quarta-feira, 30 de abril de 2008

Duas notícias da Bolívia

a) Evo Morales decreta confisco de armas nas mãos de civis

b) Evo Morales diz que defenderá a unidade do país com armas

As duas notícias, naturalmente, não tem qualquer relação entre si, e menos ainda com a insatisfação da província de Santa Cruz com as políticas bolivarianas do cocaleiro. Tampouco é certo que o país esteja à beira da Guerra Civil: está apenas rumando em direção ao Socialismo do Século XXI...

Aquecimento global causa AIDS

Já vi muitas coisas absurdas serem atribuídas ao aquecimento global, mas esta deve bater um recorde. De acordo com um expert (sempre eles) que, como se não bastasse o ridículo nome de Daniel Tarantola, atrai ainda mais o ridículo com uma teoria segundo a qual o aquecimento global vai aumentar os casos de AIDS nos países em desenvolvimento.

"A mudança climática gerará uma reação em cadeia que aumentará o stress da sociedade, resultando em maior vulnerabilidade a doenças, inclusive o HIV", argumenta o bom professor.

Considerando que o vírus é transmitido principalmente pelo sexo sem proteção e pelo uso de agulhas contaminadas, só há duas possíveis explicações:
a) metade do mundo vai sentir muito calor e andar peladão, o que naturalmente conduzirá a mais sexo e, naturalmente, mais AIDS (a tal "reação em cadeia").
b) a outra metade, deprimida pelo apocalipse climático que destruirá o mundo como o conhecemos, se dedicará ao uso constante de drogas injetáveis.

Ele tampouco sabia de nada

Obama está novamente metido em confusão. Seu pastor e mentor por 20 anos, que realizou seu casamento e seu batismo, fez novo discurso radical, no qual assumiu que acredita que os brancos criaram o vírus da AIDS para acabar com os negros; que a América é racista e malvada, não obstante tendo um candidato negro a presidente com grandes chances de ganhar; que os sionistas são malvados e oprimem o povo palestino; que o terrorismo contra os EUA, inclusive a destruição das torres gêmeas, foram e são plenamente justificados.

Naturalmente, embora sejam moeda corrente entre a elite liberal, esse tipo de discurso não pega bem para o americano médio, que ainda não sofreu a lavagem cerebral que nós sofremos e não consegue acreditar que o próprio país em que mora merece ser destruído.

Obama reagiu dizendo que "não sabia de nada", que "não tinha assistido o discurso" e que "essa não é a mesma pessoa que conheci por 20 anos".

Lá como aqui, faz parte da tática esquerdista manter discursos contraditórios. De um lado, pregar coisas absurdas para a sua base radical; do outro, engambelar com palavras suaves as pessoas que ainda vivem no planeta Terra e não acreditam em teorias conspiratórias ou utopias delirantes.

É justamente o drama de Obama: acontentar os negros radicais e os marxistas que o apóiam, mas correr o risco de perder o público branco de classe média? Ou abandonar a faixa maia radical de seu eleitorado, correndo o risco de parecer um "traidor"?

A solução, lá como aqui, é a falsa moderação. Obama viu-se obrigado a rejeitar o discurso radical do seu pastor para manter sua imagem de "moderado". Mas, ao mesmo tempo, é claro que pisca o olho para a franja mais radical do eleitorado, a quem explica que é só para poder chegar à presidência, que tudo precisa ser feito por degraus, que os fins justificam os meios.

Quando a coisa apertar, basta dizer com a mais profunda sinceridade do mundo: "Eu não sabia de nada."

Disclaimer legal: A presença desta clássica imagem é apenas irônica e não constitui uma intenção de difamar o Obama ou de algum modo a raça negra fazendo uma indevida comparação com macacos, e tampouco tem a intenção de ser uma crítica ao darwinismo e sua teoria de que "descendemos do macaco", e muito menos tem o objetivo de difamar ou ofender os macacos associando-os a essa corja de seres vis e repugnantes chamados políticos.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Um bicho às terças

O porco (Sus domestica) é um animal ungulado, isto é, tem unhas grossas ou cascos sobre os quais se apóia.

Tem fama de ser um animal sujo e glutão. Também diz-se que gosta muito de sexo. Talvez por isso o termo "porco" tenha adquirido todos esses significados adicionais.

Efetivamente o porco come quase qualquer coisa que se lhe colocar na frente, inclusive as porcas. Porém, o porco cobre-se de lama, não por gostar de sujeira, mas para proteger-se da radiação solar.

Além de tudo isso, o porco é um animal bastante inteligente, segundo alguns talvez mais inteligente do que o cão. Como este, tem também um ótimo senso do olfato, e há tempos é utilizado para procurar trufas.

Curiosamente, vários de seus órgãos são algo similares, em tamanho e formato, aos dos seres humanos. Já há estudos para transplantar o coração de porcos geneticamente modificados em seres humanos. (A modificação genética é necessária para evitar a rejeição).

Judeus e muçulmanos praticantes não comem carne de porco. A instrução encontra-se, para os judeus, no Levítico 11:7, e para os muçulmanos no Corão. Não há, no entanto, proibição alguma contra as imagens de porcos e porquinhos. Tal censura faz parte apenas da jihad cultural contra o Ocidente (ótimo artigo de Bruce Bawer a respeito aqui).

Uma daz razões da proibição de comer carne de porco pode ser o fato de que o animal possa ter vários parasitas e o consumo de sua carne, se mal cozida, pode transmitir várias doenças como a triquinose e a cisticircose.

O ator George Clooney tinha um porco de estimação chamado Max, que morreu em 2006.

Já 2007 foi o Ano do Porco para os chineses. Na China, o porco é considerado um animal que traz sorte.

A fábula dos três porquinhos, da qual existem várias versões, é muito conhecida, embora não se saiba sua origem exata.

Para representar o porquinho do filme "Babe", foram utilizados nada menos do que 48 porcos, mais efeitos eletrônicos e digitais.

Porquinhos brincam com seu amigo tigre em um zoológico tailandês (aparentemente este tigre foi criado e amamentado por uma porca, por isso é tão dócil com os pequenos e fofos presuntinhos. Mas por que lambeos beiços? Hummm....).

Um porco adulto sorri para a câmera.

Aquele porco do George Clooney.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A maldade humana

Alguns dizem que não existe o bem e o mal. Que tudo é relativo. Que todo comportamento pode ser explicado por injustiças sociais ou abusos psicológicos sofridos pelo criminoso. Mas - deixando de lado o caso Isabella - como explicar a pavorosa história deste austríaco que manteve a própria filha trancada por 24 anos em um sótão, usou-a como escrava sexual e fez sete filhos com ela, os quais também foram trancados e, possivelmente, também abusados sexualmente?

Pena de morte é pouco para um maníaco desses. Mesmo eu, que sou radicalmente contra a tortura, não acharia demasiado grave se a Inquisição espanhola voltasse, nem que fosse para tratar unicamente deste caso.

O óbvio ululante


Nelson Rodrigues costumava falar no óbvio ululante que, no entanto, escapa à maioria da pessoas. Um caso em questão é o dos problemas atuais da Europa com a imigração islâmica e terrorismo. Muçulmanos fundamentalistas predicam o ódio e prometem violência aqui e acolá? As populações de imigrantes muçulmanos não se adaptam bem à Europa laica pós-cristã?

Há um modo muito fácil, aliás óbvio, de resolver isso: expulsar ou mandar pra cadeia os radicais, mandar o resto obedecer as leis do país que devem valer para todos, e proibir a imigração de muçulmanos até segunda ordem. (Se realmente precisarem de imigrantes, o que não é certo, facilitem a entrada de latinoamericanos e chineses e compliquem a de muçulmanos). Simples, rápido, eficiente.

E no entanto tudo o que vemos é, nos dizeres do nosso comentarista Chesterton, tentativas de “apagar o fogo com gasolina”. Mais imigrantes islâmicos. Mais leis beneficiando os imigrantes islâmicos. Radicais malucos não enviados de volta a seus países (afinal poderiam ser torturados lá), mas sim recompensados com direitos e até dinheiro público. Mas os muçulmanos laicos ocidentalizados ou convertidos ao cristianismo não são protegidos pela polícia da fúria dos religiosos, ao contrário, têm que se virar por si sós. E as empresas e órgãos governamentais proíbem certas palavras-chave ou imagens inocentes de porquinhos para não “ofender”. E de algum modo os brilhantes gênios que pensam em todas essas criativas soluções, acham quer elas vão resolver alguma coisa.

Tudo, menos o óbvio.

Um porquinho ululante.

domingo, 27 de abril de 2008

Por que os artistas são de esquerda?

Leio um artigo sobre a recente visita do cineasta e músico Emir Kusturica à Venezuela com a sua banda, "The Non Smoking Band". Gosto de alguns de seus filmes. Mas aí leio isto aqui:

Estoy aquí para ver en pocos días un proyecto con el que estoy de acuerdo. Creo en la inclinación humana hacia la justicia social. Este país es lo opuesto a la visión fatalista del mundo, en donde todo está orientado hacia lo material y los objetos. Quería estar unos días inmerso en un proceso social que refleja mis ideales.

É sempre um pouco decepcionante ler entrevistas com artistas, pois cedo ou tarde você se deparará com alguma bobagem que o faz repensar tudo o que achava do sujeito. É especialmente grave no caso de Kusturica, que é bósnio e portanto viveu sob o regime comunista de Tito na Iugoslávia, e incluso chegou a fazer críticas ao regime em seus filmes. Poxa, será que não aprendeu nada? Como alguém que passou pelo comunismo pode acreditar na mesma lorota de novo? Enquanto Kusturica saudava o regime chavista, 45% dos alimentos não podiam ser encontrados nos supermercados da Venezuela, e nem mesmo nos mercados populares estatais...

No mais, é um pouco triste que hoje em dia parece que todo cineasta ou escritor tenha que afirmar em algum momento que acredita em justiça social, ecologia, direitos dos gays, pacifismo... Pior se o sujeito faz um filme que é considerado por alguns como "de direita", como o José Padilha: tem que passar a vida inteira se justificando e afirmando que não, que o filme é "de esquerda"... Será que tem alguma cláusula que indique que, pra ser artista hoje, o sujeito tem que ser de esquerda e achar o socialismo maneiro? Será que, se vivessem hoje, Dante, Shakespeare e Cervantes teriam que se pronunciar a respeito dos últimos acontecimentos políticos e sociais, e afirmar que acreditam em "justiça social", sob pena de serem ostracizados no mundo artístico? (Bem, talvez por isso não haja hoje nenhum Dante ou Shakespeare - quando a arte é atrelada a "mensagens" ou discursos políticos, sempre se rebaixa).

Um dos poucos que vão contra essa onda esquerdófila é o Michel Houellebecq, e, embora eu não tenha lido nenhum de seus livros, tenho certa admiração por suas entrevistas totalmente anti-politicamente corretas...

Poema do domingo

Let us go then, you and I,
When the evening is spread out against the sky
Like a patient etherized upon a table;
Let us go, through certain half-deserted streets,
The muttering retreats
Of restless nights in one-night cheap hotels
And sawdust restaurants with oyster-shells:
Streets that follow like a tedious argument
Of insidious intent
To lead you to an overwhelming question . . .
Oh, do not ask, ‘What is it?’
Let us go and make our visit.

(O poema é um pouco longo pra colocar inteiro. "The Love Song of J. Alfred Prufrock". Tá completo aqui. Ótima versão audio com leitura do próprio T.S. Elliot, aqui. Dura apenas oito minutos, escutem ou downloadeiem.)

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Galáxias colidem

Em um impressionante descuido aos sinais de trânsito hiperespaciais, duas galáxias bêbadas colidem a alguns milhares de anos-luz da Terra. Foto do telescópio Hubble.

América Latina contra si mesma

No Belmont Club, leio a história do admirante Heihachiro Togo, responsável pela vitória do Japão contra a poderosa Rússia czarista em 1906.

No século XIX, os europeus mandavam e desmandavam por toda África e Ásia, causando humilhação aos povos nativos. Os japoneses, no entanto, ao contrário do resto do mundo colonizado, reagiram de modo diverso ao usual: em vez de se lamentar, mandaram seus melhores homens para a Europa para aprender as mais avançadas tecnologias européias. Em 1905, tinham uma frota naval com navios modernos que, sob a brilhante liderança do admirante Togo (que estudou na odiada Inglaterra) derrotou a Rússia na batalha de Tsushima.

Na morte do admirante Togo, em 1936, as Marinhas da Inglaterra, EUA, Holanda, França, Itália e até da inimiga China participaram de uma parada naval em sua homenagem.

A moral da história é velha e simples: o ressentimento não leva a lugar nenhum. O anti-americanismo, o derrotismo, o ódio aos opressores, a fixação com injustiças passadas, o apego a idéias fracassadas como o socialismo, não levam a lugar nenhum.

Aqui na América Latina, somos especialistas no auto-engano. Em vez de aprender com o melhor que o mundo produz, nos refugiamos na busca de culpados e em promessas vagas de “socialismo do século XXI”, quando o do século XX já foi ruim o suficiente.

Em coluna no Jornal La Nación, Mariano Grondona observa:

En su estudio magistral sobre el resentimiento, Max Scheler señaló en este sentido que el poseído por este impulso destructivo pasa a ser su víctima porque deja de inspirarse en el sentido común. Si pierde entonces una licitación o falla en un examen, en vez de preguntarse a sí mismo en qué falló se dice que le ganaron con trampa. Pero una vez que se convence de haber sido objeto de una injusticia, deja de aprender de su experiencia fallida para superarla en la próxima ocasión; de este modo, se queda sin un futuro mejor.

Enquanto continuar ressentida por injustiças e fixada no passado ou em utopias ultrapassadas, enquanto continuar incapaz de aprender, e seguir o exemplo dos japoneses (e irlandeses, chineses e até indianos), a América Latina continuará sem um futuro melhor.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ambientalistas contra a ciência

Não tenho nada contra (e tudo a favor) do ambientalismo quando é feito de modo sério e responsável. O problema é quando os ambientalistas se metem menos com o ambiente e mais com política. Aliás o fundador do Greenpeace concorda comigo. Num artigo no WSJ, "Porque deixei o Greenpeace", o co-fundador Patrick Moore (sem relação com Michael Moore) lamenta que os ambientalistas tenham deixado a ciência de lado para se meter na política. Como exemplo, cita a aversão ideológica dos ecologistas a certos produtos químicos ou industriais, mesmo quando não há qualquer evidência científica que estes sejam prejudiciais.

Moore, de formação científica, abandonou o Greenpeace quando este apoiou o banimento mundial do uso de cloro na água tratada, idéia estapafúrdia que se tivesse sido levada adiante teria causado milhões de doenças. Hoje seus ex-colegas querem (e em alguns lugares conseguiram) a proibição de certos produtos químicos industriais, como os "ftalatos", contra os quais nada foi provado, causando problemas tanto às indústrias quanto aos consumidores.

Tais campanhas, conclui Moore, são nocivas e distraem o público de problemas ambientais reais.

(Moore não fala no aquecimento global, mas acho que este movimento possui alguns dos mesmos problemas: é mais político do que científico, pois usa a ciência apenas quando lhe convém.)

Perón y los nazis

Em tema com o meu post sobre Buenos Aires publicado no blog do PD, apresento aqui uma entrevista sobre a relação de Perón com os nazistas. Perón, figura nefasta ainda hoje idolatrada por muitos argentinos, e principal referência política do país, já que os peronistas ocupam quase todos os espaços, era na verdade um êmulo de Mussolini e admirador dos nazistas, tendo protegido vários generais da SS... Alguns trechinhos, ou ler completa no link:

DW WORLD: ¿De qué forma facilitó el Gobierno argentino de la época la llegada de nazis a la Argentina?

Uki Goñi: La facilitó de varias maneras, pero sobre todo enviando agentes a Europa, que a su vez eran ex miembros de la SS o nazis que ya habían llegado a Argentina, para organizar el traslado de Alemania a la Argentina. El principal encargado fue un ex capitán de la SS llamado Carlos Fuldner. Fuldner era un alemán nacido en la Argentina, cuya familia había vuelto a Alemania en la década del 30. Carlos Fuldner se enrola en la SS y asciende hasta capitán. Después de la guerra escapa a Madrid y organiza la primera red de escape a la Argentina, se reúne con Perón, hay reuniones en la Casa Rosada y luego Fuldner viaja a Europa y allí comienza el escape en serio de sus camaradas de la SS.

¿Cuál fue el interés del Gobierno de Perón y de éste personalmente para llevar a los criminales de guerra a la Argentina?

Perón tenía varias razones para hacerlo. La primera fue una simpatía natural que el sentía por el nazismo, el fascismo y los oficiales del Ejército alemán. Perón dijo que consideraba que los juicios de Núremberg eran una infamia y que él había decidido rescatar todos los oficiales alemanes que pudiera. Perón también quería llevar a la Argentina a científicos y técnicos alemanes, por ejemplo diseñadores de aviones jets y científicos nucleares. Pero con ellos y además de ellos se fueron a la Argentina una gran cantidad de criminales de guerra tipo Adolf Eichmann y Josef Mengele, que también entraron al país disfrazados de técnicos.

¿A sabiendas de Perón?

Yo creo que sí, porque Perón dijo que los juicios de Núremberg eran una infamia y eso es una frase muy llamativa y deja muy claro cuál era el pensamiento de Perón sobre ello.

¿Había también coincidencias ideológicas entre el nacionalsocialismo y el peronismo de la época, como una forma de socialismo nacional?

Perón había estado en la Italia de Mussolini como agregado militar y cuando volvió a la Argentina habló de Mussolini –y también de Hitler– con gran entusiasmo y admiración. Durante la guerra, Perón tuvo muchos contactos con el servicio secreto de la SS, que operaba en Sudamérica, o sea que no es algo que haya comenzado después de la guerra, sino que ya durante la guerra Perón tuvo contactos con oficiales de la SS.


¿Tuvieron los nazis una influencia política en la Argentina y si así es, de qué tipo?

Más que haber tenido una influencia en la Argentina, los nazis se fueron a la Argentina porque sintieron que allí había un régimen que era similar ideológicamente al régimen nacionalsocialista. Es decir que ya había una ideología preexistente en la Argentina. Creo que la influencia fue de otro tipo: a un país que se acostumbró a tener a Eichmann o a Mengele de vecinos le fue más fácil después aceptar que militares del propio país cometieran los crímenes que cometieron. Si un país tuvo a Eichmann, ¿por qué no va a tener a Videla?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A guerra contra as palavras


Não existem mais terroristas, existem apenas "militantes".

Não existe "terrorismo islâmico", mas sim "atos anti-islâmicos".

Não existem imigrantes ilegais, existem "cidadãos sem documentação", ou simplesmente "los sin-papeles".

Não existe mais roubo, existe "erro administrativo".

Não existe mais "invasão de propriedade privada", existe "ocupação de terras improdutivas".

Não existe mais amante, existe "namorada".

Não existe mais negro, existe "afro-brasileiro".

Não existem mais países miseráveis, existem "nações em vias de desenvolvimento".

Não existe mais "aborto", existe "paternidade planejada" (aliás, a organização abortista americana desse mesmo nome está envolvida em um grave escândalo de racismo).

A guerra contra as palavras faz parte da estratégia cultural dos revolucionários. Para acabar com o sistema, acabe primeiro com qualquer possibilidade de comunicação simples, clara e direta.

Obama versus Hillary


Hillary ganhou na Transilvânia, oops, perdão, na Pensilvânia. Analistas ainda assim acham que não será suficiente, e que Obama já papou a nominação. Não sei. De qualquer modo, a briga entre Hillary e Obama é boa para os Republicanos.

Mas, afinal de contas, qual a diferença entre Hillary e Obama? Ideologicamente estão, na verdade, bastante próximos. Em um interessante artigo, Caroline Glick argumenta que a diferença é mais de postura do que de ideologia. Hillary é cínica e pragmática. Obama é messiânico.

Ou seja, Hillary seria mais realista e tenderia a insistir menos no erro, Obama seria um iluso delirante até o fim.

Hillary, portanto, é menos pior.

Até porque, como diz o ditado, melhor o diabo conhecido que o diabo por conhecer.

Gays contra a doutrinação gay

No outro dia falei da Tammy Bruce, lésbica neo-conservadora. Reproduzo aqui um trecho de uma de suas colunas, na qual critica a criação de “escolas para gays” nos EUA:

There is a sick movement among the homosexual academics and the radical gay fringe to change the age of sexual consent in this nation to 12-years-old. As sexually transmitted diseases for both hetero- and homosexuals increases and HIV/AIDS runs rampant, the goal by some to have access to children (untouched virgins, free of disease) has increased.

This agenda is facilitated by efforts like the "gay high school," which, in my opinion, furthers the sexualization of children.

Consider this: Accepting the “gay high school” demands you accept the notion that there are “gay and transgender kids,” which on its face is simply ridiculous. The argument is that children as young as 13 and 14-years-old somehow know, in their immature little kid minds, what their sexuality is, including if they’re a “transgendered youth,” which is a child who believes he or she should be the opposite sex. Frankly, if there is a 14 ­year-old boy who wants to have his penis removed to become a “girl,” that kid needs to be in a psychiatrist’s office, not a high school created just for him.

Think about it: we’re talking about children who are not psychologically mature enough to decide what to have for dinner, let along comprehend the intricacies of sexuality and all its physical and psychological repercussions. But the Gay Elite want us to believe that somehow these children know they prefer to have anal sex or need their breasts removed to find their “true” selves. Yeah, and I’m Anna Nicole Smith.

I cannot even begin to express my rage at a radical gay fringe and leftists who now are openly and willingly sacrificing children in a vain and self-obsessed drive to quench their own appetites for the young. That’s all this amounts to—adults indulging themselves, and others made too mute by political correctness to step up and say "No."

Apparently “gay children” need to be trained so they can be productive, stereotypical gays. The new principal of this atrocity has proudly announced that his school will “specialize in computer technology, art and culinary programs.” Isn’t that great? What else? Flower arrangement? Hair design? Dance?

In all this madness, after psychologically trapping and abandoning these kids, we then limit their options and train them to be stereotypical, victimized, angry caterers and dancers and florists. Hey, maybe this is a conspiracy to make sure Bravo’s “Queer Eye for the Straight Guy” will never run out of Queer Specialists!

The insult of all this to gay people is absolutely astonishing.

Even supporters of the gay school concept admit that the so-called gay kids they’re dealing with suffer from sexual acting-out, suicidal tendencies, drug abuse, and homelessness. The fact is, all of these symptoms are indications of sexual molestation, not homosexuality. So, instead of helping these kids deal with a serious trauma, they’ll be called “gay” and sent to a school to become a chef.

Welcome to the Left’s progressive world.

Deve-se fazer uma diferença entre adultos homossexuais, que têm a liberdade de realizar o que desejarem sem importunar os outros no conforto do seu lar, e o movimento político gayzista, que utiliza a opção sexual como bandeira política de atos radicais. Mesmo lésbicas como Tammy Bruce se dão conta que deve haver um limite, e a doutrinação de crianças é uma delas.

Na verdade, a coisa é bem pior. Um hospital de Boston já oferece tratamento com hormônios a crianças de 10 a 12 anos que queiram “retardar a puberdade” até decidir “se são homens ou mulheres”. Eu assisti certa vez um documentário sobre “transgenders”, que é o nome politicamente dos travecos (e era um documentário pró-transgenders), e vi tantas aberrações, tamanho festival de freaks, que, ao cotrário de ser doutrinado, fiquei convencido que os chamados transexuais são pessoas que, em geral, têm graves distúrbios psíquicos. Não estamos falando dos divertidos travestis ficcionais dos filmes de Almodóvar, mas de gente realmente problemática, que transfere ao corpo seus traumas.

A sociedade pode e deve tentar ajudá-los, é claro. Mas não transformá-los em nova regra de comportamento. Não financiar suas cirurgias ou festivais com dinheiro público. E, muito menos, permitir que crianças possam “trocar de sexo”.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Um bicho às terças


Já que o tema recentemente foi a teoria darwiniana da evolução das espécies através da seleção natural, coloco hoje um bicho que confunde tanto os evolucionistas quanto os criacionistas: o ornitorrinco.

É mamífero, mas põe ovos.

Tem pé de pato e bico de pato, mas não é pato.

É um animal único no mundo, encontrado apenas na Austrália.

Alguns cientistas acham que ele seria uma espécie de "elo perdido" entre os pássaros e os mamíferos. Outros discordam, afirmando que os pássaros descendem dos dinossauros e nada têm a ver com os mamíferos.

O ornitorrinco é ainda o centro de uma grande polêmica evolucionista ainda não resolvida. De acordo com a teoria tradicional (hipótese Thera), baseada em análise de fósseis, os monotremas como o ornitorrinco evoluíram separadamente dos marsupiais. Mas análises de DNA mitocondrial parecem favorecer uma segunda teoria (hipótese Marsupionata), que coloca o animal no mesmo grupo com os marsupiais, como cangurus. Alguns argumentam que o que está errado mesmo é o método de análise do DNA mitocondrial.

Que confusão! Mais simples acreditar na teoria dos aborígenes australianos, que acham que o bicho é o simples fruto do cruzamento de um pato com uma ratazana...

Gays, lésbicas, muçulmanos, conservadores, liberais

Tammy Bruce é assumidamente lésbica. Foi presidente de uma associação feminista por dez anos. Mas escreve textos condenando fortemente a esquerda marxista, apoiou Bush, e já escreveu até contra certas políticas dos gays mais radicais, como a de doutrinar crianças nas escolas com o gayzismo. Tem um programa de rádio de sucesso e considera-se uma “liberal clássica”. Diz-se Democrata, mas não gosta do Obama, e muitas de suas posições coincidem com a dos conservadores.

Bruce Bawer é gay. Mora na Suécia e é crítico dos radicais muçulmanos e da islamização européia. Escreveu um livro sobre o tema, “Enquanto a Europa dorme”. Um amigo seu já foi vítima da violência de muçulmanos contra gays.

Phillys Chesler é feminista e de direita. É uma das poucas feministas a condenar fortemente a opressão muçulmana contra as mulheres.

Pym Fortuin, holandês, gay assumido, era radicalmente contra a imigração muçulmana na Holanda. Foi assassinado por um militante de esquerda radical.

Camille Paglia é bissexual, pró-pornografia, louca total, mas critica também os esquerdistas, considera o aquecimento global uma bobagem e acha que “nós da geração dos anos 60, com nossos excessos, destruímos o liberalismo”.

Christopher Hitchens, esquerdista ex-trotskysta e ateu militante, é a favor da Guerra do Iraque e critica fortemente os radicais fundamentalistas do islamismo.

Conservadores? Liberais? Neo-cons? Quem é quem?

Gays contra os dogmas da esquerda?

Lésbicas aliando-se aos conservadores cristãos contra o Islã?

As velhas dicotomias pareceriam estar rolando por terra, enquanto os EUA enfrentam as eleições mais confusas da história, a China vira mais capitalista que nunca, a Europa se vira novamente para a direita (Sarkozy, Merkel, Berlusconi de volta – entre os socialistas só Zapatero venceu ultimamente).

Só nestas terras esquecidas por Deus é que o marxismo arcaico continua militante entre os “intelequituais”, os líderes políticos de esquerda criam associações para a delinqüência cotinental como o Foro de São Paulo, e infelizes demagogos insistem em propor o socialismo do século XXI como solução...

De qualquer forma, vivemos em tempos interessantes.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Expelled, o filme

Estreou nesta sexta-feira nos EUA um documentário que, surpreendendo, ficou entre os dez filmes mais vistos do fim-de-semana. Custou 1 milhão de dólares e arrecadou três milhões só no fim de semana de estréia, bastante para um documentário.

O argumento do filme é que cientistas e acadêmicos nos EUA estariam censurando ou repelindo qualquer cientista que se apoximasse do “Design Inteligente” – ou seja, a idéia de que as coisas não surgiram por acaso, mas que houve... bem, alguma forma de design.

A teoria do “Design Inteligente” é, de fato, uma teoria científica (embora muitos a classifiquem como pseudociência), proposta pelo bioquímico Michael Behe, e não é necessariamente a mesma coisa que Criacionismo. De fato, a única coisa que a teoria argumenta, até onde sei, é que seria impossível a complexidade do DNA ter surgido “por acaso”, como argumentam os proponentes da teoria da evolução darwiniana.
O filme, conduzido pelo escritor cômico e ator Ben Stein, é claro, vai bastante além nas suas suposições, conectando o Darwinismo até com o Nazismo, e tem causado bastante polêmica. O ponto alto do filme parece ser quando entrevista o ateísta militante Richard Dawkins, e este afirma que a vida na terra poderia ter sido criada, não por Deus, mas por seres extraterrestres que foram fruto da evolução em outra galáxia...

O mais interessante é preceber a reação raivosa com que o filme está sendo recebido, levando a crer que existe mesmo uma perseguição a quem vai contra o establishment darwiniano... As críticas que li do filme até agora são impiedosas. Fiquei com curiosidade de ver. Pode que seja uma grande besteira, uma espécie de Michael Moore anti-Darwin... Ou pode ser que não.

Pessoalmente, não acho que teoria da evolução e religião estejam necessariamente em desacordo, e, embora não sendo cientista, o que li de Carl Sagan e Stephen J. Gould sobre o tema me parece fazer sentido (O Dawkins, acho meio chato, e ele parece mesmo mais interessado na sua implicância com a religião do que na divulgação científica).

De mais a mais, não sigo a rigor nenhuma religião, embora tenha sido educado no cristianismo. Sobre o ateísmo, a única coisa que me incomoda é que muitas pessoas que dizem não acreditar em Deus, no minuto seguinte estão perguntando qual o meu signo... Não acreditam em Deus mas sim em astrologia, ou no socialismo, ou que eram os deuses astronautas, ou qualquer outra irracionalidade. Na verdade, é impossível para o homem ser completamente racional, mesmo porque há tanta coisa que não sabemos e, provavelmente, nunca saberemos.

Aliás, como todo grupo humano parece seguir uma forma de religião, e como as sociedades religiosas monoteístas parecem ter se dado melhor na luta pela sobrevivência (os judeus ainda estão aí e ninguém mais ouviu falar de fenícios, babilônios, cretenses, etc; cristãos e muçulmanos se expandem enquanto o secularismo encolhe, etc.), daria para argumentar que a própria religião é uma estratégia da evolução... Mas isso seria uma outra teoria (Dawkins argumenta que a religião é um "erro" da evolução - mas, se a evolução é cega e sem direção, como falar em "erro"?)



Atualização: embora o filme apele (em teoria) maiormente aos criacionistas cristãos, Ben Stein é judeu, o que não deixa de ser uma curiosidade. Enquanto isso, a Scientific American e outros órgãos de divulgação científica publicaram pesadas críticas ao filme. O debate está apenas começando.

domingo, 20 de abril de 2008

Poema do domingo

EL GOLEM

Si (como el griego afirma en el Cratilo)
El nombre es arquetipo de la cosa,
En las letras de rosa está la rosa
Y todo el Nilo en la palabra Nilo.

Y, hecho de consonantes y vocales,
Habrá un terrible Nombre, que la esencia
Cifre de Dios y que la Omnipotencia
Guarde en letras y sílabas cabales.

Adán y las estrellas lo supieron
En el Jardín. La herrumbre del pecado
(Dicen los cabalistas) lo ha borrado
Y las generaciones lo perdieron.

Los artificios y el candor del hombre
No tienen fin. Sabemos que hubo un día
En que el pueblo de Dios buscaba el Nombre
En las vigilias de la judería.

No a la manera de otras que una vaga
Sombra insinúan en la vaga historia,
Aún está verde y viva la memoria
De Judá León, que era rabino en Praga.

Sediento de saber lo que Dios sabe,
Judá León se dio a permutaciones
de letras y a complejas variaciones
Y al fin pronunció el Nombre que es la Clave.

La Puerta, el Eco, el Huésped y el Palacio,
Sobre un muñeco que con torpes manos
labró, para enseñarle los arcanos
De las Letras, del Tiempo y del Espacio.

El simulacro alzó los soñolientos
Párpados y vio formas y colores
Que no entendió, perdidos en rumores
Y ensayó temerosos movimientos.

Gradualmente se vio (como nosotros)
Aprisionado en esta red sonora
de Antes, Después, Ayer, Mientras, Ahora,
Derecha, Izquierda, Yo, Tú, Aquellos, Otros.

(El cabalista que ofició de numen
A la vasta criatura apodó Golem;
Estas verdades las refiere Scholem
En un docto lugar de su volumen.)

El rabí le explicaba el universo
"Esto es mi pie; esto el tuyo; esto la soga."
Y logró, al cabo de años, que el perverso
Barriera bien o mal la sinagoga.

Tal vez hubo un error en la grafía
O en la articulación del Sacro Nombre;
A pesar de tan alta hechicería,
No aprendió a hablar el aprendiz de hombre,

Sus ojos, menos de hombre que de perro
Y harto menos de perro que de cosa,
Seguían al rabí por la dudosa
penumbra de las piezas del encierro.

Algo anormal y tosco hubo en el Golem,
Ya que a su paso el gato del rabino
Se escondía. (Ese gato no está en Scholem
Pero, a través del tiempo, lo adivino.)

Elevando a su Dios manos filiales,
Las devociones de su Dios copiaba
O, estúpido y sonriente, se ahuecaba
En cóncavas zalemas orientales.

El rabí lo miraba con ternura
Y con algún horror. ¿Cómo (se dijo)
Pude engendrar este penoso hijo
Y la inacción dejé, que es la cordura?

¿Por qué di en agregar a la infinita
Serie un símbolo más? ¿Por qué a la vana
Madeja que en lo eterno se devana,
Di otra causa, otro efecto y otra cuita?

En la hora de angustia y de luz vaga,
En su Golem los ojos detenía.
¿Quién nos dirá las cosas que sentía
Dios, al mirar a su rabino en Praga?

Aqui leitura do poema pelo próprio Borges, com trechos do filme "Der Golem", de Paul Wegener.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Feriadão

Fumaça


Buenos Aires está coberta de fumaça.

Não, não é uma metáfora. Pensei que era neblina, que com a chegada do outono a cidade estava imersa em um romântico fog londrino, mas aí você sente o cheiro de queimado e a irritação nos olhos e na garganta e se dá conta. É fumaça. E onde há fumaça, claro, há fogo.
Resulta que estão realizando queimadas no campo para plantar soja, o incêndio fugiu do controle, e toda a fumaça é trazida com o vento para Buenos Aires.

Estradas, aeroportos, muita coisa teve que fechar, sem falar no grave risco à saúde nas áreas mais próximas.

Conversando com um taxista, alguns outros detalhes vieram à tona:
- É possível que a intensidade do incêndio seja proposital, afinal o pessoal do campo está irritado com a Cristina Kirchner com o aumento exponencial dos impostos;
- Isso porque as eleições foram compradas, e agora a Cristina precisa pagar a conta, e tira o dinheiro do campo;
- O governo vai gastar 40 milhões de dólares com um AeroKirchner, mas não conta com nenhum hidroavião anti-incêndio;
- Os “piqueteros” governistas ganham 140 pesos simplesmente por participar de uma manifestação a favor da Cristina Kirchner;
- Os “cartoneros” (papeleiros) ganham mais e trabalham menos do que os taxistas, até porque muitos se dedicam a vender drogas também.
- Este país nunca vai dar certo.

De fato, há muitas coisas exasperantes sobre a Argentina. Mario Vargas Llosa, em artigo recente, observa como o país que, décadas atrás, era o que mais havia dado certo na América Latina (alto nível de educação, entre os maiores PIBs mundiais na década de 20, constituição liberal de Alberdi), parece dedicado a destruir tudo o que havia construído até reduzi-lo a pó (ou a fumaça), com a violência dos piqueteiros, a demagogia e corrupção dos governantes, a insanidade de suas políticas assistencialistas (se isto se parece também com o Brasil de Lula, trocando piqueteiros por MST, não é mera coincidência).


La involución del país más próspero y mejor educado de América Latina -una de
las primeras sociedades en el mundo que gracias a un admirable sistema educativo
derrotó al analfabetismo- a su condición actual, es una historia que está por
escribirse. Cuando alguien la escriba, lo que saldrá a la luz tendrá la
apariencia de una ficción borgiana: una nación entera que, poco a poco, renuncia
a todo lo que hizo de ella un país del primer mundo -la democracia, la economía
de mercado, su integración al resto del globo, las instituciones civiles, la
cultura de brazos abiertos- para, obnubilada por el populismo, la demagogia, el
autoritarismo, la dictadura y el delirio mesiánico, empobrecerse, dividirse,
ensangrentarse, provincianizarse, y, en resumidas cuentas, pasar de Jorge Luis
Borges a los piqueteros.


Também o escritor V.S. Naipaul já disse que “um dos grandes mistérios da humanidade é como um país com vasta extensão, grnade nível de recursos naturais e apenas trinta milhões de habitantes pôde dar tão errado”.

Idéias erradas são o que mais nocivo pode ocorrer a um país. Na América Latina, em vez de copiar os exemplos bons de fora, parecemos copiar só os exemplos ruins, os fracassos, a desgraça. Tem até quem queira implantar o socialismo, a idéia que mais atrasou os países que caíram sob seu feitiço. Mas, no caso da Argentina, o que parece mais evidente é a falta de idéias. A falta de um projeto de país.

(Já no Brasil, o PT tem sim um projeto para o país. É um projeto nocivo e imoral que só nos conduzirá à desgraça como o peronismo conduziu a Argentina à desgraça, mas ao menos eles têm um projeto).

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Tropa de Elite e a guerra assimétrica

Li no outro dia que traficantes nas favelas obrigam as meninas de 12, 13 anos mais bonitinhas a serem suas “namoradas”, sob pena de morte de familiares. No outro dia, um garoto de fora que namorava uma menina da favela, foi capturado por traficantes do CV, torturado, morto, e cortado em pedacinhos. Mutilação em vida de vítimas é extremamente comum. Um traficante contou que cortou o nariz de um jovem de 14 anos com uma tesoura. Outro já jogou bola com a cabeça de um desafeto.

Enquanto o governo petista dá bolsa-ditadura para Ziraldo, Jaguar, e outras “pobres vítimas” da ditadura militar (só enriqueceram com esta), enquanto o número de desaparecidos na tal ditadura light foi de 136 pessoas em vinte anos, o número de desaparecidos sem deixar rastro nas favelas (grande parte deles queimados no “micro-ondas”), nos últimos 14 anos, é de 10.464 pessoas. Ninguém vai compensar os parentes desses aí.

Digo todas essas barbaridades porque sai um filme em que o policial coloca saco de plástico na cabeça, critica os maconheiros, e todo mundo fica em polvorosa. O próprio diretor tem que sair a campo pra dizer que não defende tortura coisa nenhuma, e que o filme "não é de direita".

Mas as ONGs, os jornalistas cocainômanos, os bacanas, os políticos, o pessoal dos “direito zumanos” aceitam essa tirania dos traficantes como a ordem natural. As ONGs, afinal, operam sob a autorização do tráfico, portanto o legitimizam. A tortura e a morte realizada por traficantes, dizem, não pode e não deve ser confrontada à altura. Melhor deixar essa ditadura do tráfico no lugar.

O que eu acho? Que se trata de uma grande ingenuidade, se não maldade mesmo. Trata-se, como se diz no filme “Tropa de Elite”, de uma guerra mesmo. E numa guerra não há inocentes.

Antigamente, “guerra assimétrica” queria dizer que forças não-estatais com menor armamento lutavam contra poderosos exércitos. Hoje, quando os traficantes cariocas estão melhor armados do que a polícia, quando terroristas do Hizballah tem mísseis de longo alcance, tal distinção é inválida. Hoje “guerra assimétrica” significa que um dos lados deve respeitar convenção de Genebra, as leis, evitar morte de civis, não realizar tortura e o escambau; enquanto o outro lado pode torturar, estuprar, colocar a vida de crianças em risco, realizar atentados contra adolescentes, seqüestrar, promover genocídio, e tais criminosos ou terroristas ainda são defendidos pelo esquerdismo mundial, pelos intelectuais e pelos ociólogos bem-pensantes, que dizem que se deve “negociar” com eles ou até “aceitar” a sua presença indefinidamente.

Naturalmente, na prática, isso tudo só resulta em maior selvageria.

Há quem ache que a pobreza causa o crime. É o contrário: em grande parte, o crime é que causa a pobreza.


Atualização: se o Brasil fossem os EUA, alguém estaria ganhando muita grana vendendo milhões de réplicas do Capitão Nascimento e do Caveirão. Afinal, lá ninguém tem problema em vender bonequinho da “tropa de elite” lá deles, a SWAT, ou até da corrupta LAPD. Mas aqui os intelequituais não deixam, pois estaria se promovendo o “fascismo” entre as crianças... Melhor elas serem aviãozinho dos traficantes e brincarem com armas de verdade...


quarta-feira, 16 de abril de 2008

Pauvre Brigitte


Pobre da Brigitte Bardot. De maior sex symbol do cinema francês nos anos 60, virou hoje uma senhora envelhecida, e tornou-se radical defensora dos animais. Você pensaria que, sendo um símbolo francês, e lutando por tão nobre causa, os esquerdistas a adorariam.

E você estaria errado.

Entre outras coisas, Bardot é uma ferrenha crítica do Eid, ritual islâmico de sacrifício de ovelhas. Afirmou que "estou cansada de ser oprimida por esta população que nos está destruindo, destruindo nossas cidades e nos impondo seus costumes."

Como resultado, entidades de direitos humanos e promotores franceses querem dar-lhe dois meses de cadeia ou 15 mil euros de multa por "declarações racistas". (Qual raça mesmo era o Islã?)

Aparentemente na Europa de hoje você pode ir preso simplesmente por expor uma opinião. Parece o... Irã.

Notem ainda que, segundo a reportagem, Brigitte escreveu um livro criticando "muçulmanos, desempregados e gays". Não consta que os gays ou os desempregados tenham reclamado.

(Mas, se há uma coisa notável ultimamente, é como o lobby muçulmano está rapidamente suplantando o lobby gay. Em Bristol, Inglaterra, livros que ensinavam o homossexualismo a crianças foram retirados das escolas - por pressão de grupos cristãos? Claro que não, grupos muçulmanos. Os grupos gays protestaram, mas não adiantou.)

Enfim. Pobre da Brigitte Bardot.



Jimmy, o idiota


O ex-presidente americano Jimmy Carter acaba de encontrar-se com membros do Hamas, além de ter depositado flores no túmulo do terrorista gay Arafat. Tudo isso, diz ele, em nome da “paz”.

Juro que tenho grande dificuldade em entender pessoas como Jimmy Carter ou Noam Chomsky (que também já se encontrou com membros do Hamas). Que alguém manifeste opiniões polêmicas, por mais idiotas que sejam, me parece normal. A coisa começa a tornar-se patológica quando o sujeito se dispõe a viajar milhares de quilômetros para se encontrar com terroristas que já mataram cidadãos americanos e que prometem genocídio contra os judeus. Que alguém chegue mesmo – como é o caso de Carter – a desobedecer as recomendações do Departamento de Estado de seu próprio país para levar adiante o encontro, e meter-se em assuntos que não lhe dizem respeito, então, beira a demência senil.

Só um inexplicável narcisismo pode levar alguma pessoa a tais extremos. Acredito que Carter sofra da “síndrome dos ex-presidentes”: um sujeito outrora poderoso (que só fez merda quando esteve no poder), agora sente falta de ser o centro das atenções e acha que, só pela força da vontade, conseguirá “promover a paz mundial”.

Aliás, é impressionante como tanta gente usa a questão Israel vs. Palestina exclusivamente para a sua promoção. Notem como também o ex-primeiro ministro Tony Blair, que agora virou especialista em Oriente Médio, quer se meter também na história. Bill Clinton só não se mete mais por causa da campanha da Hillary. E o próprio Bush, que ainda não é ex mas logo será, também quer que a paz entre Israel e os palestinos seja seu “legado”.


Ora, que vão plantar batatas, ou melhor, amendoins.

Berlusconi e umas eleições complexas

Ia escrever aqui sobre as eleições na Itália, que mereceriam uma análise aprofundada - afinal, aconteceram três modificações bastante grandes: a) o retorno ao poder de Berlusconi, mas sob uma nova coalizão; b) o crescimento da Lega Nord e c) a total saída da esquerda mais radical: zero votos. Porém não tenho muito tempo para algo muito aprofundado, portanto só dou algumas pinceladas.

Já morei na Itália e acho que os fatores que impulsaram a vitória do Berlusca vão além do simplismo de uma "volta à direita" ou do "medo à imigração".

Um, queira-se ou não, o sujeito tem carisma. É tipo o Obama, tampouco gosto de suas políticas mas não nego que ele tem carisma.

Dois, e principalmente: o povo quer estabilidade. O equilíbrio político na Itália é muito instável, muitos governos caem e os partidos brigam muito entre si. A esquerda, então, é especialista em brigar consigo mesma. O governo Prodi esteve sempre imerso em brigas porque os partidos menores, da chamada “Sinistra radicale” (esquerda radical) votavam contra o próprio governo em certos temas. Aí finalmente o governo caiu.

Notem que o povo não gostou e, como castigo, a Sinistra radicale não elegeu um único deputado. Até a deputadíssima midiática transexual comunista Vladimir Luxúria foi escorraçada/o do Parlamento.

Quanto ao crescimento da Lega Nord, é sim impulsado pelo medo ao aumento da imigração (bem como a temas internos como o problema do lixo em Napoli).

Sobre a imigração, pergunto: onde é que está escrito que os países europeus devem aceitar trocentos milhões de imigrantes sem reclamar?

O Diogo Mainardi, que também já morou na Itália, e é surpreendentemente (?) muito crítico do Berlusconi, comenta:

Eu votei no Partido Democrático. Perdi feio. Sou um especialista em derrotas eleitorais. Sempre escolho o candidato mais azarado. O Partido Democrático se opunha a Berlusconi. Não vou gastar seu tempo explicando os motivos que me levaram a votar nele. Basta dizer que numa coluna de 2003 comparei Berlusconi a Lula. E voltei a compará-los outras duas vezes. O mesmo populismo rasteiro. A mesma retórica ordinária. O mesmo aparelhamento do poder. O mesmo método plebiscitário de anistiar suas estripulias éticas por meio do voto.

Apesar disso, o resultado eleitoral italiano tem de ser comemorado. A esquerda sumiu. Acabou. Morreu. O velho fundamentalismo comunista e o novo fundamentalismo ambientalista, reunidos no mesmo partido, ficaram sem representantes na Câmara dos Deputados e no Senado. É isso aí: zero. O país que por tanto tempo se gabou de ter o maior partido comunista do ocidente finalmente se livrou desse atraso. Os sindicalistas e os verdes, que impediam qualquer tentativa de modernizar a economia italiana, conquistaram 3% dos votos e foram varridos do cenário político. Seus líderes, depois da derrota histórica, continuavam a declarar que a Itália ainda precisa da esquerda. Não precisa, não. Ninguém precisa da esquerda.

O eleitorado italiano eliminou parte do entulho regressivo que imobilizava o país. Falta a outra parte.

Na verdade, uma porção da direita mais radical (simpatizantes do fascismo) tampouco foi demasiado bem nestas eleições.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Um bicho às terças

O meu animal preferido durante a infância era o elefante.

Os elefantes são os maiores mamíferos terrestres. São animais herbívoros que podem alcançar até 12 toneladas de peso e entre 4 e 5 metros de altura. Dado o seu tamanho, um elefante adulto pode ingerir entre 70 a 150 kg de alimentos por dia. As fêmeas vivem em manadas de 10 a 15 animais, lideradas por uma matriarca, compostas por várias reprodutoras e crias de variadas idades. O período de gestação é longo (20 a 22 meses), assim como o desenvolvimento do animal que leva anos a atingir a idade adulta. Os filhotes podem nascer com 90 kg. Os machos adolescentes tendem a viver em pequenos bandos e os machos adultos isolados, encontrando-se com as fêmeas apenas no período reprodutivo.

Fisicamente, os elefantes destacam-se principalmente pela tromba e as presas. A tromba, como certa esponja de ferro conhecida, tem mil e uma utilidades. Pode ser utilizada para pegar comida, beber, cumprimentar outros elefantes e até mesmo para pegar suas infelizes vítimas e lançá-las pelo ar. (Os elefantes, embora sejam animais pacíficos e tenham mesmo sido usados pelo homem para várias atividades, podem se tornar muito agressivos quando provocados, como mostra este impressionante vídeo de um elefante enloquecido atacando as pessoas e outros elefantes na Índia).

Além de servir para desenterrar plantas, as presas também podem ser utilizadas como armas. Curiosamente, os elefantes podem ser destros ou canhotos de acordo com qual das duas presas for a dominante. As presas do elefante crescem continuamente, numa média de 15 cm por ano.

Há dois tipos conhecidos de elefante atualmente, o elefante asiático (Elephas maximus) e o africano (Loxodonta africana). Diferenciam-se especialmente pelo tamanho das orelhas, grandes no elefante africano, pequenas no asiático (Dumbo era um elefante africano). Além disso, as fêmeas asiáticas, ao contrário das africanas, não tem presas. Ao contrário dos asiáticos, os elefantes africanos raramente são domesticados.

Os elefantes sabem nadar, e são animais de grande inteligência e talento. Alguns sabem até mesmo pintar (Na realidade, eles são treinados apenas a reproduzir figuras, mas não criam figuras originais e nem se sabe se têm noção daquilo que realizam).

Segundo a lenda, eles têm excelente memória e até adivinham quando vão morrer.

O que não é lenda é que os elefantes podem reconhecer a própria figura no espelho. Apenas humanos e algumas espécies de macacos e golfinhos têm tal capacidade de auto-discernimento.

Os elefantes podem comunicar-se através de infra-som, e devido ao grande tamanho e força não tem predadores naturais, além, é claro, do homem, que o caça pelas suas presas de marfim.

Acho que o elefante ainda é meu animal preferido.

Feto de elefante.

Elefante coçando o olho.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Esposa de 8 anos quer se divorciar


E, continuando nossa volta ao mundo em 15 segundos, vamos ao Yemen, onde uma menina de 8 anos quer se divorciar do marido que a espanca e a força a ter relações sexuais. O marido tem 30 anos.

De acordo com a reportagem, 50% dos casamentos no Yemen são de homens adultos com crianças de 7, 8 ou 9 anos.

Ah é, tudo de acordo com o islã. Afinal, Maomé casou com uma menina de 6.

Mas quem somos nós para julgar?

Elezioni

Enquanto isso, na Itália, tudo indica que o cavaliere Berlusconi deva voltar ao poder... Comentários mais adiante. Ou não.

Simpsons, de novo

O que há com os Simpsons que causam em certas pessoas histerias censoras? Primeiro foi a Venezuela que tirou o programa do ar. Agora um deputado peronista argentino quer censurar um episódio no qual o ditador argentino é chamado de, hã, “ditador”.

E lembrem que o hilariante episódio sobre o Brasil também esteve na mira das autoridades tupis...

domingo, 13 de abril de 2008

Tragédia na Turquia

Após dias de busca, a artista italiana Pippa Bacca foi encontrada morta, depois de ter sido violentada e estrangulada por um maníaco na Turquia.

Seu último "projeto artístico", e causa da sua morte: decidiu fazer uma viagem pedindo carona desde a Itália até Israel, vestida de noiva, "em nome da paz".

Isso mesmo. Uma mulher. Sozinha. Desarmada. Vestida de noiva. Pedindo carona. Em obscuros vilarejos. De um país desconhecido. Rumo ao Oriente Médio.

O desenlace foi o tristemente esperado: o último caroneiro, em uma cidadezinha turca, deu-lhe carona, levou-a para um lugar afastado, a estuprou e logo a matou. Não tem necessariamente a ver com a Turquia: podia ter acontecido em qualquer outro lugar, da Itália ao Brasil (embora uma mulher ocidental viajando sozinha em um país muçulmano provavelmente chame mais a atenção).

A morte da jovem é triste e lamentável, por certo. Mas há algo a se dizer sobre a ingenuidade suicida de certas pessoas, que parecem habitar algum outro planeta que não a Terra. Seu vestido branco me lembra as camisetas brancas pela "paz" no Rio, igualmente ingênuas, igualmente bem-intencionadas, igualmente inúteis. Requiescet in pace.

Poema do domingo

Homens de Preto, qual é sua missão?
Entrar pela favela e deixar corpos no chão!
Homens de Preto, que é que você faz?
Eu faço coisas que assustam Satanás!

O BOPE vai te pegar! (Pega daqui, pega de lá)
O BOPE vai te pegar! (Pega daqui, pega de lá)

Cachorro latindo,
criança chorando,
vagabundo vazando!
É o BOPE chegando!

Cachorro latindo,
criança chorando,
vagabundo vazando!
É o BOPE chegando!
É o BOPE matando!

BOPE vai te pegar! (Pega daqui, pega de lá)
BOPE vai te pegar! (Pega daqui, pega de lá)

Tropa de Elite osso duro de roer!
Pega um, pega geral,
também vai pegar você!


(Hahahaha. É que assisti finalmente "Tropa de Elite". Comento na segunda-feira).

sábado, 12 de abril de 2008

Bomba no Irã

Hoje ocorreu um atentado em uma mesquita que matou 8 pessoas e feriu mais de 60. Até aí nada de mais, hoje em dia "atentado" e "mesquita" sintomaticamente aparecem na mesma frase em 99% dos casos.

Só que o atentado não foi no Iraque nem no Paquistão nem no Afeganistão. Foi no Irã dos mulás.

Ainda não se sabe o autor. Poderia ser o MEK, um grupo marxista iraniano. Ou então a descontente minoria árabe (o Irã é persa). Ou até algum grupo dissidente do regime. Em 2007 já houve um outro atentado contra os "Guardas Revolucionários".

Em resumo: a instabilidade está pegando no Irã. Isso pode ser uma boa notícia para o Ocidente. Ou não.

(p.s. Segundo a BBC, a notícia foi publicada pela agência "semi-oficial" Fars. O que diabos é "semi-oficial"? É tipo "semi-grávida"?)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Breve nota sobre os "especialistas"

Tenho uma dúvida. Os jornais vivem citando frases como "de acordo com especialistas", ou "segundo experts". Muitas vezes tais especialistas (em quê?) nem mesmo são nomeados. A dúvida é: será que essas pessoas existem mesmo, ou o jornalista entrevista o primeiro idiota que encontra e chama de "especialista", ou são simplesmente invenções do repórter para dar maior credibilidade ao seu artigo?

No artigo abaixo sobre o Knut, ao menos um dos "especialistas" é citado: o zoólogo Peter Arras, que chamou o urso polar de psicopata e ainda disse que jamais vai poder se reproduzir, pois, "como não teve o carinho de uma mãe, não vai saber o que fazer quando colocado na frente de uma ursa". Talvez nosso amigo Arras devesse consultar algum especialista freudiano, em vez de falar bobagem aos jornais...

Mas em muitos outros casos os tais especialistas ficam sem ser nomeados mesmo. Aqui algumas das maiores bobagens já ditas por especialistas:

* O ano de 2008 vai ser o mais frio desde 1998, confirmando uma tendência de diminuição da temperatura nos últimos dez anos; no entanto, "de acordo com especialistas", isso não significa que o planeta esteja esfriando, mas sim que está esquentando.

* "De acordo com especialistas", mulheres sob intoxicação alcoólica (i.e. bêbadas) tem mais chances de ser estupradas (ou de correr riscos sexuais como transar sem camisinha) do que homens bêbados.

* "De acordo com experts", fazer sexo com o bem-amado é uma das maiores expressões de amor e desejo.

* "De acordo com especialistas", muitos norte-americanos tem uma visão hostil do Islã pois curiosamente o associam com eventos negativos como o 9/11, a crise dos reféns no Irã, atentados e decapitações.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Knut, o psicopata


Eu achava que os esquerdistas não compreendiam a natureza humana. Pois resulta que tampouco compreendem a natureza animal.

A BBC noticia que Knut, o ex-ursinho fofinho do zoológico de Berlim que hoje virou um ursão de 120 quilos, causou "choque e pavor" ao capturar dez peixes do laginho artificial e "matá-las selvagemente na frente dos visitantes". Alguns "especialistas" sugerem que Knut tenha matado as carpas "apenas para se divertir". Já o jornal Independent brada na manchete que (novamente segundo "experts"), "Knut é um psicopata".

Hã... Knut é um urso polar! Esse pessoal, evidentemente, só viu ursinhos de pelúcia anteriormente.

Curiosamente, as mesmas pessoas que hoje reclamam do comportamento "selvagem" do bicho, anteontem achavam que Knut devia ser deixado para morrer, afinal, ele havia sido rejeitado pela mãe, e deixá-lo morrer seria "deixar a Natureza seguir seu curso".

p.s. Interessante também, este parágrafo escondido no fim do artigo do Independent:

Sigmar Gabriel, Germany's Environment Minister, has adopted the bear, claiming him as a symbol of the world's endangered species. Yet evidence suggests that polar bears are not facing extinction, even if the ice caps are melting. Alaska. home to a fifth of the world's 25,000 polar bears, currently has its largest bear population in 40 years.


Atualização: Essa história de ursinho psicopata me fez lembrar deste vídeo aqui. (em italiano, mas acho que dá pra entender).

quarta-feira, 9 de abril de 2008

República de Bananas

Dica do Bruno Mota. Notícia da Venezuela chavista:

CARACAS (Reuters) - A Venezuela retirou do ar o desenho norte-americano “Os Simpsons” e chamou a atenção para a influência potencialmente ruim sobre as crianças. No lugar do desenho na programação da manhã, foram reprisados episódios do seriado “SOS Malibu”.

(Supostamente, os peitos da Pamela Anderson terão uma influência melhor sobre as crianças.)

Surpreende que não tenham substituído o desenho pelos Smurfs, afinal todos sabem que os smurfs, apesar da cor azul, eram comunistas...

O Chávez parece-se cada vez mais com o ditador da república de "Bananas" (Woody Allen), que queria que todo mundo usasse a cueca por cima das calças. É uma boa opção de filme pra colocar no lugar dos Simpsons.

Túmulos muçulmanos vandalizados


148 túmulos de soldados muçulmanos que lutaram pela França na Primeira Guerra Mundial foram vítimas de vândalos. Os autores não foram ainda identificados, mas provavelmente sejam os mesmos grupos de skinheads que costumam também pintar suásticas em cemitérios judeus por lá. Curiosamente, enquanto no Oriente Médio muçulmanos e judeus estão em conflito, enquanto a esquerda mundial é contra Israel e a favor dos palestinos, os skinheads europeus odeiam tanto muçulmanos quanto judeus. Incrivelmente, já li em blogs europeus até comentários de racistas que achavam que a culpa pelo número cada vez maior dos malditos muçulmanos na Europa era... dos sujos judeus. Que são os que controlam todo o processo de imigração mundial. Naturalmente.

O fato, de qualquer modo, é lamentável. Mesmo um blog como este, que preocupa-se com a crescente islamização da Europa e não acredita muito que o Islã seja uma "religião da paz", rejeita todo e qualquer ato de vigilantismo e vandalismo. O radicalismo islâmico não será vencido com o vandalismo ou a agressão de inocentes, mas sim com o respeito às leis locais e, eventualmente, talvez, com a re-cristianização da Europa e a progressiva evangelização de seus imigrantes - ou ao menos a sua assimilação ao contexto laico local. Infelizmente, fatos como este indicam que a violência será, ao menos em algum momento, inevitável.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Um bicho às terças quartas

Devido a uma série de fatores o blog andou meio lento ultimamente e, como tal, o bicho às terças se atrasou.
Aqui vai ele, sem demasiadas introduções: afinal, é o nosso conhecido gato doméstico, ou Felis Silvestris catus.
Desde o Antigo Egito o animal vem sendo domesticado, quem sabe até desde até antes. Porém, é notório que seu nível de domesticação jamais foi perfeito, e mesmo após milhares de anos os gatos domésticos, ao contrário dos cães, continuam fazendo o que bem entendem sem dar muita bola para seus assim chamados donos.
Os gatos comunicam-se através de miados, como pode se ver claramente no vídeo abaixo, e também através de certos movimentos das orelhas e da cauda. São carnívoros, alguns mantém os hábitos caçadores, e vivem em média entre 15 e 20 anos. Estão entre os animais que mais dormem. De acordo com a Wikipedia, "a duração do período de sono varia entre 12–16 horas, sendo de 13–14 horas a média. Alguns espécimes, contudo, podem chegar a dormir 20 horas num período de 24 horas." Acho que conheço esse espécime...

sábado, 5 de abril de 2008

Poema do domingo

Resumé

Razors pain you
Rivers are damp
Acids stain you
And drugs cause cramp.
Guns aren't lawful
Nooses give
Gas smells awful
You might as well live.

(Dorothy Parker, 1893-1967)

p.s. Dorothy tentou diversas vezes o suicídio, fracassou em todas as tentativas, e morreu aos 70 anos de ataque cardíaco

A realidade, ainda existe?

No outro dia, o KCT informou que a foto que publiquei dias atrás era provavelmente uma montagem feita no Photoshop.


Nos tempos do velho Stalin, modificar a realidade era um pouco mais complicado, envolvia recortes e manipulações no quarto escuro fotográfico, bem como alguns fuzilamentos de testemunhas incômodas.



Hoje em dia, qualquer um com um mínimo de noções de informática e manipulação digital pode alterar aquilo que vemos no jornal ou na web, como os "pneus" do Sarkozy.


A diferença também é que hoje, não são mais tiranos os que manipulam as fotografias, mas os próprios jornalistas e editores, com base em suas próprias crenças ideológicas.

Vejam por exemplo esta grosseira Photoshopagem realizada pela Associated Press durante a última escaramuça de Israel contra o Hizballah no Líbano. O efeito cloning foi usado com absoluta falta de critério para aumentar a fumaça dos bombardeios.


Mas o Photoshop não é o único modo de manipular a realidade. As vezes basta um recorte esperto, isolando um detalhe do contexto. Ou então, adicionando objetos que não estavam lá. Vejam esta série de fotos mostrando uma série de bichos de pelúcia nos mesmos bombardeios no Líbano. Curiosamente, os bichos de pelúcia estão limpinhos e aparecem sobre os detritos, não em meio a eles.


A encenação é outro método comum de manipular fotografias, só que, no caso, antes de apertar o botão. Mesmo fotos famosas, como a dos soldados americanos em Iwo Jima, foram encenadas. Usar "atores", ou figurantes fingindo de feridos ou mortos, é uma tática bastante comum entre os palestinos, basta assistir ao filme Pallywood, ou, melhor ainda, aos documentários de Pierre Rehov sobre Jenin.

Aqui mais alguns exemplos de manipulação fotográfica ao longo da história.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Palestinos sedentos de sangue

Palestinos mataram uma rara tartaruga em extinção, beberam seu sangue por considerá-lo "afrodisíaco", e o deram também para "crianças com traumas" (ei, e o trauma gerado por serem obrigadas a beber sangue?) e "adultos com dor de costas".

Saiu aqui, na Reuters.



E depois reclamam quando digo que os palestinos são um bando de sedentos de sangue...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Buenos Aires (1)

Faz uns bons sete meses que estou em Buenos Aires. Já conhecia a cidade, mas é a primeira vez que estou efetivamente morando aqui.

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Com o real alto, o dólar baixo e o peso irrisório, há muitos brasileiros hoje vindo de visita a Buenos Aires: escuta-se o português em qualquer esquina ou café. A visão estereotipada de Buenos Aires dos brasileiros se limita a tango, churrascos, cemitério da Recoleta e feira de San Telmo, mas é claro que a cidade oferece muito mais. Buenos Aires é uma cidade literária como poucas. Jorge Luis Borges localizou vários de seus contos na sua topografia e escreveu famosamente em um poema: “A mi se me hace cuento que empezó Buenos Aires / La juzgo tan eterna cuanto el agua y el aire”. Cortázar marcou o encontro dos personagens de ”Los Premios” no café London City, na esquina de Perú e Avenida de Mayo. Isaac Bahevis Singer visitou Buenos Aires e escreveu uma novela, “Escória”, que se passa em parte na cidade. Não li o romance, não sei se o título foi inspirado pela população local. O escritor vanguardista polonês Witold Gombrowicz morou aqui por trinta anos. O filósofo espanhol Ortega y Gasset também visitou e escreveu famosamente, “Argentinos, a las cosas!” – isto é, recomendando menos sonhos e mais ação. Não adiantou muito. Italo Calvino também visitou e talvez tenha encontrado inspiração aqui para escrever o ótimo conto “A formiga argentina”. E muitos mais.

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Mas a visita mais famosa é a relatada pelo escritor portenho Marcos Aguinis no seu ótimo livro “El atroz encanto de ser argentinos”. É a visita do prêmio Nobel espanhol Jacinto Benavente à cidade. Contam que a todo momento o dramaturgo estrangeiro era incomodado com perguntas sobre o que achava da Argentina e dos argentinos. Não lhe davam sossego um único momento. E ele, calado, preferia não se pronunciar. Até que, desde o barco que o levou de volta à Europa, ele finalmente respondeu: “Formem a única outra palavra que pode ser formada com as letras de ‘argentino’.” O barco já estava longe quando a multidão se deu conta que a única outra palavra que podia ser formada era ‘ignorante’.

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Teoricamente, os personagens recentes mais famosos da história argentina recente são Gardel, Perón e Evita. Mas um estrangeiro que julgasse apenas pela quantidade de imagens vendidas nas bancas de jornais em cartazes, pôsteres e calendários, acharia que os personagens mais famosos da Argentina são Che Guevara e Homer Simpson. Che, depois de um período de esquecimento, parece ter começado um revival após o retorno do idiotismo latinoamericano (sob as vestes do bolivarismo chavista) e os filmes cafonas do Walter Salles e companhia. (Os estrangeiros, particularmente, adoram a figura brega do Che. São provavelmente os mesmos turistas do atraso que compram postais com a foto de Perón e Evita, e depois voltam a seus países para comentar alegremente sobre a pitoresca republiqueta bananeira que visitaram).

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Se o legado de Che é apenas folclórico (o vadio, felizmente, realizou sua revolução em Cuba), o legado de Perón e Evita é tristemente célebre. O peronismo é o sinônimo do atraso da Argentina, e se reflete mesmo hoje, nas atitudes do casal Kirchner. Mais interessante é o legado de Gardel , e, mais do que Gardel, do tango (que é bastante anterior a seu mais famoso cantor) na cultura da cidade. Mas sobre isso, mais adiante.

Bleargh

Estou um pouco cansado de falar sempre sobre os mesmos temas: palestinos, terroristas, comunistas, islamistas, obamistas, petistas, e outros tipos deprimentes. Então, já que o PD acabou com a única série que prestava no seu blog, "O mundo visto pelos leitores", inicio uma série mais turística sobre cidades do mundo, começando com alguns posts sobre Buenos Aires, a partir de hoje, e continuando nos próximos dias. Depois decido o que faço, se volto ao velho enfoque, se mudo, ou se desisto de vez do bleargh, digo, blorgh. Alguma sugestão?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Um bicho às terças


O unicórnio (Equus unicus) é um equídeo bastante raro, caracterizado por ter um único chifre na cabeça. É um ser que durante muito tempo pensou-se ser apenas mítico, por não existirem registros fósseis, não obstante sua múltiple representação iconográfica nas mais diversas culturas.

Tudo isso mudou radicalmente quando, há poucos anos atrás, um grupo de pesquisadores encontrou, no atual Iraque, na região correspondente à antiga Babilônia, fósseis de um animal muito semelhante ao unicórnio da lenda. Lamentavelmente, os fósseis se perderam durante os saques ao museu que se seguiram à invasão de Bagdá por tropas americanas, o que representou uma grave perda para a ciência.

Até há pouco pensava-se que o animal, primo distante do cavalo, estivesse extinto, afinal o seu chifre de marfim era muito cobiçado por colecionadores; na antiga China acreditava-se mesmo que tal chifre tivesse propriedades afrodisíacas. No entanto, notícias recentes indicam que o animal ainda exista em estado livre, no território Tibet. As autoridades chinesas negam, talvez interessadas na obtenção do marfim bem como em evitar maior polêmica sobre a ocupação de tal território.

Muito longe de ser o animal “fofinho” das fábulas, o unicórnio é um ser agressivo e selvagem: é um predador voraz, e alimenta-se até mesmo de carne humana. Isso também ajuda a explicar que tenham sido muito poucos os exploradores a retornar com vida com provas sobre a existência do animal. De fato, apenas um explorador retornou, mas lamentavelmente sem a câmera, destruída na luta com o agressivo animal.