na conta dos filhos e netos dos cidadãos americanos atuais.

Já tem americano apostando no colapso do dólar e comprando ouro. Outros preferem investir seu dinheiro em armas e quilos de alimentos enlatados, enquanto aguardam o apocalipse.

"I want one trillion dollars..."

Lord Ahmed e os Cavaleiros da Távola em Forma de Meia-Lua

Lembram dos Cavaleiros da Távola Redonda? Sir Galahad, Sir Lancelot, King Arthur, Guinevere...

Pois hoje a Inglaterra tem um tal Lord Ahmed. Quem diria, hein? E Lord Ahmed - que fez seu juramento de posse na Câmera dos Lordes inglesa com a mão direita sobre o Corão - fez pressão e conseguiu proibir, não apenas a exibição do filme Fitna, como a própria a presença de Geert Wilders na Inglaterra.

Isso mesmo. Geert Wilders, político holandês e diretor do filme Fitna, está proibido de entrar na Inglaterra sob pena de prisão, pois seua presença é considerada pelo Secretário de Estado britânico - pasmem - uma "ameaça à harmonia comunitária".

"Harmonia comunitária", percebem? Qual harmonia, vocês se perguntarão? Ora, esta harmonia aqui. Ou esta. Ou esta. A harmonia dos vândalos muçulmanos de destruírem o que bem quiserem. Só não pode aparecer alguém para dizer "O Rei está nu". Epa, isso não.

A Inglaterra é hoje a poster-child da decadência ocidental: de maior império mundial, tornou-se hoje uma patética republiqueta que curva-se ao primeiro radical que aparece (além de ter sérios problemas de outra ordem, sobre os quais falarei adiante em outro post).

Príncipe Al-Charles.

O fim do império americano?

Em mais um interessante artigo, Caroline Glick observa que os vários poderes mundo afora já estão testando Obama. Como notei alguns posts abaixo, a liberação do "cientista" A. Q. Khan, que vendeu segredos nucleares à Coréia do Norte e possivelmente ao Irã, foi um teste dos paquistaneses para ver a reação de Obama. Por enquanto, esta foi nula.

Da mesma forma, os russos já mandaram o presidente do Kirguistão fechar a base americana lá, no que foram prontamente atendidos. Isso, obviamente, compromete a continuação da presença americana no Afeganistão. Os terroristas islâmicos também já aumentaram a pressão e hoje explodiram alguns soldados americanos no Iraque, no atentado mais sério em meses.

O governo Obama exala fraqueza de todos os poros.

Mais preocupante é o fato que Obama esteja querendo fazer um acordo para reduzir os arsenais nucleares de EUA e URSS Rússia em 80%, o que provavelmente selaria o fim dos EUA como potência militar maior. Não apenas a Rússia conta com centenas de estoques nucleares não-declarados, como a China, como observa este artigo, graças à sua rede de espiões conseguiu em apenas uma década ter um arsenal nuclear de tecnologia similar à dos dois contendentes da Guerra Fria.

Obama e os "sofisticados" que acreditam na "força da diplomacia" e no "desarmamento" são meros amadores. Acostumados a lidar apenas com os "inimigos" do Partido Republicano - que são provavelmente os únicos a quem consideram de fato "inimigos" (com todos os outros se pode dialogar) - não tem idéia que no mundo real a coisa pega pra valer.

Colocar Obama na frente de Putin, chineses e terroristas islâmicos é como mandar uma professora de jardim de infância para negociar com a máfia.


domingo, 8 de fevereiro de 2009

Poema do domingo

Além-tédio

Nada me expira já, nada me vive ---
Nem a tristeza nem as horas belas.
De as não ter e de nunca vir a tê-las,
Fartam-me até as coisas que não tive.

Como eu quisera, enfim de alma esquecida,
Dormir em paz num leito de hospital...
Cansei dentro de mim, cansei a vida
De tanto a divagar em luz irreal.

Outrora imaginei escalar os céus
À força de ambição e nostalgia,
E doente-de-Novo, fui-me Deus
No grande rastro fulvo que me ardia.

Parti. Mas logo regressei à dor,
Pois tudo me ruiu... Tudo era igual:
A quimera, cingida, era real,
A própria maravilha tinha cor!

Ecoando-me em silêncio, a noite escura
Baixou-me assim na queda sem remédio;
Eu próprio me traguei na profundura,
Me sequei todo, endureci de tédio.

E só me resta hoje uma alegria:
É que, de tão iguais e tão vazios,
Os instantes me esvoam dia a dia
Cada vez mais velozes, mais esguios...

Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O meme do mal



Poxa. Confesso que não sou bom nesse tipo de coisa, mas já pelo menos dois excelentes blogueiros me colocaram na lista. Vamos lá:

1) Nunca votei no Lula, mas já votei no PT. Bleargh.

2) Participei do primeiro FSM com esperanças de traçar alguma esquerdistazinha, mas não rolou.

3) Quando adolescente, eu era um emo avant-la-lettre e gostava de Legião Urbana, Joy Division, Pink Floyd e The Smiths. Tinha todos os LPs de todos esses aí. Hoje escuto outras coisas bem diferentes, mas acho que nunca gostei de mais nada com a mesma intensidade.

4) Quando mais jovem, ganhei alguns prêmios em concursos literários e acreditei que um dia seria um grande escritor. Mas tive preguiça. Hoje em geral prefiro dormir a escrever, mas ainda tenho esperanças de terminar meu romance inacabado. Está ainda na gaveta, ou melhor, no pen drive.

5) Uma vez apaixonei-me por uma esquizofrênica que sofria de delírios paranóides aos quais nem doses maciças de Zyprexa ou longas internações punham fim. Nossa relação não deu certo. Ela me deu um fora pois achava que eu era estranho demais.

Passo o pepino adiante para a Nariz Gelado, o Pax, a Daisantos, o KCT e o Sblargh.

Quão ruim vai ser o governo Obama?

O governo Obama mal iniciou e já tem uns 4 ou 5 na sua equipe acusados de fraudar o imposto de renda. O próprio Obi-Wan é suspeito de estar direta ou indiretamente envolvido em alguns casos de corrupção que ainda não foram resolvidos. Sua primeira medida importante para resolver a crise causada pelo endividamento é um pacotão que endividaria o país em "apenas" mais um trilhão de dólares - do qual uma grande porcentagem irá para organizações de amigos dos amigos.

Já apareceu gente dizendo: "poxa, que pena que ele esteja sacrificando os seus princípios."

Ora, ora. Nos já vimos esse filme, mas tem gente que parece que não aprende. Também havia o iluso que achava que o PT havia "desvirtuado seus ideais" com a história do Mensalão. Amigos, a esquerda não tem princípios. Ou melhor, o próprio roubo é que é o princípio.

Não é casual que Obama tenha contratado corruptos, assim como não é casual que o petismo tenha realizado atos de corrupção tão às claras. Faz parte do método escancarar o roubo. Desmoralizar, dizer que todos são iguais, que todos roubam, que a política é a arte do roubo, faz parte da campanha para poder roubar cada vez mais, ao mesmo tempo em que se destrói a fé na política tradicional, e assim prepara-se o caminho para possíveis opções mais autoritárias. O que não impede, é claro, que os mesmos posem de moralistas quando algum político da oposição envolve-se em algum escândalo.

O primeiro chefe de Estado com quem Obama falou depois de ser eleito não foi um chefe de Estado, mas o presidente da Autoridade Palestina, Abu Mazen. Obama segue fielmente a cartilha petista de Relações Exteriores.

Obama também já disse que vai cortar o orçamento militar dos EUA, e disse que quer reduzir os armamentos nucleares do país em 80%. Tudo isso ao mesmo tempo em que China e Rússia armam-se cada vez mais, Irã avança com a pesquisa atômica e lê-se que no Paquistão o famigerado cientista que vendeu segredos atômicos para a Coréia do Norte e sabe-se lá quem mais está livre como um pássaro.

Que Obama vai ser ruim, não restam dúvidas. O grande problema é quanto, exatamente.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sociedade sem Manicômios

Vocês já perceberam que tem cada vez mais maluco na rua? Digo maluco mesmo, pirado, lelé da cuca, doente mental. Aqui na Califórnia tem vários, mas no Brasil também são muitos, sim senhor.

A tal idéia da Sociedade sem Manicômios - ou "desinstuticionalização" - que começou nos EUA nos anos 60, acabou tendo uma conseqüência imprevista bastante curiosa: milhares de pessoas com distúrbios mentais que não são tratadas de modo algum, são também rejeitadas pelas famílias e, assim, em muitos casos, terminam nas ruas, onde os problemas se exacerbam. Por uma série de motivos, não todos relacionados com a pobreza, o número de homeless aumentou substancialmente nos EUA de 1960 para cá. Desses, aproximadamente 45% tem algum tipo de problema mental. Os que não são loucos, são drogados.

Por aqui, eles demonstram uma curiosa uniformidade: costumam andar pelas ruas da cidade carregando malas, enormes sacos pretos ou carrinhos de supermercado. Sempre quis saber o que levavam nessas malas. Nunca descobri. (No Brasil, os loucos de rua costumam ser mais variados e folclóricos.)

Ao mesmo tempo, como são "livres", argumenta-se que ninguém pode impedir os pobres coitados de dormirem nas praças ou mijarem nas calçadas. Não tendo mais instituições mentais onde ir, terminaram ocupando bibliotecas públicas, livrarias, universidades e metrôs, onde, no entanto, causam desconforto em alguns dos restantes usuários.

Por outro lado, realmente seria solução amontoá-los em algum sanatório? Não seria apenas esconder o problema em outro lugar? E depois, quem vai pagar por isso?

É uma situação triste, mas de difícil solução. Como resolver esse problema? Reinstitucionalizar? Chamar o Dr. Bacamarte? Declarar os sãos loucos, e os loucos, sãos?

Esta foto não tem nada a ver com o post, mas achei procurando por "madness" no google. De fato, os seios da Scarlett são de enlouquecer.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Quantos morreram em Gaza?

De acordo com o jornalista italiano Lorenzo Cremonesi, que cobriu os eventos desde Gaza para o Corriere della Sera, os mortos na recente operação não seriam mais de 600. Segundo o que ele observou em hospitais e entrevistas com familiares das vítimas, um número maior do que esse seria impossível.

Não posso saber, talvez nunca saibamos ao certo, mas acho que faz sentido. Os palestinos tendem sempre a exagerar os números (lembrem de Jenin, de Qana) para efeitos de propaganda. O número de mortos em qualquer conflito Israel vs. palestinos (ou EUA vs. muçulmanos) pode ser calculado pela seguinte fórmula, que acabei de inventar:

Nr = (Np - Nidf) / D

Onde Nr é o numero real de mortos, Np o número inicial alegado pelas fontes palestinas, Nidf o número inicial alegado pelo Exército Israelense, e D o número de dias que durou o conflito. Colocando nossa fórmula à prova em relação à batalha de Jenin, temos:

Nr = (500 - 45) / 8 = 455 / 8 = 56 mortos.

Bingo. Quero meu Prêmio Nobel.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Estados Unidos da Argentina

Obama é peronista. Um excelente artigo explica a incrivel decadência da Argentina graças ao peronismo: como um dos dez países mais ricos e promissores do mundo antes da II Guerra Mundial virou em poucas décadas piada de salão da economia mundial. E avisa: Obama está repetindo os mesmos erros. Falta só Michelle virar a Evita negra.

Quem não se comunica se trumbica

Alguns dizem que se deve negociar e dialogar com os terroristas islâmicos. Tá certo. É conversando que a gente se entende. Aí você pega e lê apenas a primeira frase de uma notícia qualquer sobre o Oriente Médio, digamos, o Iraque:

A woman suspected of recruiting more than 80 female suicide bombers has confessed to organising their rapes so she could later convince them that martyrdom was the only way to escape the shame.

Então você se dá conta que seria mais fácil e produtivo tentar dialogar com os macacos do zoológico.

Chacrete da Al-Qaeda.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Um bicho às terças


O ocapi é um animal bem estranho. É parente direto da girafa, embora na verdade mais pareça um veado de cara pintada usando calças de zebra.

Embora fosse conhecido dos antigos egípcios e persas, ele foi catalogado apenas em 1902. Em 1918 o primeiro exemplar vivo de ocapi foi levado à Europa, tornando-se mais conhecido entre os ocidentais.

O ocapi é um animal relativamente raro e, embora ameaçado, não se encontra ainda em extinção.

O ocapi alimenta-se de folhas e brotos e tem uma língua comprida e azul. Aliás, o ocapi é o único animal que consegue lamber as próprias orelhas. Palavra da Wikipédia.


Quando a esquerda amava Israel

Existe um grande mito de que Israel seja uma criação dos EUA: uma estaca do "imperialismo americano" implantada no coração do mundo árabe-muçulmano.

Nada mais falso.

Como mostra este interessante artigo, quem ajudou Israel na Guerra de 1948, quando o país foi invadido pelos árabes logo após sua declaração de independência, foram os comunistas. O apoio soviético e as armas tchecas foram fundamentais para a vitória de Israel. Os EUA nada fizeram.

Além disso, o Sionismo na época tinha um certo caráter socialista, quase hippie - os kibbutz e tal - e portanto tinha o apoio absoluto da esquerda internacional. Vejam vocês como as coisas mudam... Hoje a esquerda vive apoiando o mais bárbaro terrorismo islâmico: aqui um belo e triste artigo de Judea Pearl, pai do jornalista Daniel Pearl (brutalmente assassinado pelos talibãs), fala sobre a absurda situação atual.

Hoje os EUA de Obama provavelmente tampouco farão muito por Israel. Talvez Israel deva procurar o apoio da China...

Tempos em que a palavra "Palestina" era usada por judeus.

Islã vs. Esquerda: quem vencerá?

Os leitores Nei e Chesterton fizeram uma aposta: quem vencerá o Grande Duelo Final, a Esquerda ou o Islã? Nei aposta na Esquerda, Chesterton no Islã. (Nessa hipótese, naturalmente, a Direita já terá sido extinta há muito tempo pelos dois aliados, que então lutariam entre si pelos despojos do velho e destruído Ocidente).

A dúvida é pertinente. Há um precedente de vitória islamista: a Revolução Islâmica no Irã. Ali, Marxistas e Islâmicos foram aliados até o momento de tomar o poder. Os Marxistas acreditavam que poderiam utilizar a religião para incentivar a população, mas que, uma vez no poder, esse "ópio do povo" seria logo relevado pelo ateísmo. Na prática, o que ocorreu foi que os Aiatolás, uma vez no poder, prenderam ou mataram muitos de seus aliados Comunistas e impuseram a teocracia.

Por outro lado, é bem sabido que os Comunistas Soviéticos financiaram o terrorismo islâmico em várias regiões do mundo e até criaram o terrorismo palestino, na forma da OLP. Ainda hoje a relação do ex-KGB Putin com os radicais islâmicos, e especialmente com o Irã, é ambígua. Fala-se muito que a CIA armou o Bin Laden e os talibãs no Afeganistão, mas, de acordo com as declarações de vários ex-membros da KGB, os russos também o fizeram, em grau até muito maior. EUA e URSS simplesmente armavam facções de fanáticos opostas.

O Islã tem a vantagem de ter um objetivo mais claro do que a Esquerda: isto é, converter todo o mundo ao islamismo, subjugar os infiéis e impor a lei da sharia. Simples. Bem ou mal, é um tipo de sociedade que já existe há 1400 anos. A esquerda, quer o quê? Comunismo? Igualdade social? Ora, a esquerda baseia-se em uma sociedade utópica inexistente, uma "sociedade futura" que é apenas a desculpa para a tomada de poder no presente. Portanto seus objetivos - fora a destruição do Ocidente tradicional - são mais difusos. Os regimes comunistas falharam justamente por não poderem oferecer uma alternativa real competitiva com as sociedades liberais capitalistas. Enquanto era utopia, tudo bem: na prática é que são elas.

Por outro lado, justamente devido à falta de objetivos, a Esquerda é mais flexível do que o Islã, e isso pode ser uma vantagem. Como um parasita, acomoda-se à forma do seu hospedeiro. Utiliza a ecologia, a religião, a educação, a cultura e até o capitalismo para seus próprios fins. Nas sábias palavras de Lenin: "os capitalistas nos venderão a corda com que os enforcaremos." Assim, podemos generalizar e dizer que o objetivo da esquerda é a tirania estatal - a imposição de um governo oligárquico de "iluminados" que dirão às massas o que é bom para elas - mas suas características específicas podem variar enormemente, do velho comunismo soviético ao chavismo populista ao racialismo mugabiano ao lulismo pseudodemocrático, dependendo do "estágio" em que se encontra cada sociedade.

Pode, portanto, ocorrer uma terceira hipótese, ainda mais assustadora do que a vitória de um ou de outro: a união definitiva de ambos, na forma de um sistema Islamocomunista no qual a teocracia religiosa aliaria-se ao estalinismo mais doentio. O terrorista Carlos o Chacal - ontem, marxista, hoje muçulmano mas sem abandonar o marxismo - acredita justamente nessa união, na forma do que ele chama Islã Revolucionário.

O melhor mesmo é rezar para que ambos percam.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A Era dos Idiotas

Não sei como vai ser chamada a nossa era atual pelos futuros historiadores. Sugiro um nome simples e direto: "A Era dos Idiotas". Nunca houve tantos imbecis com tanto poder nas mãos.

Obama recentemente fez uma entrevista à TV árabe chamando o Irã para o diálogo. Mencionou um suposto período "há meros trinta anos atrás" em que o diálogo entre EUA e muçulmanos era "mais pacífico". Como bem observa o iraniano Amir Taheri, há trinta anos atrás os muçulmanos estavam seqüestrando embaixadores americanos e explodindo soldados americanos. Não havia "diálogo pacífico" nenhum.

Naturalmente, o presidente iraniano respondeu à entrevista com desprezo, dizendo que antes de qualquer diálogo, Obama teria que pedir perdão de joelhos pelos supostos 60 anos de crimes norte-americanos contra o Islã.

Enquanto isso, Tony Blair, ex-primeiro ministro britânico e hoje enviado especial ao Oriente Médio, insistiu que o Hamas deveria ser incluído nos diálogos de paz com Israel. O Hamas respondeu dizendo que Tony Blair era "estúpido".

É preciso dar o braço a torcer e admirar os islamistas. Quer dizer, ao menos os caras falam o que pensam, sem papas na língua, enquanto os líderes ocidentais nem mesmo sabem o que dizem.

Nunca na História Universal o Ocidente foi liderado por tão incríveis pamonhas. Pessoas que acreditam que basta ser bonzinho para que o vilão do filme seja bonzinho com você. Esses caras não assistem cinema não?

Enquanto isso, no Brasil, concluiu o Fórum Social Mundial. O Reinaldo Azevedo fez um post muito engraçado a respeito. (Sei que alguns aqui não curtem o Reinaldo, mas esse post está muito bom).

No FSM foram distribuídas 600.000 camisas-de-vênus. Como diz um comentarista do blog do RA, "no próximo evento seria mais interessante o fornecimento de 600.000 camisas-de-força."

Por outro lado, devemos pensar positivo: se usam camisinha, ao menos não se reproduzem.

Há idiotas demais no mundo? Temo que sim. Vejam as fotos abaixo, e digam-me se não tenho razão.

"É lastimável que tantas cabeças e braços não se dediquem à agricultura: o mundo já seria algo melhor." (Outro comentarista do RA)

É um pássaro, é um avião? Não, é Super-Obama...

Idiotas tiram a sua foto com metade do rosto de Obama para mostrar que também fazem parte do "change".

Estudante burguesa entediada fantasiando-se de índia-palestina (?) no FSM.

Poema do domingo

THE FLY

God in his wisdom made the fly
And then forgot to tell us why.


Ogden Nash (1902-1971)

De acordo com o manual


Seria patético, se não fosse trágico. Depois da expulsão do embaixador israelense, uma sinagoga foi atacada na Venezuela chavista por, hã, "uma gangue armada não-identificada". Hummm. Não identificada, é?

Ora, qualquer tirano precisa, necessariamente, de inimigos. Como o Bush saiu de cena, Chávez necessitava de um novo inimigo. Pimba. Lá vem Israel e os judeus, bodes expiatórios preferidos por 9 entre 10 ditadores.

Eu não sei se certos jornalistas e intelectuais são idiotas ou apenas mentirosos filhos da puta. O que sei é que as táticas de Cháves são tão, mas tão de "Dictatorship for Dummies", que quem o leva a sério só pode ser, ou facínora, ou retardado mental.

Se fosse só o Chávez, não seria tão grave. O furo é mais embaixo. Como nos anos 30, lá vem todos os covardes e ditadores do mundo inteiro atacando os judeus. Tudo em nome da paz. Lógico.

Fósforo branco


O Idelber, apavorado, publicou recentemente fotos de "bombardeio de fósforo branco" por Israel. Ora, dá para ver claramente nas várias fotos que tratam-se de flares de iluminação, e não bombas. Somente uma pessoa sem a menor noção de armamentos militares para afirmar o contrário. É claro, de uma pessoa que confunde mísseis com rojões, não se podia esperar grande conhecimento mesmo. Mas é ilustrativo de um certo modo de pensar: os mísseis palestinos viram "rojões". Já os rojões israelenses viram bombas.

De qualquer modo, é engraçado esse pânico com o tal "fósforo branco", ou qualquer outro tipo de armamento "proibido". Bombas convencionais - perfeitamente legais - matam mais e melhor. A única bomba pacifista é a bomba de chocolate.